Capítulo 2

—Acorda Princepezinho. - AJ empurrou Percy, que abriu os olhos devagar

Percy nunca tinha dormido em um lugar tão desconfortável quanto aquela casa. Até mesmo nas batalhas, sua cama era mais confortável.

—Que horas são? - resmungou

—Hora de ir.

Percy deu um pulo, passou a mão no rosto e nos cabelos, tentando parecer o mais apresentável possível.

—O que tem pro café da manhã?

AJ riu.

—Pão e algumas frutas. Apenas isso.

Percy assentiu, não queria ser esnobe e muito menos debochar da situação no colega, afinal, ele já tinha passado por coisas bem piores.

Os dois sentaram-se à mesa de madeira, uma pequena mesa velha.

Percy pode finalmente observar o lugar em que passou a noite.

A casa era de madeira, alguns pedaços não existiam e ele pode supor que quando chovia, entrava água. Algumas partes do telhado eram feitas de palha com a mistura de argila, e alguns reboques na casa também.

—A quanto tempo mora aqui? - ele quebrou o silêncio.

Alexander parou de comer o pedaço de maça.

—Desde que nasci. Meus pais moravam aqui, eu cresci aqui e então herdei tudo… ou nada.

—Quem eram seus pais?

—Dougal e Angelina Castellan.

Percy fez uma careta.

—Que eu saiba não existe um clã Castellan.

—Existia, mas …. foi extinto. Até onde eu saiba, sou o último Castellan vivo.

Percy terminou de comer o pão.

—Acho que já devo ir.

—Eu concordo. Vamos até o rio que há aqui perto, é um bom lugar para se voltar. É vazio, pouco trânsito de pessoas.

Percy assentiu, bateu os farelos dos dedos e da camisa, levantou-se e esperou por Alexander.

—Agradeço por ter me hospedado em sua casa, Alexander.

—Com prazer, vossa senhoria. - ele fez uma reverência brincalhona - Vamos.

Os dois andaram até o rio, que ficava a vinte minutos de caminhada da casa de AJ.

—Aqui estamos. - Alexander anunciou - Este é o rio da qual lhe falei. Deve voltar para o seu tempo, nunca comentar nada com ninguém.

—Não vou comentar.

—Certo. Pegue o medalhão.

Percy retirou do bolso da calça.

—Está vendo essa pedra azul? - ele mostrou - Ela te faz viajar, sem ele você não vai a lugar algum. Às vezes o comando é dado e não completado, isso que ter te trazido aqui. Deve dizer as palavras e o ano, tudo voltará ao normal. Quando chegar lá, devolva esse medalhão para guardiã da sua época. Está pronto?

—Pronto.

—Repita depois de mim e diga o ano… Tha mi a ‘siubhal fada, fada air falbh, tha mi a’ dol gu...

Viajo para longe,para longe vou,vou para…

—Tha mi a ‘siubhal fada, fada air falbh, tha mi a’ dol gu...1700.

Viajo para longe,para longe vou,vou para…

Percy viu tudo ficar nebuloso e então, preto. Fechou os olhos com força, sentiu uma dor de cabeça, parecia estar tremendo, ele conseguia ver o lugar onde estava e então algo o puxou e arrancou o medalhão dele. Era um Luchd.

—Percy! - ele ouviu Alex chamar e então apagou.

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Percy levantou em um pulo, sua cabeça latejava.

—O que…

Alex estava sentado ao seu lado.

—Tudo bem Percy? - ele perguntou

Percy colocou a mão na cabeça, havia um curativo feito na parte esquerda.

—O que aconteceu?

—Um Luchd te atacou, eles já sabem da sua existência. Ele te puxou de volta.

—Isso é possível?

Alex pegou um copo da água e entregou a Percy, que bebeu em um gole só.

—Infelizmente sim. Ele não permitiu que você regressasse. Ele só não contava comigo.

—O que aconteceu então?

Alex comeu uma uva de seu prato.

—Eu o matei.

—E porquê minha cabeça dói tanto?

—Ele injetou algo em você. - Alex deu de ombros e sorriu ao ver a cara de desespero de Percy - Não se preocupe, não é letal, foi apenas um sonífero.

—Quanto tempo eu apaguei?

—Três dias.

—Três dias? - o desespero na voz de Percy era evidente

—Aham.

—Passaram-se três dias no meu tempo também?

—É claro, o tempo não é relativo.

Percy suspirou.

