“Essa aula foi tão chata” Falei assim que saímos da aula de História da Magia com o Prof. Finnickt.

Eu estava toda tensa depois de uma aula como essa.

“Barry que diga” Karen disse apontando com a cabeça para Fletcher que bocejava preguiçosamente. “Você chegou a babar no livro” Falou e Barry deu de ombros.

“Qual é a próxima aula?” Ele pergunta sonolento.

“É aula com aquele idiota do Hagrid” Draco fala com raiva, bufando. “Eu não sei como aquele idiota ainda está aqui”

“E para piorar ainda é com aqueles nojentos da Grifinória” Pansy diz no mesmo tom de Draco.

“Não consigo entender como ele não foi demitido” Blásio diz inconformado. “Sabe, não é muito difícil achar motivos para demiti-lo”

Eu e Karen trocamos olhares, mas não falamos nada. Descemos as escadas e seguimos para fora do castelo, caminhamos em direção a cabana de Hagrid que ficava na orla da Floresta proibida e de longe podíamos ver Hagrid já com os alunos da Grifinória, e por algum motivo a estranha da Lilá Brown e sua amiga que eu não sei diferenciar da irmã estavam olhando para dentro de uma caixa com expressão de nojo.

“Espera, aquilo são...” Blásio falou olhando para o estranho bicho que Hagrid tinha tirado da caixa com horror. Agora eu entendia o porque da expressão da Lila.

As criaturas deviam ser a coisa mais nojenta desse mundo, me agoniava ver Hagrid segurando aquele bicho.

“Explosivins, sim” Karen disse com uma expressão de nojo, e eu não conseguia evitar aquela expressão também.

Os explosivins parecem ser uma espécie de lesmas, só que brancos e nojentos, tinham uma gosma e eram todos deformados.

“Mais essa agora?” Barry gemeu, jogando seus livros na grama.

“Eu me recuso a ter que segurar esse troço” Digo cruzando os braços.

Nos aproximamos mais a tempo de ouvir Hagrid dizer:

“Acabaram de sair da casca” Ele falava orgulhoso. “E por isso vocês vão poder criar os bichinhos pessoalmente!”

“E porque iriamos querer criar essas coisas?” Draco perguntou com a voz fria.

Hagrid e os alunos da Grifinória olharam para Draco e o restante dos alunos da sonserina. E é claro que os alunos da Sonserina trocaram olhares feios com os da Grifinória. Eu já fechei minha cara e encarei Lilá descaradamente fazendo a menina cruzar os braços e desviar o olhar.

“Quero dizer, o que eles fazem?” Continuou Draco. Hagrid ainda não havia respondido e parecia não saber a resposta também. “Para que servem?”

Hagrid abriu a boca, mas depois fechou. Pude ouvir uns risinhos de Crabbe e Goyle e eu revirei os olhos. Eu os odiava.

“Isso é tema para a próxima aula, Malfoy” Disse Hagrid depois de um tempo, com aspereza.

Draco não parecia satisfeito com a resposta e ergueu as sobrancelhas.

“Agora vocês podem ir alimenta-los, tenho fígado de sapo, ovos de formiga e um pedaço de cobra” Hagrid continuou. Fígado de sapo? “Experimentem um pouquinho de cada”

Tanto os alunos da Sonserina quanto os da Grifinória se entreolharam com expressões de nojo. Relutantemente me agachei e observei os explosivins que deviam ter uns 15 ou 20 centímetros rastejarem em cima do outro.

“Eu realmente odeio essa aula” Falo irritada. “Essa droga não serve pra nada, apenas alimentamos animais estranhos que Hagrid encontra jogados por aí”

“Se pelo menos eles fossem úteis” Blásio concorda comigo.

“Essa aula fica cada vez mais ridícula” Draco falava enquanto pegava sem nojo um pedaço de fígado de sapo.

“Essas coisas tem boca por acaso?” Disse Barry cerrando os olhos para os explosivins.

“Acho que um deles tentou me morder” Pansy disse recuando sua mão.

Continuamos tentando alimentar os explosivins, mas eu não tinha certeza se eles estavam comendo. Passado uns dez minutos alimentando aquelas coisas escutamos um barulho, como uma pequena explosão.

“AÍ!” Era Dino, da Grifinória. “A cauda dele explodiu na minha mão” Disse com raiva, mostrando a queimadura na mão.

