The mine word: Fire Gates.

Capítulo 16: Tempestade.


Visão da Pompo:

O exército dos Creepers passava pelo portão de fogo e eu tentava desesperadamente avistar o meu pai. Steve e eu fomos até a frente da multidão pra tentar avistá-lo, mas eles ainda estavam muito longe.

—Não se preocupe, tenho certeza de que ele está lá. –Disse Steve olhando pra mim com um sorriso.

Eu apenas me debrucei sobre ele e fiquei olhando para aquele amontoado de gente vindo em nossa direção. Quando eles já estavam quase chegando, eu pude ver um homem grande e forte, com cabelos curtos e loiros, usando uma malha de ferro tingida de verde com um colete de metal na frente do peito, calçando grandes botas pretas, montado em um cavalo marrom... Era, sem dúvida alguma, o meu pai.

Eu logo me desgrudei do Steve e comecei a acenar pra ele, que retribuiu acenando com o braço direito. –É ele! É ele mesmo! –Gritei toda empolgada pro Steve, que estava com uma cara meio assustada. –Oque foi?

—A-Aquele é mesmo o seu pai?

—Sim, por quê?

—Ele é tão alto quanto a Pheal! Como uma baixinha como você pode ser filha de um cara tão grande quanto ele?!

Eu acerto um chute na sua perna esquerda. –Cala a boca e fica quieto!

—Sim senhora...

Quando eles finalmente atravessam as defesas do acampamento, eu acabo não resistindo e corro na direção do meu pai. Ele desce de seu cavalo e se abaixa com os braços aberto. –Pai! –Eu o agarro em um abraço apertado.

—Eu senti tanto a sua falta. –Falou ele enquanto nos abraçávamos.

—Eu também. Eu tenho tanta coisa pra te contar, pai.

—Eu sei, eu sei, vamos com calma. –Ele me solta. –Primeiro nós... –Ele percebe a presença do Steve e o encara durante algum tempo. –Eu vou guardar o meu cavalo e depois nós nos falamos.

—Certo.

Ele sai e eu volto pra perto do Steve. –Ele percebeu.

—Percebeu oque?

—A nossa relação.

—E qual o problema? Alguma hora ele iria descobrir.

—O problema é que eu não tenho planos de ter a minha cabeça explodida pelo pai da minha namorada.

Eu aperto o seu rosto e o trago pra perto do meu. –Não se preocupe. Eu não vou deixar ele te machucar. –Digo dando um beijo em sua testa.

—Isso ainda não me convenceu.

—Será que você está querendo ser punido de novo? –Digo pra provocá-lo.

—Talvez. –Respondeu ele olhando pro lado.

—Então trate de resolver esse assunto com o meu pai.

—Eu vou tentar.

—Esse é o meu garoto. Agora vamos voltar pra tenda.

Voltamos pra tenda e encontramos todo mundo enfurnado lá dentro.

—Como foi? –Perguntou Skel.

—Ele está aqui mesmo! –Respondi super animada.

Ele se aproximou do Steve e colocou a mão em seu ombro. –Te desejo boa sorte.

—Cala boca!

Ele riu. –Eu decidi deixar a Pheal escondida por enquanto. Não sabemos qual seria a reação dos Creepers se eles descobrissem que tem um Enderman aqui.

—Concordo. Se eles agirem como certas pessoas...

Naquele momento eu senti vários olhares em minha direção. –Oque? –Perguntei.

—Você sabe muito bem oque.

—Se eu não fizesse aquilo ela iria escapar.

—São águas passadas. –Falou Skel. –Agora nós precisamos pensar em como invadir a fortaleza.

—O método que vocês usaram da última vez deu certo. –Comentou Rhoku.

—E é aquele mesmo que eu planejo usar, mas oque nós vamos fazer depois de entrar? –Perguntou Skel.

Um silêncio tenebroso tomou o lugar, todos pareciam pensar em alguma coisa. Eu só conseguia pensar em conversar com o meu pai naquele momento.

—Podemos tentar procurar o meu pai no salão principal. Ele passa quase o dia todo lá. –Disse Rhoku interrompendo o silêncio.

—Por que devemos procurá-lo? –Perguntou Skel.

—O meu pai é um tirano, ele irá matar qualquer um que não o obedecer. Se o matarmos os soldados não terão porque ter medo de desistir e se render.

—Em teoria é um bom plano.

—Então nós vamos fazer isso. –Disse Steve.

—Certo. –Digo. –Vamos comer?

—E sobrou alguma comida? –Perguntou Steve.

—Não, eu vou ver com o comandante se ele vai distribuir alguma comida para os soldados. –Skel sai da tenda.

—Você só pensa em comida, Pompo. –Falou Rhoku rindo.

—Não fale como se eu fosse uma esganada!

—Se continuar comendo assim vai acabar engordando.

