Amor. Um sentimento tão bom, que nos faz flutuar nas nuvens, é bom amar, mas é ruim não ser amado pela pessoa que você tanto deseja com todo o coração, esse é o meu maior problema. A pessoa que eu mais amo está completamente apaixonado por Elizabeth Swann. Will sempre foi apaixonado por ela, as vezes eu gostaria que ela nunca o tivesse encontrado, mas infelizmente, se não fosse por ela Will nunca estaria aqui. Tudo começou há 5 anos, quando eu me mudei para Port Royal. Eu era uma menina diferente das outras, enquanto umas tinha o sonho de achar seu amado casar e ter filhos, o meu sonho era viajar pelo mundo e eu sabia de um jeito de realizar esse sonho.

"-Sra Watson, sou Kiara Gilbert...

— Ah meu Deus! Como você cresceu, está uma jovem tão bonita. Como está sua mãe? Entre e sente-se querida, fique a vontade. - Disse a mulher de cabelos longos e ruivos a minha frente.

Entrei em sua casa que por sinal era muito bonita e me sentei em uma das poltronas que tinha na sala de entrada.

—Minha mãe está muito bem. Ela queria ter vindo visita-la, mas não pode.

—Eu entendo, mas quem sabe sua mãe possa vir me visitar numa próxima vez!? - Ela falou sentando na minha frente.

—Gostaria de um chá? Água? Vinho?... - Ofereceu.

—Não, muito obrigada Sra Watson.

—Só Margot querida e nada de senhora, tenho cara de ser sua tia não sua vó. - Nós duas acabamos rindo.

—Margot, a minha mãe provavelmente falou com você o motivo de eu ter vindo para Port Royal.

—Sim, ela disse da ultima vez que fui visitá-la e sinceramente não sei como ela concordou com uma loucura dessas, tudo bem que algumas mulheres de sua família fizeram a mesma escolha que você, mas elas nunca fizeram essa escolha tão jovens. - Margot falou bebendo um pouco de vinho que uma criada tinha trago.

—Eu sei, minha mãe falou a mesma coisa e eu também não sei como ela deixou que eu fizesse algo assim, mas esse é o meu sonho, eu quero muito isso. Ela provavelmente deixou porque ela sabe que eu vou poder voltar.

—Eu entendo Kiara, mas você não acha que está muito cedo para fazer essa escolha? Se você fizer isso agora vai ter 16 anos para sempre.

—Eu sei Margot mas...

—Olha eu te ajudo com a sua decisão, mas acho que você ainda é muito jovem.

—Eu sei...

—Sua mãe me falou que você é uma menina bem peculiar, luta com espada. É difícil ver uma menina que não seja pirata ou algo assim, que goste de lutar com espada, é bem raro pra falar a verdade. - Ela falou sorrindo amigável. - Que tal você sair um pouco comigo para conhecer a cidade?Quem sabe você não ganha uma espada de presente? - Sorriu travessa.

—Sério? - Falei surpresa. - Quero dizer... Obrigada Margot, com certeza esse vai ser um dos melhores presentes que eu já ganhei.

—Então vamos! - Falou Margot levantando da poltrona. - Eu conheço um ferreiro que faz espadas maravilhosas.

Saímos da casa e Margot me levou para conhecer vários lugares ali perto, me mostrou o porto, a casa do governador, a loja favorita de roupas e comida, o mercado e vários outros lugares. Em um determinado momento do nosso passeio Margot encontrou com homem que estava acompanhado de uma garota que aparentava ter a minha idade.

—Kiara, esse é o governador Weatherby Swann é essa jovem é sua filha Elizabeth Swann. - Margot falou apontando para os dois.

—É bom revê-la Sra Watson. - Falou o governador sorrindo e direcionou o seu olhar para mim. - E quem é essa bela jovem?

—Essa é Kiara Gilbert, filha de uma amiga.

—Prazer em conhecê-la minha cara. - Falou o governador beijando minha mão.

—O prazer é meu governado Weatherby. - Falei.

—Querida se quiser pode ir adiantando o seu presente, o ferreiro que eu te disse fica logo ali. - Margot falou apontando para uma ferraria logo a nossa frente.

—Eu tenho que conversar algumas coisas com o Sr Swann, vai ser rápido.

—Tudo bem, licença. - Falei saindo e indo em direção a ferraria.

Eu fiquei um pouco receosa ao entrar, não sabia se o ferreiro ia vender a espada pelo fato de eu ser uma jovem e mulher. Reuni coragem e entrei no estabelecimento que parecia não ter ninguém.

—Tem alguém aqui? -Perguntei entrando um pouco mais no lugar e vi um velho no chão roncando. - Senhor! Senhor! - Chamei me aproximando aos poucos. Senhor!

