Lucy - Malfoy, pique esconde & pegações.

P.O.V Lucy

Dormitório Feminino, Hogwarts – 7h00min.

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Acordei com os murmúrios das garotas com quem eu dividia o dormitório. Elas pareciam animadas com alguma coisa. As três garotas que estavam conversando saíram do dormitório, deixando-me sozinha com Kath, ainda adormecida.

Eu continuei de olhos fechados, enrolada nas cobertas. Não queria fazer nenhum esforço para me levantar e ter que aturar mais um dia longo e entediante de aulas. Vendo que eu não tinha escolha suspirei, abrindo lentamente os olhos e tentando fazê-los se acostumarem com a claridade do local.

Abri as cortinas da minha cama e me levantei cambaleante, indo em direção a minha mala no pé da cama. Bocejei enquanto procurava alguma roupa para vestir. Peguei a primeira coisa que eu vi e tratei de logo me trocar. Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, aproveitando para passar alguma maquiagem e disfarçar minha cara de cansaço.

Peguei minha bolsa e coloquei qualquer tipo de coisa inútil dentro dela.

Vendo que Katherine não acordaria tão cedo decidi ir par ao Salão Comunal, esperá-la lá enquanto estudava. Não que estudar fosse um dos meus passatempos favoritos, mas desde que cheguei nesse castelo... Quer dizer, nessa escola... Ou o correto seria nesse castelo-escola? Bem, a questão é que desde que cheguei aqui e comecei a estudar essas matérias de bruxos eu simplesmente não consegui digerir nenhuma informação. Sem mencionar essa varinha estranha que eles utilizam. Ainda prefiro a varinha dos magos. Bem mais fácil de manusear.

Peguei dentro da mochila o meu livro de História da Magia e desci as escadas do dormitório feminino. Comecei a ler folha por folha, tentando entender alguma coisa que aquelas palavras diziam. Nem percebi o tempo passar, de tanta concentração que eu me forçava a ter enquanto tentava entender o que aquelas palavras confusas queriam dizer.

*

Suspirei, olhando meu relógio e conferindo que já tinham se passado vinte minutos e nada de Kath aparecer. Eu já estava perdendo a paciência... Algo que não era muito difícil de acontecer. Não que eu fosse a pessoa mais impaciente do mundo, eu geralmente tolerava as coisas por bem mais tempo quando se tratava de minhas amigas. Especialmente Ma, Kath e Lyn.

Quando achei que eu teria que subir e acordá-la Katherine apareceu, ela parecia totalmente descansada. Levantei da poltrona, deixando meu livro em cima dela. Fui caminhando em direção da garota e sorri ao parar em frente a ela. Falei que ela tinha realmente um sono muito pesado e ela sorriu confirmando meio envergonhada.

Fomos correndo para o Salão Principal. Eu estava morrendo de fome. Sentei-me e logo peguei uma tigela com mingau de aveia, começando a devorá-lo rapidamente. Eu comia enquanto prestava atenção em um discurso de Dumbledore. Ele anunciou que faríamos uma espécie de acampamento, coisa que me deixou bem animada.

Ainda mais porque as aulas tinham sido suspensas e por causa disso eu poderia passar um pouco mais de tempo em Hogsmeade, tomando a tão famosa cerveja amanteigada, comprando doces na comentada “DedosdeMel” e passeando por Hogsmeade. Local que parecia ser realmente muito bonito.

*

Hogsmead. – 16h30min

Depois de insistir com Kath que não poderia levá-la a Hosgmeade, fazendo-a decidir ir sozinha, eu peguei minha carteira e saí do castelo, junto com alguns alunos.

Eu não queria ficar sempre tão perto de Kath. Estávamos andando tão grudadas que parecíamos uma só pessoa. Não queria que ela ficasse dependente de mim e nem eu queria ficar dependente dela. Além disso, só seriam algumas horas em Hogsmeade. Nossa amizade não ia acabar por causa disso.

Abri a carteira e contei o dinheiro que tinha dentro dela. Dinheiro de bruxo é realmente muito estranho, mas se o que eu aprendi com aquele livro estiver certo, eu tinha dinheiro para alguns doces e para, pelo menos, duas xícaras cheias de cerveja amanteigada.

Fui logo em direção a “DedosdeMel”. Peguei algumas caixas de feijõezinhos de todos os sabores e sapos de chocolate. E peguei também algumas varinhas de alcaçuz e tortinhas de abóbora. Depois de encher minha cestinha com hidromel e doces eu fui em direção ao caixa, entregando alguns galeões (era assim que se chamavam?) para a moça do balcão. Ela sorriu para mim e falou um simpático: “Obrigada”. Sorri de volta e saí da loja, dando de cara com Malfoy.

