The Revolution
Capítulo 32
TAO
Minha visão está levemente turva ainda e parece que as bordas do mundo estão tremidas, mas vai ter que ser o suficiente, pisco os olhos tentando clarear minha visão, mas não adianta muito e quase perco o momento que o monstrengo começa a agir.
Ele se retorce para a esquerda e consegue achar uma brecha na defesa de Chanyeol e avança com a boca retorcida aberta na direção dele, eu quase me coloco em minha zona temporal diferente, mas a proteção de fogo de Chanyeol é mais rápida e o monstrengo se retorce com a boca pegando fogo por uns segundos antes de se retorcer para a parede.
Ele pareceu ignorar o fogo lhe queimando a carne e agora seu sorriso afiado e retorcido está ainda pior com pedaços de carne queimada.
Kyungsoo consegue encontra-lo na parede acima de Chanyeol e tenta fazer uma mão de pedra para segurá-lo contra a parede, mas já era tarde.
O momento perfeito para que eu possa agir.
Me coloco em uma zona temporal diferente e saio correndo na direção de Chanyeol, dessa vez tento contar os segundos e no quarto eu vejo a cabeçorra ovalada e sem olhos se focar em mim, quase na mesma velocidade que eu.
Estou quase chegando em Chanyeol quando ele pula por cima da mão de pedra e mergulha na direção dele, mais uma vez com a boca aberta, a língua oblonga para fora e os dentes afiadíssimos apontados para a cabeça do orelhudo.
Agarro a mão de Chanyeol e o puxo para o chão e ele entra em minha zona temporal no momento exato que sua cabeça seria arrancada pela bocarra gigante.
Chanyeol cai por cima de mim e eu não consigo me levantar imediatamente sem romper o contato com ele, não quero ter que expandir a zona para duas pessoas, é perigoso além de muito mais difícil.
Depois de dois segundos de um Chanyeol confuso em cima de mim eu consigo empurrá-lo de lado, não me levanto e continuo pegando em uma de suas mãos, procuro o monstrengo e sinto minhas pernas bambearem quando a encontro finalmente
Um momento de hesitação, Chanyeol nem mesmo havia se dado conta do que eu fiz, Chen ainda olhava para Kyungsoo, Lay e Kai para se certificar que estavam bem, eu estava longe dele para conseguir colocá-lo na minha zona temporal também.
Penso em me levantar e correr, mas é tarde demais, estou longe de Chen e só consigo assistir enquanto o monstrengo lhe abre o peito com um golpe de suas garras e lhe morde o abdome com sua bocarra gigante.
— Chanyeol, ajuda o Chen! – Eu grito em desespero.
Quando me levanto com ele, Chanyeol parece finalmente acordar e olha na direção que eu falei e lança chamas grande e fartas na direção do monstrengo que é acertado em cheio e cai para o lado se estrebuchando para se livrar do fogo e para nossa surpresa, o fogo parece se apagar, apenas deixando a pele levemente queimada aqui e ali.
Essa foi a brecha que precisávamos, corri na direção de Chen com Chanyeol ao meu lado, suas feridas estavam recém-abertas, o sangue ainda não saía, mas eu conseguia ver nacos de carne faltando em seu abdome.
— Não sai do meu lado. – Digo para Chanyeol já tocando em Chen.
Coloco Chen no meu colo e começo a andar para onde Lay está com Kyungsoo e Kai com Chanyeol atrás de mim, o ouço xingar e imagino que o monstrengo deve estar dando trabalho para ser contido.
A criatura ruge tentando nos alcançar, as chamas de Chanyeol parecem assobiar conforme ele aumenta a magnitude delas, arrisco olhar para trás por um momento e vejo que ela tenta passar pelo fogo com suas garras. Minha cabeça dói conforme tento me concentrar o máximo para conseguir manter Chanyeol na mesma zona temporal que eu ao me afastar, tenho certeza que se eu não o fizer, o monstrengo consegue se aproximar.
Desativo minha zona temporal e tudo acontece de uma só vez.
Chen se retorce no chão conforme seu corpo recebe os impactos dos ferimentos e o sangue quase esguicha das feridas do peito, ele nem mesmo consegue gritar e fica estático tentando puxar ar, mas uma tosse o faz cuspir muito sangue e ele parece começar a se engasgar.
— Meu Deus!
— Puta merda!
— O que...?
Kyungsoo, Kai e Lay se surpreendem ao, de repente, ver Chen tão machucado na frente deles.
