Capítulo 3

Emily Morgan

Meus Deuses, isso parece cena de filme: uma corrida sendo interrompida porque o mocinho apaixonado faz uma profecia, que provavelmente é sobre seu grande amor. Algo me diz que ele é um dos filhos de Apolo que vão estar nessa, e o outro deve ser Ben, aposto que a filha da sabedoria é a Livs. Isso vai ser interessante... Ou eles assumem que se amam ou eles se matam durante essa missão.

Estávamos todos assustados com a profecia. Só nós vimos então decidimos contar ao Quíron, talvez ele possa nos dar alguma ajuda ou coisa assim. Enquanto estávamos a caminho da casa grande, a Livs e o Ben começaram uma discussão que eu sinceramente nem quis saber por que. Eu acho que um dia esses dois vão acabar se beijando ou se matando, talvez.

Eu continuei perdida em pensamentos ao invés, o que será que essa profecia quer dizer? Eu só sei que não gosto nada disso, quer dizer, como seria possível? Viajar por dimensões, os magos e os romanos ajudarem, Gaia, titãs, salvar o mundo…

– Sua maluca – disse Ben levando a mão ao rosto com uma expressão de raiva e dor.

– Você mereceu! Ninguém mandou ser tão imbecil! – Livs disse.

– Eu deveria revidar!

– Você não é homem o bastante pra isso.

A essa altura, boa parte dos campistas que estavam por perto se aproximaram mais para ouvir.

– Retire o que disse agora. – disse Ben com um olhar assassino.

– Quero só ver você me obrigar. Anda, venha aqui. – Livs levantou o braço e fez um gesto com a mão que queria dizer “vem cá me pegar”.

– Se beijem logo e acabem com isso. – Disse um dos campistas que, com isso, fez todos que estavam em volta rirem.

– QUEM DISSE ISSO? – Disse Livs muito irritada – Parem de rir! AGORA!

O tom de voz dela era assustador e fez todos se calarem.

Enquanto Livs fazia uma reclamação enorme com os outros, eu olhei para Ben assustada. As marcas dos dedos da Livs estavam aparecendo certinhas na bochecha dele.

– Ah Ben, você não acha melhor ir para a enfermaria cuidar disso? Está ficando esquisito. – eu disse tocando levemente a bochecha dele com meus dedos.

– Obrigado, mas eu aguento. Não quero dar esse gostinho a ela, mas a Livs vai pagar por isso, pode apostar.

Aidan Carte

Eu estava meio tonto por causa da profecia, só queria acabar com aquilo de uma vez e ir descansar, mas infelizmente começou uma confusão com a Lívia e o Bem. Ela tinha batido nele e ele parecia que ia desmaiar, mas até que estava fingindo bem. Lívia ainda estava reclamando com os campistas sobre eles terem rido quando alguém disse que eles deveriam se beijar, mas eu não estava olhando pra ela. Eu estava olhando para a Demetria, ela se segurando pra não rir da situação, queria ir falar alguma coisa com ela, sei lá, perguntar alguma coisa, mas eu não sabia o que. Nesse momento, Quíron chegou e todos olharam para ele.

– Ok, me expliquem o que aconteceu.

– Aidan teve uma profecia. – Disse Demetria.

Quando ela disse isso, todos olharam diretamente pra mim, e isso era embaraçoso.

– Uma profecia? Sobre o que exatamente? – Disse Quíron com um tom de voz preocupado.

– Sobre alguém viajar entre dimensões, a ajuda de magos e romanos, e... E o retorno de Gaia e dos Titãs.

Quíron fez uma cara de espanto, assim como os outros campistas.

– Isso é sério, muito sério, mas você parece esgotado meu rapaz. Vá dormir um pouco e conversaremos sobre isso depois com mais calma.

Eu não discuti, realmente estava esgotado. Tudo o que eu queria era um descanso, então fui para o meu chalé e deitei na minha cama.

Benjamin Caldwell

Depois que Aidan foi descansar um pouco, todos voltaram às suas atividades normais, mas, enquanto Quíron estava conversando com Aidan sobre a profecia, eu pensei em um plano perfeito para me vingar da Lívia. Enquanto ela estava tendo aulas de arco e flecha, eu esperei o chalé de Atena ficar completamente vazio e, quando finalmente todos saíram, eu entrei e fui até o baú onde ficavam os livros dela. Esvaziei o baú e substitui os livros por coisas que eu sei que ela vai realmente odiar:aranhas. Depois que eu coloquei todas as aranhas no baú, peguei papel e caneta e escrevi um bilhete dizendo:

“Trouxe algumas amigas para te fazer companhia, espero que elas sejam venenosas como você.

Beijos, Ben Caldwell.”

Então eu saí rápido do chalé e fiquei do lado de fora. Quando eu a vi entrando, passaram uns 5 minutos e eu só ouvi um grito assustado, em seguida ela saiu vinda diretamente em minha direção com o meu bilhete amassado em uma das mãos.

– Seu… seu imbecil! Mas por que você fez isso? – ela disse com raiva.

– Bom, foi pelo tapa que você me deu, mas até foi leve de mais. Gostou do meu bilhete? – Eu disse rindo.

– EU VOU TE MATAR! – ela gritou.

Nesse momento, ela veio pra cima de mim preparando um soco. Quando ela levantou a mão para me bater, eu não sei o que deu em mim, eu só segurei as mãos dela, a trouxe para perto e a beijei. Ela ficou me batendo mesmo assim, mas, de repente, ela passou os braços pelo meu pescoço e eu passei os meus pela cintura dela e aprofundei o beijo. Eu conseguia ouvir todos gritando “Ate que enfim!”, mas eu não me incomodei com isso, não queria soltá-la nem por um minuto.