Três dias depois, seguindo a mesma rotina, estavam em Viena, capital da Áustria.

—E agora? - Percy olhou para trás, Annabeth mantinha a expressão séria

—Palácio de Schönbrunn, moradia da família real austríaca. - ela respondeu, sem parar com o cavalo

Percy abriu um sorriso conformado pela resposta um tanto grosseira dela.

—Para lá então… - murmurou

Mais trinta minutos de cavalgada os levaram até o Palácio de Schönbrunn. Os muros, que não eram bem muros, eram feitos por finas camadas pedras com musgos, eles formavam um grande quadrado em volta do palácio, ainda se estendendo por mais um longo jardim, e que jardim. Eles seguiram até os portões do muro, seis guardas estavam ali.

Annabeth ultrapassou Percy, Alex e Cam, revelando-se primeiro aos soldados. Ela parou e então um dos guardas lhe dirigiu a palavra.

Guten Morgen, Hoheit. (Bom dia, alteza. ) - o guarda disse, Percy não podia entender, mas sabia que aquilo era alemão

Guten Morgen Jörg. Ich bin gekommen, um Prinzessin Cristina zu besuchen, oder? (Bom dia, Jörg. Vim visitar a princesa Cristina, ela está? )

—Ja, Hoheit. Sie können passieren, ich werde einen Boten schicken, um Sie zu warnen, im Raum warten, wie immer. (Sim, alteza. Pode passar, vou mandar um mensageiro para avisa-la, espere na sala, como sempre. ) - ele sorriu e apontou com a cabeça para que ela seguisse

Annabeth retribuiu o sorriso e seguiu em frente, Percy olhou para Alex esperando respostas, mas ele apenas seguiu Annabeth.

Quantas línguas ela sabia falar? Percy sabia, era comum a realeza aprender pelo menos duas línguas diferentes de sua materna, e até agora ele já a tinha visto falar o escocês, o inglês e agora o alemão. De fato ela era muito prendada.

Eles seguiram Annabeth, que já conhecia o caminho. Antes da porta para o palácio, ela parou e imediatamente dois guardas apareceram para levar os cavalos. Ela desceu, recebendo a ajuda de um dos soldados.

—Lean am balach jovem seo, bheir e thu gu àiteachan iomchaidh. Ma tha feum agam ort tha mi a ’toirt rabhadh dhut. Thig Percy e Alex còmhla rium. (Sigam esse jovem rapaz, ele os guiará até aposentos adequados. Se precisar de vocês eu aviso. Percy e Alex venham comigo. ) - disse, assim que deu seu cavalo ao soldado

Percy e Alex desceram dos cavalos e imediatamente o outro soldado foi até eles para pegar as rédeas.

—Venham comigo. - ela os chamou

Eles seguiram Annabeth para a porta do palácio, subiram as escadas a pelo menos 1 metro de distância dela. Annabeth mesa abriu a porta, era pesada, mas nada que um esforço da parte dela não fosse necessário.

—Ajuda? - Percy perguntou

—Está tudo bem.

Ela finalmente empurrou com força o suficiente para abrir, e sorriu satisfeita com o trabalho.

—Vamos. - disse

Eles seguiram para dentro, um grande salão era a primeira vista, ele devia ser grande o suficiente para sustentar mais de 500 pessoas com certeza. No centro, havia uma escada que levava a todos os aposentos que deveriam ter ali.

—Uau. - Alex deixou escapar

Percy riu. sua casa era mais bonita e luxuosa, como Alex se impressionaria vendo sua casa.

Annabeth sabia que logo alguém viria para recebe-los, e não demorou muito para que 10 minutos de espera, fizessem descer da grande escadaria um senhor, com não mais que 57 anos.

—Annabeth! - ele abraçou a moça, certamente com saudades dela -Faz tanto tempo, Kind.

—Eu sei,tio Rodolfo, mas as obrigações não me permitiram.

Rodolfo se desvencilhou dela, a olhou como um todo e a abraçou novamente.

—Prometa que nunca mais ficará tanto tempo assim longe, você ficou fora por 4 anos minha cara!

—Eu prometo que virei mais vezes.

Rodolfo lhe lançou um sorriso.

—O que te trás ao meu palácio?

—Problemas, Rodolfo. Eu preciso ver Cristina, é de vital importância que eu a encontre.

Rodolfo fingiu pensar.

—Ela está no santuário, encontre-a lá.

Annabeth o abraçou.

—Obrigado, tio Rodolfo.

—Você sabe o caminho querida, vá.

