The Vance Trial

Quarto dia: Segredos Reveladores


Quando Martha Hamilton aceitou o cargo de juíza para esse caso, ela esperava que as coisas não se arrastassem. Depois da desistência do advogado de Vance, diante do relato mais do que emocionante de Penelope Rossi-Alvez, ela suspendeu a sessão até o dia de hoje.

— Talvez eu chegue mais tarde hoje. – Ela se virou para o marido. – Você não quer vir comigo para o tribunal?

— Hoje não. – Ele olhou para ela. – Ainda tem dois testemunhos antes de o tribunal começar a deliberar.

— Na verdade, a acusação pediu uma alteração. – Ela respondeu, sabendo que o marido era também promotor. – Mas isso ainda não foi divulgado.

— Ah, desculpe, M. – Ele a beijou e a deixou ir para o trabalho, sorrindo e esperando que ela voltasse bem.

Thomas Magnum decidiu não depor. Não que ele não quisesse colocar Vance atrás das grades, mas se ele contasse o que houve com Juliet, ele desabaria novamente, mesmo sabendo que ela estivesse com ele e bem.

Então Abby se ofereceu para contar alguns detalhes do lado perita e todos acharam que seria bom.

Leon já estava sentado em sua cadeira, sozinho. Ele havia escolhido se representar, o que poderia ser uma coisa boa e também um desastre.

— Todos de pé! – O assistente abriu a porta para a juíza. – Esta corte está em sessão.

— Obrigada, Luís. – Ela sorriu para o sobrinho e se sentou. – Muito bem, vamos começar. A promotoria solicitou uma troca de testemunhas e ela foi aceita. Promotora, é com você.

— Eu agradeço. – Elisa se virou e começou. – Eu chamo Abigail Sciuto-Torres.

Abby se levantou e foi em direção a cadeira de testemunha. As roupas diferentes haviam dado lugar a um vestido amarelo com um casaquinho azul e um par de sapatos de salto sem decoração.

— Jura dizer a verdade, apenas a verdade, nada além da verdade em nome de Deus? – O escrivão perguntou a ela.

— Eu juro. – Ela se sentou e suspirou, esperando a primeira pergunta.

— Muito bem, Sra Torres. – Elisa foi mais profissional possível. – Você gostaria de nos contar sobre procedimentos periciais e como eles são feitos?

— Com certeza. – Abby começou. – No primeiro momento, usamos toucas de cabelos, luvas e mascaras para protegermos as provas de qualquer tipo de contaminação. Depois que terminamos a coleta, as provas vão para sacos hermeticamente fechados e direto para a van, onde são colocados em um cofre para evidencias.

— Esse cofre é constantemente higienizado, certo? – Elisa tinha que fazer perguntas que ela não precisa, mas de qualquer forma.

— Sim, todas as vezes que as provas são retiradas do cofre, ele é limpo com uma solução feita para eliminar dna anterior e evitar contaminação. – Abby olhou para a porta e seus olhos quase saíram pela sua cabeça ao ver uma figura familiar.

— Vamos voltar para o momento em que vocês descobriram que a prima do agente Callen havia sido raptada. – Elisa viu Luke apertando Pen em seus braços e suspirou.

Cinco meses e duas semanas antes...

— Luke, por favor, seja razoável. – Callen balançou a cabeça das próprias palavras. – Tudo que pode acontecer é você ser morto.

— É a minha esposa, Callen. – Ele pegou uma arma e colocou no bolso. – E Vance a raptou.

Abby havia chegado com o time assim que conseguiram. Rossi enviou o jato do FBI e quando a equipe chegou, foi direto para a cena do crime. O pequeno corpo da garotinha que Vance atropelou estava sob um lençol branco e seus pais inconsoláveis.

— Eu vou fazer uma ligação. – Juliet pegou o celular e foi em direção a um lugar privado. – Ei...

Ela sentiu seu corpo sendo jogado contra a parede de um beco e logo vários chutes se seguiram, enquanto ela não conseguia pegar nada para se segurar.