—Eu preciso voltar pra casa.

—Precisa. - ele mordeu outra uva - E rápido. Não podemos arriscar que mais algum Luchd te ache. Eu aconselharia você a se recuperar primeiro, mas prevejo que queria voltar logo ao seu tempo.

—É claro que eu quero! Devem pensar que eu morri!

— Provável. Venha, coma alguma coisa antes de partir, está fraco demais.

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—Estou pronto.

Eles estavam no mesmo lugar de antes, para uma segunda tentativa, dessa vez, esperando ser a última.

—Repita depois de mim. - AJ começou - “Tha mi a ‘siubhal fada, fada air falbh, tha mi a’ dol gu 1700.

Viajo para longe,para longe vou,vou para…

Percy sentiu a cabeça doer, o chão parecia estremecer e então ele abriu os olhos. Continuava no mesmo lugar, Alexander não estava lá, mas a paisagem parecia a mesma.

Ele caminhou de volta para cidade, passou pela casa de AJ, o lugar estava vazio e não havia ninguém morando ali por um bom tempo. Ele continuou caminhando, passando por várias áreas pobres e enxergando o castelo não muito longe. Não haviam soldados ingleses, não havia um nobre inglês, não havia nada que ele conhece ali. Ele chegou no castelo, dois guardas o pararam.

—Não pode entrar. - um deles disse

—Apenas nobres. - o outro completou

—Me chamo Perceu. filho de Poseidon I, Rei da Inglaterra.

Os dois guardas se olharam. Percy se desesperou, teria dado algo errado devia ao tempo que ele ficou fora?

—A comitiva inglesa partiu bem cedo, quase de madrugada… Senhor. Fizeram buscas pelo Senhor, quase acharam que estava morto.

—Estou bem vivo. Sou grato pela informação, ficou alguém por aqui?

—Lord Atlee. O Príncipe Tritan o deixou como embaixador.

Percy sorriu.

—Ótimo. Me mostrem onde ele está.

Os soldados lhe guiaram até o salão real, durante todo o caminho os dois permaneceram sérios e seguravam firme suas espadas. Percy olhou para trás por um momento, e assustados, quase empunharam suas espadas contra ele.

—Calma ai! - ele brincou, claramente algo não estava certo

—Por ali! - o mais alto deles apontou

Percy prosseguiu, algo estava errado naquele lugar.

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—Perceu! - Atlee o abraçou forte - Onde esteve? Todos pensaram que estava morto!

Percy sorriu.

—Estou bem vivo Atlee. Logo mais lhe conto a loucura que vivi. Porque todos partiram?

—O Rei Poseidon chegou de viagem, ele ordenou que Tritan e seus irmãos partissem ao seu encontro. Eles levaram consigo a princesa, seu irmão tem a pretensão de se casar com ela.

—Eu devo partir também, se meu pai ordenou que seus filhos fossem ao seu encontro, eu devo ir.

—Eu presumo que queira partir logo.

—Sim.

Atlee colocou um pouco de vinho na sua taça.

—Onde estava esse tempo? Não deu notícias, nem nada.

Percy desconfiou de seu interesse.

—Eu passei as noite em um prostíbulo, comemorando a vitória. - mentiu

Atlee tomou em um gole seu vinho.

—Você não é disso, ficar sem dar notícias.

—Apenas quis me divertir. - Percy deu de ombros

Atlee o encarou, seus olhos penetraram os de Percy com determinação.

—Você não é do tipo que passa a noite em prostíbulos, o que me faz refletir sobre onde realmente estava.

Percy repousou a mão discretamente em sua espada, quando observou que os guardas posicionaram alguns passos para mais perto deles.

—Algo está estranho. - Percy disse

Atlee virou-se, olhando para a grande janela a sua frente.

—As coisas mudaram nesses três dias, Perceu.

Percy sentiu um frio na nuca.

—O que realmente mudou?

Atlee suspirou.

—Se você continuasse desaparecido como era pra ser… - Atlee se virou - Ah Percy, era melhor ter ficado desaparecido. Prendam ele pelo assassinato do Rei!

Percy empunhou a espada quando os dois soldados tentaram pega-lo.

—Ah Percy, entregue-se. Não adianta fugir, todos estão te procurando pela morte do Rei, existe uma recompensa pela sua cabeça. - ele riu

—O que você está dizendo? - Percy perguntou, ainda virado para os soldados armados prontos para pega-lo

—Seu pai veio para cá, como previsto. Você o matou e fugiu.

