The Puzzle
Capítulo 8
-Onde você estava criatura? – Thalia praticamente pulou em cima da Silena – Faltam menos de dez minutos de intervalo, e você ainda por cima desligou o telefone na minha cara.
-Não enche tá Thalia? Não estou com paciência para as suas birras. – Silena ainda estava enraivecida com as amigas, e se sentou na cadeira. Porém, mais do que com raiva, ela estava triste.
-O que aconteceu Silena? – Katie perguntou sentando-se ao lado da amiga.
-Nada. Vocês me chamaram aqui para me perguntar como eu estou ou para nós planejarmos como será hoje?
-Nossa, que nervosinha. – Thalia falou revirando os olhos.
-Nervosa ou não Lia, ela está certa. – pela primeira vez Annabeth se pronunciou. – Temos de resolver isso, e rápido.
-OK. É o seguinte: todo mundo aqui já viu Todo Mundo Odeia O Chris né? Então, tem um episódio que ele leva uma revista indecente para a escola, e a diretora toda dele. Ele e o amigo dele, Greg, tentam recuperar a revista. Enquanto o Chris entra na sala da diretora, Greg fica de vigia.
-Só que o plano deles dá errado, não? – Silena pensou.
-É, dá. Mas o erro deles foi fazer o contato por meio de walk-takes. Nós vamos fazer algo parecido, só que com celulares. Além de eles serem menos chamativos, há menos chances de fazermos eles caírem no chão e eles estragarem, concordam?
-É, tem razão nisso. Mas como conseguiremos entrar lá dentro sem ninguém nos ver? Lá dentro não fica ninguém?
-Na hora do almoço não.
O sinal, após isso, tocou. As meninas foram cada uma para as suas salas, com a expectativa falando alto em cada uma delas. E se não der certo? E se nos pegarem? O que acontecerá conosco? Seremos expulsas?
E o pior, não podiam comentar com ninguém, e nem perto de ninguém. O relógio parecia não colaborar, já que as aulas voaram para as quatro. O sinal da saída bateu, e todos se levantaram da carteira, com fome e com pressa.
Annabeth não estava com pressa, muito pelo contrário. Guardou calmamente a apostila e o estojo na mochila, puxou o zíper e por fim levantou-se, não tendo mais o que fazer para adiar a partida.
As garotas já estavam nos armários quando ela se aproximou. De acordo com o plano traçado, deveriam esperar pelo menos a maioria das pessoas irem embora, com o pretexto de conversarem com uma professora, ou de terem esquecido o material no dia anterior, se alguém perguntasse.
Incrivelmente rápido, os alunos se dirigiam para a saída, e os corredores iam ficando cada vez mais vazios. Thalia sentia o estômago reclamando, mas o repreendeu, e tentou esquecer a fome. Katie batia os dedos no armário, tentando entreter-se. Silena passava batom e Annabeth... Bem, ela lia.
Passado algum tempo desde o sinal, Katie falou:
-Acho que podemos ir, os funcionários já foram almoçar. Pelo menos a maioria.
Saíram, por fim, rumo à sala de vigilância. Ela ficava em um corredor sem muito movimento, onde não havia nenhuma sala de aula. Nem mesmo armários havia no corredor, apenas as salas de vigilância, o quarto da faxina e a detenção...
-O que vocês estão fazendo aqui? – era uma voz grossa.
As quatro amigas, assustadas, viraram para trás e se depararam com... Um Percy rolando de rir no chão.
-Não teve graça. – foi Annabeth quem disse. – Você nos passou um baita susto.
-Eu sei. Vocês deviam ter visto a cara que fizeram.
-Haha. Não teve graça. – Thalia riu sarcasticamente.
-Teve sim... Mas a pergunta foi para valer, o que vocês estão fazendo aqui?
-Pergunto o mesmo, priminho.
-Ora, eu estou na detenção, sair para beber água. Por acaso as princesinhas ficaram de detenção?
-Não. Estamos... Ãn, estamos...
-Silena esqueceu a bolsa com o batom ontem na escola e vamos perguntar para a equipe de faxina se a acharam em algum lugar. – Annabeth mentiu – Por acaso você a viu por aí, Jackson?
-Acho que não. Pois bem, podem ir lá. Depois nós nos encontramos por aí. – assim, ele virou e seguiu o seu caminho.
-Obrigada Annabeth, essa foi por pouco.
-Sim, foi. Agora, temos de ir logo.
-Eu entro na sala de vigilância, ok? – Silena sussurrou – Thalia fica para lá, Annabeth, para lá, e Katie, me dá cobertura. Qualquer coisa, avisem para a Katie que ela bate na porta, me avisando. OK?
-OK. – e foram cada uma para as suas posições.
Silena girou a maçaneta, e por sorte não estava trancada (ou se não teria de tentar abrir com um grampo de cabelo). Entrou nas pontas dos pés até a cadeira, onde se sentou e começou a procurar a tal fita...
Katie estava parada ali, com o telefone no modo alto-falante, para as três conseguirem comunicar. Até agora, silêncio absoluto.
- Raio Elétrico para Cereal de Prata câmbio.
-O que é isso Thalia?
-Meu nome agora é Raio Elétrico, Cereal de Prata. Como Beleza Instantânea se comporta até o momento? Câmbio.
-Beleza é a Silena? Se for ela conseguiu entrar.
-Obrigada Cereal de Prata. Coruja Leitora, como as coisas estão na área de vigilância 03? Câmbio.
-Ninguém apareceu aqui até agora Thalia.
-Será que as duas não podem falar os codinomes?
-Tá bom, Raio Elétrico. – Katie bufou. Só mesmo a Thalia para brincar numa hora dessas... – Annabeth, quer dizer, Coruja Leitora, o que você está fazendo?
-Lendo. E vigiando o corredor. Por que Cereal de Prata?
-Nada. Raio Elétrico, por que meu apelido é Cereal de Prata?
-Não sei. Acho que é porque você gosta de comer Cereal de manhã, e porque sua tigela é prata.
-Como você sabe disso Raio?
-Todo mundo sabe disso Cereal. O que a Beleza está fazendo agora?
Katie olhou pelo pequeno vidro na porta e viu Silena mexendo em uma caixa, procurando.
-Ainda procurando. Eu já estou com fome... Hoje mamãe faz lasanha para almoço... – ela pronunciou passando a língua pelos lábios, até sentindo o cheiro do almoço.
-Não fale em comida, eu já estou com a boca até salivando... – Thalia disse.
-Eu não estou com fome. Trouxe bolacha na mochila, e estou comendo agora.
-Sua Coruja Egoísta. Tinha de dividir conosco...
Nisso, Silena apareceu segurando uma fita.
-Consegui.
Fale com o autor