The mine word: Fire Gates.

Capítulo 5: Proposta repentina.


Visão da Hedyps:

Depois de ter aquela pequena conversa com a Pompo e de ela ter dado um tapa na minha cara eu cheguei à conclusão de que eu realmente gosto do Skel. Eu passei a noite em claro apenas olhando para a parede e ouvindo os roncos da Pheal enquanto pensava em todas essas questões.

—Acho que vou tomar um ar. –Digo em um tom baixo.

Eu levanto da cama e saio do quarto. A casa está tão silenciosa a essa hora da manhã que parece que apenas eu estou vivendo aqui.

Eu escuto o barulho de uma porta se abrindo e isso me tira do meu transe. –Oque você está fazendo aí parada? Devia voltar a dormir. –Disse Skel saindo do quarto esfregando suas costas e com seus cabelos brancos todos bagunçados.

—E-Eu não estou com sono... Mas e você? Por que está acordado tão cedo?

—A Kabi ficou me apertando a noite inteira e agora as minhas costas estão dormentes de frio. Talvez não tenha sido uma boa ideia eu ter dividido a cama com ela. –Disse ele ainda esfregando suas costas.

—Você poderia ter dividido comigo... –Digo meio de lado.

—Oque?

—Nada! Nada não. Oque você planeja fazer hoje? –Pergunto.

—A Rhoku disse que precisa falar com o Steve agora de manhã então eu tinha pensado em ir ver como está indo o treinamento dos soldados.

—Posso ir com você? Não é como se eu tivesse muuuuita coisa pra fazer por aqui.

—Claro. Seria legar ter você lá.

—V-Você não está bravo por ontem? –Pergunto apenas por curiosidade.

—Bem...Eu acho que você tem mais motivos para ficar brava do que eu. Não que eu não te ache atraente ou coisa do tipo...

Sua pele naturalmente pálida adquiriu um leve tom avermelhado. –Você ainda sente alguma coisa por mim? –Pergunto meio envergonhada.

—Eu nunca deixei de sentir. Eu só achei que a hora não fosse adequada para isso.

—Agora... É um bom momento...? –Digo me aproximando dele lentamente.

—Talvez... Mas a gente deveria... Ir devagar...

Eu me apoio em seu peito e aproximo meu rosto do dele. Eu o olho nos olhos e percebo o seu nervosismo e excitação. –Vamos apenas... Ignorar isso... –Nossos lábios se juntaram e deram inicio a uma das melhores experiências que eu já tive. Ele passou seus braços por detrás de mim e eu segurei em seus ombros enquanto o beijo acontecia. Minha cabeça não parava de girar e eu já estava ficando sem fôlego.

Nós nos separamos rapidamente para respirar. –Você está bem? –Perguntou ele.

—Estou ótima. –Disse com uma voz de cansada.

—Eu posso inventar alguma coisa para tirar a Kabi do quarto. Teríamos ele todo só para nós. –Disse ele levantando o meu queixo com os dedos.

Eu coloco meu dedo indicador sobre seus lábios. –É muito cedo pra fazermos isso. –Eu abaixo o meu braço e encosto a minha cabeça no seu pescoço. –Vamos esperar tudo isso acabar e então nós poderemos ficar juntos.

—Tudo bem. Se for isso que você quer eu não vou discutir. –Disse ele acariciando a minha cabeça.

A Pompo tinha razão, se eu gosto dele então o resto não deve e não vai importar pra mim. Aquele foi um momento mágico e eu queria que ele durasse para sempre. Mas como tudo na vida ele também teve um fim.

—Oi! Tem alguém aí? –Gritava Rhoku enquanto batida na porta.

Skel foi até a porta e a deixou entrar. Ela usava um vestido preto bem simples que cobria quase todo seu corpo com exceção dos braços e das canelas. –Por que você veio tão cedo? –Perguntou Skel.

—Eu tinha que vir cedo para ter tempo de preparar o Steve para a missão. Cadê ele?

—Dormindo.

—Vá até lá acordar ele.

—Tenho medo do que eu posso encontrar naquele quarto. Caso não saiba ele está dividindo ele com a Pompo.

—Eu não sabia. Então eles...

—Não faço ideia e não quero descobrir tão cedo.

—Eu vou lá então. –Digo. –Eu abro a porta lentamente e chamo por seu nome. –Steve! Steve!

