The Vance Trial

Segundo Dia: Os segredos de Vance


O segundo dia do julgamento chegou mais rápido que qualquer um deles esperava. Mas eles sinceramente já esperavam que à medida que o tempo ia passando eles começariam a desejar que os dias chegassem ainda mais rápido.

— Todos de pé! – O assistente da juíza gritou. – A meritíssima juíza Martha Hamilton está em sessão.

— Sentem-se. – Ela coordenou com um pouco de desgosto. – Eu espero que todos vocês tenham passado um tempo com seus filhos antes de virem para cá. A promotoria pode chamar sua primeira testemunha.

— Eu gostaria de chamar o agente Grisha Alexandrovich Nikolaev Callen para o banco das testemunhas. – Any anunciou, sabendo que Elisa não poderia.

Callen entrou, seu terno preto alinhado estava no lugar e claramente tentando não pensar em Elisa como sua esposa naquele momento.

— Jura dizer a verdade somente a verdade pelo nome de Deus? – O guarda se aproximou dele.

— Eu juro. – Callen finalmente se sentou, suspirando.

— Agente Callen, é verdade que o caso começou de uma forma totalmente simples? – Any foi a encarregada das perguntas.

— Sim, exatamente. – Ele começou a explicar. – Tivemos um caso onde uma suboficial foi assassinada e isso abriu um pequeno baú de casos antigos e arquivados.

Seis meses antes...

— Suboficial Crysta Ford. – Deeks apontou para o corpo coberto. – Foi morta antes de chegar ao carro. Bolsa e dinheiro ainda no lugar, um tiro na parte da cabeça.

— Pobre garota. – Callen suspirou ao ter que levantar o lençol para ver o corpo. – Eu não entendo.

— Bem, parece que isso foi feito por um atirador. – Sam procurou coisas que poderia explicar sua teoria. – Está vendo aquele prédio na esquina? Ele tem o ângulo perfeito para isso.

— Deeks e Kensi, investiguem isso. – Callen olhou para a garota. – Ela se parece demais com Lise, Sam.

— Callen, está na escuta? – A voz de Eric o trouxe de volta de um lugar que ele não gostava. – Estive pesquisando na internet e no banco de dados da polícia em todo o país. Quatro mulheres foram assassinadas. Uma em Washington, outra no Hawaii e outra em New Orleans.

— E uma em Los Angeles. – Callen sentiu que tinha algo de podre nisso. – Eric, me envie as fotos das mulheres?

— Já estão aí. – Ele se virou, vendo Nell com uma expressão chocada. – O que foi?

— Analisei os vídeos do hotel onde Sam acha que o atirador estava. – Ela virou o monitor para o namorado ver. – Acho que pode ser coincidência, mas ele sobre com uma mala e desce sem.

— Tudo o que tem para dar errado dá. – Eric tirou uma foto e mandou para Callen.

Hotel Madison Alley.

— Então quer dizer que o diretor Vance estava no hotel na hora do tiro. – Kensi começou a sentir algo. – Ele não pode ser o atirador. Ele é o diretor do NCIS.

— Isso não impediu o diretor do Mossad ser morto na casa dele. – Ele continuou a tentar abrir uma das fechaduras. – Eureka. Mas seja como for, nós vamos ver agora.

O quarto não era nada menos que algo em construção. Haviam fios saindo do teto e tabuas com pregos no chão.

Caminhando devagar, eles chegaram até uma das janelas e descobriram a arma sobre uma tabua escondida.

— E aqui está a prova que tinha sim um atirador. – Kensi pegou a arma com um par de luvas antes de mostrar o rifle para Deeks, que parecia em um pequeno estado de contemplação. – O que foi?

— Não consegui deixar de perceber como aquela garota se parece com Elisa. – Deeks disse, sabendo que Kensi e ele eram muitos amigos do casal Calisa, como os dois eram conhecidos pelo time. – Quero dizer, ela tinha a mesma cor de cabelo e as roupas dela poderiam muito bem serem do guarda roupa de Elisa.