Eu tentei desviar do caminho dele, porém eu andava para a direita e ele fazia o mesmo, eu andava para a esquerda e ele também. É meio complicado sair da frente de uma pessoa quando ela não libera o caminho, sabe?

— Saia da frente sangue ruim! – Ele exclamou irritado, parando na minha frente e rolando os olhos.

— Saia da frente você, garoto arrogante! – Eu retruquei e ele me olhou com desdém e nojo por um instante.

Por um momento pensei que ele fosse fazer um gesto obsceno e me empurrar, para conseguir passar. Mas ele simplesmente me olhou de cima a baixo, ainda com o olhar de desdém e... E sorriu de canto. Não sabia que alguém tão estúpido assim era capaz de sorrir, mas tudo bem.

— Que seja. Vamos Crabbe e Goyle, não quero perder meu tempo com essa sangue ruim – Ele falou.

Malfoy dá a volta, passando por mim. Eu viro e com ele ainda de costas dou língua para o garoto.

Retomei o meu caminho, indo em direção ao Três Vassouras, experimentar a tão famosa cerveja amanteigada. Era uma bebida comentada por toda Hogwarts, não via a hora de tomar um gole dela.

Entrei no local. Não estava lotado, porém eu não conhecia ninguém ali. Não parecia mais uma má ideia ter ido para Hogsmeade com a Kath. Vi Tessa ali e dei graças aos deuses por não ter nenhum sonserino arrogante sentado com ela. Foi até a garota, que bebericava sua cerveja amanteigada.

— Oi – Eu cumprimentei-a sorrindo.

— Lucy? – Teresa pareceu surpresa por eu ter ido conversar com ela, sendo que tinham tantas mesas vazias.

— Posso me sentar aqui? – Eu pedi. Minha voz soou quase que como se eu estivesse implorando e ela me olhou com o cenho franzido, segurando o riso.

— Sabe Lucy, eu realmente gostaria muito de me sentar com você, m... – Não a deixei terminar a frase e puxei uma cadeira na sua frente, me sentando. Apressei-me a pedir uma cerveja amanteigada, para poder acompanhar a garota. – Mas, eu acho que alguns amigos meus vão se sentar aqui e não acho que você vá gostar deles, entende? Então se me der licença... – Ela começou a falar.

— Qual é Tessa! Você sabe que eu faço amizade rapidamente – Eu disse fazendo biquinho. – Além disso, nenhum sonserino tão insuportável pode ter se tornado seu amigo. Você não é do tipo que suporta gente chata, não é? – Eu dissse com meus olhos brilhando, ao ver a cerveja amanteigada ser posta na mesa. Pego a xícara e levo a boca, tomando um demorado gole do líquido quente. - NOSSA QUE COISA BOA! EU PRECISO DE MAIS!

Teresa me olhou assustada, em seguida rindo da minha cara de felicidade e animação ao tomar cada vez mais rápido o líquido dentro da xícara. Eu terminei rápido a primeira xícara e logo pedi a segunda. Aquela coisa era realmente muito gostosa!

— Eu te avisei Lucy. Mas é claro que pode ficar aqui. Afinal, agora você também é meio que minha colega, não é? – Ela deu de ombros, bebericando sua bebida.

— É claro! Obrigada. – Eu ainda estava com o rosto quase enterrando dentro da xícara com a bebida quente.

Nós conversamos um pouco. Eu já estava na minha terceira xícara de cerveja amanteigada, dessa vez eu iria mais devagar. Até que a porta do local se abriu, revelando o tal amigo de Tessa. Pela porta da loja entrou Malfoy, só que dessa vez sem os dois capangas nada amigáveis dele. Eu olhei incrédula para o loiro. Como alguém assim poderia ser amigo de Teresa? Tá, eu sei que ela também não era das mais legais e amigáveis, mas ela era até divertida quando conseguia controlar sua inveja e ciúme. E ela estava até se tornando minha colega...

— Oi Tessa e... Ah não! Essa sangue ruim não! – Ele exclamou a me ver ali.

— Olá Malfoy – Eu falei simpática.

— Ei, não a chame de sangue ruim! – Teresa falou olhando para o loiro.

— Porque, não? Só é a verdade. Essa idiota não merecia entrar em Hogwarts! Seu sangue não é puro. Ela é uma trouxa. Todos sabem que ela não é digna de usar magia – Ele disse olhando para mim com raiva.

— Eu sou uma sangue ruim idiota. Porém, você consegue ser um sangue puro idiota. Muito mais eu, sangue ruim, do que você Malfoy, sangue puro. – Eu disse e lancei um sorriso irônico para ele.