—Viraria um ótimo travesseiro. –Comentou Steve.

Eu dou um chute no meio das pernas dele. –Isso é pra você aprender a ficar quieto!

—Foi só brincadeira. –Falou ele caído no chão.

—Uh! –Eu sento sobre o meu saco de dormir e fico esperando o Skel voltar com a comida.

Visão do Steve:

Não acredito que ela chutou o meu saco por causa daquele comentário! Doeu pra caramba!

—É isso que você ganha. –Falou Rhoku abaixada ao meu lado.

—Foi você que começou.

—E foi você que deu a ela um meio de descontar a raiva. –Ela disse rindo. –Vamos, eu te ajudo. –Ela estendeu a mão.

—Valeu. –Eu me levanto com a ajuda dela. Não posso voltar pra minha cama já que eu e a Pompo dormimos juntos e ela está brava comigo. –Esse dia mal começou e já está ruim.

—Sempre pode ficar pior. –Comentou Pheal.

—Nem me lembre. Eu estou com muito sono.

—Vai descansar um pouco. –Sugeriu Rhoku.

—É que... –Digo olhando pra Pompo.

—Vai ficar com medo dela depois disso? A cama é sua também. Vá lá e seja homem!

Com muito medo e angústia eu fui até ela. –Essa cama é minha também. –Ela, sem olhar pra mim, levantou as pernas, liberando um espaço pra eu deitar. –Obrig... –Eu interrompi a frase depois que ela apoiou os pés sobre mim como se eu fosse um capacho. Como estava cansado eu nem liguei muito, mas também não a agradeci.

Visão do Skel:

Enquanto andava pelo acampamento a procura do Comandante, eu acabei esbarrando em um dos Creepers que chegaram, ele era muito grande e forte, de cabelos loiros e olhos verdes como os da Pompo.

—Desculpa, eu não vi para aonde ia.

—Tudo bem. –Ele olhou um pouco para mim. –Você me parece familiar.

—Tem muitos Esqueletos aqui, você deve estar me confundindo com alguém.

—Provavelmente. Eu preciso encontrar uma pessoa, então já vou indo.

—Tudo bem.

Continuamos nossos caminhos. Eu entrei na tenda do Comandante e o encontrei falando com alguns outros generais, incluindo aqueles lideres Whiter que eu nomeei antes do ataque.

—Senhor, oque faz aqui? –Perguntou ele ao me ver entrando.

—Eu queria saber se haverá alguma distribuição de comida para o exército antes da invasão.

—Claro, estávamos discutindo isso agora a pouco. Vamos entregar a comida assim que fizermos uma contagem de pessoas.

—Certo. Eu posso pedir um favor?

—Oque o senhor deseja?

Visão da Hedyps:

Esse lugar pode até ser seguro, mas não tem nada pra se fazer.

—Estou entediada... –Reclamo com Kolyn.

—Você pode ajudar a cuidar das crianças. –Sugeriu ela.

—Eu só cuidei da minha irmã em toda a minha vida e olha que ela é muito independente pra idade dela.

—Então... Quer paquerar uns soldados?

—Não! Eu já tenho um noivo!

—Se você diz. Por que você veio pra esse lugar? Com certeza era mais seguro na sua cidade natal.

—Não sei ao certo, uma coisa me dizia que eu precisava vir e eu não consegui resistir a esse impulso.

—Se eu tivesse tido a chance eu teria saído, mas oque eu iria fazer em outro lugar? Não tenho estudo, não sei caçar sozinha, não consigo fazer uma fogueira, eu sou uma completa inútil.

—Não diga isso.

—É a verdade. Não gosto de mentir nem pros outros e nem pra mim mesma. A única coisa que eu sei fazer bem é tocar violão.

—Você tem um violão? Adoraria ouvir você tocar.

—Eu o deixei nas cavernas quando saímos de lá.

—Que pena. Isso poderia ajudar a passar o tempo.

—Fica pra outra hora.

Assim como ontem, um soldado, acompanhado de outros quatro se aproximou de nós, mas, um daqueles soldados era uma figura bem inesperada.

—Skel! –Eu corri em sua direção sem nem pensar duas vezes. –Que bom que você está bem!

—Pensou que eu estivesse morto?

—Não, mas... É muito bom ver você.

Nós nos abraçamos e nos beijamos. –Não vai me apresentar o seu amigo? –Perguntou Kolyn.

—Ah! Certo! Skel, essa é a Kolyn. Ela me ajudou com o acampamento.

—Prazer em te conhecer.

—Igualmente.

—A Hedyps falou muito de você.

—Fico lisonjeado. –Ele volta a sua atenção pra mim. –Está tudo bem em você ficar aqui por mais um dia?

—Claro, sem problema, mas... Não tem nada pra se fazer.

—Quer que eu peça para que tragam alguma coisa?

