The mine word: Fire Gates.

Capítulo 23: Peixes e pássaros.


Visão do Sekka:

Os Endermans são descritos como seres altos, magros e de profundos olhos roxos que parecem jóias preciosas.

Os Creepers, por sua vez, são conhecidos por seus cabelos loiros esverdeados, salvo algumas exceções como, por exemplo, os Creepers azuis, descritos como sendo seres demoníacos que gostam de derramar sangue.

As duas raças se separaram há muito tempo atrás. Tempo o suficiente pra muitas estórias e lendas surgirem, de ambos os lados, demonizando o outro. Pheal e eu, por sua vez, nascemos no fogo cruzado. Ela, por pensar diferente dos outros ao seu redor. Eu, por ser fisicamente diferente dos outros ao meu redor. Eu sei que é errado, estranho, não natural, mas... Eu não consigo esconder os meus sentimentos por muito mais tempo.

Depois de nos separarmos do Steve, da Pompo e do pai dela, nós ficamos cavalgando até escurecer, porém, ainda não encontramos a lagoa dos Ghasts.

—Devemos acampar, está escuro. –Sugiro.

—Não, vamos continuar. –Disse Gafuku, descartando a minha ideia.

—Oque você acha? –Pergunto a Pheal, que parece perdida em pensamentos.

—Ãh...? Oque?

—Esquece. Se quiser descansar, você pode se deitar sobre mim.

—D-Deixa para lá... –Falou ela com uma voz meio sonolenta. –Eu posso dar uma olhada do alto se vocês quiserem.

—É uma grande idéia! –Exaltou Kouko.

—Vamos parar então. –Disse Gafuku.

Paramos os cavalos e aproveitamos pra esticar as pernas um pouco. Ajudei a Pheal a descer do cavalo e conversei um pouco com ela.

—Você tem certeza? Não precisa fazer se não quiser.

—Não, se for para chegar logo no lugar e arranjar um lugar para dormir já vale o esforço.

—Tome cuidado lá em cima.

—Você quer me ensinar a voar?

—Quem foi que quebrou o telhado de uma torre no seu primeiro vôo? –Ela me olhou com um olhar de ódio e entrou em posição de vôo.

Ela abre as asas, criando uma pequena deslocação de ar no momento, e voa até a copa das árvores. Como está muito escuro acaba ficando meio difícil de ver com certeza onde ela está, mas eu sei que ela está bem.

Depois de alguns minutos, ela desce meio exausta e quase caindo de sono, e aponta em uma direção.

—É-É ali... Tem umas luzes naquela direção. –Disse ela, ofegante e cansada.

—Você trabalhou bem, só mais um pouco e você pode descansar.

—Certo... –Ela caiu sobre mim, me fazendo ter que levá-la até o cavalo.

—Tente se segurar até chegarmos lá.

Ela não responde, mas eu sinto que ela me escutou. Começamos a correm em disparada com os cavalos na direção que a Pheal indicou. Conforme nos aproximávamos, dava pra ouvir as vozes das pessoas ecoando pelo local, algumas músicas também podiam ser ouvidas.

Decidimos diminuir o ritmo pra não assustar os habitantes e chegamos calmamente na enorme clareira que rodeia a lagoa, onde estão montadas várias tendas e várias casas de madeira escura, com várias fogueiras espalhadas pelo locar e uma leve nuvem de vapor flutuando pelos arredores.

—Provavelmente eles devem confiar mais em um Whiter do que em um Creeper ou em uma Enderman, então vocês vão na frente e eu vou ficar aqui esperando.

—Tudo bem, nós já voltamos. –Disse Gafuku adentrando a “vila”.

Eu desço a Pheal do cavalo e a carrego, com certa dificuldade, pra perto de uma árvore. Ela está dormindo de um jeito tão bonito e fofo, um jeito que eu nunca a vi dormir antes, não que eu ficasse reparando enquanto ela dormia.

—Tão bonita... –Sussurrei enquanto passava a mão nos fios de cabelo caídos sobre o seu rosto. De repente eu puxo a minha mão e a seguro com força. –Isso não está certo.

Me sentei ao seu lado e continuei a pensar em desculpas pra ficar longe dela, desculpas pra esconder meus verdadeiros sentimentos... Pra me enganar. Meu peito dói e eu sinto uma sensação que nunca havia sentido. Mesmo que eu tivesse ficado com várias mulheres antes, nenhuma me afetou da forma que a Pheal conseguiu fazer. Nenhuma despertou um sentimento de “quero fazê-la feliz” em mim.

Visão da Pheal:

Onde estou? Está tudo escuro ao meu redor, embora eu ainda consiga me enxergar. Começo a andar para alguma direção aleatória, procurando por alguma coisa, algo que eu perdi, ou algo que eu não consegui? Um objeto ou uma pessoa...?

Pheal...—Uma voz ecoa pelo local, mas eu não consigo ver ninguém. –Pheal...

Eu comecei a procurar pela voz, que já estava me deixando meio inquieta. Um barulho molhado chama a minha atenção, parece que... Eu pisei em... Sangue?!

O chão estava coberto de sangue, estava espalhado por todos os lados, era um vermelho marcante e penetrante. Comecei a seguir o rastro de sangue, talvez eu encontrasse o dono da voz misteriosa, mas, oque eu encontrei, foi algo muito mais aterrorizante para mim.

—M-Mi-Mii... Minhas asas!!