— Saiba, Draco, que eu sou uma maga como a Lucy. Se você a chama de sangue ruim, automaticamente esta me chamando de sangue ruim. Então eu lhe peço que não repita isso – Teresa falou olhando séria para Malfoy.

— Ah não! Eu fiz amizade com uma sangue ruim. Não acredito nisso. Você poderia ter me dito que era uma trouxa antes, não é mesmo Abernathy?

— E você poderia ter me dito que era um covarde, meu querido Malfoy – Teresa falou e cerrou os olhos em direção ao garoto.

— Você vai se arrepender disso Abernathy! – Ele exclamou,tirou a varinha do bolso de trás da calça e apontou para Tessa.

— Se você tiver amor a sua vida é melhor não fazer isso Malfoy! – Eu falei com os dentes semicerrados, colocando a mão por cima do bolso do meu casaco, onde eu guardava minha varinha.

— Não se meta, Baudelaire - Ele disse e Teresa também puxou a varinha dela.

— Deixa que eu resolvo, Baudelaire. Eu sei me cuidar, ok? – Teresa falou usando meu sobrenome, o que me fez perceber que ela realmente estava falando sério.

— ABAIXEM ESSAS COISAS AGORA! SEM DUELOS AQUI, CRIANÇAS! – Madame Rosmerta berrou do balcão, fazendo todos olharem para nós três.

Fiquei envergonhada e corei, olhando para o chão. Teresa bufou e xingou Malfoy, dando as costas e saindo do local.

— Você deu sorte, Baudelaire. Eu poderia ter feito vocês duas se arrependerem de mexer com um Malfoy – Draco murmurou convencido, guardando a varinha.

— Ah é claro! Mas não duvide que eu pudesse ter feito o mesmo Malfoy. – Eu disse e peguei a xícara com cerveja amanteigada, tomei um gole e sorri para o garoto loiro. Em seguida derramei o resto da bebida em cima dele, que só não sacou a varinha porque Madame Rosmerta nos observava atentamente.

— MALDITA SANGUE RUIM! EU AINDA LHE FAÇO SE ARREPENDER DE TER ACEITADO VIR PARA ESSE INTERCÂMBIO LUCY! – Ele berrou passando a mão no rosto, afastando a bebida quente dos olhos.

— Esperarei esse dia – Eu falei e saí, ainda com todos os olhares sobre mim. Alguns ficavam divididos entre olhar para mim e olhar para Malfoy, mas todos davam um jeito de prestar atenção na cena.

*

Dormitório Feminino, Hogwarts. – 18h30min

Subi para o dormitório feminino, xingando Draco baixinho.

Cheguei ao dormitório e vi que Kath ainda estava em Hogsmeade, já que não tinha nenhum sinal dela. Comecei a jogar as minhas roupas de qualquer jeito dentro da mala. Ninguém nunca conseguiu me irritar tanto quanto Malfoy.

Algumas garotas murmuravam assustadas sobre alguns falecimentos, coisa que me fez me arrepiar e por um momento esquecer a raiva do Malfoy para os sentimentos serem substituídos por medo. Logo o medo vai embora quando as meninas mudam de assunto, falando sobre como os garotos do 5º ano são bonitinhos. Idiotas.

Katherine entrou no dormitório quando eu já estou acabando de “arrumar” minha mala. Ela me pergunta o que está acontecendo sobre os murmurinhos que ouvi sobre as mortes e sobre Dumbledore estar pedindo mais guardas.

Kath não falou nada e só começou a arrumar suas coisas. Eu terminei de colocar as coisas dentro da mala e já desci do dormitório, para esperá-la.

Quando minha amiga grifinória apareceu eu sorri e juntas fomos entrando em uma enorme fila, onde nos juntamos a Ma e Lyn, que, como sempre, estavam brigando. Passamos algum tempo caminhando e minhas mãos já estavam doendo por carregar tanto peso. A professora Minerva fazia algumas observações, mas eu não prestava atenção. A paisagem do local era bem mais convidativa do que um discurso chato dela.

*

Acampamento Feminino – 20h00min

Nós nos deitamos, mas eu podia ver que ninguém tinha o mínimo de sono. Depois de alguns minutos deitadas em silêncio, Corallyin levantou e pegou seu casaco. Kath disse que ia com ela, seja lá pra onde Lyn estivesse planejando ir, e eu e Matilde decidimos acompanhá-las.

Acabou que nós ouvimos uma conversa esquisita entre Malfoy, Fred e mais dois garotos que eu não reconhecia. Estava tudo muito legal e interessante, até Kath cair do meio das árvores, fazendo Malfoy resmungar irritado e nos revelando.