—Eu não matei meu pai!

Atlee fez cara de confuso.

—Oh que engano, tem razão. - ele abriu um sorriso diabólico - Eu matei. Matem ele!

Os dois soldados partiram para cima de Percy, ele chutou um com a perna que acabou caindo no chão e batendo a cabeça, mas o outro atingiu com sua espada no braço de Percy, causando ali um ferimento de raspão.

— Aí! - Percy olhou seu braço - Você vai morrer por isso!

Percy atacou o soldado com força, a espada do homem caiu e Percy a apontou para ele, que saiu correndo. O outro soldado se levantou, colocou a mão na cabeça e olhou, tinha sangue em sua mão. Seus olhos se encherem de raiva e os dois travaram uma batalha de ódio.

—Mate ele, seu inútil! - Atlee berrou

O soldado atingiu com força a espada de Percy, que caiu no chão.
—Calma homem. - Percy pediu - Desculpe pela sua cabeça. Olha, não precisa descontar em mim!

O soldado partiu pra cima de Percy, mas ele correu até um pilar, ficando atrás deste. O soldado tentou gravar a espada em Perceu, mas ele se mexeu e a espada bateu no pilar de pedra.

—Ali está ele! Matem-no! - Atlee apontou para Percy

O outro soldado, o que havia fugido, trouxe consigo pelo menos mais 6 homens, Percy não seria capaz de enfrenta-los. Ele observou uma rota de fuga, a janela era sua última esperança. Pegou um saco de moedas que estava na mesa,subiu na beirada da janela, olhou para baixo, havia uma fonte lá, Percy esperava que fosse funda o suficiente para amenizar o impacto. Os soldados já vinham empunhados atrás dele, desacreditados que ele pudesse pular. Percy pulou, sentiu o vento entrar demais em suas narinas e então, plum.

A água não foi suficiente para amenizar a queda, e Percy sentiu as costas baterem com força média-alta no fundo. A fonte só tinha 3 metros de profundidade, Percy caiu deitado e não foi necessário muito para chegar na borda.

—Atrás dele, inúteis! - ele ouviu Atlee berrar

Percy foi até a beirada e saiu. Sentiu a água escorrer por seu corpo. Ele precisava fugir, precisava ir até seus irmãos e tirar essa história a limpo. Se Atlee matou seu pai, Tritan deveria se rei, e se Atlee estava vivo, comando os domínios ingleses, então Tritan estava envolvido. Ele precisava de um cavalo, conferiu se ainda estava com o medalhão dos Luchd, sentiu desespero ao ver que não. Ele procurou na fonte e bem lá no fundo ele a viu, pegou o mais rápido que pode. Ouviu barulho de patrulhas e correu. Ele precisava de um cavalo, as escondidas procurou pela castelo de Edimburgo o estábulo.

—Procurem-no em todos os lugares, o Rei Atlee disse que ele deve ser morto! - ele ouviu um comandante dizer, quando se escondeu

Percy os viu seguir em frente, e seguiu para o outro lado. Demorou, mas Percy finalmente achou o estábulo. Ele pegou um cavalo preto, um Clydesdale, típico daquela região. Ele cavalgou rápido até chegar perto dos portões , então diminuiu o ritmo, parou para observar os guardas que ali faziam patrulha.

—Mas que merda… - ele disse quando um dos soldados olhou em sua direção

Ele virou , enquanto ouvia os passos do soldado cada vez mais perto, quando o soldado virou na direção dele Percy lhe deu um soco certeiro, o soldado caiu para frente e Percy o segurou e o colocou no chão.

—Johan? - ele ouviu o outro soldado chamar

Percy montou no cavalo e saiu em disparada em direção , o outro soldado lhe apontou a espada, mas Percy desviou dele, conseguindo sair da cidade.

—Ele fugiu! O assassino fugiu! - ele ouviu o soldado gritar para os demais

Percy cavalgou o mais rápido que pode, até chegar em Londres seriam mais ou menos 3 dias. Soldados viriam atrás dele, Percy tinha de ser rápido.

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Percy cavalgou até Dunbar, onde passou a noite, pela manhã, continuou seu caminho até Alnwick, onde almoçou em uma estrebaria. Depois de almoçar, seguiu até Durham, onde tratou de jantar em outra estrebaria. Seguiu caminho até Bedale, onde passou a noite. Pela manhã, decidiu que era melhor evitar York, tendo em vista que lá seria reconhecido, passou direto e foi até Selby, onde almoçou, seguiu até Nottingham, onde usou suas últimas moedas para jantar. Dormiu pouco naquela noite, e bem antes que o sol nascesse partiu para sua última parada antes de chegar até Londres, Milton Keynes.