Se antes a criatura parecia rugir de raiva, agora parecia quase chorar, quando eu desfiz minha zona temporal, de alguma forma, ela pareceu perder parte de sua força e caiu para trás da parede de fogo.
- Como isso aconteceu...? – Lay se desespera sem saber por onde começar a curar Chen, uma mão vai para seu peito dilacerado e a outra para seu abdome perfurado. – Tao, o que aconteceu?
— É melhor vocês pensarem em alguma coisa porque não sei por quanto tempo vamos poder continuar nessa! – Chanyeol nos apressa mais à frente.
— Alguma informação que possamos usar? – Kyungsoo pergunta agora mais urgente ainda ficando de pé quase em um tom acusatório.
— Eu acho que consegui entender, esse monstrengo só consegue se colocar em uma zona temporal semelhante à minha quando eu ativo a minha, eu não sei ao certo como, mas é isso que ele faz e é nesse momento que ele fica superforte.
— Como...? – Kyungsoo quer perguntar, mas ele sabe tão bem quanto eu que não temos tempo para isso.
— Ele demora exatos quatro segundos para entrar na zona dele, nesse tempo ele fica tão devagar quanto vocês e quando eu volto ao normal ele também volta e parece perder uma parte da força dele, para quebrar a parede ele teve mais dificuldade e o fogo o queimou agora, quando estava na zona temporal ele nem a percebia. Eu tenho uma ideia. – Digo olhando para Lay que está concentrado em Chen, os rombos no peito estão diminuindo e a carne no abdome parece começar a se refazer.
Kyungsoo olha para ele e de volta para mim e sua boca se crispa em raiva – Vocês realmente gostam de me contrariar e usar o Lay para tudo, não é?
— Eu juro que não é por mal. – Digo em tom de desculpa.
Explico o que quero fazer o mais rápido que consigo, Kyungsoo me olha com um misto de confusão e incredulidade, Kai me olha como se eu fosse louco e Lay, bem, ele está concentrado em Chen que parece não ouvir direito.
— Você ficou louco? – Kyungsoo me confronta.
— É nossa melhor chance. – Eu me defendo. – Lay, você está pronto?
— Pronto? – Ele pergunta concentrado em fechar o abdome de Chen.
— Ele estará. – Kai intervêm - Eu vou me certificar que ele esteja.
Se isso der certo, ele terá toda a energia necessária para curar Chen de uma vez. Me levanto e corro até Chanyeol e o peço para desfazer a parede de fogo.
— Você ficou louco?! – Ele se espanta sem tirar a concentração da parede de fogo enquanto a criatura urra de raiva atrás dela.
— Você é a segunda pessoa que me pergunta isso, então talvez sim.
— O que você...
— Desfaz o fogo!
Ele levanta as mãos e fica com uma expressão de desentendido quando eu entro em minha zona temporal e começo a correr, as chamas ainda estão abaixando quando passo por elas, quatro segundos se passam e estou bem na frente da criatura quando seu rosto de carne preta e queimada se foca em mim.
Mesmo estando mais rápida, ela não consegue se igualar a mim, ela tenta me acertar com uma de suas garras afiadas e eu consigo me desviar por muito pouco, mas consigo sentir o vento perto do meu rosto, se ela tivesse acertado, meu rosto teria um grande buraco agora.
Mas eu perdi o equilíbrio e caio sentado, ela aproveita esse deslize e começa a desferir vários golpes em minha direção, todos passando muito perto de me acertar, consigo ficar de pé e no último golpe o monstrengo acerta meu braço direito.
Eu preciso correr de volta para onde Lay está e desativar minha zona temporal a tempo dele tocar nessa criatura e sugar a sua vida, mas para isso eu precisarei dar um jeito de evitar que a criatura desvie em sua forma fluida.
Passo pelas chamas que ainda não abaixaram totalmente, empurro Chanyeol para o lado, preciso garantir que esse monstrengo se foque em mim, o que eu não esperava era que ele conseguisse saltar e ficar bem na minha frente me impedindo de seguir, braços estendidos, o sorriso pontiagudo e queimado me mirando, pronta para o ataque.
O que eu faço? Preciso pensar rápido, tentar passar por ele por alguma brecha está fora de cogitação, ele é muito grande e mesmo que seja um ou dois segundos mais lento que eu, ainda é bem rápido, olho para trás dele, ainda estou longe de Lay, ele demoraria para chegar até a criatura e ela conseguiria se desviar em sua forma fluida.
