I must venture back to apologize from somewhere far beyond the grave

Basicamente tudo que nos é contado, desde o princípio, é sustentado em uma mentira. Pós-vida, salvação e o preço dos pecados, isso não existe. Se você faz algo aqui, terá que pagar e acredite, mais cedo ou mais tarde, um preço é atribuído.

No fim sempre há um preço.

Mas seríamos nós, ou no caso, eu, quem deveria decretar a sentença pelos erros de outra pessoa? Certa vez alguém me dissera que os erros cometidos “nesta vida” não devem ser julgados neste mundo. É surpreendente ver que ainda existem pessoas que se deixam levar por conversas desse tipo.

No final, ir embora não se tornou uma decisão tão difícil de aceitar. Pela primeira vez em minha vida eu sentia que tudo que acontecia comigo era somente consequência das minhas ações e não de qualquer outra pessoa.

Aos poucos eu estava conseguindo me fixar. Uma semana depois de ter deixado Huntington Beach, uma boa quantia em dinheiro aparecera na conta bancária de Rachel Lee e eu sabia que aquilo se tratava de Vernet. Apesar disso, eu andava economizando bastante, morava em um apartamento alugado e comecei a trabalhar em uma agência de advocacia que ainda estava dando seus primeiros passos. Continuava falando frequentemente com os amigos que deixei para trás e saber que estava tudo bem já era o suficiente.

Estava totalmente sozinha naquela cidade que eu nunca pisara antes, porém não me sentia solitária. Sabia que havia um lugar para onde eu poderia voltar e para falar a verdade... Voltei.

Ao completar um ano trabalhando na agência, resolvi fazer uma viagem de volta à minha casa e foi nessa viagem que eu visitei o túmulo de minha mãe pela primeira vez. Deixei umas flores e retornei sem que ninguém notasse minha ausência ou presença.

Em minha distração acabei deixando o produto que eu analisava cair de minhas mãos. Afastei o carrinho de compras e me abaixei para pegar. Ao levantar os olhos mais uma vez notei alguém se aproximando com seu carrinho preguiçosamente. Ele não olhava em minha direção, somente analisava os produtos das prateleiras, por isso acabou chocando seu carrinho contra o meu.

- Me desculpe, eu não vi você aí...

No primeiro momento eu já tinha a convicção de quem se tratava e agora que ele estava ainda mais perto era assustador ter seus olhos fixados em mim mais uma vez.

- Não tem problema.

- Meu nome é Simon.

Ele estendeu a mão e eu apertei.

- Rachel.

Não sabia prever de quanto tempo ele precisaria para descobrir a verdade, mas naquele momento isso não importava.

Não havia dúvidas de que eu estava tendo uma segunda chance para fazer a coisa certa

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.