Ainda eram 18h30, mas já estava tudo prontinho para o aniversário de Emma e Luca, que já haviam chegado e estavam terminando de serem arrumados por Giovana, Kate e Erin. Já Bia estava organizando os últimos detalhes, escolhendo as músicas que seriam tocadas durante a festa, contando com a ajuda de Kendall e Logan, enquanto James e Carlos haviam ido pegar suas namoradas, além de virem Carol e Sophia. No entanto, Eduarda estava em seu quarto procurando uma roupa para usar e pensando sobre sua vida...

POV Eduarda.

Hoje é o aniversário de duas pessoinhas que fazem parte da minha vida há cinco anos e que eu amo demais. Minha princesa Emma e meu príncipe Luca. E eu estou muito feliz porque a Gi me deixou fazer tudo isso para eles! Mas o que ela não sabe é que escolhi os dois para dar todos os meus bens se algo vier a acontecer comigo... E infelizmente, não tenho me sentindo bem nos últimos dias! Muitas tonturas, fraqueza e falta de apetite. Mas o Kendall sempre estava aqui e me fazia comer a força, assim como Kate, Erin e Bia. Só que meu corpo já não está tão bonito como era! Emagreci uns dois quilos e o que dá pra enganar são as poucas curvas que meu corpo ainda tem e as pernas grossas. Mas por dentro me sinto tão frágil e penso que a qualquer momento não estarei mais aqui. Principalmente porque não consegui nenhum doador que fosse compatível a mim...

- Eduarda! – era Kate. – Você ainda está de roupão amiga? Faltam cinco minutos para a festa começar. – limpei meu rosto rapidamente, para que ela não visse que estava chorando e fui para o banheiro.

- Estou terminando de ajeitar meus cabelos! – menti pra ela e completei. – Escolhe a minha roupa? – ela deu uma risada alta e falou:

- Eu sabia que você não sabia o que ia vestir! – saí do banheiro com meus cabelos soltos e lisos, quando ela continuou. – Só que eu já havia escolhido sua roupa! – a olhei surpresa, enquanto ela abria meu closet e tirava uma roupa fofa. – Aqui está! – era uma saia brilhosa com uma blusa branca (http://moda-all-the-time.webnode.com/home/photogallerycbm_26415/100/#look173-jpg), muito delicada.

- Como eu não pensei nessa roupa? – ela riu e eu continuei. – Já, já eu desço ok? – ela concordou e saiu, enquanto eu me arrumava. Então fiz uma maquiagem rápida e desci em seguida, indo até o lado de fora receber alguns familiares meus e da Gi.

- Amei o look! – disse Gi, me dando um abraço. – Obrigada novamente por fazer tudo isso por eles! – sorri e completei:

- Depois quero falar com você sobre uma coisa Gi, não esquece! – ela me olhou curiosa, mas sorriu e voltamos a olhar em direção as pessoas que estavam chegando. Até que eu vi meu pai, acompanhado de uma mulher que eu não conseguia reconhecer. Mas quando esta chegou perto, senti meu coração apertar!

- Oi filha. – disse Gisele, “minha mãe sumida”. – Como você está linda! – senti uma raiva misturada com uma emoção que eu não conseguia explicar. Como ela podia me chamar de filhas depois de anos sem me dar notícias? Depois de me rejeitar durante cinco anos? – Gostaria de conversar com você depois, mas agora queria ver os meus netos! – ela continuou e Gi olhou confusa para mim, mas permitiu que ela fosse até eles.

- Desculpa vir assim sem avisar minha filha, mas ela precisava te ver. – foi à vez de meu pai falar e ele me abraçou, dizendo. – Ela já sabe de tudo, mas não fui eu quem contou! Ela achou um dos seus exames. – nesse momento algumas lágrimas se formaram em meus olhos, mas eu respirei fundo e disse:

- Não quero falar disso agora. Não no aniversário dos meus sobrinhos! – meu pai concordou e saiu em direção aos pais de Gi, enquanto eu tentava me conter e não desabar ali mesmo. Até que chegaram todos os convidados e estes estavam se divertindo, olhando seus filhos, dançando com eles, rindo das brincadeiras de um palhaço, enquanto eu fiquei só observando e vendo minha “mãe” ser amável com todos. Por que foi preciso ela descobrir que eu estava doente para voltar até mim? Para se lembrar de que eu era sua filha?

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Quando deu 20hs Gi optou em cantar os parabéns, pois como a festa era de crianças ela terminaria logo. No entanto estava tudo muito animado e muitas crianças ainda brincavam com os palhaços, que faziam piadas, danças, brincavam e entre outras coisas, enquanto os seus pais se serviam. Então, Duda aproveitou esse momento e se retirou um pouco com os outros, quando Kate disse:

- Duda, sei que é um assunto difícil pra você, mas escute o que sua mãe tem pra falar! - os outros concordaram e Duda ficou calada. Até que Gisele se aproxima e diz:

- Vocês podem me deixar conversar com a Eduarda? – todos concordaram e ficaram na varanda, quando Gisele completou. – É ótimo poder te reencontrar e eu sei que devo te pedir perdão por todos esses anos em que estive ausente. Por todo esse tempo em que te rejeitei, por todo mal que te causei desde a morte do seu irmão, estragando tudo que seria da sua festa de 15 anos. Perdão por tudo isso minha filha, mas eu preciso e quero estar ao seu lado nesse momento tão difícil. – Eduarda estava séria, enquanto Gisele deixava algumas lágrimas rolarem em seu rosto.