Como não pensei nisso antes?
Desativo minha zona temporal por um segundo, Kai se espanta com a criatura tão perto dele, mas o vejo falar com Lay, a postura de ataque dela se retraiu, ainda está pronta para me dar o bote, mas parece mais contida do que um segundo atrás.
Ela não está mais na zona temporal que a deixa mais rápida, eu reativo a minha e desato a correr com toda a velocidade que minhas pernas me permitem, quando me lanço no ar e agarro o tronco da criatura e a empurro junto comigo ela entra em sua zona temporal diferente e sinto suas garras me rasgarem as costas.
Não me dou por vencido e continuo a empurrá-la, sinto outro golpe nas costas e minha força se vai do meu corpo, cuspo sangue e sinto a garra sair das minhas costas, recuo um pouco, titubeando, ficou difícil conseguir respirar, encaro a criatura uma última vez, olho para trás dela e estou perto o suficiente, com um último resfolego de energia me jogo contra ela de ombro e caio por cima dela sentindo suas garras se fincarem em mim várias vezes, desativo minha zona temporal.
LAY
Eu não ouvi nada do que Tao disse, apenas o ouvi perguntar algo para mim, mas não posso me focar nisso agora, Chen está todo cortado em pedaços e preciso salvar sua vida, ele some, depois ouço Kai soltar um grito de surpresa e ele puxa minhas mãos do torso de Chen.
— O que você...
— Você vai salvar o Chen e todo mundo! – Ele me corta e já me puxa antes que eu fale mais alguma coisa.
No segundo seguinte, o bicho preto e estranho que nos atacava está no chão se debatendo enquanto ataca Tao caindo em cima dele, uma mistura de guinchos de raiva da criatura e de dor vindos de Tao.
Aquela cena me despertou ao mesmo tempo, raiva, desespero e ódio, me coloquei de joelhos o mais rápido que pude e coloquei as duas mãos na cabeça ovalada da criatura.
Imediatamente senti o calor do corpo dela vir para o meu, sua energia o deixando rapidamente, não demorou nem mesmo cinco segundos e ele estava mole no chão, sem vida, com Tao em cima dela, tossindo sangue.
— Tira ele daí! – Ordeno par Kai que o coloca no chão mais que depressa.
Se antes seu corpo havia ficado machucado, agora ele estava destruído, totalmente feito em frangalhos, pedaços de sua carne e de seus órgãos se penduravam quase como tiras.
Me sinto eufórico como das vezes que suguei a vida das outras duas criaturas, coloco uma mão de cada lado do rosto dele e uma descarga de energia passa de mim para ele, chega a ser engraçado e assustador ver a velocidade que seu corpo se reconstrói de dentro para fora, as fibras de carne rasgada se refazendo e fechando os ferimentos.
Ele abre os olhos assustado e se senta de uma vez, eufórico e assustado também, cuspindo o sangue que havia ficado em sua boca. – Essa sensação é terrível. – Ele resmunga ofegante.
Me afasto dele e faço o mesmo com Chen e ele faz exatamente a mesma coisa, nos olha confuso e eufórico. – O que foi que aconteceu? – Ele pergunta. – Vai me dizer que eu caí em combate de novo? Já é a segunda vez que esse labirinto leva a melhor em cima de mim! – Ele se revolta.
Eu me sento desajeitado no chão, a euforia de tanta energia extra acumulada me invadir de repente e sair na mesma velocidade me deu uma leve vertigem.
— O que aconteceu? – Chanyeol pergunta se aproximando de nós, quando eu vi... já tinha acabado.
Sinto minha cabeça doer, mas pelo menos estamos todos bem, Chen e Tao estão eufóricos e animados andando de um lado para o outro e falando desenfreados, totalmente recarregados.
— Eu tenho que admitir, você tem sido uma peça fundamental para nossa sobrevivência ultimamente, muito útil em batalha. – Kyungsoo admite suspirando. – Precisa de um tempo para se recuperar? – Ele me pergunta preocupado.
— Só preciso recuperar minha respiração.
Ele sempre se preocupou muito comigo, sempre tentando me manter fora de perigo ou combate o máximo possível, ouvi-lo dizer isso me deixou tanto orgulhoso quanto confiante.
— Podemos ir. – Digo ao me levantar – Acho que não deve ser muito seguro ficarmos aqui esperando outro ataque.
