These Days

Namoro ou amizade?


O tempo parecia não passar nunca, eu estava sentado no banco, ainda eram 17h30, tinha uma hora que eu estava sozinho esperando. Eu não tinha celular, não podia nem ficar ouvindo música ou na internet pra passar o tempo. Eu fiquei pensando, e pensando. Por um tempinho a tia do corredor passou lá por baixo e ficou de papo comigo. Foi legal até, ela trabalha na escola há mais de dez anos, me contou algumas histórias engraçadas. Mas logo se despediu, disse que o horário de bater o sinal se aproximava, e ela precisava ficar no corredor pra manter a ordem.

Alguns minutos depois e o sinal bateu, Bruna ainda demorou aparecer no meio daquela multidão que tentava passar por uma porta pequena para sair do prédio, ela me olhou e fez um cara de surpresa que eu estava esperando. Já estava escuro.

▬ Achei que tinha ido embora? - Ela perguntava enquanto eu levantava.
▬ Eu disse que esperaria pô.
▬ É que a Ju subiu atrasada, e disse que encontrou o Eduardo e ele falou que tinha sido dispensado. Achei que tinha ido embora. - Ela me olhava com aquele mini sorriso no rosto.
▬ Pois é, mas eu queria esperar você, disse que queria me contar algo, se não fosse importante, tu deixaria pra contar pelo MSN. - Ajeitei minha mochila, e começamos a andar para a saída.
▬ Sim, eu quero. - Ela me olhou e continuou andando.

Após sairmos da escola, andamos mais um pouco, quando passamos do ponto, ontem tinha muito movimento do pessoal da escola, ela começou a falar.

▬ Tô pensando em namorar. - Ela me olhou rápido e continuou andando, andávamos devagar.
▬ Hmmm, Mas namorar por que, Você não tá apaixonada por ninguém, ou tá? - Eu juro que não estava com ciúmes, ainda. Só meio surpreso
▬ Não! não tô. É que sei lá né, todas as minhas amigas namoram, sou a única solteira, é chato ir em festinhas de família e amigos com elas, e ser a única sozinha.
▬ Então quer namorar pra não ficar sozinha em festas? - Eu queria ri.
▬ Não Henriqueeeee, o Yuri veio com uns papinhos de querer algo sério comigo, e eu gostei da ideia. - PRONTO! Era isso que faltava para o ciúmes vim, na hora me subiu algo, eu juro que iria falar, mas apenas respirei fundo, acho que ela percebeu.
▬ Hmmm, Então tá me contando isso pessoalmente e não no MSN por quê? Não acho que seja tão importante assim. - Yes, eu fui grosso, e me arrependi depois.
▬ Nossa, você é a primeira pessoa que eu estou contando, nem pro Eduardo eu falei nada, só contei também por quê tu ficou boladinho quando viu meu subnick com a letra dele, e talvez posso por outra coisa mais "fofinha & gay" pra ele. - Ela sempre tinha um jeito de falar engraçado, tudo no diminutivo e etc.
▬ Então tá me falando pra eu não "surtar" com você quando entrar mais tarde? - Eu não tinha mais paciência, estava morrendo de ciúmes por dentro.
▬ É Henriqueeee! foi exatamente isso! - Ela se irritou, e já estávamos na praça.
▬ Então não precisava falar, pois eu não me importo com quem você namora ou deixa de namorar - Estávamos parado, e ela ia falar algo, eu senti isso, então soltei a última frase. ▬ Pois nenhum deles, sou eu. - Ela me olhou nos olhos, pareceu balançar com ela essa frase, seu olhar mudou, não era mais aquele olhar penetrante, porém, a raiva e o ciúmes me consumia, eu simplesmente abaixei o rosto e seguir em frente.

Atravessei a rua, e de rabo de olho fingindo está olhando se tinha algum carro passando, a olhei, ela estava parada, de costas pra mim. Me senti mal por ter falado aquilo. Pensei em voltar mas não sabia o que falar. Então pensei em só abraça-la forte. Olhei para trás novamente, Bruna já estava não estava mais na praça, estava andando por aquela rua bem longa, estava com passos bem depressa. Eu realmente me lamentei por aquilo e fui para casa.

Não tinha coragem de entrar no MSN, a sorte que quando liguei o monitor, meu MSN tinha caído, então fiquei navegando por um tempo. Ainda fui tomar banho e jantar. Então entrei, e a procurei pela lista de contato e ela estava offline. Então me toquei que preferia que ela estive online com qualquer subnick, do que offline. Me senti a pior pessoa do mundo. Eu não tinha separado as coisas, Bruna me via como um amigo, talvez o seu melhor amigo. Apesar da amizade de anos com o Eduardo, atualmente eu era a pessoa mais próxima dela. Porém, eu estava apaixonado, completamente apaixonado. Mas aquilo significava alguma coisa, significava que eu tinha que terminar isso, enterrar esse amor. Jamais seria correspondido. E assim tomei uma decisão...