The Slytherin

Campeonato Mundial de Quadribol - Livro Quatro


Não foram as melhores férias de todas.

Na verdade, não passou nem perto.

Eu simplesmente amo minha madrinha. Ela é uma mulher incrível e muito boa, mas sua casa cheirava a chulé. Era um apartamento minúsculo em Londres, com uma linda vista para o rio Tâmisa, que era absurdamente bonito.Eu perdia a casa de minha família para a vaca da minha tia e aquela família nojenta durante uma batalha judicial. A casa era linda, mas nunca vou esquecer o quanto sofri lá dentro. Fiquei até feliz, na verdade. A única coisa que sinto falta é o espaço, que falta na casa de minha madrinha. Ela conseguiu a minha guarda e agora estamos morando em seu apartamento minúsculo de uma pessoa só. Tenho que dormir no chão da sala. Delícia.

Minha tia não ficava em casa nem um segundo, já que tinha que trabalhar. Nas férias. Que tipo de vida infeliz era essa? Então eu ficava sozinha em casa, comendo chocolate, engordando e assistindo desenho. Eu sei que essa é a vida dos sonhos de muita gente, não vamos ser hipócritas e discordar amores.

De qualquer forma, sentia falta de meus amigos. Olívia, a milionária, viajou para a América com os pais. Ela me mandava fotos de uns lugares tão lindos que eu até tinha vontade de me teletransportar para onde ela estivesse. Mas não queria ser expulsa, não é mesmo?

Já Harry e Rony estavam iguais a mim, largados e abandonados. Rony estava com a família pelo menos. Já Harry, que Deus o abençoe, estava com aqueles tios horrorosos dele. Esses tios são uma praga mesmo.

Mas pelo menos eu mantinha contato com meu pai maravilhoso e perfeito, que me mandava cartões postais com frequência e viajava para os lugares mais perfeitos do mundo. Ele foi até pra Austrália, dá pra imaginar? Eu nem sabia o que era a Austrália antes do cartão.

Mas, para melhorar as minhas férias, tem Campeonato Mundial de Quadribol amores. Já combinei com meus amigos de nos encontrarmos lá. Até Olívia vai.

Vai ser maravilhoso

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Encontrei com meus amigos em nossa barraca bruxa, linda e cheirosa. As barracas bruxas são incríveis, pequenas por fora e enormes por dentro. Eram até maiores que a minha casa, sem brincadeira.

Havia ido para o Campeonato com minha madrinha por um portal em formato de chaveiro que estava a dois metros do rio Tâmisa. Encontrei meus amigos já no Campeonato. Eles, inclusive, tinham ido juntos, acompanhados pelos Weasley e pelo lindo e maravilhoso Cedrico.

Nossa, como aquele menino era lindo, senhor amado.

Olívia estava se derretendo por ele, e nem estava disfarçando. Quem também não estava nada bem era Rony, que parecia querer explodir todas as vezes que olhava para eles.

Ai, o amor é lindo.

Enfim, o Campeonato era simplesmente incrível. Pessoas de todos os lugares do mundo estavam reunidas em um campo anti-trouxa. Tinham barracas, cores, roupas, idiomas, culturas, religiões diferentes, mas todos nós estávamos unidos em um só lugar, compartilhando ansiedade, diversão e emoções. Éramos todos iguais, e isso foi com certeza a coisa mais linda de todo o Campeonato.

Claro que a coisa mais feia tinha nome e sobrenome: Hermione Granger.

Sim, eu nunca vou deixar de falar dessa menina e do quanto eu odeio ela. Cercada por sua gangue, Hermione tinha orgulho de desfilar com as roupas mais caras e horrorosas que tinha. A sebosa até ficou na parte mais afastada da região delimitada. Provavelmente com medo dos bruxos "pobres".

A bem da verdade é que quem é nojento e propagador de doença era ela mesma.

Draco Malfoy também estava lá com seu narizinho empinado e com sua esplendorosa falta de cor e noção.

Mas eu até que estava começando a aturá-lo depois do episódio da biblioteca. O sujeito, inclusive, passou por nós duas vezes e fez questão de nos ignorar em todas. Muito adulto.

Enfim, todo mundo estava interessado no jogo que vai acontecer essa noite, a grande final do campeonato: Bulgária x Irlanda.

Fred e Jorge já até bolaram um clube de apostas no acampamento. Algumas pessoas já os chamam de mafiosos. Acertaram em cheio, se querem saber a minha opinião formada no assunto.

Pov Hermione

Então, esse que é a famosa Copa de Quadribol.

Não gosto de Quadribol e isso pra mim é irrelevante. Claro que eu fingia gostar só pra fazer Draco feliz. Mas, como não tenho mais nada com aquele embuste, não preciso mais fingir absolutamente nada.

A única coisa boa era que eu desfilava diariamente entre milhares de bruxos para esbanjar minha beleza estonteante e minhas roupas caras. Afinal, o que é bonito tem que ser apreciado.

Ouvi rumores que eu fora eleita a menina mais bonita do acampamento. Nenhuma novidade.

Estava subindo para o acento VIP da arena onde ia ser realizada a final do campeonato. Vi Gray e sua galerinha na parte mais barata das arquibancadas, lá com o povão.