— Com toda certeza. – Kyungsoo concorda andando ao meu lado.
Andamos mais alguns metros deixando o corpo daquela criatura horrenda atrás de nós, espero que eles estejam se focando no caminho, porque eu já estou totalmente perdido sem saber para onde estou indo ou como voltar.
— Olha eu tenho que admitir, - Kai começa a falar, sem nunca deixar de prestar atenção ao seu redor - a liberdade que estava tendo nos últimos dias de poder simplesmente sumir no ar e voltar para a nossa área segura era algo que eu não experimentava já fazia algum tempo e não lembrava como ela podia ser tão viciante.
— Você sempre pôde fazer isso, Kai. – Chen rebateu.
— Nada disso, - Kai contestou - sempre preciso fazer o caminho a pé para aprender por inteiro além de sempre haver a possibilidade de ter alguém perdido pelo labirinto precisando ser salvo. Espero que nenhuma pessoa tenha dado o azar de chegar aqui esses últimos dias e não termos achado ele. – Ele concluiu um pouco menos animado e com pesar na voz.
— Estivemos saindo para treinar esses últimos dias, se tivesse alguém, teríamos encontrado. – Eu o asseguro.
— Será que não vamos achar nada de novo? Acho que a sala das fotos era por aqui, não era? Kai? – Chanyeol pergunta impaciente olhando em volta. – Acho que lembro desse mesmo lugar e... o que é aquele brilho?
Olhamos na direção que ele está olhando e apontando, todos ficam tensos e já em guarda no mesmo segundo esperando problemas, a passos lentos e cautelosos, começamos a andar em direção a ele, não sei explicar ao certo porque, mas me sinto atraído por ele, algo nele me deixa curioso e inquieto.
O brilho oscila e muda, como se algo passasse na frente de sua fonte mudando sua projeção e ainda muda de cor aqui e ali, algo nele me é familiar, como se meu cérebro reconhecesse aquele tipo de brilho, mas como se fosse uma memória tão longínqua que o nome me foge.
— Fiquem atentos, pode ser problema. – Kyungsoo nos alerta tomando a frente do grupo.
Com cada passo dado eu sinto meu cérebro se ativar e se confundir ao mesmo tempo, como se procurasse de onde aquele brilho poderia me ser familiar ou como eu o conhecia, se é que eu conhecia.
Quando viramos à direita em um corredor consideravelmente escuro, todos paramos e observamos sem entender.
A sala de paredes de metal polido que Kai e Chanyeol encontraram da última vez que estiveram aqui era diferente em suas descrições do que a que estou vendo.
KAI
Podia fazer algum tempo, mas eu me lembrava muito claramente de como era a sala que estávamos vendo agora. Da outra vez, ela estava escondida e a descobrimos meio que por acidente e estava escondida dentro de um corredor, dessa vez ela está bem exposta para quem quisesse ver.
— É a mesma sala que vocês encontraram da outra vez? – Chen pergunta mais atrás.
— Tudo indica que sim. – Chanyeol responde por mim porque eu estou confuso e um pouso assustado. Qualquer coisa aqui dentro pode ser um perigo novo.
A paredes de metal polido refletindo a luz branca e pura, a jogando para fora da sala e iluminando o labirinto. – Era daqui que vinha a luz? – Chanyeol indaga.
— Só pode ser... mas havia alguma oscilação nela antes. – Eu observo sem entender o porquê de ela ter ficado tão exposta dessa vez.
Então, mais uma vez, um brilho oscilante começou e quando dou por mim, estou entrando na sala com todos ao meu lado e então acho a fonte desse brilho oscilante. Uma das paredes não tem molduras pequenas de fotos e sim uma grande moldura com imagens se movimentando, o nome me vem à mente, mas não me vem à boca por algum motivo.
— Um vídeo? – Kyungsoo se espanta.
De repente a palavra pipoca em minha mente finalmente e eu consigo entender porque senti tanta curiosidade de ver o que podia ser esse brilho oscilante, imagens de um vídeo, uma gravação de alguma coisa.
— Como você se lembrou do nome disso? – Pergunto.
— Não sei, o nome só... pipocou na minha mente. – Ele responde sem olhar para mim.
— Agora que você disse, eu também lembrei. – Lay comenta hipnotizado pelas imagens.
— Eu também. – Tao concorda.
