—Como você se sente? - Alex perguntou

Ele e Annabeth estavam conversando, ele a acompanhava até o quarto toda noite, depois da briga com Percy

—Me sinto bem, eu acho. - ela fez uma careta

—Sei que você e Percy estavam evoluindo um relacionamento, o tempo juntos os fez se aproximar.

—Percy e eu é impossível, você sabe.

—Diante dos fatos apresentados, sim. Não sei a proporção de seus sentimentos por ele, mas sei os dele. Ele está apaixonado, mesmo que ainda não tenha usado essa palavra.

—Nada pode ser feito sobre nossos sentimentos, meu destino é ser Rainha da França.

Alex abriu um sorriso surpreso e feliz.

—Então também está apaixonada por ele?

Ela bufou.

—Quando foi que viramos tão amigos a ponto de conversarmos sobre isso?

—Bem… - ele deu de ombros - Deve ser o sangue da família.

Ela riu, abrindo a porta de seu quarto.

—Boa noite, Alexandre.

—Boa noite Annabeth. Talvez devesse refletir sobre o que sente. A deusa não permitiria que você sentisse o que sente, se seu destino fosse se casar com Francis.

Ela bufou. Besteira.

—Boa noite.

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Seigneur Persée? (Lord Perceu?) — um servo chamou

Oui? (Sim?) -Percy se virou, ele estava nos estábulos, tinho ido cavalgar com Keith, Cam, Duncan e Ronald, Alex preferiu não ir, estava entretido na enorme biblioteca do palácio

—Delfim vous demande de venir dans ses chambres. (O Delfim pede que compareça aos aposentos dele. )

Percy estranhou, mas concordou com a cabeça.

Suivez moi s'il vous plait. (Me acompanhe por favor)

Percy entregou as rédeas do cavalo para Cam e seguiu o servo. Por corredores luxuosos e bem decorados, Percy acompanhou o servo até os aposentos do Delfim.

Attendez, je vais vous annoncer. (Aguarde, vou te anunciar. )

O servo bateu duas vezes na porta rapidamente, escutou um entre e então anunciou Percy.

—Seigneur Persée, Prince Francis. (Lord Perceu, príncipe Francis. ) - ele anunciou

Francis estava sentado em uma mesa, vários papéis em sua frente, ele lia e escrevia, tirou os olhos por um segundo para olhar o servo e voltou a olhar seus papéis

—Peut s'en aller. (Pode ir embora) -disse, no segundo em que os olhou

O servo assentiu e se retirou, fechando a porta.

—Queria falar comigo, Delfim?

Francis escreveu algo.

—Oui.

Percy esperou que ele continuasse, vendo que Francis nada falaria, ele insistiu.

—E então?

Francis parou de escrever, jogou a pena no pote predestinado.

—Você é inglês certo?

—Sim.

—Faz tempo que foi embora?

Percy pensou na resposta.

—Desde quando comecei a trabalhar com a princesa.

—Antes de ir, sua família frequentava a corte?

—Não entendo aonde quer chegar.

Francis se levantou.

—Eu sei que sabe sobre meu casamento com a princesa inglesa!

—Desculpe delfim, mas não sei nada sobre isso.

—Eu fui prometido desde pequeno a ela! Se você frequentava a corte você sabe!

—Delfim, eu não sei de nada sobre isso! - Percy disse, ele realmente, nesse momento, não se lembrava desse detalhe, ele conhecia toda a árvore genealógica de sua família, mas não se recordava de Francis II casar-se com uma de sua família, para ser sincero, ele nem se lembrava muito da história da França, só sabia que mantinham boas relações e que a casa que reinava era a Bourbon e não a de Valois.

Francis suspirou nervoso.

—Eu juro Delfim, não sei nada sobre isso! - Percy disse mais uma vez, ela sabia que o assunto era proibido, algo de ruim havia acontecido entre ele e sua ex noiva, mas depois de tanto conviver com os escoceses, começa a crer que tudo era planejado pela tal deusa

Francis arqueou uma sobrancelha.

—Acredito em você.

—Agradeço.