Kensi colocou o rifle em seu nariz depois que travou e sentiu o cheiro do disparo. Ela desmontou rapidamente e colocou as balas ainda no pente embaladas para a balística.

Hoje....

— O que aconteceu depois que a sua colega encontrou o rifle? – O advogado de Vance tentou insinuar algo. – Você como supervisor dela deveria estar lá. Ou você estava trepando com sua esposa?

— Objeção, meritíssima. – Any se levantou. – O advogado não deveria usar esse linguajar e nem supor algo apenas com base em uma tentativa e erro.

— Objeção aceita. – A juíza olhou para o advogado. – Se usar mais desse seu linguajar chulo, eu mando prender você. Refaça a pergunta ou mande-o de volta.

— Vou reformular. – O advogado jogou punhais na promotora e refez a pergunta. – Agente Callen, quando sua colega encontrou a possível arma do crime onde o senhor estava?

— Eu estava subindo as escadas em direção ao lugar onde ela e Deeks estavam. – Callen disse, nunca se deixando afetar. – Precisei informar a secretária sobre a suspeita que tínhamos sobre o senhor Vance.

— Você e o agente Hanna subiram, então? – O advogado estava tendo medo de tentar algo contra Callen agora. – Você sabia porque o senhor Vance estava no hotel?

— Eu fiz a pergunta para a chefe dele sobre o motivo de ele estar lá. – Callen apenas relaxou. – Ela disse que era para ele estar em uma viagem na Europa.

— Vagabunda. – Vance percebeu que disse alto quando todos pararam para olhar para ele. – O que?

O advogado dele queria desmaiar. Havia algo sobre a calma toda de Vance e ele temia por si mesmo.

— Porque diabos eu aceitei defender esse cara? – O advogado pensou em silencio. – Leon, por favor, isso não é linguagem.

— Perdão. – Vance odiava se desculpar.

— Como dizia, agente Callen... – O advogado estava ficando maluco.

— Como eu dizia, quando finalmente contatamos a secretária e ela afirmou que o senhor Vance deveria estar viajando para paris, contamos a ela sobre a descoberta e isso a deixou completamente em choque. – Callen continuou. - Fizemos uma análise bastante ampla, notamos que as balas que a agente Blye encontrou na arma eram compatíveis com outros quatro casos em todo o país.

Seis meses antes...

— Todas essas garotas foram mortas pela arma que matou nossa suboficial. – Nell clicou e quatro fotos aparecerão na tela. – Hawaii, Washington, New Orleans e Los Angeles.

— E não apenas isso. – Eric clicou em uma foto. – Acreditamos que esse assassinato foi cometido pelo mesmo cara. Não com uma arma, mas ele usou as próprias mãos para fazer esse crime em especifico.

— Suboficial Hellen Cruise. – Callen observou como Hellen era idêntica a namorada de Sam, que parecia em um estado de dormência. – Merda.

— Eu acho que temos que ligar para os federais, Callen. – Kensi falou para seu colega. – Temos um assassino serial nas mãos e sua prima trabalha para eles.

— Você já viu a vítima número 3? – Callen fechou os olhos e precisou respirar. – Ela me lembra Penelope. Eu não sei se meu tio vai me perdoar se ver como a garota se parece com a filha dele.

— Eu conheço sua prima, Callen. – Nell falou. – Até dividimos o nome. Ela é uma garota forte e ela pode superar. Além do mais, ela agora tem porte de armas e entre você, David Rossi e o marido dela, não faltarão pessoas para proteger ela.

Atualmente.

— Então foi assim que o FBI se juntou ao NCIS de Los Angeles nessa investigação? – Any perguntou a Callen.

— Sim, foi necessário quando percebemos o padrão no perfil. – Callen olhou para Vance como se quisesse destruir o homem. – Eu era o alvo do agente Vance todo o tempo. Ele me queria morto e tentaria de tudo para que isso acontecesse.

Na hora que Callen falou aquilo, ninguém emitiu nem mesmo um único ruido. A verdade havia saído e as próximas revelações seriam ainda maiores.