The greatest love story ever told.

"I can't stay away from you... I try but I can't."


Bom, Luísa não entendia naquela época. Hoje, a única explicação que ela tem para tudo que Rose fez e o fato de Rose não desistir de tudo para ficar com ela, é que não houve amor suficiente. Luísa terminou de se arrumar. Vestiu qualquer roupa que achou. Hoje ela não queria se preocupar com aparência, com o que falariam dela, com o que pensariam sequer. Ela só queria ficar confortável. E tentar, mesmo que por um breve momento, não lembrar de Rose. Luísa saiu para caminhar pelo hotel, não queria encarar Rafael agora e ouvir sermão de como ela é imatura. Ela poderia muito bem beber novamente, mas preferiu se agarrar a uma garrafa de água. Sentou-se na beira da piscina. Ainda era cedo, mas os hóspedes já estavam no ambiente. Seus pés balançavam dentro da água e ela até pensou em entrar, mas aquela piscina ainda trazia muitas memórias. Luisa pôde sentir o vento do seu lado, alguém se sentou ali e agora sorria para ela. Ela olhou confusa, mas a mulher não fazia insinuação de que iria levantar.

— Luísa, certo? – A jovem falava suavemente, ainda sorridente.

— Como você sabe meu nome? – Luísa desconfiou. Depois de tudo que passou, era normal a desconfiança.

— Bom, seu irmão é dono do hotel e eu estou aqui a tempo suficiente para conhecer a família Solano. – Os pés da loira também chacoalhavam na piscina.

— E quem é você?

— Hazel, meu nome. Eu trabalho aqui tem algum tempo... Muito tempo. E você nem me reconhece.

— Deveria? – Luísa se questionou. Sentiu ser muito incisiva mas não conseguia evitar. – Quero dizer, nunca te vi.

— Eu já servi mesas em que você estava e nos batemos no corredor, você estava querendo um Donuts e eu te acordei hoje de manhã.

— Ô, donuts... Desculpe, não lembrava. E sobre hoje, não vai acontecer de novo.

— Oh, você é a dona. Você pode dormir onde quiser, pelo que eu saiba.

A conversa com Hazel fluía facilmente, Hazel era jovem na sua faixa dos vinte e poucos anos, animada e sorridente. Ela tinha os cabelos cor de mel, curtos e era pequena. Pequena até demais para a idade dela, pelo que Luísa percebia. Mas de repente, naquela conversa, Luísa não se sentiu tão sozinha. Alguém para conversar, sem ser chamada de louca ou julgada, fazia Luísa relaxar. Hazel contou a história dela para a morena, contou como se mudou sozinha depois da morte dos pais em um acidente e acabou pedindo emprego e abrigo no Marbella, contra todos os fatores o pai de Luísa a acolheu e nunca lhe faltou nada, em troca de trabalho e um salário pequeno, mas que dava para se sustentar. Luísa não precisou contar muito da sua história, se Hazel morava lá no hotel a tanto tempo como diz morar, ela sabia de quase tudo. Sabia de Sin Rostro, também conhecida como Rose, sabia da inseminação errada, sabia do assassinato do seu pai. Então a garota fez uma pergunta, que Luísa não esperava ouvir.

— E você, como está com tudo isso? Não deve ser fácil. – E Hazel pareceu sincera.

— Bom... Perder meu pai foi horrível. – Luísa imaginou que era disso que se tratava a pergunta.

— Eu sei como é esse sentimento... Mas como é perder o seu amor?

Luísa não sabia responder de imediato, então piscou várias vezes tentando pensar no assunto: - Não é bom. Digo, é terrível. Algo dentro de mim morre um pouco todos os dias longe dela.

“- Rose, Rose! – Rafael chegou um pouco afobado perto dela.

— O que foi, Raf? – Rose se virou quase que flutuando para ver os filhos do seu marido indo em direção a ela.

— Meu pai mandou você ir na frente sem ele, que ele nos alcança depois. – Rafael falava. Luísa ainda saltava do carro.

— O que ele está fazendo? Era para termos um fim de semana em família.

PACK. PACK. PACK. As malas estavam no chão. Rafael e Rose viraram e viram uma Luísa desastrada com as malas. Rafael revirou os olhos, mas Rose deixou escapar um sorriso. A mulher que estava com Rafael passou por Luísa sem se importar com a falta de jeito da morena. Rafael deu a mão a loira que Rose não sabia o nome e não se importava em saber.

— Podem ir... Eu volto para ajudar Luísa.

— Rose, não sei como você tem tanta paciência com Luísa, nenhuma das outras mulheres do meu pai tiverem. – Rafael também não tinha muita paciência para a irmã. Mas Rose sabia o quão maravilhosa Luísa era.

Foi de encontro a amante, sorrindo suave. Pegou na mão de Luísa e tirou a mala dela. Luísa sorriu ao toque. Por um breve momento achou que Rose iria segurar a mão dela a partir dali, mas Rose soltou em seguida. Não que o toque estivesse ruim, estava ótimo, mas não poderia arriscar.

