The Powerful

Capítulo 32: Ah, mãe...


A presença da minha mãe, pareceu fazer com que todos esquecessem das coisas que estavam prestestes a acontecer. A qual quer momento o portal abriria, e aí, é soltar o grito de guerra e ir pro campo de batalha.

Edward levou o pessoal em seu carro, enquanto eu, minha mãe e Alice fomos com o Willie. Eles mandaram que fizessemos isso pra termos, pelo menos, um momento só nosso.

- E então minhas princesas, como vocês estão – minha mãe perguntou a caminho do restaurante. – Estou sentindo vocês meio tensas. Tem alguma coisa acontecendo? – indagou ainda calma.

- Não mãe – eu e Allie respondemos juntas e rimos depois.

Virei pra Renée e ela sorria pra gente.

- Então tudo bem – falou animada. – Agora me contem tudo o que as senhoritas aprontaram por aqui.

Alice deu um gritinho e começou a narrar pra nossa mãe tudo que aconteceu com a gente. Bem, quase tudo. Eu acho que ela não ficaria feliz de saber que o castelo era assombrado, e nem que suas filhas viraram um tipo de “guerreiras-da-paz-em-prol-da-harmonia-de-Bamburgh”.

Claro que ela riu da parte onde eu caio de bunda no Edward, de quando Rosalie fez um barraco no almoço, e também do dia do cogumelo. Fico pensando que outra mãe no mundo agiria normalmente de frente a essa história?

O carro parou e logo Willie abriu a nossa porta. Saímos e os outros já estavam lá. Era um restaurante de comida italiana. Pequeno, mas muito arrumado e aconchegante.

- Vão entrando que eu esqueci minha bolsa – Renée pediu.

Dei a mão pra Edward, que sorriu lindamente pra mim e me deu um beijo.

- Vamos vocês dois – Alice nos empurrava pra dentro do restaurante.

Sentamos em uma mesa mais ao fundo do restaurante. Só tinham duas mesas grandes, e a outra estava ocupada. O garçom veio nos receber e deixou uns cardápios.

Olho pra frente e vejo minha irmã com os olhos brilhando. Olho na direção e dou de cara com Renée e Willie entrando com caixas no restaurante. Não eram quais quer caixas. Eram as caixas.

- Mamããããe – Allie pulou da cadeira e foi em direção a minha mãe, – isso tudo é presente? – perguntou tentando tirar as caixas dela.

- É minha filha – riu. – Mas senta, senão eu não mostro – falou com uma falsa autoridade.

Alice imediatamente voltou correndo e sentou. Era evidente a sua ansiedade, ela praticamente quicava na cadeira e acho que se tentasse sorrir mais, rasgaria a boca.

- Me desculpem meninos, mas eu não sabia o estilo de vocês, então vou ficar devendo dessa vez – ela se desculpou meio sem graça.

Os três começaram a falar ao mesmo tempo, coisas como “ah, que isso Renée”, “não era necessário” e etc. Mas minha mãe fez sinal pra que eles parassem de falar, e assim o fizeram.

- Isso não quer dizer que eu não tenha trazido nada – sorriu, pegou três caixas menores e entregou a eles.

Emmett parecia uma criancinha no natal, saiu praticamente rasgando a caixa, enquanto Jazz e Ed abriram tranquilamente. O presente do grandão era um boné branco e com uma escrita em vermelho “HOT”. Tive que rir, até sem conhecer a pessoa, minha mãe sabia como dar o presente. Todos riram também.

- UAU! – ele disse admirado. – Renée, você me conhece até sem me conhecer – disse feliz, colocando o boné.

Coitado.

A cara da minha mãe era um ponto de interrogação. O Emm devia ser meio estranho pra quem não conhecia. Foi então a vez de Jasper. Ele tirou lá de dentro um livro. E ao ler o título seus olhos brilharam “Castelos da Europa e seus mistérios”.

- Muito obrigado, é maravilhoso – e lá estava ele folheando o livro.

Edward abriu sua caixa, e começou a rir, mas sem tirar nada lá de dentro.

- O que é? – tentei ver, mas ele não deixou. Fiz uma cara emburrada.

Até que ele tirou lá de dentro uma camisa e todos, menos eu, caíram na gargalhada. Era uma camisa branca, e na frente tinha uma foto de uma menininha de fralda, com umas vinte bonecas em volta, e sorrindo mais do que devia. Ah, seus dentes estavam todos pretos de chocolate.