Annabeth fez um sinal com a mão para Percy e Alex, que seguiram ela sem olhar para Rodolfo II.

Alex e Percy seguiram ela por uma porta lateral ao salão, ela dava direto para os jardins. O jardim parecia um local aconchegante e relaxante, não era atoa que não muito a frente, sentado em um banco a ler um livro, estava Matias, homem de 53 anos e sucessor de Rodolfo como imperador do Sacro Império Romano - Germânico.

—Quem é aquele? - murmurou Alex

_É Matias, irmão de Rodolfo. - Annabeth respondeu no mesmo tom

Eles se aproximaram e Matias fechou seu livro, levantando-se para abraçar Annabeth.

—Wie geht es dir, Mädchen? (Como esta, menina?) - eles se abraçaram - Você cresceu tanto, Kind.

Percy reconheceu, era alemão e ela com certeza tinha entendido. De fato, Percy tinha de admitir, era uma mulher de muitos dotes. Ele estava impressionado.

—Eu procuro por Cristina, Rodolfo disse que ela estaria no santuário.

—Sim, de fato, eu a vi passar não faz muito tempo. É de urgência o assunto?

—Um pouco. Eu vou até ela, teremos tempo para conversar, minha estadia aqui… - ela olhou por cima do ombro para os rapazes - É indeterminada.

Okay, das freut mich. (Certo, fico feliz por isso. ) - ele sorriu e a abraçou

—Boa leitura, Matias. - ela desejou antes de sair

Os três continuaram seguindo pelo jardim, que era vasto, e como no castelo de Placentina, lar de Annabeth, o santuário ficava afastado de tudo, com árvores ao redor.

—Quando eu entrar, esperem aqui. Falarei somente eu com Cristina.

—Como desejar. - Alex concordou

Annabeth entrou no santuário. Ele não era muito diferente do que Percy tinha visto na Escócia, esse apenas tinha na entrada um ramo de flores da Edelweiss, flor nacional da Áustria.

—O que será que elas vão conversar? - Percy perguntou, depois de um tempo

—Provavelmente sobre o destino de Annabeth, esse casamento por obrigação não fazia parte dos planos. - Alex deu de ombros

—Vai demorar então.

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Enquanto Annabeth percorria o corredor, muitos pensamentos lhe afligiam. Não entendia as vontades da deusa, não entendia o destino. Durante todo o percurso tentou se comunicar com a deusa, tinha até feito um sacrifício de coelho, mas de nada lhe adiantou.

Aquele santuário parecia igual como da última vez,mas a pintura tinha sido refeita.

—Annabeth. - Cristina disse sem olhar para ela, virada para estátua da deusa Viastiny.

—Cristina.

—Você vem depois de tanto tempo.

—Eu venho por respostas.

—Você vem para saber seu futuro, quer saber por que ele está turbulento.

—Exatamente.

Cristina virou para ela, juntou as mãos na frente do corpo.

—Eu já fui avisada sobre seu futuro Annabeth, não há nada que eu possa fazer por você.

Annabeth suspirou.

—Então você já sabe sobre a proposta de casamento na qual eu devo aceitar?

—Sim, eu fui avisada. Nada se pode fazer, é o seu destino.

Annabeth suspirou.

—Eu fiz um voto de castidade para servir a minha deusa, e agora devo casar sob ordens de homens que só pensam em política!

Cristina suspirou, sentia pena da Amiga. Ela queria falar, queria revelar o que de fato lhe aguardava. A deusa visitou Crisina na noite anterior e tudo lhe contou, sobre cada detalhe do futuro de Annabeth, detalhes esses que ela não podia saber. As ordens eram claras, para que tudo ocorresse conforme o destino,apenas uma informação devia-lhe ser contada.

—Seu caminho traçado está, descobrir o que há de errado você deve. A paz você encontrará, mas antes, guerras enfrentará.

Annabeth arqueou a sobrancelha.

—Isso é tudo que pode me dizer? Não tem nenhuma informação equivalente a minha situação.

—Deve ir a França. É tudo.

—Vou ter mesmo que me casar? Desse jeito?

—Não posso mais te responder Annabeth. Fique essa noite aqui, tratarei de lhe arranjar tudo para a viagem até a França. Passando por Munique, Durmersheim e Nancy, a viagem durará apenas 4 dias.

—Então eles voltaram para França?

—Em casa, os príncipes estão. Escolher você deve. Boa sorte Annabeth. Escolha o Príncipe certo.