—Eu não te chamei aqui para isso. Eu conversei com minha noiva, ela tem grande apreço por você.

Percy engoliu em seco.

—Concordamos em te oferecer um acordo vantajoso, para que fique na corte.

—Um acordo?

—Sim. Um acordo. Um casamento arranjado.

—Um...casa..casamento? - ele gaguejou

—Sim. Com minha prima, Luísa de Valois. Um casamento vantajoso poderia te manter na corte,seu trabalho com a princesa terminou, mas a ideia do casamento poderá te fazer repensar, Annabeth concordou. - ele ressaltou a última parte

—Não sou digno de me casar com uma princesa. - Percy respondeu, não referindo-se a Luísa

—Casamentos são formas de se consolidar poder. Estou te oferecendo isso, poder. É mais do que você conseguiria sendo o filho mais novo de um marquês.

—De fato. - ele concordou

—O dote de minha prima é de 10.000 francos, e uma propriedade com dois hectares de terra em Córsega, na cidade de Ajaccio.

Percy se espantou. Dois hectares? Isso era o equivalente a 20.000 metros quadrados!

—Isso é… muito.

Quer dizer, como filho do Rei, Percy tinha algumas propriedades grandes, algumas maiores do que essa que Francis estava oferecendo, claro, só receberia sua parte da herança quando o pai morresse, (e ele já estava morto, mas tendo em vista a situação em que Percy se encontrava…), ainda sim, sustentando a história de que Percy era o filho mais novo de um marquês, oferecer tamanha riqueza, influência e poder para ele era algo inusitado.

—E então? - Francis esperava uma resposta

—Eu não sei. - ele respondeu sinceramente

—Que tal conhecer Luísa primeiro? Ela é uma menina muito bela,

devo acrescentar. - Francis notou certa confusão em Percy - Você não deve te-la notado, a corte é grande, várias pessoas vêm e vão, além disso, ela é reservada. - ele explicou, Percy assentiu - Te apresentarei de forma formal para ela, amanhã alguns se reunirão para a leitura de um livro barroco, ela ama literatura, estará lá com certeza.

—Como achar melhor.

—Irei te chamar, te apresentarei pessoalmente.

—Certo, Delfim.

—Pode ir. - Francis disse, voltando para sua mesa e seus papéis

Percy fez uma reverência com a cabeça, inclinando-a para frente e abaixando-a.

—Com sua licença, Delfim. - disse antes de sair

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Percy sentou -se em um banco no jardim, pensamentos acelerados. Ele não viu o tempo passar.

Se ele aceitasse a proposta de Francis, teria uma vida confortável na França, sua linhagem seria pura e real. Ele não poderia voltar ao seu tempo mesmo, o que o impedia de aceitar?

Annabeth.

Mas ela concordava com a proposta, isso mudava tudo.

Claro, eles nunca poderiam estar juntos, ela era noiva e tinha que cumprir com seu dever. Poderiam ser amantes, porém ele acreditava que ela não apoiaria tal coisa.

A última alternativa, a única alternativa, era fugir. Fugir juntos para outro país, um país onde ninguém os conhecesse, começar do zero.

Percy levantou, o sol já se preparava para ir embora, ele tinha que falar com Annabeth, tinha que descobrir se ela também o queria, por que nesse momento Percy sabia, sabia que queria ela. Ele correu, sem se importar se olhares curiosas o acompanhavam. Seu coração bateu rápido, ele bateu na porta.

Silvie abriu a porta, e com ela um sorriso ao ver Percy.

—Lord Percy! Em que posso ajudar?

—Annabeth. Preciso falar com Annabeth, urgentemente!

—Quem é? - ele ouviu a voz ecoar

Gentilmente ele empurrou a porta e passou por Silvie.

—O que você faz aqui? Não pode estar aqui. - Annabeth repousou o livro em que estava lendo no colo

—Preciso falar com você. Urgente.

—Eu não quero falar com você. - a resposta saiu grossa, e doeu nela

—Por favor Annabeth. Me escuta e eu prometo que vou embora.

Annabeth suspirou, olhou para Silvie e fez um sinal para que saísse.

