O caso começou a ser investigado em 1998, e mesmo assim nunca foi finalizado com uma razão, muito menos com uma explicação válida. Digo com toda certeza pois nesse tempo eu era o detetive encarregado da missão.Embora muitos dêem o caso por encerrado, há uma falha ainda não descoberta, sinto acima de tudo que o verdadeiro mentor dos crimes ainda está solto enquanto um inocente paga pelos crimes em seu lugar.

—Sr. Lance, suponho que o senhor saiba o porquê de o termos chamado aqui.

—De fato, estou a par da situação.

—Isso é bom, portanto peço que não revele a ninguém esta conversa.

—Imagino que vocês saibam como trabalho hoje.

—Claro todos sabem: sigilo até mesmo com federais.

—Ótimo então vá direto ao ponto.

—Bem nossa proposta é de U$ 1.000 000, caso encontre o assassino de Amanda Bales.

—O caso foi resolvido em 2001.

—Ambos sabemos que não é bem assim. No fundo você quer encontra o mentor dos crimes o mesmo tanto que eu.

—Então para que a recompensa?

—Incentivo Sr. Quentin.

Enfim encontrara alguém que pensava como eu além do mais tinha mais um incentivo- um milhão de dólares para resolver um crime, minha antiga profissão. No fundo, uma chama reascendeu dentro de mim, e logo meu desejo de volta a ação me perturbava, me deixando inquieto.

—Espero que tenha me chamado porque tem alguma pista.

—Sim, foi exatamente por isto.

Claro que eu sabia que havia muitas pistas na central do FBI. Mas também me recordava de que todas essas pistas me levaram a um rumo diferente e errado. Então só havia um jeito de encontrar o mentor- começando do zero.

—Minha filha, Kate como você sabe era muito amiga de Amanda.

—Prossiga.

—Então, antes de... do acontecimento, Amanda deixou uma carta para Kate entregar para Dina Pierce uma outra colega de sala.

—Posso vê-lo?

—Este é o documento. -diz estendendo um envelope de cor palha.

—Você já leu?-digo examinando o papel.

—Não!Minha filha prometeu não abri-lo.

—Mas, Amanda está morta.

—De qualquer forma, não.

O papel estava meio amassado e escuro e parecia conter mais que uma simples folha.

—Você notou o endereço embaixo?

—Não! Endereço? Eu já disse que elas eram colegas de escola.

—Então porque Amanda não entregou e ainda botou um endereço?

—Bem... talvez confiasse demais em Kate e para assegurar que o documento chegasse a destinatária colocou um endereço.

—Não, tem algo mais...

—Qual é o endereço?

—Av. Twenty days.

—Eu sei aonde fica, é do outro lado da cidade.

—Espera. -paro bruscamente e fito o Sr. Philip.

—O que foi?

—Em que ano inaugurou a avenida Twenty days?

—2000-2001

—Exato! A carta diz: 1998

—Dois anos antes.

—O que significa que...

—Essa não é a nossa Twenty days.

—Havia uma outra.

—Como saberemos qual era?

—Vou ter que levar isto para casa, vou examinar direito.

—Tome cuidado.

—Porque você insiste em repetir isso?

—Há pessoas querendo este documento.

—Que tipo de pessoas?

—Perigosas.

—Ok, terei cuidado.

Ele abre a porta e eu saio com o envelope em mãos. Minha Lange-Rover está do outro lado da rua. me dirijo a ela sempre tendo o cuida de olhar para todos os lados para ver se há alguém me seguindo. Abro a porta rapidamente fechando-a logo depois de entrar.

—O que você acha que está fazendo?-Uma voz surge rouca de trás de mim.

—O que você quer?

—O que você tem em mãos?

—Isso não é pra você com certeza.

—Não? Pois a partir de agora é!-sinto o cano da pistola em meu pescoço-o envelope.

—Entrego devagar o envelope ao suspeito.

—Agora saia do carro com as mãos para cima.

Abro a porta e saio do carro começando a andar. O carro ainda me segue até chegara a esquina e dai parte para outro rumo.

Já são 12h da noite e eu sou a única pessoa a vaguear nas ruas do bairro. Apenas os postes me ajudam a enxergar o caminho. Só se escutam passos vindo de minha direção.

Pergunto-me como o assaltante levou o envelope e o carro tão rápido. Meu carro estava trancado e é blindado. Pergunto-me também qual vai ser a reação do bandido ao perceber que o envelope contém apenas páginas em branco. O envelope original está a salvo em minha jaqueta de couro. Por sorte ele não percebeu a troca rápida e simples de documento.