Eu caio de joelhos sobre o chão e coloco as mãos nas costas, sentindo o buraco deixado por elas, por onde escorria sangue. Minhas mãos tremiam, manchadas pelo vermelho do meu sangue.

Pheal... Pheal... Pheal...!

—Não... –Eu tapo os meus ouvidos, não quero mais escutar essa voz. –Fica quieto! Fica quieto! Me deixa em paz!

Pheal...! Pheal! Pheal! Pheal!!

Eu acordo de repente, com o Sekka me sacudindo um pouco.

—F-Foi um sonho...?

—Parecia que você estava tendo um pesadelo.

—E-Eu sonhei que perdia as minhas asas. –Digo colocando as mãos nelas, confirmando que ainda estão lá. –Estava escuro e havia muito sangue... Ky...!

Ele me puxa e me abraça repentinamente. Seu rosto está vermelho e com uma expressão séria. –A culpa foi minha. Eu pensei que deixar você descansar um pouco seria bom pra você, mas me enganei.

—Não seja bobo, você ficou ao meu lado todo esse tempo. É isso que importa.

Nossos rostos estão tão perto um do outro que eu consigo sentir a sua respiração. –Eu sei oque aconteceu enquanto eu estava desacordado aquele dia. Sei que você me beijou e, honestamente, sei que você cultiva sentimentos por mim.

—Então... Você sabia.

—Sim. Eu não quis contar pra não magoar você, mas eu não consigo mais aguentar isso.

—Oque você quer diz...

Ele me beija de repente, me fazendo ficar sem reação. Posso sentir seu gosto, seus lábios, sua língua, tudo.

Paramos para respirar, mas não aguentamos e logo voltamos a nos beijar. Eu estava excitada, eufórica, entusiasmada, não sabia oque poderia acontecer dali para frente, ou se continuaríamos da mesma forma, que estávamos antes, depois disso. O medo começou a tomar conta de mim e, quando ele começou a me deitar lentamente sobre o chão, eu não resisti e o empurrei para longe.

Ele me olhou com um olhar de assustado, mas não disse nenhuma palavra, apenas ficou no seu canto, esperando alguma coisa.

—D-Desculpa... Eu não estou acostumada a coisas assim.

—Não, eu não deveria ter te forçado a isso.

O ar estava pesado, eu ainda respirava ofegante e podia sentir aquela sensação ainda em minha boca. –Você... Você quer fazer mais...?

—Oque?

—N-Não me faça repetir uma coisa vergonhosa como essa.

—Não. –Ele coloca as mãos sobre os meus ombros e me deita no chão, ficando sobre mim. –Eu não vou fazer nada a menos que você diga oque quer.

—... –Eu não sabia oque falar. Eu queria que ele me possuísse, que fizesse oque quisesse comigo, mas eu não podia dizer isso a ele. –Eu quero...

—Eu não consigo escutar... –Ele se aproxima do meu pescoço e começa a dar pequenos beijos nele.

—N-Não... Isso faz cócegas...

—Se quer que eu pare é só dizer oque quer. –Ele continuou a me provocar.

A sensação em meu pescoço era indescritível, eu não queria admitir, mas estava gostando. Não queria que ele pensasse que eu era uma garota safada, alguém qualquer, queria ser a pessoa mais importante para ele.

Eu levanto os meus braços e o envolvo com eles. –E-Eu... Eu quero ser sua. Quero ser a sua única garota e, em troca, você pode... Fazer oque quiser.

Ele parou de beijar o meu pescoço e começou a me encarar com um olhar sedutor, algo que nunca havia o visto fazer. Meu coração disparava conforme ele se aproximava de meu rosto, sentia que poderia morrer a qualquer hora.

Quando ele me beijou, foi quando eu explodi de vez, não queria mais me importar com nada que não fosse o presente. Sekka passava as mãos pelo meu corpo, querendo senti-lo. Já não me importava com onde ele me tocava ou oque fazia comigo.

—Posso? –Eu concordo balançando a cabeça. Ele me levanta um pouco e tira o meu casaco, tomando cuidado com as minhas asas, depois a minha camisa e, por fim, desenrola a tira de pano que fica envolta de meus seios, deixando-os a mostra. –Tão linda. –Começou a lamber em volta dos meus mamilos e depois os chupou calmamente, parecendo um bebê recém nascido.

Eu me contorcia de prazer, queria sentir mais, senti-lo mais. Sekka passou a mão pela minha cintura e começou a abaixar lentamente a minha calça, nesse momento eu pensei que era bom não estar usando a minha saia.

Ele colocou a mão dentro da minha calcinha e começou a mexer na minha vagina. Estava envergonhada, afinal, não tomava banho há dias e o lugar deveria estar sujo, mas Sekka não parecia se importar com isso e, antes que me desse conta, já estava enfiando um dedo dentro dela, coisa que, até agora, só eu tinha feito.

Já não me estava aguentando, ele era muito bom, minhas pernas estavam bambas, meus mamilos estavam doloridos e a excitação estava a mil. Queria ele dentro de mim.

Aproximei-me de seu ouvido e apenas disse. –Vamos fazer. –Ele concordou e tirou o restante da minha calça e a minha calcinha, me deixando apenas com as meias. Enquanto ele se despia, meio atrapalhado e alvoroçado, eu pedi um favor. –Quero ficar por cima... Por causa das asas...

Sekka aceitou a condição, me deixando montar nele. Não faltava mais nada, seria ali mesmo, no meio da mata, no meio de uma missão, com apenas nós dois, que éramos tão diferentes quanto pássaros e peixes... Era ali que nos tornaríamos um.