- É muito fácil você vir até a mim e me pedir para te perdoar não acha? – Eduarda falou e Gisele baixou a cabeça. – Sabe quantas noites eu chorei por sua causa? Sabe quanto tempo eu fiquei com a frase de que “antes tivesse sido eu” que tivesse morrido naquele acidente dita por você? O quanto foi difícil tirar da minha mente você quebrando todas as coisas do meu aniversário de 15 anos, que você mesma havia dado um duro danado? – Gisele chorava mais à medida que as palavras de Duda se formavam. – Você tem ideia do que é passar o dia das mães sem a sua por perto? De quantas vezes eu precisei de um conselho de uma mulher para me ajudar? De como eu queria contar sobre o meu primeiro beijo, a vez em que fiquei moça, da minha primeira paixão? – Gisele assentiu e Eduarda continuou. – Não Gisele! Você estava ocupada demais com o seu trabalho. Estava ocupada demais pensando somente em como fazer as coisas pelo Luca e se esqueceu de que tinha uma filha para tomar de conta também.

- Eu sinto muito Eduarda... – Gisele falou com a voz falha e Duda continuou:

- Sente muito? Você acha que chegando aqui, me chamando de filha apagaria todas as tristezas que eu carreguei durante cinco anos? Fora a sua ausência durante o tempo em que morávamos juntas não é mesmo? Afinal, você chegava do seu trabalho, dava um beijo no Luca, perguntava como havia sido o dia dele e quanto a mim? Nem “boa noite” eu recebia. Isso me doía muito sabia? – Gisele balançou a cabeça em negativo olhando para Eduarda. – Pois é Gisele, pois saiba disso agora! Só eu sei o que sofri durante aquele tempo. E tem mais. Tudo isso piorou com a morte do Luca, que você dizia ser “culpa minha”. Tá lembrada?

- Eu estava nervosa filha... E, por favor, não me chama de Gisele! Eu sou sua mãe. – Gisele chorava mais ainda e Eduarda continuava séria:

- Mãe? Por que eu chamaria de mãe a mulher que me culpou pela morte do meu próprio irmão? Que durante anos me fez acreditar que eu realmente tinha culpa? Mas você veio me perguntar o que aconteceu naquele dia? É claro que não! Você apenas me julgou. E quer saber mais? Eu realmente deveria ter morrido naquele dia, sabe por quê? Porque antes de o Luca sair, eu ofereci o capacete para ele. Porém ele negou! – Gisele parecia surpresa ao ouvir aquilo.

- Eu não sabia disso Eduarda. Mas, por favor, me escuta! Eu fui embora na busca de tentar ser alguém melhor para você. – Eduarda bufou e ela continuou. – Desde que eu cheguei a Paris minha vida mudou! Eu sentia falta de te ver, de dizer o seu nome, de arrumar o seu quarto quando estava bagunçado e muitas vezes, quando você já estava dormindo, eu ia até você, colocava o cobertor em você e te dava um beijo. Depois abria sua bolsa e via sua agenda, sempre tão organizada e cheia de elogios dos seus professores! Seus cadernos todos lindos, com todos os exercícios feitos. Sim Eduarda, eu me orgulhava de você e me orgulho pela mulher que você se tornou, pelas conquistas que você obteve e por correr atrás das coisas que mais deseja. – nesse momento Eduarda já não continha as lágrimas, mas balançava a cabeça em negativo, até dizer:

- E foi preciso cinco anos para você me dizer tudo isso?

- Eu pensei que você soubesse ou pelo menos me visse dessa maneira filha... Por favor, me perdoa e acredita no que estou dizendo! – Gisele falava e tentava pegar na mão de Eduarda, porém ela soltou. – Eu já perdi um filho e não posso te perder também! Me deixa recuperar o tempo perdido. Me permite ter o momento de mãe que eu preciso ter ao seu lado. Me deixa eu cuidar de você! Entenda uma coisa: apesar de todo mal que eu te fiz, eu nunca vou deixar de ser sua mãe!

- E foi preciso eu ficar doente para você reconhecer isso Gisele? – Eduarda a perguntou e ela ficou sem argumentos, até completar. – Você se lembra da frase que disse para mim né? Que antes tivesse sido eu do que o Luca? Então, isso está perto de acontecer. Eu estou doente e numa situação bem difícil! – Gisele não parava de chorar e nesse momento Eduarda saiu de lá aos prantos também, até ser puxada por Logan, que a abraçou forte.

- Como assim você está doente? O que você tem? Eu te levo ao hospital, eu cuido de você. Vamos... – disse Logan, um pouco nervoso.

- Agora não Logan, por favor! – Eduarda disse, soltando-se de seus braços.

- Por favor, me diz o que você tá sentindo para que eu possa te ajudar. Eu prometo que cuido de você! – nesse momento Eduarda o olhou com os olhos cheios de lágrimas e lhe deu um beijo calmo, mas cheio de amor e com um gostinho de “adeus”, até ela parar o beijo e dizer:

- Eu estou morrendo Logan... Eu tenho leucemia!

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Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.