The mine word: Fire Gates.

Capítulo 34: Língua antiga.


—“A língua antiga, também chamada de Antigo idioma, foi à forma de escrita e fala usadas pela primeira raça. Diz-se que são anteriores aos Endermans, que são, atualmente, a raça mais antiga”. –Gisele lia com certo ar de compreensão, como se já tivesse lido aquilo antes. De vez em quando seus olhos corriam pelas palavras e sua boca se fechava como se estivesse curiosa sobre algo. –“Dotados do poder dos deuses, essa raça foi à única que conseguiu conjurar os crafts de todas as outras até então”. Por que isso lhe interessa, Steve? –Perguntou ela.

—Promete não contar a Pompo o que eu vou te contar?

—Prometo.

—Eu mandei fazer um anel de casamento pra ela. Porém, quando fui pedir ao ferreiro que escrevesse seu nome no anel, ele me questionou o porquê de eu querer escrever na língua antiga.

—Você sabe escrever na língua antiga?

—Até aquele momento eu nem sabia que existia uma. Fiquei curioso e fui à biblioteca pesquisar. Essa língua antiga se parece muito com o latim do meu mundo.

—Curioso. Deixe o livro comigo e darei uma olhada melhor. Vá até o ferreiro e termine o seu presente. –Ela disse com um sorriso em seu rosto.

—Obrigado, Gisele. –Beijo sua testa de leve e saio do refeitório.

Todos parecem ter sumido da fortaleza. Será que está rolando uma festa e não me convidaram? Deixando isso de lado, será que a Pompo se incomodaria de seu nome estar escrito na linguagem antiga quando lhe entregar o anel? É uma questão a se pensar.

Desço um lance de escadas e caminho pelo corredor que leva a saída. –Nessas horas seria bom ter uma ajuda do Brine.

—Chamou?

Eu pulo pra trás quando o percebo apoiado na parede ao meu lado. –Não me assuste assim!

—Eu apareço aqui para lhe ajudar e você já pensa em me dar ordens? –Ele sorri. –Vi que adotou aquela bastarda Ghast. Legal da sua parte.

—Não ouse falar mal da Gisele.

—Falar mal? Nunca, apenas digo a verdade. Eu sei tudo sobre ela e todos. Incluindo sobre o que está naquele grande livro que ela lê nesse momento.

—Você sabe alguma coisa sobre essa língua antiga?

—Não vou negar que sei, mas também não vou lhe contar o que quer. Só quero deixar claro que a língua antiga carrega um poder maior do que você poderia aguentar, então tome cuidado.

—Está preocupado comigo?

—Com você? Não. Estou preocupado com o meu passa tempo. Se você morrer eu não terei mais em quem ficar de olho. E lembre-se que eu estou sempre de olho em você.

—Se não vai me contar o que quero, então por que veio aqui?

—É parte do meu jogo. –Ele olha repentinamente para as escadas. –Já deu a minha hora.

—Steve! –Gritou uma voz feminina.

—Pompo? –Quando volto minha atenção pra onde Brine estava ele já havia desaparecido. –O que faz aqui?

—Como ousa sumir assim e não me dar nenhuma satisfação de pra onde vai? –Gritou ela já ao meu lado. –Sabe como fiquei preocupada?

—Desculpa. Eu estava com a Gisele até pouco tempo.

—Então por que ela me disse que não viu você?

Gisele aparentemente era mais esperta do que eu. –Bem, ela pode ter se enganado.

—Se enganado, né? Acredito. –Ela disse em tom sarcástico.

—B-Bem... O que importa é que estamos juntos agora. Quer fazer alguma coisa?

—O Sekka está lutando no bosque com a Kabi. Quer ir dar uma olhada?

—Pode ser divertido. –Preciso enrolar ela até que o anel fique pronto ao final do dia. O ferreiro disse que o guardará pra mim até que eu o vá buscar.

Visão do Sekka:

Minha vitória parece certa, mas não quer dizer que está sendo fácil. Kabi se move muito rápido e se me distrair por um segundo que seja posso acabar com um espeto de gelo na garganta.

—Vai lá, Sekka! Chuta a bunda gelada dessa magrela de neve! –Torcia Pheal junto da multidão.

Kabi parecia esquiar sobre a neve, fazendo movimentos circulares e me atacando de todas as direções. O campo agora estava escorregadio devido ao gelo formado pela neve derretida pelas minhas explosões.

—É só isso o que você tem, cabeça quente? –Provocou ela.

Com movimentos de seus braços grandes espinhos de gelo saíram do chão abaixo de mim. Desviei com um salto, os explodindo do alto. Kabi fez seu movimento, uma investida de peito aberto contra mim. Sua mão direita transformara-se em uma foice de gelo e seu rosto tinha um olhar psicopata.

Uso uma explosão pra desviar do ataque enquanto caio e arremesso uma de minhas espadas em sua direção. Ela desvia, fazendo a espada fincar na terra coberta pela neve. Caio no chão já correndo na direção da espada. Kabi esperava entre mim e a espada, com sua foice erguida pronta pro golpe.

Cortei pela esquerda e ergui minha espada em sua direção. – Ahu ecso firai bast! –Meu craft percorre a espada e dispara uma forte energia explosiva na direção da Kabi.

Pude vê-la saltando por cima da fumaça e do vapor da explosão. Ela aterrissa com certa facilidade e dispara espinhos de gelo em minha direção.

Consigo me defender com a espada e alcanço a outra, a tirando da terra. Nos encaramos durante um tempo, ambos recuperando o folego. Suas mãos se transformam em grandes garras de gelo e ela investe contra mim. Ela salta com a garra direita erguida pro golpe, mas eu desvio, rolando em um salto pra direita, me virando e causando uma explosão em suas costas. O golpe não a fez perder, mas a desequilibrou e ela caiu de quatro no chão.

Kabi ergueu o rosto e virou a cabeça rapidamente. –Eu vou te mat... –Minha espada atravessa sua cabeça, abaixo do nariz, a fazendo desmanchar como neve sem vida. Seu corpo vai novamente de encontro ao chão, dando a vitória a mim.

—É isso aí, amor! –Gritou Pheal. Ela se teleportou pro meu lado e me abraçou. –Você lutou muito bem.

—Obrigado. Estou exausto.

Neve do chão entrava pelas mangas da Kabi e reconstruíam seu rosto. Ela se levanta, me encarando. –Não acredito que perdi... –Sua voz carregava uma melancolia e sua sede de sangue parecia ter sumido.

—Bom trabalho também, Kabi. –Disse Skel a elogiando.

—Mas eu perdi.

—O importante é que você lutou bem.

Seus olhos soltaram lagrimas que logo escorriam e eram absorvidas pelo rosto.

Pompo e Steve apareceram.

—Não acredito que já acabou. Queria tanto ver o Sekka levar uma surra.

—Engraçadinha. Eu ganhei, ouviu?

—E a Hedyps está fazendo a festa com isso. –Comentou Skel. Hedyps estava na multidão cobrando as apostas contra mim.

Me aproximo da Kabi com a mão direita erguida. –Até uma revanche?

Ela aperta minha mão. –Até a revanche.