The mine word: Fire Gates.

Capítulo 32: Banquete.


Visão do Ponko:

A viagem foi longa, mas finalmente conseguimos chegar à velha Fortaleza Witywolve. Passamos pelos portões e eu me deparei com um novo lugar, totalmente diferente de como era há vinte anos.

Uma figura enrugada e de barba branca, vestido com um manto branco e cinza, nos esperava e nos saldava com um sorriso em seu velho rosto.

Desci do cavalo sem dar muita bola pra ele e fui tirando as coisas quando escuto alguém dizer:

—Não vai falar com um velho amigo?

Viro e percebo que é o velho. –Bem, planejo ver o General daqui. Onde ele está?

Ele me olhou com um sorriso e balançou a cabeça levemente. –Não posso estar tão velho ao ponto de você não me reconhecer, Ponko.

Quando ergueu sua cabeça eu pude perceber seus olhos, só havia um par de olhos assim em todo mundo. –L-Lhelt?! –Perguntei meio surpreso.

—Eu mesmo. Você não mudou quase nada desde aquela época, mas vejo que o tempo também não perdoa os Creepers. –Ele ri. –Conheci sua filha Pompo. É um doce de menina.

—Eu a criei bem. Tenho certeza de que não te deu problemas.

—Uma filha sua só poderia me trazer problemas. Venha, vamos entrar. Os criados cuidam das bagagens.

Entramos na fortaleza e logo nos separamos dos outros. Era muito bom voltar aquele lugar e rever o Lhelt. Fomos até os seus aposentos, bem maiores do que os da última vez. Sentamos em uma mesa no canto perto da janela e ele abriu uma garrafa de cerveja, despejando em uma caneca que ali havia.

—Alguma novidade? –Perguntou ele.

—O que mais tenho são novidades.

—Posso ver. Pelo que sua filha me disse parece que você conseguiu realizar o seu sonho.

—Sim. Tenho uma bela esposa, uma boa filha e um ótimo terreno pra viver. Não que isso me alegre a primeira vista, mas tenho um neto a caminho também.

Ele engasga com a cerveja. –Então aqueles dois não esperaram...

—O quê?

—Nada. Pude perceber que o Steve e a Pompo eram bem íntimos quando chegaram aqui, contudo não esperava que avançassem tão rapidamente.

—Também não posso culpa-los. Fiz a mesma coisa com a minha esposa antes de vir pra guerra. Agora que penso, eles deviam estar assustados.

—E com razão. Meu neto me contou que foram apenas quinhentos soldados para a batalha. Se eu não tivesse mandado parte da minha cavalaria não sei o que teria acontecido a eles.

—Fez bem em sua decisão. –Tomo um gole da cerveja. –Tão boa como sempre.

—É a melhor cerveja do reino. Sempre quis expandir a produção, expandir a fortaleza, mas não tenho permissão do rei para fazer isso.

—Por que ele não deixa? –Pergunto dando outro gole.

—Depois que você foi embora eu obrigatoriamente herdei a fortaleza do meu pai. Um dia recebi um comunicado do rei pedindo minha presença na Cidade Branca. Foram semanas de viagem, um frio de cair os cabelos, até que chegamos lá. O que pensei que era um convite na verdade era um mandato. Eu estava sendo acusado de traição à coroa.

—Estranho. O rei Esqueleto já havia assinado o acordo de paz entre as quatro raças.

—Sim, mas fui acusado de ceder informações em troca de minha liberdade. Como você veio comigo eles pensaram que poderia ser alguma jogada dos Creepers para a tomada do reino. Todavia o acordo já estava assinado, assim como você disse, e eu fui liberado, ma não sem consequências.

—Fizeram algo com você?! –Disse em um tom meio irritado.

—Não. Bem, sim e não. Eles negaram a mim e ao Skel o nome de nossa família. Permaneci como General da fortaleza, mas nunca mais posso ser chamado de General Witywolve novamente, e isso inclui também o Skel. Ele não gosta de falar disso e tenho certeza de que nenhum dos outros sabe.

—Minha família nunca teve um nome de verdade, Lhelt. Vivemos a vida como caçadores e soldados até a criação do Reino Creeper. Meu pai me contou que um dos nossos mais antigos antepassados criou a ideia de colocar um “Po” em todos os seus descendentes. Desde então essa regra continuou.

—Por que nunca me contou isso?

—Você zombaria de mim. Você é membro de uma antiga família de generais, Lhelt, quer o rei queira ou não. Está no seu sangue. Vi naquele rapaz a mesma determinação que vi em você há vinte anos.

—Vinte anos... Parece que foi ontem. Ainda sonho com você sentado naquela merda de banco contando para mim o que havia feito no dia. Foram os piores melhores dias da minha vida.

—Concordo. Foram dias bons. –Termino a cerveja e encho a caneca novamente. –Bons dias comendo aquela merda de comida de prisão.

Lhelt ri com sua voz velha e meio alterada pela bebida. –Eu lhe agradeço por aquilo.

—Eu não me arrependo. Umas refeições perdidas valem uma amizade como essa.

—É assim que se fala. –Ele ergue sua caneca e eu brindo com ele.

Viramos a noite bebendo e falando das coisas mais absurdas. Lhelt poderia estar velho, mas permanecia igual a como era no passado. Quando a vigésima garrafa de cerveja se esvaziou foi quando eu percebi quanto tempo havia se passado.

—Parece que você ainda aguenta bem a bebida. –Comentou Lhelt.