— Deixa-as. Walter vai carregar para nós. Venha comigo.

— Você já soube do papai? – Luísa questionou e Rose pôde jurar que viu uma pontada de felicidade no tom de voz. – Ele só vem amanhã.

— Sim, eu soube que ele vai se atrasar.Rose deixou escapar um sorriso de canto. – Mas isso não muda nada, Luísa.

— Eu sei... Só estava passando o recado. – Luísa falou sem conseguir conter a animação.

Rafael pegou um quarto com a mulher que ele estava, Rose pegou a suíte da pousada e Luísa fez questão de pegar um quarto ao lado da suíte de Rose. Rose não conseguiu impedir, se impedisse soaria muito estranho à Rafael. Seguiram cada um para seus quartos para desfazer a mala. Menos Luísa. Luísa simplesmente jogou a mala no quarto e correu ao encontro de Rose na suíte. Quando a porta se abriu, Rose estava preparada para mandar ela ir embora, mas Luísa não deixou. Entrou no quarto batendo a porta com um mão e com a outra presa ao corpo de Rose. Agora sem espaço pessoal entre elas, os rostos colados, uma sentindo a respiração da outra. Luísa sorria. Rose ameaçou abrir a boca mas foi tomada por um beijo intenso e urgente. Beijo qual Rose correspondeu na mesma intensidade. Apesar de preparada para mandar Luísa ir embora, Rose necessitava dessa mulher. Ficar longe de Luísa era de todas as coisas, a pior que ela fazia. Então o beijo foi intenso para ambas. Não ousaram parar esse beijo até que a necessidade uma da outra fosse acalmada. Quando os lábios se separaram, ambas estavam ofegantes.

— Luísa... – Rose murmurou.

— O que foi, Rose? – Luísa agora descia seus lábios pelo pescoço da ruiva.

— Lu...ísa. – Rose ofegava de vontade. – Isso é errado.

Entre os beijos, Luísa sussurrou: - Errado é ficar longe de você tanto tempo. Você não sente? – Luísa parou os beijos e a encarava.

— Claro que eu sinto... Mas eu estou com seu pai. – Rose acariciava o rosto da morena. – Eu faço um esforço imenso só por não te tomar nos braços, quando ele está por perto.

— Não entendo porque você continua com isso.

— Porque sim. Você não entende.

— Você não ama ele. – Luísa caminhava sem soltar o corpo de Rose até a cama. – Eu sei que sou eu.

E então Luísa empurrou Rose na cama, foi se pondo em cima da ruiva, sua perna encostando na de Rose, o vestido que Rose usava já estava no meio do caminho. Rose não conseguia mais resistir, então puxou Luísa pra cima dela. Corpo com corpo, lábio com lábio. As mãos de Rose passeavam pelo corpo da morena. O vestido de Luísa foi rápido de Rose tirar, deixando a mostra os seios da morena. Luísa sentou no colo de Rose, agora os lábios da ruiva percorriam toda extensão do pescoço, deixando leves chupadas. Cuidadosamente para não deixar marca. Luísa por outro lado não era tão cuidadosa. Rapidamente as roupas foram jogadas de lado, dando espaço para o atrito entre o corpo das duas, as peles macias passando uma na outra. O ar-condicionado não dava mais conta do calor que as duas faziam brotar no lugar. Rose beijava o corpo de Luísa, enquanto sua mão trabalhava, quando seus lábios alcançaram a barriga da morena, Rose pôde sentir Luísa arrepiada.

— OH! OH!

— XXXXX

Rose desabou ao lado de Luísa, as duas ofegantes, os cabelos grudados na testa de suor. Rose não se deu o trabalho de se cobrir, muito menos Luísa. Luísa começou a rir. Rose a olhou sorrindo, mas sem entender. Se apoiou no cotovelo e depositou um beijo no queixo de Luísa. A morena agora olhava para ela, com o riso controlado.

— O que você está rindo? – Rose perguntou.

Luísa passou o dedo no pescoço da ruiva: - Talvez eu tenha deixado um marquinha.

Rose arregalou os olhos e levantou assustada: - VOCÊ O QUE, LUÍSA?

Rose correu para frente do espelho, esquecendo de qualquer lençol ou roupa. Luísa sentou na cama, se divertindo da situação. Rose passou a mão e viu um leve circulo esverdeado no pescoço. Virou para Luísa, com a expressão mais séria que conseguiu.

— Quantos anos você tem? 16? Pelo amor de Deus, Luísa, seu pai vai desconfiar.

— Porque você sempre tem que trazer ele a conversa? – O bom humor da morena esvaiu-se.

— Porque eu sou casada com ele!

— Quando você está comigo, você não é casada com ele, Rose. Você está comigo.

Rose sentiu seu coração dar um pulo com aquela frase, mas não pôde deixar transparecer. Caminhou até a cama novamente, sentou-se de frente para Luísa. Beijou-lhe os lábios, tão macios, tão perfeitamente feitos para os de Rose.