5 horas depois, quando ele finalmente chegou a Londres, cobriu-se com o capuz para que não fosse reconhecido, afinal, não sabia o que esperar.

Pensou em quem procurar, Luke ou Jason, ou até Leônidas. Deveria entrar no castelo sem que ninguém percebesse, mas afinal, quem conhecia melhor aquele castelo depois de tantos anos de convivência?

Os esconderijos e entradas escondidas daquele lugar eram fáceis, Percy entrou sem ser percebido pelos guardas,já que sabia os horários e trocas de guarda. Ele deveria ir até os aposentos de Luke, ele era seu fiel amigo, seu fiel companheiro. Ele parou na porta do quarto de Luke, bateu de leve, quando ninguém atendeu, Percy entrou.

—Mas o que? - foi tudo em que saiu da boca de Percy ao olhar a cena a sua frente

Luke cobriu a mulher em sua cama com a coberta.

—Perceu, o que está fazendo aqui?

Luke estava sentado na cama agora, sua mão estava esticada na direção de Percy, em proteção.

—Como assim o que eu estou fazendo? Atlee assumiu o comando da Escócia e disse que meu está morto. Eu vim escondido, ele disse que eu fui acusado.

—Você matou Poseidon! - Luke disse - E depois fugiu!

Percy se aproximou da cama

—Não Luke, não matei.

—Então o que fez? Onde estava? Tem um álibi?

Percy suspirou.

_Eu não tenho, é difícil de explicar onde eu estava, mas, Luke, irmão, não fui eu!

—Você fugiu depois disso! Roubou nosso rei!

—Você se lembra de eu estar lá?

Luke pensou.

—Eu não te vi depois da invasão, Agenor disse que te viu e que falou com você.

Percy viu uma mulher sair do cobertor, para sua surpresa não era ninguém menos que sua prima.

—Agenor disse que viu você, porque a capa do homem que matou seu pai, era idêntica a sua quando ele conversou com você. - ela disse - E você atrapalhou meu momento com Luke, será que dá pra sair?

Percy riu.

—Jura Thalia? Você ta me tratando bem, mesmo depois de saberem que eu supostamente matei meu pai?

Luke e Thalia se olharam.

—Eu não acredito muito em Agenor, você o conhece, sabe como ele é… - Luke começou - As provas dizem contra você, e eu não posso lutar muito nesse momento.

Luke e Thalia trocaram olhares e riram.

—Então você não acha que eu vou te matar? - Percy indagou

—Se quiser. - ele deu de ombros - Como eu disse, estou impossibilitado.

—Tritan… - Percy se sentou em uma cadeira que estava ali - Tritan acredita nisso?

Thalia suspirou e respondeu por Luke.

—Todos acreditam Percy, a palavra de Agenor só se confirmou quando desapareceu. Ninguém contestou isso, primo.

Percy colocou as mãos na cabeça, desesperado.

—Eu não matei meu pai! Eu… eu não fiz isso.

—Se você não matou Poseidon, deve dizer isso a Tritan. - Luke deu de ombros, como se fosse simples

—Não é tão simples assim.

— O que tem de complicado? - Thalia questionou - Se você tem um álibi é fácil.

Percy pensou, ele não tinha um álibi e não tinha como provar que não era ele, era a palavra de Agenor contra a dele.

—Vou provar pra vocês dois que eu não matei meu pai. Eu não estava aqui, eu não estava nesse tempo.

—Você está louco? - Luke ajeitou o cobertor

— Não Luke, mas você verá que falo a verdade. Eu viajei no tempo.

—Agora ele pirou de vez. - Thalia riu

—Este medalhão… - Percy mostrou para eles - Ele nos leva para o passado. Eu estava no passado, eu estava em 1600.

—Isso não faz nenhum sentido!

—Eu espero que pelo menos vocês acreditem em mim… “Tha mi a ‘siubhal fada, fada air falbh, tha mi a’ dol gu.”

Viajo para longe,para longe vou,vou para… 1700

Percy desapareceu bem na frente de Luke e Thalia.

—Mas o que…?