—Eu que o diga. Olha essa bagunça!

—Deixe isso para os criados. –Ele se debruça na mesa e olha pra janela. –Sabe, acho que está rolando uma tempestade lá fora.

—Sério? –Me inclinei um pouco sobre a mesa pra olhar melhor o lado de fora da janela e realmente dava pra se ver as toneladas de neve caindo.

—É meio chato, mas eu preciso ir acalmar o meu pessoal. –Ele se levanta meio que cambaleando. –Vou mandar fazerem um banquete, afinal temos bastante comida no estoque. Vai vir?

—Nunca recusaria comida de graça.

Saímos do quarto e fomos até o grande salão. Praticamente todos que estavam do lado de fora agora estavam reunidos ali a frente da grande lareira da fortaleza. Os cabelos loiros da Pompo se destacavam no meio da multidão, então foi fácil de achá-la.

—Pai! Por onde andou? –Perguntou ela surpresa.

—Estava conversando com o Lhelt. –Olhei pra baixo e afaguei os cabelos prateados de Gisele. –Parece que vai haver um banquete por conta da tempestade.

—Então você já sabe. –Disse Steve.

—Sim, eu não sou cego. Onde estão o Sekka e a Enderman?

—Não sei. Eles não apareceram até agora. –Respondeu Pompo.

—Bem, o que fazem não é da nossa conta.

Visão da Pheal:

Sekka mordiscava meu mamilo com tanta força que parecia que queria arrancá-lo. Eu pressionava seu peito com as mãos nuas enquanto me movia ferozmente em seu colo. Não havia tempo para respirar, estávamos vidrados um no outro.

—I-Isso é tão bom...! Ahh!

—E-Eu também...

Apertei sua cintura entre minhas coxas e o senti explodir dentro de mim. Cai para trás, sendo segurada por seus braços logo em seguida. Nossos corpos estavam quentes e suados, mas era uma sensação muito boa ficar abraçada com ele assim.

—Deveríamos... Ir encontrar os outros... –Sugeriu Sekka enquanto tomava fôlego.

—Por que a pressa? Vamos ficar assim mais um pouco. –Digo me aconchegando em seu peito.

—Estava uma barulheira lá fora até pouco tempo. Algo pode ter acontecido.

—O que vai acontecer é que eu não vou deixar que você saia daqui. –Eu seguro seu rosto e o encaro com olhos meigos. –Se fosse algo sério eles teriam vindo nos chamar, não acha?

—Você pode ter razão.

—Eu tenho. Agora... Acha que consegue dar mais uma...?

—Posso tentar... –Ele diz com um ar de provocação.

Eu dou um risinho. –Então vamos...

Alguém bate na porta. –Ei! Pheal! Sekka! Estão aí?

—É a voz da Pompo. –Sussurrou Sekka.

—Ainda bem que trancamos a porta. –Também digo sussurrando. –O que foi, Pompo?

—Está rolando um banquete no grande salão. Vocês não apareceram e o Steve achou melhor eu vir chamar vocês.

—Está com fome? –Perguntou Sekka.

—Um pouco... Eu queria mais...

—Vamos descansar um pouco. Mesmo eu posso cair duro no chão se continuarmos assim.

—Tudo bem. Vamos, mas depois você é todo meu.

—Como desejar.

Vestimos-nos e fomos junto da Pompo até o grande salão. Grandes mesas de madeira haviam sido montadas ao longo do salão e todos já comiam quando chegamos.

Steve acenava para nós, nos indicando lugares vazios ao seu lado. Sentamos e olhamos as opções. Três grandes lagostas estavam bem a minha frente, com uma pequena cesta de pães à esquerda, fatias de presunto com mel à direita, sopas de coelho atrás e um porco assado mais ao longe.

—Vai comer o que? –Perguntou Sekka.

—Tudo que estiver ao meu alcance e um pouco mais. –Disse pegando algumas fatias do presunto e colocando no meu prato. –Não comemos bem assim há semanas. Vamos aproveitar.

—É assim que se fala, Pheal! –Gritou Pompo mordendo uma coxa de coelho.

Mesmo que o clima fosse de festa eu não pude deixar de notar que as três pessoas que estavam a minha direita trocaram de lugar e que alguns garçons me ignoravam sem terem ao menos a decência de disfarçarem. Mas aquilo não me incomodava mais. Com o Sekka ao meu lado eu não preciso mais me preocupar com o que os outros pensam de mim.

Terminamos de comer. Eu estava cheia. Pompo deve ter comido o dobro do que Sekka e eu comemos juntos e ainda assim não parava de caçar os garçons atrás de mais comida, Gisele comeu tão educadamente que chegou a dar inveja até mesmo em mim, Steve mal tocou na comida e o Ponko comeu junto do Lhelt na mesa principal do salão.

Voltamos para o quarto de barriga cheia e com a lua em seu pico. Sekka acendeu uma vela e sentou-se na cama.

—Até que foi bom. –Admiti.

Ele tira a camisa. –Deu pra relaxar. Vamos continuar?

Por um momento eu olhei para a janela e vi algumas estrelas brilhando através do vidro turvo. Sentei-me ao seu lado na cama e me espreguicei. –Não estou mais a fim. Vamos dormir.

—Se você quiser...

Tirei meu casaco e minha saia, ficando apenas de camisa e calcinha. Deitei-me na cama e o abracei. Não precisava de sexo para terminar a noite, afinal, ela havia sido boa a sua maneira.

—Bons sonhos... –Sussurrei em seu ouvido.