Nenhum de nós diz uma única palavra enquanto observamos aquele vídeo e, em horror, começamos a entender uma coisa, uma resposta, definitivamente uma resposta para uma de tantas perguntas que todos nós temos aqui dentro, mas ao mesmo tempo, tantas outras surgiram enquanto o vídeo acaba e recomeça.
Minha mente está tão frenética que não consigo raciocinar direito, estou sem ação, minha respiração está arfante e falhando, sinto meu estomago doer e se retorcer por dentro, eu preciso avisar aos outros, mas como fazer isso? Será que eles acreditariam em mim?
— Isso... isso... isso não pode ser verdade... – Chanyeol sussurra de maneira ruidosa, levando as mãos à testa em descrença – Como... como... porque... isso faz algum sentido? Se isso for verdade, como... não faz o menor sentido. – Ele balbucia palavras desconexas sem conseguir formar a frase que eu também não consigo.
— Eu sabia! – Chen esbraveja e começa a andar de um lado para o outro tentando entender o que viu – Eu sabia, Kyungsoo, eu te disse, eu disse para todos vocês e vocês não me ouviram...
— Nós já entendemos, Chen! – Kyungsoo se irrita sem tirar os olhos da tela também.
— Entenderam mesmo? Será? Vocês entenderam que eu tinha razão e que podemos estar todos em perigo? Está feliz agora, Kai? Viu no que deu você querer mexer no que não devia! – Ele continua esbravejando.
— A culpa não é do Kai, Chen, - Lay tenta acalmá-lo – ele é tão vítima de tudo isso quanto eu e você, a intenção foi boa, só foi mal direcionada.
Chen se afasta xingando.
Eu continuo encarando a tela e assistindo ao vídeo tentando entender, achar alguma razão ou motivo, mas nada parece dar uma pista, mas uma coisa é certa, independentemente disso tudo, fazendo sentido ou não, era verdade e nós, todos nós, podíamos estar correndo risco.
— Kai. Fala alguma coisa. – Kyungsoo me pede ao meu lado, tão surpreso quanto eu.
— O que você quer que eu diga? – Pergunto em desespero - Que estou apavorado com isso? Que estou sentindo meu estomago doer de medo? Ou que se algo der errado e ele fizer alguma coisa contra todos nós a culpa vai ser minha? – Estou ofegante quando termino de falar.
— Não será sua culpa, ninguém...
— Fale por você! Se acontecer alguma coisa com qualquer um de nós eu vou culpar o Kai sim! – Chen ralha ainda em fúria.
— Não é hora para isso, Chen! – Chanyeol o repreende – Não é para nós que você tem que direcionar essa fúria.
— Vai pro inferno seu poste ambulante! Você só está falando isso porque você foi um dos envolvidos em tudo isso! Você tem tanta culpa quanto o Kai! – Chen se enfurece ainda mais.
— Mas... como... se foi ele mesmo, porque ele...? – Tao ainda parecia não conseguir falar o que estávamos vendo naquele monitor, processar as informações em sua mente.
— Depois nós tentamos achar uma maneira disso fazer sentido, agora nós temos que voltar e contar para os outros. – Eu afirmo. – Todo mundo pode estar em perigo.
— Agora o problema é como vamos achá-los, todo mundo está do outro lado desse labirinto, se é que ainda estão vivos! – Chen está fora de controle e eu sou o alvo dele.
— Se acalma um minuto, cala a boca e para de gritar com todo mundo, temos que voltar e nos concentrar em achar os outros rapazes, - Kyungsoo o cala e pensa um momento fitando o chão – eles foram investigar o outro corredor, onde eu e Kris encontramos a parede transparente. Eles devem estar lá por perto.
— Eu juro que eu mato aquele desgraçado. – Chen ralha por entre os dentes cerrados e maxilar retesado. – Fiquem longe porquê dessa vez eu não respondo por mim.
Em todo o tempo que eu o conheço, eu nunca tive tanto medo do Chen, seus olhos chegam a brilhar, literalmente, vejo seus olhos brilharem igual os raios que ele solta.
Kyungsoo desata a correr na frente de todo mundo, liderando o caminho para o local que ele e Kris encontraram, todas as vezes que sinto meus pés atingirem o chão, meu corpo todo se estremece por dentro, quero chorar, mas ao mesmo tempo quero gritar com toda a minha força.
Eu só espero que dê tempo de chegarmos antes que algo possa acontecer.
Não sei qual pode ser seu plano, mas algo está muito errado nisso tudo.
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