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Quando Percy apareceu no palácio de Placentia, no mesmo lugar e no quarto de que era pra ser de Luke, deu graças por não ter ninguém ali. Ele saiu de fininho, e quando virou no corredor, deu de cara com o um homem.

—Desculpe, senhor. - pediu

—Quem é você? - ele perguntou

Percy não pode acreditar, era seu bisavô, Urano, ele tinha visto pinturas sobre ele.

—Eu me chamo Percy. - se apresentou com uma reverência

—Eu sou Urano.

—II ou I? - Percy arqueou a sobrancelha

Urano riu.

—Futuramente Urano II.

Percy lembrou da história de seus antepassados. Filha de Caos I, Nix, mãe de Urano I e II, abdicou em favor de seu filho, retirando-se das obrigações reais. Mas uma tragédia levou Urano I a morrer de tuberculose, fazendo com que Nix assumisse até que Urano II tivesse idade o suficiente para assumir. Urano nem era o nome dele, era o segundo.

—Seu nome é James certo? - Percy perguntou

—Sim. - ele fez uma careta - James Urano. Como sabe disso?

—Quem não conhece o nome do próximo Rei, senhor. - disfarçou

Urano sorriu.

—De fato.

—Primo? - outro homem apareceu

Percy reconheceu-o também, era Éter, filho de Érebo, irmão de Nix.

_Oh, você está ai! - Éter apertou o ombro do primo

—Sim Éter, o que quer?

—Hemera está te procurando, diz que precisa de você urgentemente. _

Hemera, irmã de Éter, filha de Érebo. Percy conhecia, Érebo teve muitos filhos, muitos descendentes deles eram da corte de Percy. Os gêmeos Tânato e Hipno, em seguida Oniros, Momo, Nêmesis

Moros ,Gera, Apate ,Éris ,Queres ,Oizus e Filotes encheram a corte com sua descendência.

—Quem é seu amigo?

Os dois olharam para Percy.

—Um simples soldado, apenas. - ele respondeu rapidamente

—Então volte para seu posto, soldado. - Éter ordenou

Percy assentiu e saiu rapidamente, deixando seu bisavô e seu primo- bisavô conversando.

Ele não tinha tempo para desperdiçar, cada dia ali era um dia no futuro, precisava voltar para Escócia. Ele saiu o mais rápido que pode, tentando não ser reconhecido, Torceu para os estábulos ainda fossem no mesmo lugar, e ficou feliz em saber que sim. Ele pegou um cavalo, um puro sangue inglês malhado, precisa voltar para a Escócia.

Mais dois dias eram necessários para voltar a escócia. Percy não tinha dinheiro, comia apenas o que caçava e se encontrava algumas plantas e frutas silvestres pelo caminho. Quando chegou a Escócia, procurou Alexander em sua casa, já era tarde da noite e Percy achou que ele estaria dormindo.

—AJ? - Percy chamou pela porta

Alex abriu a porta rapidamente.

—O que você faz aqui? - ele questionou, tinha a expressão séria

—Tive uns problemas. Me deixa entrar e eu te conto tudo.

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Percy contou tudo a Alex, que se surpreendeu com a falta de inteligência do povo inglês em culpa-lo.

—Eu não posso voltar, eles vão me caçar. - Percy suspirou

—Mas também não pode ficar aqui. - ele observou

—Deve haver alguma maneira, alguma maneira de interferir, de poder alterar o que houve.

—Não existe o que fazer Perceu, o destino já foi traçado, ninguém burla o destino.

—Mas e se tivesse uma maneira de fazer com que eu viajasse até o dia da morte de meu pai e parasse quem quer que o tenha assassinado em meu nome?

AJ pensou.

—Esse tipo de viagem no tempo existe, mas não é permitida a nenhum Luchd. Esse medalhão que te faz ir e vir, não tem essa potência.

—E quem tem permissão para isso?

Alex suspirou, e então soltou uma risada.

—A guardiã.

Percy se lembrou de AJ ter falado algo sobre o assunto e lembrou do nome desta.

—A Princesa não é?

—Sim, ela é a guardiã, é a única que tem permissão para esse tipo de coisa, mas até para ela é proibido. Não se pode voltar assim no tempo Perceu, isso pode criar realidade diferentes.

—Realidade diferentes?

AJ revirou os olhos.

—Você é meio burrinho para um princípe. Realidades diferentes significam que tudo o que aconteceu até o momento em você mudou, permanece naquela realidade. Mas o momento em que você mudou, abre uma brecha, uma linha ainda não existente, tudo que estava programado para acontecer agora é algo totalmente novo.