—Não tome muito do meu tempo, logo Francis virá me buscar, faremos um passeio. - ela sorriu

—Eu gosto de você, de um jeito bom. - ele começou, limpou as mãos na calça - Essa coisa maluca de viagem no tempo e tudo isso me confunde bastante, mas se eu pudesse, se existisse uma maneira, eu pararia o tempo nos nossos momentos juntos, por que eles são bons, eu me sinto bem com você.

Annabeth ouviu atentamente, suspirou pesadamente.

—Percy, eu e você, não é possível.

—Você merece um cavalheiro, e Francis é um cavalheiro, ele pode te oferecer tudo e eu, pelo menos aqui nesse tempo, não posso te oferecer o que ele tem, não posso te fazer rainha. Mas eu gosto de você, e faria qualquer coisa pra te ter comigo. - ele se aproximou dela, colocou um joelho no chão, ficando de joelhos - Fuja comigo, e eu juro que vou te tratar como você merece e que vou te fazer feliz, farei tudo ao meu alcance para isso.

Annabeth não conseguia acreditar, Percy estava dizendo para eles fugirem e isso era loucura. Ela pensou rápido nas suas alternativas.

—Eu não posso Percy. - algumas lágrimas caíram do rosto dela, elas representavam dedicação ao seu destino e ao que lhe foi proporcionado, Francis era o que a deusa lhe tinha planejado, ela não entendia por que queria aceitar a proposta de Percy, mas sabia que a deusa nunca errava, o destino nunca errava, então se ela estava ali, com Francis, era ali onde deveria permanecer - Francis é meu noivo, Francis é meu futuro marido, Francis será meu amor.

O coração de Percy se partiu em pedaços. Ele se levantou, se afastou, tinha aberto seu coração e recebido um não em resposta. Ele olhou para Annabeth, aquela a quem ele havia proposto uma fuga para ficarem juntos, nem com Rachel ele havia feito tamanha proposta, algumas lágrimas desciam pela bochecha dela.

—Ok. - ele disse, sorriu para ela, um sorriso terno e cheio de um sentimento que ele ainda não havia nomeado, amor.

Ele saiu sem olhar para trás.

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—Percy? - Alex chamou

Percy se ajeitou, abriu um sorriso para o amigo.

—O que foi Alex?

Alex arqueou uma sobrancelha para ele.

—Eu que pergunto o que foi? Você parece muito mal.

—Fiz uma loucura. Me declarei para Annabeth. - ele soltou

Alex processou a informação, demorou alguns segundos antes de falar.

—E se está com essa cara presumo que não foi tão bem.

—Não, ela me rejeitou.

Alex fez uma careta. Por que ela o rejeitou? Até a poucos dias tinha lhe “confessado” que gostava dele também.

—Eu não entendo… - Alex coçou a cabeça - Ela me disse que também gostava de você

O os olhos de Percy brilharam.

—Quando?

—Faz alguns dias,não sei, mas ela me disse que gostava de você.

—Mas ela me rejeitou!

—Talvez estivesse certa de que seu destino é com Francis. - ele argumentou, dando de ombros

—E se não for? E se for eu? Na sua crença, como as coisas funcionam?

—O destino não erra, se for para vocês ficarem juntos, então acontecerá.

—Você me disse uma vez… - Percy tentou lembrar - Que se alguém se desvia do seu destino, os Luchd concertam.

—Sim, é verdade.

—E se você foi mandado aqui para isso? E seu eu insistir de novo?

—Você só pode descobrir tentando.

Percy o segurou pelos ombros.

—Você é digno. Um grande amigo. Obrigado. - Percy o abraçou e então saiu

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Percy correu até o quarto de Annabeth novamente, não bateu na porta, apenas entrou. Silvie estava arrumando a cama e se assustou com a chegada repentina dele.
—Onde está Annabeth?

—Saiu com o Delfim.

Ela viu que seus ombros baixaram e sua expressão se tornou triste.

—Mas eles voltam ao entardecer.

—Obrigada, Silvie. - ele sorriu tristemente -Desculpe se te assustei.

—Tudo bem. - ela sorriu de volta

—Eu já vou, obrigado.