—Espera. –Eu saio pelo acampamento perguntando pras pessoas se elas precisavam de alguma coisa e fiz uma lista. –Aqui, oque for possível conseguir. –Disse entregando a lista a ele.

—Vou ver oque consigo. –Ele beija a minha testa. –Eu volto hoje à noite.

—Vou ficar esperando.

Ele se aproxima do meu ouvido. –Sobre aquela sua mensagem, eu estou ansioso também. –Depois disso ele subiu em seu cavalo e foi embora com os outros soldados.

—Oque ele disse? Você está vermelha.

—N-Nada!

—Sei... –Falou Kolyn de uma forma provocativa.

Visão da Pompo:

Não acredito que o Steve disse que eu estou ficando gorda, ele é um idiota mesmo. –Eu não estou ficando gorda, estou? –Pergunto pra mim mesma.

—Um pouco a mais de carne não tem problema. –Falou Steve.

—Você não estava dormindo?!

—Quem consegue dormir com você resmungando desse jeito?

—Idiota... Kya! Não! Solta o meu pé! –Ele começa a fazer cócegas no meu pé. –Não! Para! Para! Eu vou te explodir! Kya!

—Eu sei que o amor é lindo, mas se vocês não pararem eu vou vomitar. –Disse Pheal.

—É ele! Eu disse pra parar! Kya! Para!

—Não até que você se desculpe.

—Tudo bem! Tudo bem! Eu me desculpo! Só para com isso! –Ele solta o meu pé e eu me afasto um pouco pra respirar. –Isso foi maldade.

—E me chutar não foi maldade?

—É oque você merece por ser um idiota. –Digo cruzando os braços.

Ele se aproxima e me abraça pelas costas. –Você sabe que eu te amo. Eu não ligaria se você ficasse um pouquinho gordinha.

—Verdade?

—Verdade.

—Eu vou te explodir se estiver mentindo.

Ele vira o meu rosto com a mão esquerda e me beija. –Pompo, eu vim aqui pra...

—Pai?! I-Isso não é... Oque você pensa...

—E oque eu deveria pensar?

Eu fiquei tão nervosa que eu não conseguia pensar. Eu comecei a tremer e não conseguia dizer nada. –Desculpa, senhor. A culpa foi minha. –Falou Steve se colocando a minha frente.

—Você é o sujeito que estava com ela hoje de manhã. Eu sabia que tinha alguma coisa entre vocês dois.

—A Pompo me salvou, senhor. Ela me ajudou quando eu estava perdido. Eu a amo e não vou abrir mão dela, nem que pra isso eu tenha que passar por você.

Meu pai se aproximou. Steve parecia estar com medo, mas permanecia firme e eu permanecia escondida atrás dele.

—Essa conversa não acabou. –Ele saiu da tenda parecendo que estava com muita raiva.

—Ahhh! –Suspirou Steve desabando no chão. –Pensei que fosse morrer!

—Da próxima vez é provável que isso aconteça, mas... –Eu me abaixo e beijo a sua bochecha. –... Obrigada por me defender.

Visão do Steve:

Estávamos prontos para o ataque. Já havíamos comido e estávamos montados nos cavalos já na posição pra executar o plano. Os Creepers irão à frente e forçarão a entrada na fortaleza, enquanto nós entramos usando o teleporte da Pheal.

—Tudo bem? –Pergunto pra Pompo, que está na minha frente controlando o cavalo.

—Tudo. Só um pouco de ansiedade e medo.

Eu olho pro Ponko e ele me encara com um olhar de “Se fizer alguma coisa eu te explodo em mil pedaços”. –Sei como é.

Os tambores começam a tocar, sinalizando pra começarem o ataque. Os cavalos começam a correr em direção à fortaleza.

—Separar! –Gritou Skel.

Nós nos separamos do grupo principal e fomos pra uma parte mais a direita da fortaleza. Descemos dos cavalos e a Pheal já começou nos teleportando imediatamente. Enquanto esperávamos, ouvíamos explosões e gritos, além dos nossos tambores e das cornetas deles sinalizando o ataque.

Entramos e Rhoku nos guiou até o salão principal. Não havia muitos guardas no caminho, já que todos deveriam estar tentando segurar as entradas. Matar os poucos guardas na entrada do salão foi fácil.

—Estão prontos? –Perguntou Skel antes de abrir a porta.

Todos concordaram com a cabeça. A porta se abriu e revelou o grande vilão, sentado em seu trono, usando uma armadura negra com detalhes de pelo preto nos ombros.

—Chegaram cedo. –Ele esticou o braço direito até atrás do trono e puxou um corpo. –A diversão só está começando, certo, Hiffe?

Ela gemia de dor, mas isso indicava que estava viva.

—Solta ela! –Gritou Rhoku.

—Você a quer? Então venha pegar.