They just don't know you - Draco Malfoy

Capítulo Cinco - As três maldições imperdoáveis


Hoje acordei mais disposta que o normal, e posso afirmar que não era a única estar animada assim logo de manhã. Os alunos do quarto ano só sabiam falar de uma coisa nesse café da manhã: nossa primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas com Moody.

Nem mesmo a aula ser com a Grifinória fez com que os alunos da Sonserina se deixassem chatear, estavam todos muito ocupados imaginando nosso professor. Ele já viu de tudo, e é por isso que eu estou tão ansiosa para ter aulas com ele. Eu nem consigo imaginar o que ele vai nos mostrar em sala. Ontem perguntei a alguns alunos do quinto ano como que era as aulas de Moody, e eles me responderam com um misto de animação e terror na voz que foram a melhor aula que eles já tiveram na vida.

O episodio da doninha com Draco também faz com que todos fiquem ainda mais ansiosos, vendo que o professor é realmente biruta como todos falam. Draco pode não ter falado nada, mas ele estava receoso em ter a aula com o novo professor. Ninguém tocou no assunto da doninha mais... Bem, não na frente dele.

Já era o terceiro período e ninguém se atrasou para chegar na sala de DCAT. Alunos da Grifinória e Sonserina conversavam animados enquanto aguardávamos Moody, a nossa ansiedade é notável. Estava sentada ao lado de Draco, Barry e Zabini estavam na nossa frente, virados para nós. E como sempre, Draco estava reclamando.


"Eu não os suporto” Cuspiu Draco olhando com nojo ao seu redor, repleto de alunos da Grifinória.

“Você não para de repetir isso” Barry bufou, cansado das reclamações constantes de Draco. “Você não pode simplesmente ignora-los? Eles nem estão fazendo nada para irrita-lo”

Olhei para Draco com as sobrancelha arqueada, mostrando que concordava com cada palavra que Barry dissera e ele revirou os olhos.

“Eles não precisam fazer nada, só a presença deles já me irrita” Draco disse ainda com a expressão de nojo presente no seu rosto.

“Deus, porque eu me sentei com você?” Digo em relação de divirdimos a mesa. “Ei, Pansy” Me viro e chamo Pansy, que dividia a mesa com Karen. “Quer trocar de lugar comigo?” Pergunto e ignoro a exclamação de indignação de Draco. Os olhos de Pansy brilharam e um sorriso quase doentio surgiu no seu rosto, ela balançou a cabeça freneticamente dizendo sim. É óbvio que ela aceitaria.

Karen revira os olhos.

Draco protestou novamente, mas infelizmente antes que eu e Pansy pudéssemos sequer nos levantar de nossas cadeiras a porta da sala é aberta com brutaliade e o professor Moody entra, mancando e resmugando. Todos os alunos paparam de falar na mesma hora e se endireitam na cadeira, observando o novo professor ir até a frente da sala com passos duros.

"Sou o professor Alastor Moody, ex auror e agora o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas" Falou enquanto escrevia seu nome no enorme quadro negro, de forma desajeitada. "Estou aqui porque Dumbledore me pediu, ponto final. Alguma pergunta?" Ele se virou para encarar a classe pela primeira vez.


A sala ficou em silêncio. Troco olhares rápidos com Draco e volto a encarar o professor.

"Ótimo. Quando se trata das artes das trevas, eu acredito que precisa de uma abordagem pratica, mas antes... Alguém sabe me dizer algo sobre as maldições imperdoáveis?" Falava enquanto andava pela sala, seu olho mecânico perambulava de um lado para o outro me causando arrepios.

"Existem três maldições imperdoáveis" A voz de Hermione ecoou pela sala depois de um tempo. "Elas se chamam assim porque se forem usadas..."

"Você ganha uma passagem só de ida para Azkaban. Correto!" Moody a cortou "O ministério diz que são jovens demais para entender das maldições, eu penso diferente" Bateu na mesa, fazendo Lilá dar um pulinho na cadeira. "Precisam saber o que vão enfrentar! Precisam estar preparados!" Ele quase gritava. Acho que posso falar por todos, que ao mesmo tempo que ele dava medo ele nos deixava mais ansiosos. "E senhor Finnigam pare de grudar o chiclete debaixo da carteira!" Ele grita.

Todos se viraram para Simas, que realmente estava colocando o chiclete debaixo da carteira. Ele olha em volta sem graça e se endireita na cadeira.

"O velhote pode ver por trás da cabeça!" Simas murmurou, não muito baixo, para Dino que estava sentado ao lado dele.

"E eu também posso ouvir!" Moody pegou um livro que estava em cima de sua mesa e jogou na direção de Simas, que por pouco não o acertou. Simas, assim como todos da classe icluindo eu, olharam para Moody de olhos arregalados. Um professor nunca fizera algo do tipo conosco. A não ser Snape que era... Hm, bruto.

“Agora sabemos porque o Ministério o afastou” Draco sussurrou no meu ouvido. Cutuquei ele com meu cotovelo, com medo de algum livro voar em nossa direção ou de aparecer uma doninha do meu lado.

"De qual maldição falaremos primeiro, hein?" Moody continuava andando de um lado para o outro. "Sr. Weasley!" Gritou fazendo o ruivo pular da cadeira "Me fale o nome de uma maldição!"

"E-eu... É, conheço a maldição Imperius” Weasley falou nervoso. Suas orelhas estavam vermelhas.


"Ah sim, essa deu muito trabalho pro ministério" Se virou e foi até sua mesa abrindo um pote, tirando uma aranha de lá. "Engordio" apontou sua varinha para a aranha que aumentou de tamanho, ficando do tamanho da mão de Moody. "Imperio!"