— Eu sei, Lu. Mas o que você acha que seu pai e seu irmão, falarão sobre isso? – Rose mostrou o pescoço e a pequena marca nele.

— Diga que caiu, que se machucou. – Luísa deu de ombros.

— É claro que vou falar algo. Você tem que se controlar.

— Eu me controlo. Mas não queria ter que me controlar com você.

Luísa levantou da cama e se enrolou no roupão. Foi até a área externa da suíte, observou o mar do Caribe na sua frente. Rose, também enrolada no seu roupão, se pôs ao lado de Luísa, oferecendo-lhe uma água. Luísa aceitou de bom grado, depois da canseira. As duas ficaram paradas, uma ao lado da outra, aproveitando o momento raro em que ficavam juntas no mundo delas duas. Rose segurou a mão de Luísa e a beijou. Poucas coisas na vida de Rose eram verdadeiras, uma delas era Luísa e o que sentia pela morena. Luísa encostou seu corpo no de Rose, a cabeça no ombro da ruiva. Não se sabe quanto tempo ficaram em silêncio, trocando carícias, até o sol se pôr e elas se darem conta da hora. Luísa pensava que isso podia ser muito bem a vida delas duas, sem precisarem se esconder, mas Rose não queria, então Luísa se contentava com o que tinha de Rose, não era suficiente, mas era bom. Ouviu-se uma batida na porta, as duas se sobressaltaram. Trocaram olhares aflitos. TOCK TOCK. Luísa correu para o quarto atrás de suas roupas jogadas no chão. Rose correu para o espelho ajeitando o cabelo para esconder a marca no seu pescoço. Rose ia abrindo a boca para responder as batidas, quando Luísa a impediu.

— Não responda, quem sabe vai embora... – Sussurrou. Rose concordou com a cabeça.

TOCK TOCK. TOCK TOCK. “Rose, você está ai? Sabe onde se meteu a Luísa?” – A voz de Rafael ecoou pela porta. Elas duas se entreolharam. “Rose?” – Insistiu o rapaz. De dentro, Rose respondeu: - Já vou, Raf!

— Corra para o banheiro e fique lá, por favor, Lu. – Sussurrou a ruiva para a amada. Luísa obedeceu sem objeções. Rose então abriu a porta. – Desculpe a demora, Raf. Estava começando a me ajeitar para jantarmos. O que houve?

Rafael entrou no quarto sem convite, já arrumado para o jantar: - Luísa. Não a vejo desde que chegamos. Acho que está bebendo em algum lugar.

— Provavelmente ela só deve estar dando uma volta e não bebendo... – Rose tentava defender.

— Até parece que não conhecemos, Luísa, Rose. É obvio que está bebendo. Bom, eu espero você lá embaixo. – Rafael se retirou. A única coisa que Rafael serviu foi para denegrir a irmã e acabar com o momento das duas.

Rose abriu a porta do banheiro e viu Luísa sentada, abraçada as roupas e sapato, sentada na privada. Luísa olhou para Rose com uma expressão nada feliz. Rose sabia que foi pelo que o irmão falou. Luísa estava sóbria havia um tempo. Tinha seus problemas, mas não estava bebendo de novo. Estava controlada. E não era uma coisa fácil, simplesmente administrar o vício sem cair em tentação. Mas Rafael sempre desacreditou dela. Luísa se levantou em silêncio e passou por Rose, que segurou sua mão.

— Lu, ele não quis dizer isso. – Tentou redimir.

— Quis sim, Rose. É exatamente isso que ele pensa de mim. Mas tudo bem. Não estou bebendo. – Luísa deu um sorriso meio amargo e soltou a mão de Rose.

Luísa correu para seu quarto para se arrumar. Vestiu a primeira roupa que achou, sem se preocupar muito com produção para jantar com o ingrato do seu irmão e sua madrasta. Quando desceu para o restaurante, Rose, Rafael e uma mulher loira que Luísa reconheceu como namorada dele – uma das, diga-se de passagem – já estavam sentados a mesa. Luísa se aproximou, tinha que fingir que não ouviu nada. Sentou-se a mesa com um sorriso no rosto. Mas Rose sabia que era falso aquele sorriso.

— Boa noite! – Cumprimentou Luísa.

— Boa noite, sis. Onde você estava? Morri de te procurar e não te achei. – Rafael tentou parecer casual.

— Porque? Estava passeando. Não posso? – Luísa alfinetou. Rose olhou feio para ela.

— Meninos, por favor. Vamos nos comportar. – Rose falou tentando acalmar.

— Eu só me preocupei. Só isso. – Rafael jogou.

Eles jantaram, trocando conversas e farpas. Luísa estava mais quieta que o normal. Rafael ainda achava que a irmã tinha bebido. Rose sabia que Luísa estava muito sóbria. Então decidiu fazer um agrado para a morena. Na hora da sobremesa, pediu ao garçom para lhe trazer duas rosquinhas. Luísa não pôde deixar de sorrir. Rosquinhas era o lanche pós-sexo delas e hoje não haviam comido. Então, Rose pediu para as duas.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.