The Volleyball Scrolls V: Skyrim

Prologue: Journey Without End


— Ei, você. Finalmente acordou... — sussurrou uma pessoa ruiva à sua frente.

Hinata estava um tanto zonzo, sem ter nenhuma memória de como parara ali. Abriu os olhos vagarosamente e enxergou vários flashes por causa do ambiente claro. Conseguiu observar montanhas, uma paisagem com árvores, um céu bem azul e tudo parecia tranquilo. Porém, havia um problema: a linha de horizonte estava se movendo, de alguma forma, e ele não sabia o porquê.

— Hm... Onde eu estou? — questionou, ainda sonolento. Olhou para baixo e viu que o homem ruivo tinha as mãos atadas, percebendo que as suas também estavam assim. O outro, moreno, estava até amordaçado, e tinha vestes diferentes do habitual: roupas finas, caras e azuis, que estavam um pouco rasgadas e manchadas de sangue. Todos eles se mantinham sentados em uma carroça, que se locomovia para uma destinação desconhecida. A pessoa que dirigia trajava uma armadura vermelha e um capacete de couro.

— Rumo ao ninho da Aoba Johsai, meu filho. Eles nos capturaram, junto do líder de Shiratorizawa, Ushijima. — O moço tinha um semblante sólido, e por mais estranha que fosse a situação, ele não parecia temer.

As rodas de madeira faziam barulho na estrada de pedras, os cavalos batiam fortemente suas ferraduras no chão.

Shira o quê? Que raios é isso? — Pensou.

— Aqui também temos um miserável que foi flagrado roubando um cavalo — apontou para o homem ao seu lado, o qual chamou de ladrão —, eu, Satori Tendou, oficial de Ushijima, e você, que foi pego tentando atravessar ilegalmente a fronteira de Skyrim.

— Eu não roubei nada! — declarou o ladrão.

— Não minta, senhor da furtividade! Mal conseguiu disfarçar o crime, não? Todos o viram no ato. — O moço ruivo levantou as mãos vedadas para o rapaz, apontando-lhe o indicador da mão esquerda. Hinata ficou observando tudo quieto em seu canto. E antes de eles começarem a falar novamente, interrompeu-os.

— Tá, ok, mas... Pra onde a gente tá indo? — Estava sem jeito de se intrometer naquele tipo de conversa.

— Para e execução, onde mais? Eles querem a cabeça do líder da Shiratorizawa há tempos... — Fez uma breve pausa e prosseguiu. — Sovngarde nos aguarda.

Hinata ficou sem palavras. O que ele tinha feito de tão grave para merecer a morte? Tentou lembrar de qualquer oração que soubesse, mas quando se deu conta, a carroça chegava perto de um portão de madeira, que provavelmente guardaria uma cidade. Ouviu algumas falas, sobre o ladrão revelando de onde veio, e ignorou-as — não prestava atenção em nada. O frio na barriga somente aumentava.

Adentrando o local, somente viu as mães mandando os filhos para dentro de casa e soldados: os de vermelho no comando, e os azuis, prestes a serem aniquilados. A carroça encostou-se na parede e parou, junto com a esperança de quase todos ali, que desceram ao som do embaixador¹.

— O que está acontecendo? — perguntou Lokir, o ladrão.

— O que você acha? Fim da linha.

Todos foram chamados um por um para que seus nomes fossem conferidos em uma lista. Primeiro, Ushijima; segundo, Tendou, e terceiro, Lokir, que negou o que tinha feito e saiu correndo para fora da cidade. O embaixador gritou pelos arqueiros, que mataram o fugitivo, e Hinata descartou a possibilidade de fuga que passara em sua cabeça. Era morrer ou ser morto.

Shoyo foi chamado e andou até os soldados. Eles olharam para a lista e procuraram o nome dele, mas não acharam.

— O que vamos fazer, Embaixador Iwaizumi? O nome dele não está na lista — expôs o soldado que estava com o livro na mão. Shoyo começou a se perguntar se poderia sair dali.

— Ignore, Kindaichi. Ele cometeu um crime e seria morto, de qualquer maneira — falou, em indiferença absoluta, quebrando cada resquício de luz que surgia no caminho. O soldado concordou, se desculpou a Hinata, dizendo que todos os bens dele seriam entregues à sua família, e perguntou quem era ele.

— Hinata Shoyo. Nórdico — respondeu, olhando para baixo e quase gaguejando.

Todos reuniram-se em uma roda, tendo como atração principal uma pessoa enorme, vestida de preto e com um enorme machado cor de ébano. Havia também uma pessoa com uma armadura dourada e rubro, a qual todos chamavam de General. Ele se dirigiu para perto de Ushijima e tirou-lhe a mordaça.

