The mine word: Fire Gates.

Capítulo 28: Em pratos limpos.


Visão da Pompo: Passado.

—Mamãe! Mamãe! Olha o que eu fiz, mamãe! –Gritava tentando chamar sua atenção.

—O que você fez? Uma espada de madeira? Que gracinha, Pompo. –Disse ela de um jeito carinhoso. –Como fez isso?

—Eu usei o meu craft. Igual a você.

—O seu craft, é? Escute o que eu vou dizer: Você não pode usar o seu craft sem estar junto da mamãe ou do papai, tudo bem? Pode ser perigoso.

—Eu prometo!

—Então pode ficar com essa espada, mas não machuque os animais.

—Tá!

Durante a noite:

—Por que não conta ao papai o que você fez hoje? –Provocou minha mãe.

—Eu fiz uma espada sozinha!

—Fez? Deixe-me ver. –Eu entreguei a espada a ele. –Até que está bem feita pra uma espada de madeira. Como fez isso?

—Eu usei o meu craft, igual à mamãe!

Ele ficou quieto durante um tempo. Hoje eu sei o que ele pensou, mas, naquela época... –Eu sei que você é uma garota esperta, Pompo. Sei que você quer ser igual à mamãe e o papai, mas você precisa entender que não se pode usar o craft sem um adulto por perto.

—Não seja tão duro com ela, Ponko. Ela só estava curiosa.

—Você sabe muito bem o que está em jogo aqui, Cidia.

—Eu sei, mas você não pode obrigá-la a ser um Creeper.

—Vamos ver se não.

Visão da Pompo: Presente.

Ele me odeia... Ele me odeia... Ele me odeia... Ele me odeia...! Não acredito que tive coragem de fugir daquele jeito, que vergonha! –Ele me odeia agora, com certeza.

—Não, eu não te odeio. –Disse Steve entrando no quarto e se sentando ao meu lado na cama. –O seu pai me contou tudo. Eu não me importo com o que você é ou deixa de ser. Pra mim você sempre será a Pompo.

—M-Mas...

—Eu não disse que iria te apoiar? Que você poderia contar comigo? Então acredite em mim.

—Tudo bem. Como sabia que eu estava aqui?

—Foi o único lugar onde eu não havia procurado. O lugar onde nos tornamos um pela primeira vez.

—Onde fomos abençoados com o nosso filho. –Digo passando a mão sobre a barriga. –O que você acha que ele vai ser? Um Creeper? Um Zumbi? Talvez ele seja um da sua raça.

—Não importa o que ele vai ser ou qual vai ser o craft dele. Tudo que importa é que será o nosso filho.

—Você está certo. Foi besteira minha se importar com algo desse tipo. É como você disse... –Eu o beijo no rosto, surpreendendo-o. –Não preciso de mais nada se eu tenho você.

Visão da Pheal:

Depois de finalmente retornarmos a fortaleza nós recebemos a notícia de que a Rhoku havia morrido. Ficamos tristes, claro, ela nos ajudou e fazia parte do grupo, mas... Isso não me abalou tanto quanto eu pensava. O Gafuku e a Kouko estão em prantos, isolados em seus dormitórios desde que receberam a notícia.

Conhecemos a Gisele, que era a Ghast que eles haviam dito ter encontrado. Ela é um amor de criança, linda e inteligente. Fiquei preocupada por um momento, já que seu braço estava enfaixado, mas depois o Steve me contou o que houve e a preocupação diminuiu.

Eu ainda preciso conversar com o Sekka, ver o que ele tem a dizer. Nós conseguimos o pó de Lucidiun que a senhora Ender nos havia pedido, então só nos restam algumas semanas juntos. Quero saber o que ele pensa de mim, de nós, e, se possível, eu quero fazer amor com ele novamente.

—Tudo bem, Gisele, tente não se mexer muito.

—Certo.

—Então lá vamos nós! –Eu bato as minhas asas e levanto vôo enquanto seguro a Gisele em meus braços. Desde que ela viu as minhas asas ela ficou me pedindo para que eu a levasse para voar. –Está gostando?