“Oh, isso acontece” Explicou Hagrid balançando a cabeça. Dino o lançou um olhar indignado, mas não falou nada.

“AAAH!” Exclamou Lila. “Hagrid, que coisa é essa na ponta?”

Hagrid foi até ela e disse animado:

“Alguns tem espinhos, os machos eu presumo...” Ele fala e eu tiro minhas mãos rapidamente de dentro da caixa, com medo. Outras pessoas fazem o mesmo. “As fêmeas tem um sugador na barriga pra sugar sangue... Eu acho”

Ele se vira e nos manda de volta ao ‘trabalho’. Troco olhares com meus amigos e continuamos fazendo a tarefa tentando não reclamar, mas era quase impossível.

“Que é que você ta fazendo?” Disse Blásio lançando um olhar estranho para Pansy que tinha um explosivin na palma de sua mão e acariciava ele com as pontas dos dedos.

“Que é? Eles são fofos” Ela disse e eu estremeci.

“Fofos? Essa definitivamente é a última palavra que define eles” Karen fala;

“Deus, essas coisas são tão nojentas” Falei encarando os bichos, não querendo tocar neles novamente.

“Sem nojo, srta. CampBell” Hagrid disse e eu revirei os olhos, voltando a alimentar os explosivins.

“Agora eu entendi porque estamos tentando manter esses bichos vivos” Draco falou sarcasticamente em voz alta para que todos pudessem escutar. “Quem não vai querer um animal de estimação que pode queimar, morder, picar e sugar sangue?”

“Só porque não são bonitos não quer dizer que não são úteis” Respondeu Hermione. “Sangue de dragão é uma coisa assombrosamente mágica, mas tenho certeza que você não vai querer como bicho de estimação, não é mesmo?”

Potter e Weasley sorriram para a amiga e os alunos da Sonserina reviraram os olhos.

“Então me diga como os explosivins podem ser úteis?” Karen falou com uma sobrancelha erguida ameaçadoramente para Hermione.

Hermione abriu e fechou a boca várias vezes, mas nenhum saiu. Eu sei que ela só disse aquilo pra calar a boca de Draco, mas todos ali sabiam que aqueles explosivins não tinham finalidade nenhuma. Meus amigos lançaram olhares orgulhosos para Karen.

A aula acabou e eu não pude ficar mais aliviada de ficar longe daqueles bichos nojentos.

“Pensei que teríamos algo mais interessante” Comentou Zabini estendendo minha bolsa.

“Obrigada” Peguei a bolsa e pendurei no meu ombro. “Eu também, mas acho que pela confusão com o hipogrifo ano passado Dumbledore tenha pedido para trazer animais menos perigosos...”

“Pode ser” Blásio deu de ombros e começamos a caminha para o castelo, minha barriga roncava de fome.

Nos sentamos na mesa da Sonserina e me servi com macarrão e molho branco.

“Qual é a próxima aula?” Quis saber Pansy.

“Herbologia” Respondeu Barry “Ouvi os alunos da Lufa Lufa falando que eles tiveram que extrair pus ou alguma coisa do tipo”

“Que ótimo dia, primeiro explosivins e agora pus” Falei sarcasticamente.

“Prefiro extrair pus do que ter outra aula de História da Magia” Disse Zabini. “Eu quase fiz que nem o Fletcher e dormi na aula”

“Foi uma boa soneca” Barry fala enchendo seu prato de comida.

Terminamos de comer e seguimos para fora do castelo novamente, dessa vez para a estufa. Barry estava certo, a prof. Sprout nos mandou espremer as bubotúberas (uma planta estranha e feia, pareciam mais com lesmas pretas e gordas do que uma planta) e recolher o pus. Era nojento, mas ao mesmo tempo prazeroso.

Quando a aula acabou tínhamos um tempo livre até o jantar, então fomos para uma para o pátio aproveitar um pouco do sol. Os meninos estavam encostados na enorme árvore que tinha ali e conversavam sobre algo, provavelmente sobre o Torneio Tribuxo. Estava sentada no banco junto com Karen e Pansy.

“Hm, amanhã temos Transformação no primeiro período” Falei analisando nosso horário de aulas.

“Com quem¿” Pansy perguntou se expreguiçando.

“Corvinal” respondo. “Adivinhação, aula dupla de poções e... Oh, Defesa contra as artes das trevas”

“Estou curiosa para saber como vai ser ter Moody como professor” Karen fala.