Chego em casa por volta das 1h da madrugada. Entro direto para um escritório subterrâneo e guardo o envelope num pequeno cofre na parede.

Após isso tomo um rápido banho e vou dormir. A noite passa mais rápido do que o esperado e logo amanhece.

Triiiiiiim... Triiiiiiim. O telefone toca, o número é desconhecido.

—Alô?

—Lance!-a voz é abafada e rouca.

—Quem está falando?

—Aqui é o Philip.

—Sim.

—Onde está a carta?

—A carta...

Uma das coisas que eu aprendi foi ser totalmente sigiloso, nesse caso a ligação pode estar sendo gravada.

—...fui assaltado ontem.

—Assaltado?

—Sim, levaram a carta.

—Lance!

—O que está havendo?

—Cuid...- escuto um barulho semelhante a um tiro vindo do telefone.

—Philip!

A ligação cai. Por sorte consigo rastrear e acabo descobrindo onde ele está.

—Parque Central?

Coloco uma camisa e saio numa moto em direção ao parque central. Percorro as ruas por uns 5 minutos até chegar ao parque. Corro desesperadamente até o local que o GPS me indica.

Demoro um bom tempo para me acreditar no que vejo.

—Philip...Philip.

Um homem caído no chão com um uma marca de tiro no peito. Em cima do corpo um envelope com páginas em branco, agora manchado de branco.

—Quentin...-a voz está fraca e tremula.-...guarde só com você.

—Não, não você vai ficar bem.

—Acho que não desta vez.

—O que eu vou falar para sua família?

Família! Miserável.

—O socorro está vindo.

Corro depressa numa velocidade que eu nunca vi nem quando estava atrás do arqueiro. Subo na moto e começo a pilotar. Percebo que não estou muito perto e ligo para Kate, filha de Quentin.

—Alô?

—Kate! Aqui é o Lance preciso que saia daí agora mesmo com a sua mãe.

—Sair?

—O mais rápido que puder.

—Tá!

Na casa de Philip alguém se aproxima.

—Mãe o detetive nos mandou sair agora.

—Filha deve ser brincadeira.

—Ele falou sério.

—Tá. Espera tem alguém batendo.

—Mãe!

Por sorte ela ainda está no telefone.

—Kate.

—Mamãe não quer vir.

—Corra eu estou chegando. Droga!

A mulher de Philip se aproxima da porta de vidro embaçado. De longe pode-se ver uma pessoa de preto com um objeto em punho.

—Kate, filha abra a porta...Kate?...Onde essa menina foi?

A batida fica mais forte.

—Estou indo, calma.

Ela se aproxima com calma põe a mão na maçaneta e gira, a porta faz um clique indicando que abriu.

—Você aqui? Desculpe por não ter aberto antes é que minha fil...

Dois disparos são feitos e bastam esses para calar a esposa de viúva de Philip para sempre. Kate continua no telefone.

—Kate você está bem.

—Sim.

—Corra o mais rápido até a delegacia.

—Sr.Quentin e minha mãe?

—Vai ficar tudo bem.

Chego de moto ao local da fazenda de Philip. O meu carro roubado ainda está lá. Entro na casa com arma em punho.

Outra horrível cena. Desta vez, a mãe de Kate caída numa poça de sangue que sai da cabeça.

—Droga.

—Mãos para cima.

—O quê?-Me viro assombrado.

—Lance? O que faz aqui?

—Bem eu...

—Prenda esse homem-fala outro policial.

—Porque você fez isso?

—Não foi eu escute...

—Não, escute você. Eu ainda tentei acreditar que não era você ao ver a placa do carro.

Há sim, o carro.

—Também percebeu a moto, ou seja, eu não vim no carro.

—Moto?-ele faz um gesto a um dos policiais ao seu lado e este vai verificar. Após dois minutos ele volta e cochicha algo no ouvido dele.

—Sr. Lance você tem o direito de permanecer em silêncio, qualquer coisa que você disser poderá ser usado contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado presente durante qualquer interrogatório. Se você não puder pagar um advogado, um defensor lhe será indicado. Você entendeu seus direitos?

O carro que me escoltará para bem na minha frente e eu entro para ser levado detido por um crime que não cometi.

Em alguns dias o tribunal me julga e claro, me condena, não há provas e tudo está contra mim, a arma do crime, o local.

—Quentin Lance você tem apenas três dias em liberdade para ajeitar suas coisas.

Agora só resta uma esperança e desejo em mim, vingança. Antes que comece a pagar pela sentença falsa, antes que mais pessoas sofram, antes de viver como condenado vou investigar, e desvendar crimes como antes, sim, vou aproveitar o meu tempo livre. Para ser mais exato, os meus 30 dias.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.