- Mãe! – gritei. Ela me olhou rindo.

Fiquei puta. Me levantei e saí pisando fundo em direção ao banheiro. Eles pararam de rir. Uma coisa é ela fazer isso com a família. Mas porra, com o Edward é sacanagem. Por que o Jasper também não ganhou uma dessas, com a foto da Alice?

- Bellinha? – Allie chamou entrando no banheiro. – Não fica assim, era só uma brincadeira – disse passando a sua mãozinha no meu rosto.

- É, uma brincadeira que ela faz comigo deis de sempre, e que eu odeio – bufei. – Que saco, isso nunca teve graça e ela continua fazendo – cruzei os braços emburrada.

A baixinha me abraçou. Eu sei que pode parecer exagerada a minha reação, mas não é! Uma vez ela apareceu num almoço de família, com uma blusa rosa, e uma foto minha, com dois chocalhos, escrito “mamãe eu quero mamar”. Pois é, eu tinha doze anos e estava apresentando meu primeiro namorado pros meus parentes. Fiquei uma hora chorando no banheiro.

- O Ed ta vindo – Alice anunciou.

- Ele que fique se divertindo com a mamãe – dei de ombros.

- Bellinha, para com isso – pediu minha irmã. – Ela só vai ficar aqui um dia, e nós nem abrimos nossos presentes.

Saímos do banheiro e Edward estava ali com um sorriso amarelo. Passei por ele e me sentei. Ninguém falou nada.

Eu não queria deixar o clima estranho, mas também não era obrigada a ficar aturando as maluquices da minha mãe. Ed voltou pra mesa e logo em seguida o garçom trouxe nossas comidas.

- Bella, desculpa – minha mãe disse depois que jogou derrepente os talheres no prato, assustando todo mundo. – Mas foi mais forte que eu, você sabe que eu adoro essas suas fotos.

- E você que eu odeio essas camisas – disse ainda comendo, fingindo desinteresse.

Edward colocou a mão na minha coxa.

“Não fica assim meu amor, ela só vai ficar hoje aqui” pediu.

“Não interessa. Já não é a primeira vez que ela faz isso” respondi terminando de mastigar.

“Eu queimo ela se você quiser, mas fala direito com a sua mãe. Ela ta arrependida” olhei pra ele, que só assentiu.

“Ta bem” falei e ele sorriu. “Mas você vai ter que queimar mesmo” ele riu alto, chamando a atenção dos outros.

Os quatro já sabiam que provavelmente nós estávamos conversando, mas pra minha mãe o meu namorado devia ter sérios problemas mentais.

- Mãe, ta tudo bem – falei me virando pra ela. – Só que você sabe que eu não gosto disso. Por que continua fazendo?

- Por que eu acho lindo – respondeu.

“Ela realmente acha lindo” Ed confirmou.

- Mas sabe que eu odeio – disse. – Pois então faça e use bem longe de mim – pedi.

Ela assentiu e me abraçou. Aos poucos a conversa voltou e as risadas também. Depois de comermos, ela finalmente deixou que eu e as meninas abríssemos as caixas.

- Eu primeiro – gritou Rose.

- Não sei se ficou exatamente o seu tamanho – Renée disse sorrindo. – Alice disse que você era tipo Bella , só que patricinha e com mais peito/bunda.

Fiquei vermelha na hora, e os outros riram. Alice me olhava com a língua meio de lado e um sorriso maroto.

- É LINDO – Rose puxou um vestido vermelho tomara que caia. – Obrigada! – e deu um abraço apertado na minha mãe, que riu.

Enquanto eu e Alice decidíamos quem abriria o presente primeiro, ouço minha mãe.

- E então, quando saem os casamentos? – perguntou pros meninos.

Olhei pros garotos, só pra constatar que ninguém sabia o que falar. Ri alto e repreendi minha mãe.

- Mãe! Você vai espantá-los antes mesmo que comecem a pensar nisso – disse num falso tom reprovador, fazendo ela rir alto. – Eles ainda não estão acostumados com você, Sra. Swan!

Você deve estar se perguntando porque minha mãe ainda é um Swan. A verdade é que ela e Charlie nunca se separaram na justiça, e mesmo tentando esconder da gente, todos sabem que eles se pegam as vezes. É o que chamamos de relacionamento aberto.

- AAAHHH – dei um pulo ao ouvir o grito da minha irmã. – Mãe, é perfeito – ela disse piscando os olhinhos.

- Cadê? – Jazz ia se levantar, mas Alice lançou um olhar fulminante pra ele.