E depois querem me comparar com ela.

Seboso Malfoy também estava na parte VIP, mas ainda assim, bem longe de mim. Ótimo, não quero mais saber desse menino nojento e deplorável.

O jogo todo foi muito chato, como sempre. Não interessa se o Quadribol é amador ou se é profissional, é chato do mesmo jeito e pronto. Claro que não devemos ignorar a presença de Vítor Krum, uma celebridade lindíssima e meu futuro marido, se Deus quiser.

Além de bonito e forte ainda é rico e famoso. Infelizmente, não tenho a mínima paciência para correr atrás dele. Na verdade, eu nem corro.

Depois do jogo, estavam todos comemorando e discutindo o resultado. Eu já estava comemorando o fato de que aquilo tinha finalmente acabado. Queria ir embora para casa o mais rápido possível. Mas não, meu pai TINHA que fazer uma demonstração de poder em rede mundial. Típico.

Ele e seus amiguinhos Comensais da Morte, saíram pelo Acampamento destruindo tudo e falando do poder do Lorde das Trevas e que ele estava voltando.

Foi até bacana. Ver as pessoas correndo e desesperadas foi divertido. Meu pai não fez nada demais, só capturou os trouxas que viviam no lugar e brincou de marionete com eles, além de fazer com que 50 bruxos se machucassem no tumulto. Mas ninguém morreu, então está tudo bem.

Enfim, depois dessa palhaçada toda, eu finalmente fui pra casa. Queria aproveitar o resto das minhas férias em casa, já que tinha passado todo o tempo em Paris pra semana de moda.

Ser rica é extremamente exaustivo.

Pov Olívia

Depois do jogo Bulgária x Irlanda, todo mundo estava em clima de festa. Fred e Jorge brincavam de jogar o lucro recebido com apostas pelos ares. Aqueles meninos realmente fazem jus ao título de "futuros milionários"

Nossa barraca estava cheia de pessoas ruivas. Todos os Weasley, Harry, Maia e sua madrinha, Dorcas. Ela era bem legal inclusive. Super mulher emponderada. Trabalhava como curandeira e como médica também. E o melhor, fazia isso não pelo dinheiro, mas pelo prazer de ajudar os outros.

Cedrico e seu pai também tinham passado por lá. Ele, que estava cada dia mais lindo, foi muito simpático como sempre. A gente até combinou de passear em Hogsmeade quando as aulas voltassem.

Claro que éramos apenas amigos, e ele sabia disso. Eu adoro essa relação de amizade com ele. Mas o que não é bonito mesmo é o Rony me olhando de cara emburrada todas as vezes que eu falo com Cedrico. O problema é dele, não sou obrigada a deixar de falar com um menino só porque o senhor não gosta.

Depois da algazarra da final do jogo, nós fomos todos dormir. Ou pelo menos tentamos. De repente, uma gritaria começou pelo acampamento. Os gritos de desespero foram ficando cada vez mais altos, junto com o barulho de milhares de pés pisoteando barracas e marchando em sincronia.

A noite foi iluminada por uma marca verde. Nem consegui distinguir o que ela representava, estava tão desesperada que nem dei atenção. Todas as pessoas começaram a sair de suas barracas, carregando o máximo de coisas possíveis. Todos estavam fugindo do exército de vultos encapuzados que avançavam destruindo o acampamento.

O senhor Weasley entrou correndo no quarto de dividia com Maia e Gina. Era tanta gritaria que nem entendi o que ele disse, mas eu entendi uma coisa: CORRAM.

Eu, Maiara e Gina saímos correndo da barraca, com uma roupa mal colocada por cima do pijama. Fomos seguidas pelos meninos, mas ainda assim era muito difícil nos localizar. A multidão de bruxos desesperados nos empurrava para fora do acampamento, em direção a floresta.

Me perdi dos meus amigos 2 minutos depois. Não poderia dizer onde estava, nem pra onde ia. Tantas pessoas gritavam do meu lado que nem sabia o que estava acontecendo. A única coisa que percebi eram os bruxos tentando parar o exército de mantos pretos que havia começado com tudo aquilo.

Então, minha atenção se voltou para a marca que tingia o céu de verde. Era um símbolo de uma caveira com uma cobra saindo de sua boca. Não entendi o que significava, por mais que não me era estranha.

Caí no meio da multidão, e a única coisa que raciocinei fazer for me arrastar para fora do caminho antes que fosse pisoteada por milhares de pessoas.

Comecei a ter um ataque de pânico. Não sabia o que estava acontecendo, nem onde estavam meus amigos e ainda por cima, tinha torcido meu tornozelo na queda. Estava doendo muito, nem dava pra suportar a dor. Minha visão começou a ficar turva, embaçada pela dor de um osso quebrado.

Comecei a achar que era o meu fim. Acabou. Seria encontrada morta dois dias depois, pisoteada pela multidão ou até por coisa pior.

A única coisa que consegui distinguir antes de desmaiar foi um vulto alto indo em minha direção. Senti como se cada centímetro do meu corpo estivesse em chamas quando o vulto me levantou do chão. Essa foi a última coisa de que me lembro antes de acordar na floresta, perto de alguns bruxos ainda escondidos, com um colar ao meu lado.