—Não adianta tentar acorda-lo. - Uma voz falou atrás de mim me fazendo virar com o susto. - Ele não acordaria nem se você jogasse água. Não costumo ver mulheres vindo a uma ferraria, o que deseja? - Perguntou o jovem a minha frente.

—Ahh, bem... Eu queria falar com o ferreiro, mas vejo que ele está dormindo. - Falei olhando novamente o velho no chão.

—A senhorita pode falar comigo, eu trabalho aqui. - Perguntou mexendo em algumas ferramentas em uma mesa.

—Eu gostaria de comprar uma espada.

—Desculpe a pergunta senhorita, mas por que o homem que quer a espada não veio? Essas coisas não são para mulheres. - Ele falou voltando a atenção para mim.

—É porque não é para um homem, é para mim. - O garoto olhou surpreso.

—Para a senhorita? Nunca vi uma mulher querer uma espada... Quero dizer, mulher como você. - Ele falou apontando para mim.

—Mulher como eu? - Perguntei confusa.

—Sim! Mulher como você. Bonita e de alta classe. - Ele falou um pouco envergonhado, o que me fez sorrir.

—Bem...?

—Turner, William Turner.

—Bem Sr Turner, eu não sou como essas mulheres que o senhor disse, eu sou diferente. - Falei sorrindo.

—Eu percebi isso senhorita, mas para querer uma espada deve saber manuseá-la. A senhorita sabe lutar? - Perguntou curioso.

—Claro que eu sei.

—A senhorita conseguiu me surpreender. Mas isso não é algo para mulheres, não acha? - Perguntou sorrindo sem graça.

—Lhe garanto que eu luto muito bem Sr Turner e se tiver duvidando, podemos tirar a prova. - Desafiei.

—Obrigado pela proposta, mas eu acho melhor recusá-la. - Ele falou rindo.

—E se eu quiser lutar? Estaria disposto a me ajudar? - William​ demorou um pouco para me responder.

—Continuo achando que isso não é uma boa ideia.

—Então acho que tenho que procurar uma outra pessoa para me ajudar. Pena, porque eu acho que você seria um bom ajudante... Mas enfim, eu gostaria de uma espada não tão leve e nem tão pesada, eu diria que uma com o peso ideal para mim.

—Bem, tenho algumas aqui, se quiser, pode experimentar. - Ele disse abrindo um armário que ficava na parede.

Experimentei várias armas, mas nenhuma delas achei adequada para mim, depois de um tempo William​ falou:

—Posso fazer uma espada para você, já imagino até como pode ser. - Ele falou guardando as espadas.

—Sério? E como seria? - Falei empolgada.

—Isso será uma surpresa!

—Por mais que eu esteja bem curiosa para saber como ela vai ficar... Tudo bem.

—Will você... - Ouvimos uma voz feminina e quando nos viramos, vimos Elizabeth. - Não sabia que você estava acompanhado. - Falou se aproximando de nós.

—A senhorita...? - William olhou para mim.

—Kiara, Kiara Gilbert. - Completei.

—A senhorita Gilbert veio encomendar uma espada.

—Mas isso não é coisa para homens? - Perguntou Elizabeth.

—Eu não ligo para essas coisas, eu gosto de uma boa luta. - Falei sorrindo simpática. - Bom, eu tenho que ir. Sr Turner pense na minha proposta e eu estarei esperando por minha espada, eu estou na casa da Sr Margot Watson. Até logo Sr Turner e Senhorita Swann. - Disse saindo do estabelecimento."

Depois de alguns dias o Sr Turner ou Will como eu gosto de chamar, apareceu com a minha espada, era melhor do que eu imaginava, tinha o peso ideal, lâmina fina e alguns detalhes com flores, o que eu achei fofo da parte dele, mas o que eu mais gostei foi quando vi o meu nome na lâmina da espada. Com certeza aquele foi o melhor presente que eu ganhei e para a minha surpresa Will, aceitou a minha proposta de treinar comigo.

Com o passar dos treinos eu comecei a me aproximar de Will e ao mesmo tempo eu começava a me apaixonar por ele, um caminho totalmente sem volta e eu acabei deixando de lado o motivo por ter vindo a Port Royal.

Mas toda história tem seu lado triste, e esse, é o meu. Eu sabia que Will e Elizabeth gostavam um do outro, mas eu ainda tinha esperança já que nenhum dos dois nunca faziam nada.

Margot sempre falava para me declarar pra Will, mas eu sempre ficava insegura quanto, não sabia o que fazer, não sabia se era o certo, por mais que eu quisesse ele comigo, tinha medo de perder a amizade dele, de me ignorar, de agir estranho.