The Second Noah Clan

O projeto da Flor Negra - Parte 1


Júlia

A enfermaria da Base tinha se tornado um inferno. Fazia dois dias desde o incidente com a suposta Segunda Noah. Bianca não se movia. Não acordava. Devo explicar o que tinha acontecido, pelo menos. Depois de derrotarmos o Nível três (não pergunte como), nós nos separamos a procura de Bianca. Jasdevi encontrou-a e voltamos o mais rápido possível para a Base. Bianca tinha tido uma ataque de gritos alguns minutos após internamos ela, então ela voltou a desmaiar. Voltando, a base tinha se tornado um inferno.

- Realmente... – murmurou Tyki. – Eles não vão deixar, Mitsuki.

- Mas... – ela revirou os olhos.

A situação era a seguinte: Estávamos todos sentados na recepção da enfermaria, com todos eu quero dizer, Mitsuki e Tyki Mikk, Road Kamelot, Jasdevi, Lavi, Kanda, Allen, Samantha e eu. A enfermaria era praticamente um conjunto de quartos ao longo de um enorme corredor branco. A recepção era como qualquer recepção de hospital, com sofás e cadeiras pra todo lugar, flores de cores claras com a cor predominante sendo branco. Todos que haviam ido para a missão, exceto Bianca, estavam praticamente sem feridas, só pequenos arranhões. Eu usava uma regata preta e shorts da mesma cor. Komui entrou na sala segurando uma prancheta e um punhado de papéis e pastas. Ele sentou na cadeira de uma mesa de escritório que haviam botado ali porque... Porque Komui quis fazer uma “reunião de emergência” ali.

- Isso é ridículo... – Mitsuki murmurou fechando o punho. – Eu já disse que posso ajudar!

- Por que você poderia ajudar, Mitsuki? – Komui a cortou, revirando suas pastas. Ele separou umas três do resto dos outros papéis. Ele começou a murmurar para os papéis: – Ela ainda não acordou... Certo?

- Infelizmente não... – disse Samantha. Ela vestia uma regata branca e uma calça preta. – Eu acho melhor focarmos no que a fez ficar daquele jeito. – ela sugeriu. – Não vai dar para curar ela sem saber o que aconteceu naquele lugar. Jasdevi mencionou algo relacionada a uma garota chamada “Elizabeth” e sobre ela ser uma Segunda Noah ou algo do gênero. – ela se voltou para os gêmeos, que estavam com suas roupas normais de sempre sentados no chão. – Poderiam se explicar, por favor?

Com os olhares todos voltados para eles, principalmente os Noahs que olhavam para eles como quem diz: Não acredito que você fez isso.

- Ehh... – Devit levantou a mão trêmula em reação aos olhares. – Pergunte a Tyki, ele sabe melhor do assunto.

- Bem... – Tyki murmurou fazendo gestos esquisitos com as mãos. Ele vestia uma blusa preta de mangas longas e calça jeans. Tanto ele como sua noiva estavam com alguns curativos na cabeça. – É realmente uma longa história. Mas digamos que nós conhecemos essa história de Segundos Noahs...

- Poderia saber por que diabos não relataram isso à Ordem? – Grunhiu a voz de Kanda atrás de mim. Ele se apoiou na parede, com uma das mãos tocando a Mugen. – Isso será considerado uma traição extrema se chegar aos ouvidos do Lvellie. Vocês têm noventa e cinco por cento de chance de serem condenados a morte imediata.

Os Noahs não tiveram reação. Eles sabiam muito bem daquilo, desde o primeiro momento que pisaram na Ordem. Eles trocaram olhares entre si. A primeira a falar foi Mitsuki.

- Já que estamos do lado deles agora... – ela suspirou levemente e apoiou o cotovelo na sua mão. Ela deixou um leve suspiro sair de seus lábios e se pós de pé. – Acho que devemos falar.

- Mitsuki! – Tyki levantou a mão como se a advertisse sobre algo.

- Cale-se, por favor. – ela o cortou. Ele apenas recuou sua mão e voltou a sentar normalmente. Mitsuki fixou seu olhar no nada. Era perceptível o tremer de suas mãos. – O projeto Segundo Noah era inicialmente um projeto para a criação de pessoas capazes de criar Akumas além do Conde do Milênio e sua família. Quando falo de criação de Akumas, me refiro às “ofertas” do Milênio para pessoas em tempos de tragédias...

- O Milênio criou uma rosa de matéria negra. – Road começou a falar. – A intenção era juntar duas memórias Noahs e misturá-las com matéria negra e ver no que dava. Porém ele precisava de cobaias.

- Corpos jovens. – completou Tyki. – Praticamente, o Segundo Clã Noah trata-se de jovens que se submeteram ao Conde por vontade própria e foram transformados em seres que transitam entre as naturezas de um Noah e um Akuma. Antes de sairmos do Clã, o projeto teve apenas uma cobaia que conseguira renascer...

- O que houve com as outras...? – Allen perguntou. Ele estava praticamente em estado de choque.

- Não resistiram. – Jasdero respondeu.

Allen não reagiu. Aquilo deveria ter aumentado o seu estado o seu estado de choque.

- A sensação dentro daquela flor... – Mitsuki encarou o chão e continuou a falar. – É como se toda a dor do mundo ficasse concentrada em você, só que sem lhe machucar. É como bater tanto no seu braço, que ele chega a perder a sensibilidade... – ela piscou como se lembrasse de algo. – Mas esse não é o ponto, eu posso ajudar Bia. Por favor, permitam-me.

- O quê...? – Komui murmurou, perplexo. – Eu não vejo o porquê de todo esses por favores...

- Tyki irá explicar tudo. – Mitsuki passou a mão pelos seus cachos de um tom de vermelho tão vivo que chegava a criar dúvidas se eram reais ou não. Ela deu um longo suspiro. - Eu vou ajudar aquela garota.

Ela simplesmente andou pelo longo corredor da enfermaria. Eu não sei o porquê, então não me pergunte, mas ninguém tentou impedi-la. Ela rapidamente sumiu de nossas vistas. Todos se voltaram para Tyki.

- Eh... – ele se endireitou na cadeira e começou a falar. – Bem, houve apenas uma pessoa que conseguira resistir á matéria negra e a duas memórias Noahs combinadas. Juntando as memórias do sexto apóstolo, a Corrosão, e a memória de sétimo apóstolo, a Misericórdia junto com matéria negra. O resultado fora a memória da compaixão.

- Então você quer dizer que... – murmurou Samantha, provavelmente seguindo alinha de raciocínio de Tyki.

- Mitsuki Mikawa. – continuou Tyki. – Primeira apóstola do Segundo Clã Noah.