A bota parou e tudo o que ela sentiu foi a coronha de uma arma em sua cabeça.

Thomas foi atrás de sua esposa e quando a viu, soltou um grito que acordaria os mortos. Rossi, Luke e Callen correram para ver e o encontraram segurando Juliet e chorando.

Callen se retirou para um lugar longe e foi segurar Elisa em seus braços. Ele sentiu seu corpo gelar. Aquele sádico estava atacando as mulheres primeiro. Pen e agora Juliet.

— Grisha, olhe para mim. – Elisa se sentou na frente dele e segurou suas mãos. – Eu quero que você banque o superprotetor comigo. Me deixe louca o suficiente e venha comigo até no banheiro. Mas eu não quero que você se culpe. O único culpado é Vance. E você tem minha autorização para bater nele o quanto quiser.

— Sim, vamos todos fingir que não vimos ele. – Rossi apareceu e sentiu seu celular vibrar. – Alô? Quando? Ela está viva? Oh, meu Deus. Eu vou chegar logo com o marido dela.

— Penelope? – Callen segurou a mão de Elisa. – Ela está bem?

— Alguém a largou na porta do hospital. – Rossi suspirou. – Está ferida, espancada e Deus sabe mais o que. Eu vou com Luke e vamos ver como Juliet está também.

Olhando para Elisa, Callen a sentiu puxando para si e sorriu. Vance estava perto e acabou colocando mais alguém no hospital.

Atualmente...

— Não queira ver uma menina morta atropelada por um cara louco. – Abby terminou e todos olharam para ela. – A pequena estava lá, procurando uma moeda e a mãe só se distraiu um momento. Ela não tem culpa. O único culpado aqui é ele.

Se Vance pudesse, teria entrado em combustão espontânea. Ele estava ficando irritado com tudo aquilo.

— Sr Vance? – Martha perguntou. – Alguma pergunta?

— Não. – Ele temia que Abby o entregasse mais do que já havia feito.

Conferindo a hora, ele percebeu que provavelmente o próximo testemunho ficaria para o dia seguinte. Ele não conseguiu uma pessoa sequer para depor a favor dele, nem mesmo os filhos.

— Sra Torres, eu gostaria de lhe fazer uma última pergunta se for possível. – Any se levantou, tendo se lembrado de um detalhe. – Se eu me lembro bem, você mencionou que venho uma vez a Los Angeles.

— Sim, eu vim. – Abby sabia o que Any queria. – Eu vim a pedido da então supervisora do agente Callen. Ela queria minha ajuda em busca de um serial killer que quase todos negavam que existia.

— Você veio a mando do então diretor Vance, correto? – Any a viu assentir com a cabeça. – Algo aconteceu, não foi?

— Eu fui raptada pelo serial killer em questão. – Abby viu a expressão de Torres. – Fiquei quase dois dias nas mãos dele. O agente Callen e o agente Hanna me resgataram.

— Sua equipe foi autorizada a vir ajudar? – Any sabia a verdade, mas queria muito saber.

— Não, mas o Sr Vance disse que eles estavam tentando pegar o jato para vir e me ajudar. – Ela suspirou. – Mas a verdade é que Leon Vance me queria fora. Ele estava secretamente ligado ao assassino.

— Gostaria de apresentar a prova G desse julgamento. – Elisa mostrou a foto de Vance com o serial killer. – Você está dispensada, Abby.

— Muito obrigada e com licença. – Ela saiu do banco de testemunhas enquanto os jurados anotavam.

— Certo, promotoras, podem chamar a sua próxima testemunha. – A juíza viu quando a mulher ruiva se levantou.

— Eu gostaria de chamar para testemunhar, Jennifer Sheppard. – Elisa viu a reação de Gibbs enquanto olhava para a mulher indo em direção ao banco das testemunhas.

— Jen... – Gibbs sentiu que estava tendo um sonho, mas percebeu que era mais do que real.

E ele não sabia como se sentir sobre isso. Ainda mais quando olhou para a menina a qual Jenny sorria. Ela era....

Oh, Deus.