— Ushijima Shiratorizawa... Seus dias acabam aqui, e toda a sua rebelião contra o Império! O que você tem a dizer? — zombou.

— Minha rebelião não morrerá, General Tooru. O sangue de Shiratorizawa aniquilará seu Império fraco algum dia, e quando esse dia chegar, você será forçado a ficar do nosso lado. — Tooru riu, mostrou-lhe a língua e deixou-o sem resposta, caminhando para perto de Iwaizumi.

Com tudo em ordem, um dos capangas da Shiratorizawa foi arrastado até o meio da roda, e uma sacerdotiza iniciou uma prece, citando um deus chamado Arkay e segurando um amuleto em mãos.

— Pelo amor de Talos, cale-se e acabe com isso de uma vez! — o soldado parou-a. Foi ajoelhado, colocando sua cabeça na curvatura de uma pedra. Em frente dela, havia uma caixa de madeira para as cabeças amputadas.

O ceifeiro levantou o machado, com força, e num gesto célere, deixou-o tombar sobre a nuca do soldado de azul, exterminando-o instantaneamente. Ao ver a cena, Hinata ficou horrorizado e arrepiou-se de medo. Quando todos olharam para ele, percebeu que era sua vez. Não queria mover suas pernas, mas se não caminhasse, seria forçado e quem sabe, torturado. Decidiu ir de uma vez por todas.

Sentiu o ceifeiro pressionar os pés contra as suas costas e sua cabeça se encaixando naquele mesmo local da pedra, que ainda estava um pouco quente por causa da pessoa que acabara de morrer. Havia umas gotículas de sangue aqui e ali, não que fizesse diferença.

De repente, todos ouviram um barulho estranho e desconhecido. Perguntaram-se de onde era aquilo, e após a pausa, o General mandou que continuassem. Todavia o barulho surgiu novamente, revelando uma criatura enorme que pousou em cima de uma torre e que gritava; junto de seus berros, fogo era ateado em todas as direções, e o céu coloriu-se caótico e sangrento. Dada a situação, as pessoas se dispersaram e Hinata poderia fugir, mas não com tanta facilidade. Ele se levantou e começou a correr.

Started: Unbound

*Faça seu caminho para o forte

Tendou foi para seu lado e chamou-o para dentro de uma das torres. Ali, eles se protegeram do fogo junto doutros soldados. Eles ainda não sabiam se tinham poder o suficiente para derrotar o dragão, logo nem arriscaram tentar, nem mesmo com o Thu'um de Ushijima — o grito de um reles mortal não deveria ser o suficiente para deter tamanha criatura, ainda mais alada. Tramavam uma rota de fuga entre si.

— Suba pelas escadas e continue indo! — Satori disse a Shoyo, que assim o fez.

Na metade do caminho, o dragão quebrou as paredes de pedra dali, cuspindo mais fogo em linha reta. Teve sorte que seus reflexos eram rápidos o suficiente para que escapasse e se encostasse na parede. Por pouco, não foi notado, e a besta logo voou para aterrorizar o restante do povo.

— E agora, o que eu faço?! Se eu subir e ficar lá em cima de enfeite, esse bicho vai me comer vivo!! — exasperou, nervoso, desesperado, sem rumo. Quantas possibilidades para morrer em um dia só! Já não sabia se podia se surpreender mais. Aquela história serviria para ele contar para a sua irmã todas as noites se conseguisse escapar.

— Calma!

— Calma o caramba! Numa hora dessas?! Você tá calmo, por acaso?! Então se joga no fogo e vai matar esse troço!

— Ah... — suspirou e revirou os olhos. Participava da guerra e já se acostumara com vários tipos de tragédias. — Tá vendo aquela casa destelhada? Se você pular ali, deve ser capaz de encontrar alguém da Aoba Johsai e seguir com eles.

— Nem morto!

— Então vai vivo! — Empurrou-o com força o suficiente para que ele pudesse ao menos alcançar alguma armação e se segurar, nem se lembrando de que suas mãos não estavam livres.

Shoyo caiu no andar de cima da casa e as pontas de suas calças se queimaram perto de um canto do chão incendiado. Tossiu um bocado por causa da fumaça e apressou em se levantar para poder achar algum lugar seguro. Desceu para o térreo e encontrou-se com Kindaichi, que o acolheu e mandou-o correr consigo. Depois de desviarem de vários ataques do dragão e acharem uma das portas para o forte subterrâneo, Kindaichi e Tendou estavam um de frente para o outro, e Hinata percebeu que teria de escapar com algum dos dois, pois não poderia fazer o caminho sozinho. Enquanto os dois discutiam, ele pensava: para onde iria?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.