Depois de discussões, de Lyn tirando a roupa na frente dos meninos, de eu conhecer o paquera de Corallyin, saber o nome de todos e ver Draco encharcado porque Kath o derrubou no lago, decidimos ficar juntos. Bem, eles decidiram. Eu não queria passar mais nenhum segundo com Malfoy.

— Vamos Lucy, vai ser legal ficarmos juntos! – Kath fez biquinho. – Estamos todos entediados em sem sono, vai ser legal!

— Tenho escolha? – Eu resmunguei.

— Não – Ma, Lyn e Kath disseram juntas. – Até mesmo eu e o Malfoy concordamos, Lucy! – Corallyin rolou os olhos. – Você não pode reclamar de nada. Ninguém o odeia mais do que eu. Pare de ser retardada e vamos logo, sua mimada insuportável! – Ela disse se levantando.

— Que seja – Eu disse e todos nós fomos mais para perto das barracas.

*

— Porque nós não brincamos de alguma coisa? – Kath sugeriu animada, chegando mais para perto do fogo.

— Tipo...? – Lyn perguntou impaciente.

— Que tal uma brincadeira trouxa? Papai já me falou de alguma delas, parecem divertidas! – Fred falou sorrindo.

— Uma boa ideia Fred! – Eu disse sorrindo e cruzo as pernas.

— Que tal pique esconde? É divertido. E é a única brincadeira trouxa que eu conheço – Kath sugeriu com um risinho. Todos concordaram. Menos Malfoy, como sempre.

— Eu me recuso a brincar de algo trouxa. Eu não me juntarei a vocês sangues ruins! Vocês são patéticos. Principalmente você, Weasley traidor do sangue.

— Você não consegue ficar um minuto sem ser insuportável, não é Malfoy? – Lyn cerrou os pulsos, o olhando com raiva.

— Você já está aqui, Malfoy. Não tem nada a perder.

— Eu não me juntaria a sangues ruins e traidores do sangue para algo inútil como isso!

— Vamos, Malfoy. Não custa nada – Eu pedi, fazendo biquinho. Ele me olha de um jeito estranho e rola os olhos, se dando por vencido.

— Vamos logo, antes que eu me arrependa dessa idiotice.

— Vamos em duplas. Eu e Fred, Lyn e Leo – Kath fala rapidamente.

— Tudo bem – Eu disse entendendo a piscadela que Kath me manda ao falar das duplas. - Mas eu não vou com o Malfoy nem q... – Eu comecei a dizer, mas fui interrompida.

— Ah vai ficar sim! Eu não vou com ele – Ma disse antes que eu pudesse terminar a frase.

Depois de muita discussão acabou que eu fiquei contando com Malfoy. Iríamos procurar os outros. Terminamos de contar até 20.

— E agora? – Ele falou confuso, fazendo uma carinha fofa... Espera? Eu disse fofa? Ah não! Eu quis dizer horrenda. Isso, eu quis dizer horrenda.

— Agora você procura. – Eu falei e ri. Ele sussurrou um “Ok” e eu sorri ao vê-lo sorrindo agradecido para mim.

— Considerarei isso como um obrigado – Eu disse baixinho, para que ele não ouvisse.

— Considere – Ele sussurrou de volta, um pouco mais próximo de mim. Adentrou a floresta e sumiu por entre as árvores. Sorri, mais uma vez, e comecei a entrar por onde Lyn tinha ido.

Ao chegar me deparei com uma cena ao mesmo tempo engraçada, fofa, romântica e até um pouco assustadora. Lyn estava com as pernas entrelaçadas no corpo de Leo, seus braços estava envolvendo o pescoço do garoto e ele segurava firmemente suas coxas, os dois se beijavam loucamente. Eu não consegui me conter e comecei a rir que nem uma hiena com asma.

Lyn soltou um grito, o que fez Leo deixá-la cair no chão e se afastar de repente. Ele pediu desculpa e estendeu a mão para ela, que aceitou se levantando.

— Ah meus deuses! O que foi isso Lyn? – Eu disse em meio aos risos.

— Você. Não. Viu. Nada. Entendeu Lucy? – Ela disse com os olhos cerrados em minha direção.

— Hã... – Eu comecei.

— NADA! – Ela falou e puxou Leo pela mão, enquanto saiam da minha frente. Eu fiquei olhando os dois se afastarem.

Eles são bem rápidos, não? Graças aos deuses não cheguei em uma hora um pouco mais “íntima”. Nota mental: lembrar de agradecer todos os dias por não ter visto coisas impróprias entre os dois.