- Jasper Hale – disse autoritária. – Levante dessa cadeira, e a noite de ontem nunca mais se repetirá!

Ele ficou escarlate e lançou um olhar constrangido pra minha mãe. Emm e Ed riam alto.

Voltei minha atenção para a caixa que estava em minhas mãos. Assim que abri, vi um lindo tecido rosa. Imediatamente senti um frio subir minha espinha.

- Bella? – minha mãe chamou.

Puxei o tecido e vi um lindo vestido. Meu estômago revirou e minha cabeça começou a doer. Os seis me olhavam apreensivos, mas é claro que só minha mãe que não fazia idéia do que estava acontecendo. Expandi minha barreira.

“Ed, me tira daqui” pensei, já suando frio.

Antes de ter qual quer outra reação, eu já sentia duas mãos firmes me levantando. Renée fez menção de levantar, mas Allie foi mais rápida.

- Ela vai ficar bem – disse apoiando uma mão no ombro de Jazz. – o Ed sabe cuidar dela – foi o que deu pra ouvir.

Lá fora, Edward me sentou em um banco de maneira e ajoelhou na minha frente.

- O que você está sentindo, meu amor? – perguntou procupado.

- Eu to bem – disse sincera. – Eu só senti uma tonteira lá dentro, não sei porque. Talvez por ganhar um vestido lindo e rosa, as vésperas do portal abrir – dei de ombro.

Ele sentou ao me lado e me abraçou. Sentir seu calor e seu cheiro maravilhoso, me acalmava.

- Bom dia senhores – uma voz infantil falou perto da gente.

Quando virei pra olhar, arregalei os olhos e Edward imediatamente começou a chorar de rir, literalmente. Era o mesmo menininho de semanas atrás, da loja de presentes. Mas, dessa vez, ele estava vestido com uma roupa de escoteiro, com direito a chapéuzinho e biscoitos.

- Você – eu disse me levantando. Isso fez com que ele me reconhecesse, pois logo um sorrisinho maroto surgiu em seus lábios.

- Então você não me esqueceu, gatona – levantou duas vezes a sobrancelha direita.

Edward rolava de rir, com as mãos na barriga, e eu estava ali parada sem acreditar no que havia escutado. Só pode ser brincadeira.

- Ei, Alec – olhei pra trás e pude ver o mesmo aspirante a padre e suposto sobrinho de Shamira, vindo em nossa direção.

- Argh, lá vem o padre – o garotinho revirou os olhos. – O que deseja Padre Jeff – se virou fazendo cara de anjinho. Inacreditável.

- Sua irmã está te procurando, parece que sua cadela terá filhotes – falou todo animado. Animado demais, na verdade.

- OBA – o garotinho gritou. – Te encontro por aí gatona, meu nome é Alec Volturi – e saiu correndo, passando direto pelo padre.

Segui o garoto, com o olhar, até ele virar uma esquina, depois meus olhos se voltaram para o homem parado na minha frente. Ele mirava Edward – que imediatamente veio para no meu lado, com a mão em minha cintura e beijando minha boca.

- Vocês estão no castelo certo? – perguntou derrepente. – Amigos de Shamy – disse lembrando-se, possivelmente,do episódio do festival. – Prazer, meu nome é Jeferson, mas todos me de Jeff – estendou a mão. – Ou padre – pensou alto.

Apertei sua mão e sorri.

- Prazer, eu sou Isabella e esse é Edward…

“Seu namorado, seu namorado” ele praticamente gritava por pensamento.

- …meu namorado – completei, estranhando a situação.

Bem, estranha por vários motivos. Um; o padre era jovem demais pra ser um padre. Dois; ele em nenhum momento prendeu o olhar em mim, e sim no Edward. Três; meu namorado está praticamente escondido atrás de mim, como se o cara fosse uma fera.

Uma lâmpada acendeu em cima da minha cabeça. É claro! O padre está achando o Edward com cara de pecador, e quer que ele se confesse. Porém, o Ed tem um terrível medo de igrejas, já que sempre quis ter uma banda de Rock ‘n Roll!

Eureca!

Ele começou a rir, frenéticamente, atrás de mim. Sentou novamente no banco e apoiou as mãos nas têmporas, tentando se controlar.

Será que ele está mesmo possuído e o padre já sabe disso?

“Para por favor, Bella” ele pensou ainda gargalhando. “Antes que o padre gay ache que eu sou completamente louco.”