“Não sei, Blásio disse que ele é meio pirado” Falo guardando meu horário na bolsa. “Mas acho que vai ser interessante”

“O que está acontecendo ali?” Pansy que até então estava com um olhar distante falou apontando para o outro lado do pátio.

Tinham vários alunos agitados com alguma coisa que estava acontecendo.

“Vamos lá” Karen murmurou colocando sua bolsa em seu ombro e se levantando. Pansy e eu a seguimos e nos aproximamos do local.

Tinham alunos de todas as casas em volta de Rony e Draco fazendo um circulo gigante. Harry estava ao lado de Rony, os dois olhavam para Malfoy com raiva. Draco não estava sozinho, tinha Crabbe e Goyle ao seu lado e Zabini e Barry também estavam com ele.

“Mas o que está acontecendo aqui...” Karen murmurou com o cenho franzido.

“Eu não faço ideia, mas sei que não é coisa boa” Falo me aproximando de Barry e Zabini, os dois me olharam e suspiraram.

“É a matéria sobre os pais do Weasley” Barry sussurrou ao perceber meu olhar de confusão.

Rony que estava prestes a dar um ataque lançou um olhar de ódio para mim e para as meninas também. Hermione estava atrás dele e de Harry irritada, claramente querendo arrastar os amigos dali.

Draco, que nem tinha percebido nossa chegada, continuou falando.

“E tem uma foto, Weasley!” Draco virou o jornal para que todos vissem a foto dos pais de Rony estampada no jornal do Profeta Diário. “Uma foto de seus pais à porta de casa, se é que posso chamar isso de casa! Sua mãe bem que podia perder uns quilinhos, não acha?”

Mordi o lábio nervosa. Eu odeio quando Draco age como um babaca desse jeito.

“Draco” Digo séria.

Ele me olha e da um sorriso debochado.

“Se manda, Malfoy” Disse Harry irritado e colocou a mão no ombro do amigo. “Vamos, Rony...”

Ele puxa Rony pelo ombro e quando os dois começam a ir embora Draco volta a falar.

“Você esteve visitando a família Weasley, não foi, Potter?” Zombou “Me diga, ela parece mesmo uma porca ou é só efeito da foto?”

Muitas pessoas que estavam assistindo soltam risadas abafadas, outras só encaram a situação toda com os olhos arregalados. Eu olho para Draco sem acreditar que ele tinha dito aquilo e olho para meus amigos. Pansy está com um sorrisinho cínico no rosto; Barry e Zabini apenas encaram Weasley e Potter sérios; Karen está com a expressão neutra, sei que ela sabe muito bem disfarçar o que está pensando.

Nos encaramos por um tempo e voltamos a olhar para frente.

“E você já olhou para a sua mãe, Malfoy? Ela parece estar sempre com aquela expressão que tem bosta em baixo do nariz” Harry rebateu irritado. “Ela sempre teve aquela cara ou era só porque você estava por perto?”

Muitos alunos soltaram um ‘uuuuh’. Draco olhou em volta, vermelho raiva. Rapidamente ele saca sua varinha.

“Como se atreve, seu...” Ele ergue sua varinha ao mesmo tempo que Potter.

“Draco, não!” Grito indo em sua direção antes que algum deles lançassem algum feitiço. Rony e Potter estavam prestes a atacarem, Hermione é mais rápida e segura Rony pelo peito.

E então foi tudo muito rápido. Em um segundo as pessoas estavam se afastando preparadas para ver um possível duelo enquanto eu estava prestes a segurar Draco e então o professor Moody aparece berrando alguma coisa e BANG! Uma doninha branca aparece exatamente no lugar onde Draco estava e o professor Moody está a fazendo quicar com a varinha.

Eu paro no mesmo lugar que estava e encaro a doninha correr desesperada para um lado e para o outro.

“Que...” sussurro sem entender absolutamente nada.

O pátio inteiro estava em um profundo silêncio aterrorizante. Apenas professor Moody se mexia, fazendo com que a doninha voasse cada vez mais alta.

“O que...” Hermione deixou escapar, ela ainda segurava Wealey pelo peito mesmo que não fosse necessário já que o ruivo estava parado com uma expressão confusa, semelhante a expressão de Hermione.

Eu mesma não tinha entendido o que tinha acontecido, mas supunha que a doninha era... Draco. Eu olho para meus amigos assustada e eles não estão muito diferentes de mim.

