The mine word: Blue roses.

Capítulo 6: Onde estou?


Visão da Alex:

Onde eu estou? Não vejo nada. Tudo está escuro. Onde todos foram? Papai? Mamãe? Vovô? Vovó? Gigi? Alguém?

Nada parecia haver ali. Era como... Sonhar. Um sonho vazio e escuro.

Queria chorar, mas não encontrava lágrimas. Queria gritar, mas não encontrava voz. Queria... Alguém.

—Você é tão fraca... —Disse uma voz, quase como um sussurro. —Sinto nojo de você.

Quem é você? Onde estou?!

—Como pode não reconhecer este local desagradável? As do seu tipo são as piores.

O que fez com meus pais?! E a minha família?!

—Assim disse, fraca. Nem é capaz de compreender o poder verdadeiro. —Pontos brancos se ilumaram, revelando olhos puramente claros, sem íris alguma. —Ainda é incapaz de servir ao mestre.

Você é... Não, não pode... Você... Você não existe!

—Eu sou mais real do que pode imaginar. —Um forte clarão implode de seus olhos, iluminando sua face por míseros instantes antes de tudo voltar a se apagar. Com um último comentário. —Fraca.

Não poderia ser outra. Precisava ser ela. Era ela. Tinha certeza. A Garota de olhos brancos.

Acordei.

Visão do Steve:

Já era tarde da noite e meus olhos não se fechavam pra qualquer outra coisa que não fosse piscar. Na verdade, não saberia a diferença, de tão escuro que estava o quarto.

O quarto estava um breu total. Apenas a fraca luz natural das estrelas conseguia passar pelas cortinas do quarto. O que só me permitia ver os reflexos de um suor fino no rosto de Alex.

Esse seria o quarto dia. Já começava a perder as esperanças e me entregava ao quase inevitável.

Não sei quando foi, mas eu dormi. Não sonhei com nada. Foi como um salto.

Uma voz fraca me chamava. —Ph... Pha... Faap...Paaah... Paapaaai...

Só poderia ser uma pessoa. Meu coração acelerou na hora. Podia sentir as palpitações sobre minha camisa. Meus olhos se arregalaram e eu me esqueci do escuro. Tudo estava claro. Como se o sol estivesse ali. Eu via os seus olhos escuros e brilhantes, escorrendo lágrimas, com a testa suada e catarro saindo do nariz pequeno e rozado.

Abracei Alex com uma força que desconhecia. Não queria soltá-la mais. Minha garotinha. Minha preciosa filha.

Ela soluçava e parecia querer dizer algo. Algo importante.

—Tudo bem. —Disse, afagando seus cabelos ensebados de suor e caspa. —Papai está aqui agora.

—Naanh...! Paahhh... Eeu...

—Sim, é o papai, filha. Não precisa se esforçar agora. Deixe que o papai cuida de tudo.

Ela concordou com a cabeça e começou a chorar sobre o meu ombro. Seus berros eram abafados e roucos.

O sol nascia no horizonte.