—Sim! É muito legal! Da pra ver tudo daqui de cima! –Ela estava muito animada.

Eu adoro crianças, tanto que nós ficamos brincando o dia todo juntas. Ao final do dia ela já havia desmaiado de cansaço sobre a cama. Pompo e Steve disseram que iriam cuidar dela durante a noite, então dormiram o três no mesmo quarto, enquanto Sekka e eu ficamos com outro.

—É um pouco estranho voltar a essa casa depois desse tempo todo. –Comentou Sekka.

—Só se passaram alguns dias.

—Pra mim parecem anos. Bom, pelo menos eu não preciso mais dormir naquele sofá. –Disse ele se aconchegando na cama.

—Não é só isso que está diferente dessa vez.

—O que? Tem algo mais?

—Dessa vez você me tem ao seu lado. –Digo me deitando na cama.

—Realmente essa é uma mudança e tanto.

—E então... Você quer fazer...?

—Mas eles estão aqui do lado.

—Não tem problema. –Digo subindo em cima dele. –É só não fazermos muito barulho...

Visão do Sekka:

Depois de terminarmos, Pheal não se aguentou de cansada e apagou instantaneamente sobre o travesseiro. Nós acabamos transando novamente e isso me incomoda um pouco. Da primeira vez eu acabei me deixando levar, mas agora eu realmente quero corresponder aos sentimentos dela.

A Pheal é uma garota muito legal, e muito embora ela seja uma Enderman, eu nunca tive nenhum motivo pra odiá-la. Ela esteve comigo esse tempo todo, conversando, ajudando, fazendo companhia. Talvez realmente seja apenas questão de tempo até nós ficarmos parecidos com a Pompo e o Steve.

Depois de dormir e colocar a cabeça pra pensar um pouco, eu cheguei à conclusão de que não posso tomar essa decisão ainda. Pheal continua a dormir, um sono bem gostoso pelo visto. A deixei dormindo e fui até a sala, dando de cara com o Steve e com o Ponko sentados no sofá.

—Parece que só as mulheres estão com sono. –Comentei.

—Pois é. As duas estão dormindo feito pedras.

—O mesmo da Pheal. Mas e vocês? Estão sem sono?

—Não consigo dormir muito bem desde o dia em que a Rhoku morreu.

—É só se acostumar com a morte e isso vai passar. –Disse Ponko.

—Mas você também está acordado! –Retrucou Steve.

—Acostumei a dormir pouco durante a guerra.

—Sei... Você acha mesmo que eu não notei você do outro lado da porta essa noite?

—Bem... Eu estava preocupado com a Gisele e...

—Você estava era nos espionando.

—Não conte a Pompo, por favor.

—Fica entre a gente então.

—Parece que vocês dois estão se dando bem. –Comento.

—Se ficássemos brigando o tempo todo a Pompo ficaria triste com a gente. –Disse Steve.

—É para o bem dela. –Disse Ponko.

—Mulheres são realmente complicadas. Eu não faço ideia de como me comportar com relação a isso. –Digo me sentando no braço do sofá.

—É só continuar fazendo com ela o que fez essa noite que fica tudo certo. –Sugeriu Ponko.

—V-Você escutou?

—Eu ia ficar quieto sobre isso, mas vocês não são nada discretos. –Disse Steve.

—D-Desculpa... Eu estava nervoso e ela estava lá à disposição. Foi tudo muito rápido.

—Você acostuma. –Disse Ponko. –Não que eu ache normal um Creeper ter esse tipo de relacionamento com uma Enderman, mas vocês parecem se dar bem. Por que hesitar? Vá em frente.

—Você está certo. –Dou uma bocejada e esfrego o rosto. –Acho que vou dormir mais um pouco.

—Até mais.

Entro no quarto e fecho a porta com cuidado pra não acordar a Pheal. Ela continua a dormir tranquilamente, parecendo uma criança. Me deito novamente ao seu lado, não pra dormir, mas pra ficar admirando sua beleza, seus cabelos, sua face, tudo. Seu rosto está vermelho e suado, talvez ela esteja com calor. Esse lugar é realmente muito quente. Talvez eu conseguisse um tempo a sós com ela se... É isso!