Moody começa a balançar sua varinha fazendo a doninha voar. Ele sacode a doninha de um lado para o outro, a virando de cabeça para baixo. Ele brigava com a doninha e eu ainda estava totalmente chocada, dou uns passos para trás sem nem saber o que pensar.

“Prof. Moody!” chamou uma voz chocada.

Os alunos abriram uma passagem para a prof. Minerva passar. Ela vinha com uma expressão tão chocada quanto dos alunos.

“Oh, olá!” Moody cumprimentou a prof.McGonagall calmamente, e continuou a quicar a doninha sem olhar para a professora.

“O que está fazendo?” Ela perguntou olhando para a doninha que estava no ar.

“Ensinando”

“Ensinando...?” A professora repetiu, confusa e então seus olhos arregalaram. “Isso é um aluno?” Ela gritou a última parte.

“É”

Ela pegou sua varinha e apontou para a doninha e em um segundo Draco caiu no chão de uma altura relativamente alta, seus cabelos loiros estavam bagunçados e seu rosto estava mais pálido que o normal. Pansy guinchou e correu até ele, se agachando ao seu lado.

“Caralho...” Blásio fala de olhos arregalados.

“Você está bem?” Ela perguntou ajudando-o a se sentar.

“Nós nunca usamos transformações como castigos!” Disse a professora irritada, ela parecia que iria explodir. “Certamente, Dumbledore lhe disse isso”

“É, talvez ela tenha mencionado isso” Moody murmurou coçando o queixo. “Mas achei que um bom choque...”

“Usamos detenção!” Disse a prof. Minerva com a voz exasperada.

“É, irei usar isso da próxima vez” Moody resmungou, não parecia nem um pouco arrependido do seu feito.

Draco, que estava mais pálido que o normal, estava sentado na grama zonzo, seus olhos lacrimejavam de dor e humilhação. Pansy estava ao lado dele, passando a mão em suas costas e soltando alguns comentários envolvendo o apelido “Draquinho”.

“Srta. Parkisson leve o Sr. Malfoy a enfermaria” A prof. McGonagall disse para Pansy que assentiu com a cabeça e ajudou Draco a e levantar, o levando para a ala hospitalar. “Espero que isso não volte a acontecer” Ela disse aborrecida para Moody e saiu do pátio com sua capa esvoaçando atrás dela.

Prof. Moody enfiou a mão no bolso do enorme casaco desgastado que usava e tirou o mesmo frasco que ele carregava para todos os lugares, deu um enorme gole no conteúdo que tinha dentro e depois saiu normalmente, deixando os alunos parados, ainda boquiabertos. Ninguém tinha se movido.

Harry, Rony e Hermione estão estáticos.

Eu não sei porque, mas eu sinto uma enorme vontade de soltar uma gargalhada. Parte de mim está histérica e a outra parte está rindo de nervoso.

“Mas que porra...” Barry falou alto, sem piscar.

“Isso não deveria ser engraçado... Certo?” Blásio sussurrou, mas todos puderam ouvir.

Tentei conter uma gargalhada, mas não deu muito certo, eu engasguei e comecei a ter um acesso de tosse misturado com risos.

Atrás de mim, Karen começa a rir junto comigo. Ficamos só nós duas rindo histericamente, com todos olhando para nós como se fossemos loucas.

Eu tento conter minha risada, mas não da muito certo. Meu rosto está todo vermelho. E então Potter começa a rir e logo Rony e Hermione se juntam a ele e começam a rir. E então, o pátio inteiro explodiu em gargalhadas extremamente altas. Lufanos, Corvinos, Grifinórios e até Sonserinos estavam rindo do ocorrido.

“Ele vai nos matar se soubermos que estamos rindo dele” Blásio gargalha alto, ele estava rindo tanto que escorria lagrimas pelo seu rosto.

Barry estava jogado no chão, rolando de tanto rir. Eu estava rindo me apoiando em Karen, eu tentava parar de rir e respirar fundo, mas era impossível!

“Isso vai ser um dia que vamos nos lembrar para sempre” Digo risonha e olho para todos no pátio.

Tinham pessoas que assim como Barry estavam jogados no chão rindo sem parar; Todos estavam rindo tanto que ficavam vermelhos. Olho para o trio do outro lado do pátio, Hermione estava com uma mão no ombro de Harry e outra no peito, rindo sem parar. Potter e Weasley choravam de tanto rir.

Limpo o canto dos meus olhos, ainda dando risadas e dou um sorriso. Foi um bom dia.