Só aí que a ficha caiu. Ele disse gay? Tipo, nada contra os gays, mas ele é um padre, não pode ficar aí dando mole pro meu namorado e nem pra ninguém.

- Foi um prazer conhecê-lo – eu disse puxando Edward. – Mas estamos no meio de um almoço. Se nos dá licença? – falei já saindo.

- Até logo – acenou.

Ao entrarmos, as pessoasde nossa mesa nos olhavam assustadas. Claro. Saí carregada e voltei carregando. Edward se recompôs e me deu um beijo na bochecha.

- Você tem a mente mais fértil que eu já ouvi – ele disse com um sorriso lindo. – Olha que eu digo literalmente – riu e eu o acompanhei.

- Bella, como está filha? – miha mãe perguntou.

- Eu to bem mão, foi só um mal estar – falei sorrindo. – Deve ter sido efeito de uma gripe que eu peguei ha uns dias.

Ela me abraçou.

- Já pagamos a conta, vamos voltar pro castelo? – ela perguntou.

(...)

- Vocês prometem que vão logo me visitar? – ela perguntou com o nariz vermelho, de tanto chorar.

- Sim mamãe – Alice disse revirando os olhos. – Daqui a uma semana nós estaremos no mesmo continente – disse rindo.

E mais uma vez ela nos abraçava.

Renée podia ser descontraída, divertida e faladeira, mas ela não tinha o quesito despedidas como o seu forte. Sempre era o mesmo lenga lenga e choradeira. Nós nem ligavamos mais.

- Foi um prazer conhecê-los – deu um abraço em cada um dos meus amigos. Quando chegou em frente a Esme, ela estendeu o braço, sorrindo e chorando. As duas deram um abraço apertado.

Acho que esqueci de citar outra qualidade que minha mãe também tem. Facilidade imensa em gostar das pessoas. Se ela for com a sua cara, pode ter certeza de que ela será um grude. Porém, ela é 8 ou 80. Ou ama alguém, ou nem olha na cara.

Bem, isso pode ser um defeito também.

- Cuide das minhas meninas – pediu e depois assoou o nariz.

- Pode deixar Renée, elas não correm nenhum risco aqui – sorriu.

Nessa mesma hora engoli seco, e acho que os outros também, pois os sorrisos sumiram, e cada um fitava um lado diferente sem olhar, realmente, pra ninguém.

- Adeus Carlisle – deu um abraço no meu sogro. E que sogro, por falar nisso.

Depois das despedidas e do carro da minha mãe já longe, eu e minha irmã nos jogamos no sofá do hall, e suspiramos.

- Pelo menos ela vai estar longe daqui – eu disse encarando o lindo lustre. – Assim, é menos uma pessoa pra gente se preocupar.

- É – foi só o que ela disse. Estranho. Resolvi respeitar dessa vez.

- Vamos dormir amor? – Edward estendeu a mão. – Essa semana será longa, precisamos descansar.

Segurei a mão dele e me levantei. Encarei meus amigos e forcei um sorriso.

- Boa noite gente – falei. – Qual quer coisa, gritem pelo Ed em seus pensamentos – completei.

- Prefiro bater na porta e atrapalhar vocês – disse Emmett com seu habitual sorriso.

Isso me deu uma animação repentina – o que me fez sorrir. Senti meus pés deixarem o chão, e derrepente estava no colo do Edward. Ele sorriu e me levou pro andar de cima correndo.

- A gente vai cair – eu falei rindo alto.

Derrepente um barulho alto ecoou no corredor, muito perto da gente. Ele nos virou, e vimos uma alabarda, muito afiada, fincada no chão. A armadura na qual ela estava presa, parecia intacta.

Pulei do colo dele e estiquei meu escudo, protegendo nós dois. Chegando no objeto de metal vi que os dedos da armadura estavam abertos, e depois disso quase dei um grito. A cabeça se virou pra mim, e a boca escancarou. Caí pra trás e junto comigo, o corpo de metal se desfez, caindo todo no chão.

Meu coração estava disparado, e eu não conseguia tirar os olhos da sucata na minha frente. Senti duas mãos me levantarem do chão. Encarei Edward, e ele estava branco, porém tentava esconder de mim.

- Bella, você está bem? – perguntou.

- As pessoas andam me fazendo muito essa pergunta ultimamente – falei, fazendo-o sorrir.

Fomos correndo pro quarto e deixamos a bagunça pra trás. Não queríamos ter que dar satisfações – as quais teríamos que inventar.