E então Annabeth saiu, frustrada com as respostas daquela que chamava de amiga.

—Chan urrainn dhut an dàn dhi atharrachadh, Cristina.

Cristina ouviu a doce voz lhe dizer.

—Eu sei, senhora.

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Quando Annabeth saiu com uma cara nada agradável, Percy e AJ souberam que a conversa não tinha levado a lugar algum e que todo aquele tempo percorrido, era inútil.

—Vamos passar a noite aqui, amanhã partimos.

—Pra onde? - Percy perguntou

—Para França.

Antes que qualquer um dos dois pudesse dizer algo, ela saiu em disparada, claramente irritada. Eles seguiram ela de volta por todo o caminho que antes já tinham feito. Estavam então no salão principal novamente, Annabeth parou em frente a escada principal, se lembrava de seus aposentos, sempre ficava no mesmo quarto.

—Prinzessin Annabeth. - um homem, de meia idade chega -

Ihr Quartier wurde vorbereitet. Darf ich ein Bad vorschlagen, um die Müdigkeit der Reise zu erfrischen? ( Princesa Annabeth, seus aposentos já foram preparados. Posso sugerir um banho para refrescar o cansaço da viagem? )

—Ich wäre dankbar. Und wenn ich für diese beiden Männer ein Zimmer neben meinem finde, wäre ich noch dankbarer. (Ficaria grata. E se puder arranjar um aposento próximo do meu, para esses dois homens, eu ficaria mais grato ainda.) - ela disse com um sorriso

O homem deu uma olhada nos dois rapazes.

—Wie Sie bevorzugen, Hoheit. Möchten Sie Ihr Abendessen in Ihrem Zimmer haben oder werden Sie mit der königlichen Familie am Tisch sitzen? ( Como preferir, alteza. Deseja receber sua refeição noturna no quarto ou se juntará a mesa com a família real?)

—Ich werde der königlichen Familie beitreten. Und die Jungs sollten im Schlafzimmer essen, aber zum Abendessen sollten sie auf meiner Hut sein. ( Vou me juntar a família real. E os rapazes devem receber sua refeição no quarto, mas na hora do jantar, devem estar de guarda comigo. )

—Wie du willst. ( Como quiser.) - ele fez uma reverência breve - Begleite mich bitte ( Me acompanhe por favor. )

O empregado os guiou pela escada principal, o 1° andar parecia ter cerca de 20 quartos, mas ainda não era ali o local onde ficariam. Subiram para o 2° e último andar, onde ficavam os quartos reais e para visitas especiais.

—Ihre Hoheit weiß, wo es ist, ich werde Ihre Wachen führen. ( Sua alteza sabe onde fica,guiarei seus guardas.)

—Danke dir. ( Obrigado.) - ela agradeceu, olhou para os dois -Sigam-no, na hora da refeição eu vou até vocês.

—Sim senhora. - Percy respondeu com certo deboche, o que fez com que Annabeth o olhasse séria

—Quando eu for até vocês, estejam prontos. - disse , antes de seguir para o seu aposento

—Venham comigo. - o empregado disse agora no inglês, seguindo pelo corredor

—Ele sabia o que a gente tava falando o tempo todo! - Percy murmurou, claramente irritado

Alex e Percy seguiram o empregado pelos mesmos corredores,desceram a escada até o 1° andar, seguiram pelo corredor cheio de quartos e no meio do corredor, o empregado parou, tirou de suas vestes um bolo de chaves e abriu a porta.

—É aqui onde vão dormir, o jantar é às 19:00, pedi que preparassem um banho, agora são 18:00, sugiro que se apressem.

Ele delicadamente apontou, de forma cordial, para que entrassem no quarto. Quando os dois passaram, o empregado fechou a porta e se foi.

O quarto parecia empoeirado, mas era uma fina camada de poeira que cobria o cômodo.

—É melhor andarmos logo. -Alex disse

—O que vamos fazer agora?

—O que quer dizer?

—O objetivo era chegar aqui, chegamos, Annabeth falou com a outra sacerdotisa, ok, mas e agora?

—Eu não sei, Annabeth que vai decidir. O futuro dela é incerto, assim como o seu.

—Eu não deveria voltar para o meu tempo?

Alex abriu um sorriso.

—Não sei por que Annabeth ainda não exigiu que você voltasse. O destino parece querer você aqui.

Percy arqueou uma sobrancelha.

—Por que Annabeth me manteria aqui?

—Deve perguntar a ela.

Percy tirou a camisa.

—Eu vou.