—O-Oque foi? –Pergunta ele com voz de sono.

—A Rhoku veio buscar você para a missão.

—Certo! Certo! Fala que eu já vou.

Eu fecho a porta. –Oque ele disse? –Perguntou Rhoku.

—Disse que já vem.

—Você viu alguma coisa? –Perguntou Skel.

—Achei que você não quisesse descobrir isso “tão cedo”. Mas eu não vi nada, pois estava muito escuro.

Ele me olhou com uma cara de desconfiado por alguns segundos e se sentou no braço do sofá onde o Sekka estava dormindo. Ficamos um tempo esperando até que o Steve saiu do quarto. Ele fechou a porta calmamente e sussurrou algo para a Pompo.

—Já estou saindo, Rhoku. –Disse Steve. Ele caminhou até o Skel. –Depois você explica a situação para a Pompo.

—Você não falou com ela? –Perguntou Skel.

—Ela me mandou calar a boca pra ela poder dormir. –Disse ele com uma cara meio pra baixo.

Nós rimos dele durante um tempo até que ele saiu com a Rhoku. –Esses dois são um casal e tanto. –Disse Skel.

—Eu posso te pedir um favor, Skel? –Perguntou Sekka.

—Oque?

—Me deixa dormir, droga! –Após gritar isso ele chutou o Skel do sofá.

Depois de rir um pouco do Skel eu o ajudei a se levantar e fui ao meu quarto trocar de roupa. Retiro minha camisola e coloco minha camisa cinza escura, minha calça de moletom e meu macacão de mineradora e saio do quarto.

Ao sair eu encontro o Skel em frente à porta de seu quarto. Ele veste a sua calça cinza de sempre junto de uma camisa branca que ele ainda não havia usado. Tão pouca roupa e ainda assim ele está muito bem vestido, será coisa minha?

—Vamos? –Perguntou ele ao notar que eu o estava encarando.

—C-Claro! –Digo agarrando seu braço e sorrindo pra ele.

Nós saímos de casa e começamos a caminhar pelas pequenas estradas de terra que cortam todo o local. É muito bom passar um tempo sozinha com o Skel, já que ele sempre está junto do Steve discutindo sobre os seus planos de guerra.

—Por que você está tão quieto? –Pergunto.

—Estive pensando no futuro. Se o plano falhar nós podemos ser mortos e isso me preocupa muito. –Disse ele olhando pra cima.

—Não precisa se preocupar. Se o plano é seu então eu tenho certeza de que ele vai funcionar.

—Hedyps... –Ele para repentinamente e olha pra mim com aqueles olhos prateados. As luzes das tochas, que iluminam continuamente o local, criam uma atmosfera de medo e de tensão que me deixam meio apreensiva. –Vamos nos casar!

—QUE!? –Pergunto meio abalada.

—Vamos nos casar e aproveitar os próximos dias juntos até que o ataque aconteça. –Disse ele como se fosse à coisa mais comum do mundo.

—Espera! Espera! Espera! Isso é muito repentino! E-Eu preciso de tempo... Pra pensar nisso... –Digo dando um passo pra trás.

—Eu já me decidi. Quando a Rhoku voltar da missão dela eu vou perguntar se há algum lugar aqui onde nós possamos nos casar.

—Você ouviu oque eu disse?! –Pergunto meio brava.

—Calma... Eu não vou te forçar a nada, lembra? Você pode pensar no assunto quando voltarmos para casa.

—Ora! Não me assuste assim, chato. –Digo abraçando ele novamente.

—Me desculpa. –Disse ele retribuindo o abraço.

—Não desculpo. –Eu olho pro seu rosto. –Você vai precisar me dar alguma coisa pra eu poder pensar em te desculpa.

—Tudo bem... Eu vou ver se consigo alguma coisa que você goste.

Eu apenas sorri e nós continuamos caminhando calmamente. Nós voltamos pra casa e encontramos o Sekka e a Pheal discutindo sobre alguma coisa enquanto a Kabi observava tranquilamente sentada no sofá.

—Você é muito porco! Precisa cuidar melhor da sua higiene! – Pheal gritava balançando seus braços de raiva.

—Vai cuidar da sua vida! –Gritava Sekka em resposta a Pheal.

Ambos estavam tão distraídos com o confronto que nem perceberam a nossa presença.