—Pheal... Pheal... Acordar... –Sussurro enquanto a balanço de leve.

—Uhh...? S-Sekka? O que foi? –Respondeu ela com uma voz meio fora de tom.

—Vamos até os banhos da fortaleza?

Ela arregala os olhos de surpresa. –A-Agora?!

—Pode dormir mais um pouco se quiser. Nós podemos ir e conversar um pouco sobre... Coisas.

Pheal pensou por um momento. –Não podemos conversar aqui mesmo?

—As paredes tem ouvidos aqui. –Digo olhando pra porta.

—Tudo bem então. –Ela se levanta e se espreguiça. –Vamos trocar de roupa e ir.

Foi o que fizemos, trocamos de roupa e formos até a fortaleza. Quase metade do exército atual da fortaleza é constituído por Esqueletos da fortaleza do Skel. Ele deixou ordens a eles pra que nos deixassem trafegar pela fortaleza sem problemas.

Chegamos até os banhos e entramos em um deles, colocando uma placa de “ocupado” em frente à porta. O vestiário era junto com o banho, então era possível ver a banheira logo de cara ao se entrar em um deles. Tiramos as roupas, as colocamos sobre uma prateleira que ali havia e entramos na banheira.

Pheal soltou um suspiro ao entrar na água quente. –Isso está tão bom... É muito bom tomar um banho pra variar.

—Verdade. –Nós ficamos de frente um pro outro, sem fazer muita coisa. Pheal não parecia muito envergonhada, mas certamente estava nervosa. –Quer ajuda pra se lavar?

—Já que ofereceu você pode lavar minhas asas? É meio difícil de alcançá-las.

—Tudo bem. –Peguei uma das esponjas e coloquei sabão nela. –Vire de costas.

Ela se virou, expondo suas cicatrizes e suas asas. Comecei a esfregar a asa esquerda com a esponja, tomando cuidado pra não machucá-la. Não conseguia me concentrar muito quando via suas cicatrizes e me lembrava daquele dia terrível em que pensei que ela fosse morrer. Elas eram grandes e cobria quase toda extensão de suas costas.

—E-Está fazendo cócegas.

—Quer que eu pare?

—Não, pode continuar. Você disse que queria conversar comigo, não é? O que queria dizer?

—Bem... Eu sei que você tem sentimentos por mim e eu não quero que você se force a nada. Você é tudo que eu poderia querer e talvez até mais, contudo eu não consigo parar de pensar que você pode acabar se arrependendo mais pra frente.

—Não seja bobo, eu nunca me arrependeria de estar com você. Sei que a situação é complicada e eu também estou com medo, mas isso não pode nos impedir de tentar fazer alguma coisa.

—Se você diz. –Começo a esfregar a asa direita. –Parece que você gostou mesmo de brincar com a Gisela. Não sabia que gostava de crianças.

—Sempre fui fascinada por crianças. Eu gostava de ir ao orfanato onde cresci e brincar com as crianças de lá. Foi uma forma que encontrei para não me sentir solitária. Sempre imaginei que um dia eu teria um filho para herdar o conhecimento do meu pai, mas nunca encontrei alguém de quem gostasse de verdade até que conheci você.

—Se nós continuarmos nesse ritmo é bem capaz de termos um filho logo.

Ela ri. –Seria divertido.

—Terminei. Novinhas em folha.

—Obrigada. Ajudou muito. Eu assumo agora.

—Eu vou me lavar então. –Terminamos de nos limpar e saímos da banheira. Era impossível não olhar pro corpo da Pheal e reparar em suas belas curvas, que iam do seu busto até o quadril formando a silhueta perfeita. –Vou ter mais disso hoje à noite? –Digo dando um tapinha em sua bunda.

—Por que esperar tanto? Podemos fazer mais cedo. –Disse ela com uma voz provocante.

—V-Você diz aqui?! Agora?!

—Vamos aproveitar que já estamos sem roupa...

—Esp... Ahh!

Saímos do banho mais exaustos do que quando entramos. Não que eu esteja reclamando, mas essa mulher tem um apetite sexual maior do que eu esperava.