IV. The King’s Love

“Amor é irrelevante para pessoas como nós.” — Francis de Valois.

Mary estava sentada em frente à janela de seus aposentos. Por algum motivo Francis já havia levantado, ou talvez nem tivesse dormido ao lado de sua Rainha durante a noite passada. Mary não o viu chegar, nem sair. A única coisa que ela conseguia ver naquele instante era o cenário através da janela, seu estava numa cor salmão com pequenos riscos amarelos, o sol já estava acordando. A gravidez de Mary a fazia dormir pouco, antes mesmo do sol nascer lá estava ela sempre disposta. Pode ouvir o ruído da porta se abrindo sem aviso, se virou e fitou Francis com o rosto vermelho.

- É assim que estamos vivendo agora? – Questionou ele. – Você não me fala nada Mary! Por que eu sempre tenho que saber pelos outros as coisas que você faz?

- Aquele homem matou uma linhagem inteira! – Exclamei séria. – Mulheres e crianças.

- Mesmo assim Mary, aqui não é olho por olho, dente por dente. Nós somos um Reino civilizado! Ele deveria ter sido preso! – Disse Francis.

- Eu vi pessoas mortas Francis! Eu fiquei fora de mim! – Disse Mary se justificando. – Sim eu o matei, sim foi imprudente, mas ele mereceu!

- A sua imprudência vai custar caro a muitas vidas! – Disse Francis sério. – O pai de Lorde Daniel está de volta a Corte. E ele sabe o que você fez, eu tentarei negociar. Mas se ele denunciar a você Mary, sua guarda pessoal, Nostradamus irão morrer.

- Eu vou falar com ele! – Disse a morena andando rumo a seu armário, atrás de trajes.

- Não Mary. Será que é pedir demais para que na frente da Nobreza você seja uma Rainha muda e sorridente. – Disse Francis com um ar de seriedade.

- Vai mesmo reduzir o meu poder?

- Enquanto Lorde Narcisse estiver aqui, não tenho opção alguma. Estou de mãos atadas. – Disse o loiro.

- Você é o Rei, Francis! Você está se inclinando devagar e quando ver estará totalmente curvado para os Nobres. Você é um covarde! – Disse Mary numa voz grave, estava cansada de Francis seguir as tendências de seu pai, que nem ao menos era o seu pai.

- A minha covardia vai me manter no Trono, e manterá as nossas vidas, a do filho que você carrega dentro de si. – Disse ele sem se ofender pelas palavras de Mary, a mesma olhou para Francis surpresa e corada, e por um instante deixou o Reino de lado, e se aproximou.

- Como soube?

- Mary, eu sou o Rei e esse é o meu Palácio não há nada que aconteça nele sem que eu saiba primeiro. – Disse ele calmo. – Nostradamus já disse o futuro dele? – Disse Francis encostando na barriga de Mary que ainda não estava aparente, seu toque era carinhoso e leve.

- Eu irei hoje com as minhas Lady’s. – Disse Mary. O loiro puxou Mary pela cintura brevemente e selou seus lábios carinhosamente, rápido e carinhoso, a mão de Mary estava sobre a nuca de Francis, assim que se separaram o Rei a encarou e disse.

- O que você entendeu de tudo o que discutimos?

- Quieta mas sorridente. – Disse Mary já retomando uma postura mais séria mais sem perder a leveza. Francis sorriu e se aproximou.

- Eu te amo Mary, não se esqueça que isso é o mais importante. – Disse Francis, após isso ele se retirou do quarto estava indo ao encontro de Narcisse. Logo Lola chegou acompanhada de Emma, Snow e Regina. Era importante para Mary retomar sua amizade com Lola depois de tudo o que houve.

- Eu adorei suas novas Lady’s. – Disse Lola.

- E o que aconteceram com as antigas? – Perguntou Regina não muito curiosa.

- Casaram. – Disse Mary. – Minhas Lady’s são minha propriedade. Mas quando se casam se tornam do marido. Francis é dono até do batom que estou usando.

- A vida para as mulheres não é nada fácil por aqui. – Disse Emma.

- E o pior são os filhos, que são propriedade dos homens. Se Francis me mandar embora e me proibir de ver meu filho eu jamais o verei. – Disse Lola.

- Bem... Hoje iremos ver o nosso futuro. – Disse Mary desconversando. – Nostradamus entre! – Exclamou Mary e adentrou o melhor amigo da Rainha.

- Olá minha Rainha. Lady’s. – Disse se curvando respeitosamente. – Primeiro eu irei ver o futuro de cada uma e depois estarão abertas a fazer perguntas. Vamos começar pela Rainha. – Disse ele se aproximando e sentando ao lado da mesma. – Vejo duas vidas aí dentro, qual futuro Vossa Majestade deseja ver?

- Quero o futuro da criança. – Disse Mary como se fosse óbvio.

- É um menino, cabelos loiros, olhos verdes. Como o pai, se sobreviver a gestação será um grande Rei.

- Muita mais eficaz que uma ultrassom – Disse Regina irônica para Snow que apenas a encarou. – Ok.

- Regina quer ser a próxima? – Perguntou Nostradamus, o que causou espantos para todas ali, já ninguém havia falado o nome de Regina ao mago.

- É claro que quero. – Disse Regina se aproximando enquanto Mary ainda estava tonta de felicidade, seu filho seria igual ao marido, era seu sonho.

- Você vai conseguir seu final feliz quando sua família estiver reunida. Seu marido, seus filhos. – Disse ele, o que de certa forma deu esperança a Regina, a próxima foi Lola. – O homem que te fará feliz chegou hoje ao Palácio.

- Mas você não havia dito que ele era o meu filho? - Questionou.

- Foi uma suposição Lady Lola. – Esclareceu. – O homem que te fará feliz tem a marca de uma borboleta em algum lugar do corpo, ele é um homem experiente e vai te fazer convites estranhos.

- Falta a mim e Emma. – Disse Snow se aproximando, assim que Nostradamus encostou na mesma sentiu um leve desconforto.

- Seu futuro será cheio de lágrimas, mas você irá superar com graça. Mas remoer o passado não trará a resposta. E Emma pra você será a mesma coisa.

- Por que gosta de assustar as pessoas? – Perguntou Emma num tom desgostoso.

- Nostradamus somente diz a verdade, suas previsões fazem mais mal a ele do que a qualquer um. – Disse Mary.

CONTINUA...