Ela acenou. Percy saiu triste, mas ainda havia uma chance, ele tentaria de novo.

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Com o coração acelerado, as mãos suando, pronto para tentar novamente, agora com informações adicionais. O sol já tinha se ido, a lua começa a aparecer, eles estavam atrasados ele imaginou. Percy estava impaciente, mas logo iria passar.

Foi quando o sons de cavalos foram escutas, Percy soube que eles estavam chegando. Uma carruagem acompanhada de seis guardas vinha brilhante pelo caminho de tochas acesas na estrada. Parecia que nunca iria chegar. Mas chegou.

A carruagem parou um tanto longe de onde Percy estava, ele esperava no portão, mas a carruagem parou quase na porta de entrada para o palácio. Francis desceu primeiro, ofereceu a mão para dentro da carruagem, Annabeth a pegou e saiu com a ajuda dele. Ela parou na frente dele, um sorriso no rosto.

Treat You BetterShawn Mendes

Eu não vou mentir para você

Eu sei que ele não é certo para você

E você pode me dizer se eu estiver enganado

Mas eu vejo isso em seu rosto

Quando você diz que ele é o que você quer

Você está desperdiçando todo seu tempo

Nesta situação errada

E quando quiser que isso pare

Eu sei que posso te tratar melhor

Do que ele pode

E qualquer garota como você merece um cavalheiro

Me diga por que estamos perdendo tempo

No seu choro desperdiçado

Quando você deveria estar comigo em vez disso

Eu sei que posso te tratar melhor

Melhor do que ele pode

Eu vou parar o tempo para você

No segundo em que você disser que gosta de mim também

Eu só quero te dar o amor que você está perdendo

Querida, apenas acordar com você

Seria tudo que eu preciso

E isso poderia ser bem diferente

Me diga o que você quer fazer

Porque eu sei que posso te tratar melhor

Do que ele pode

E qualquer garota como você merece um cavalheiro

Me diga por que estamos perdendo tempo

No seu choro desperdiçado

Quando você deveria estar comigo em vez disso

Eu sei que posso te tratar melhor

Melhor do que ele pode

Melhor do que ele pode

Ele andou alguns passos a frente, para chegar mais perto. O coração de Percy palpitou forte quando ela desceu e ele parou de andar, a esperança fazia sua batida ser frenética e impulsiva.

Annabeth e Francis conversaram algo, ambos rindo, felizes. Francis colocou uma mechas do cabelo de Annabeth atrás de sua orelha, o gesto fez ela corar involuntariamente. Ele se aproximou dela, roçou seus lábios no dela, a mão em sua bochecha, Annabeth não hesitou quando ele a beijou. Um beijo calmo, tranquilo e para quem via de longe, apaixonado. Eles se separam com sorriso bobos, Francis segurou sua mão e ali depositou um suave beijo. Um servo os interrompeu, informou algo, Francis se aproximou dele e eles conversaram rapidamente.

Nesse meio tempo, Annabeth olhou para o lado, a carruagem já havia saído e ela pode ver Percy. O lugar onde Percy estava não era tão bem iluminado, mas Annabeth sabia, ela sentiu, sentiu que ele a olhava com súplica. Percy estendeu a mão, como se pedisse para que ela o aceitasse, para que fosse com ele.

—Vamos? - Francis chamou, sem olhar para ela, ele estava lendo alguma coisa que o servo havia lhe dado, a mão estendida para ela, o corpo meia lua.

Me dê um sinal

Pegue minha mão, nós ficaremos bem

Prometo que não vou te desapontar

Apenas saiba que você não

Tem que fazer isso sozinha

Prometo que eu nunca irei te desapontar

Porque eu sei que posso te tratar melhor

Do que ele pode

E qualquer garota como você merece um cavalheiro

Me diga por que estamos perdendo tempo

No seu choro desperdiçado

Quando você deveria estar comigo em vez disso

Eu sei que eu posso te tratar melhor

Melhor do que ele pode, oh

Melhor do que ele pode

Melhor do que ele pode

Annabeth pegou a mão de Francis e com ele, se foi.