—Ninguém nunca o fez?

—Eu já disse, não é permitido!

—Mas eu não posso deixar que me acusem! Eu preciso voltar, preciso abrir essa… - Percy gesticulou com as mãos - Essa realidade alternativa!

—Olha, é inútil, mas você pode tentar falar com a guardiã. Pode explicar sua história para ela. - ele riu - Mas eu acho que não vai adiantar nada.

—Eu preciso tentar. Onde ela está.

—No palácio é claro.

—Qual?

—Palácio de Linlithgow, morada oficial da família real.

—Eu vou até lá, você vem comigo?

Tha thu craicte. — Percy ouviu AJ dizer - Está bem, eu vou com você, eu falo por você, mas se ela dizer não, você vai embora. Muitos Luchds devem estar atrás de você, eu não quero morrer.

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Na manhã seguinte, Percy e Alex partiram até o palácio de Linlithgow, aproximadamente duas horas de Edimburgo.

Era um belo lugar, Percy admitia. Era bem mais frio que seu país, mas era bem mais bonito também.

Nos portões do castelo, dois guardas os pararam.

—Dè tha iad ag iarraidh? (O que querem? )

—Bruidhinn ris a ’Bhana-phrionnsa. (Falar com a Princesa)

—Agus carson a tha thu a ’smaoineachadh a leigeas sinn leat troimhe? (E por que acha que vamos te deixar passar? )

—Seach gu bheil mi nam riochdaire de Viastiny. ( Por que sou um representante da Deusa Viastiny)

Os dois guardas se olharam.

Tha i sa chomraich. (Ela está no santuário)

AJ assentiu e chamando Percy com a mão, este estava mais confuso que tudo, entraram no castelo. Perceu deveria admitir que aquele era um palácio bem “chique”. AJ parecia conhecer o lugar, e guiou Percy até o santuário.

O Santuário era afastado de tudo, ele estava escondido nas partes mais afastadas. A primeira coisa que Percy percebeu fora que este era banhado a ouro por fora, alguns detalhes eram feitos em joias preciosas para dar destaque.

—Fique aqui. Eu entro e peço para que ela venha te ver. - Alex sussurrou

Percy assentiu e continuou a olhar, de fora, o lugar.

As paredes laterais pareciam contar certas imagens, figuras de uma mulher, criando o mundo e os homens. As escultura seguiam mostrando esta, escolhendo homens entre o povo e lhes oferecendo um presente, Percy soube que esses eram os Luchd.

—Perceu? - AJ chamou

Percy rapidamente voltou a entrada, onde AJ estava sozinho, procurando por ele.

—Ela vai me ajudar?

AJ suspirou.

—Ela prometeu te dar a oportunidade de falar, mas não disse que vai ajudar. Siga em frente neste corredor, vira a esquerda no final. - ele apontou

Percy caminhou, mas AJ segurou firme seu braço.

—Nada de gracinhas, respeite o lugar.

Percy assentiu e seguiu a risca o comunicado de Alex. Quando ele virou no final do corredor, que ele notou também ter várias escultura no ouro, a primeira coisa que viu fui uma mulher de costas, com um túnica branca, ela estava com todo o corpo cobertos e a túnica fazia um capuz em sua cabeça.

—Aproxime-se. Reverência a Deusa e depois a mim.

A voz doce da mulher não impediu que ele a achasse um tanto esnobe. Seguindo as ordens dela, ele reverenciou a estátua da deusa e então lado a lado com ela, a reverenciou.

—Eu preciso da sua ajuda. É de vital importância que...

—Não lhe dei permissão para falar. - ela o cortou

Percy sentiu raiva.

—Se não vai me ajudar por que mandou que eu entrasse?

A mulher baixou a cabeça e ergueu as mãos, ela permaneceu em silêncio por alguns segundos e então, ainda de cabeça baixa, se virou para Percy.

Percy não conseguia enxergar nada com aquele capuz, mas podia supor que ela era loira.

—Vai me ajudar ou não guardiã? - perguntou, impaciente

A mulher retirou o capuz, revelando-se loira, como ele tinha suposto. Percy nunca tinha visto ser humano tão lindo quanto ela.

—Meu nome é Annabeth, de Chase. Aqui você me trata com respeito, mas pelo meu nome, insolente príncipe inglês.