Ele fez a aranha voar até à mesa dos alunos da primeira fileira, os fazendo guinchar e se afastar das mesas. Os outros alunos começaram a rir.

"Não se preocupem, é apenas uma aranhinha" Disse o professor com um sorriso sarcástico e fez a aranha ir parar na cabeça de Crabbe que parou de rir imediatamente e começou a bater na sua cabeça tentando tirar a aranha.

Eu ri ainda mais vendo o desespero de Crabbe. A aranha voava de aluno em aluno, agora estava em Patil que ficou branca quando a aranha começou a andar pelo seu braço. Era engraçado ver o desespero dos outros, a sala inteira ria.

"E se eu fizer ela picar algum de vocês?" Ele jogou a aranha na mesa onde eu estava, fazendo eu e Draco pararmos de rir imediatamente e nos afastar da mesa. O professor Moody ria como se fosse a coisa mais engraçada do mundo, ele parecia um psicopata. "A picada é fatal" Colocou a aranha na cabeça do Weasley, que todos sabiam que tinha um pavor absurdo de aranha desde a aula de DCAT no terceiro ano quando o professor Lupin nos fez encarar nossos piores pesadelos com o bicho papão. Weasley ficou branco e se contorcia ao sentir as patas da aranha em sua cabeça. "O que eu a mando fazer agora?”

Ele fala de calma de forma calma agora. Ele tirou a aranha da cabeça do Weasley que respirou aliviado e fez a aranha ir até a janela.

“Pular da janela?" A aranha voava pelo ar lentamente "Se afogar?" Colocou ela em cima de um balde cheio d'Água que estava ao meu lado. Eu podia ver a aranha se mexer desesperada, tentando sair de perto do balde.

Aquela cena fez minha garganta fechar, ver a aranha se remexer desesperada me deixa enojada. Para o meu alívio o professor a tirou de perto da água e a colocou na palma da sua mão.

"Muitos bruxos e bruxas falaram que só atendia os comandos de Você Sabe Quem por estarem sob essa maldição, mas tem um detalhe..." Ele falava acariciando a aranha "Como descobrir os mentirosos?" Olhou para Longbottom que engoliu seco. "Me fale outra maldição, garoto"

Neville baixou o olhar e hesitou por um tempo.

"Maldição Cruciatus" Neville sussurrou e abaixou a cabeça.

"Correto! Essa é bem desconfortável" Moody colocou a aranha em cima da mesa onde Longbottom estava. "Crucio!"

A aranha começou a guinchar e se contorcer, para a minha infelicidade a mesa de Longbottom ficava ao lado da minha então eu conseguia enxergar tudo perfeitamente. Virei minha cabeça pro lado, sem conseguir assistir, os guinchos desesperados da aranha faziam minha cabeça doer, eu sentia minha garganta fechar e meu estômago embrulhar.

"Ei, você tá bem?" Escutei Draco sussurrar e eu balancei a cabeça, sem conseguir responder.

Ele colocou sua mão em cima da minha por baixo da mesa e só ai eu percebia que eu apertava a barra da minha saia com força.

“Você não me parece bem” Escutei a censura em sua voz e ele apertou minha mão. Eu balancei a cabeça novamente, não sabia dizer exatamente o que eu queria dizer, eu só não consigo pensar nada agora. Tudo a minha volta parece girar e as vozes pareciam estar tão longe.

Minha cabeça explodia de dor, meu corpo parecia ter ficado super quente, mas eu estava com frio. Sinto que vou desmaiar a qualquer momento.

"CampBell! Eu quero que você olhe" Moody gritou, e dessa vez a voz não parecia distante. Automaticamente minha cabeça se virou para a aranha guinchando. Eu queria fechar os olhos, mas não conseguia.

Quero fugir daqui. Sair correndo para qualquer lugar. Mas é como se eu estivesse congelada nessa posição.

Eu não conseguia sequer desviar o meu olhar.

"PARE! Não está vendo que eles estão passando mal?" Hermione gritou, mas isso não adiantou muita coisa; a aranha começou a guinchar ainda mais alto e eu arfei fazendo Draco apertar minha mão mais forte ainda.

A aranha espernava em cima da mesa me fazendo querer me contorcer, minhas mãos estão suando e minha cabeça doi como nunca, meu coração está a mil e eu sinto um bolo na minha garganta.

E então a aranha finalmente parou de guinchar.

Soltei o ar pela boca, aliviada e respirei normalmente, me recuperando. Eu não sabia o porquê de ter ficado desse jeito ou o porquê de não conseguir desviar o olhar da aranha, mas estou aliviada de tudo ter acabado. E só ai noto os olhares preocupados de Blásio, Barry e Draco.

Moody pegou a aranha na mão e calmamente caminhou na minha direção.

"Srta CampBell, saberia me dizer algumas informações sobre a última maldição?" Perguntou calmamente, segurando a aranha na altura do meu rosto.

Ele colocou a aranha, que estava toda mole e cansada, na mesa onde eu estava, bem na minha frente. Dessa vez eu não me afastei.

Engoli seco e falei em alto e bom som:

“É a maldição da morte.” Comecei. “Ninguém nunca sobreviveu a ela, exceto por... Harry Potter” Falei, hesitando em dizer o nome de Harry. Eu não queria de alguma forma constrange-lo, ou faze-lo ficar desconfortável ou algo do genêro.

“Exato” Moody falou lentamente desviando o olhar de mim e olhando para Harry por um momento. “E qual é o nome dessa maldição?” ele olhou para mim de novo, e apontou a varinha para a aranha que estava na minha frente.

Senti todo o ar dos meus pulmões sumir. Procurei a mão de Draco por de baixo da mesa e a segurei forte.

“Avada Kedrava”

E então um raio verde saiu da varinha de Moody e acertou a aranha em cheio, fazendo-a cair morta.