Dias haviam se passado desde a notícia da morte do Rei e da Rainha de Arendelle. Das três Gryffindor, apenas Anna compareceu ao enterro.

Elsa e Elena pareciam cada vez mais distantes de todos os outros. Nenhuma das duas sentava perto de qualquer pessoa, sempre estavam juntas e não se aproximavam de ninguém, não falavam com ninguém e Elsa havia voltado a usar suas velhas luvas azuis.

– Acho que velhos hábitos nunca morrem, no final das contas. – Anna falou cabisbaixa, olhando para Elsa e Elena que estavam sentadas do outro lado da mesa da Grifinória, o lugar mais vazio.

– Como assim? – Jacky perguntou.

– Era assim antes. – Anna respondeu sem olhar para ela, jamais tirando os olhos das irmãs. – A única diferença era que elas se trancavam no quarto. Agora, estão evitando tudo e todos.

– Devem ter um bom motivo. – Jack tentou argumentar, embora também estivesse magoado, principalmente com Elsa.

– Duvido. – Anna balançou a cabeça e deixou uma lágrima solitária escorrer por seu rosto.

Na Câmara Secreta...

– Como está indo com seu plano? – O de capa preta perguntou.

– Melhor do que o esperado. – O de capa arroxeada respondeu. – Consegui separá-las. Elsa e Elena não tem contato nem com a irmã, nem com qualquer outra pessoa. É só questão de tempo para que eu consiga destruir as duas.

– Nunca entendi sua obcessão por aquelas duas. – O de capa esverdeada de meteu na conversa.

– Parecem ser as mais divertidas para brincar. – Foi tudo o que o de capa arroxeada respondeu.

– Para mim, esse seu estúpido jogo já pode acabar. – O de capa avermelhada falou.

– O que sugere? – O de capa arroxeada perguntou.

– Mate-as de uma vez. – O de capa avermelhada respondeu.

– E poupá-las do sofrimento? – O de capa arroxeada riu alto. – Acho que não. – Disse quando finalmente parou de rir.

– Mas não podemos ficar focados nos seus jogos para sempre. – O de capa alaranjada se meteu na conversa. – Jacky saiu do nosso controle e Mirara já parece estar mais consolada pela morte dos pais. Precisamos agir.

– O que sugere? – O de capa cinzenta perguntou.

– Medo. – Quem respondeu foi o de capa preta. – Vamos assustá-los um pouco. Encher aqueles coraçõezinhos de medo até que implorem pela morte.

– Como? – Todos os outros perguntaram juntos.

– Nada assusta mais do que um pequeno massacre. – O de capa preta falou. – Quero Snape, Wicked e Slytherin nisso. – Apontou para as figuras de capas arroxeada, esverdeada e alaranjada, respectivamente. – Majestade, - Apontou para a figura de capa avermelhada. – Pode nos ceder alguns dos soldados e, quem sabe, o seu Valete de Copas?

– Fique a vontade. – O de capa avermelhada pareceu sorrir por debaixo do capuz.

– Qual nosso alvo? – Slytherin perguntou. – Estudantes do segundo ano?

– Não. – O de capa preta negou. – Seria fácil demais. Qualquer bruxo consegue acabar com estudantes do segundo ano. Vamos com algo mais difícil. Escolham estudantes do sétimo e até professores se quiserem.

– Você é perverso, Black. – Wicked falou.

– Você não faz ideia. – Black respondeu. – E quanto a você? – Apontou para o de capa cinzenta. – Malfoy?

– Digamos apenas que velhos hábitos nunca morrem. – Respondeu, tirando de dentro da capa uma agulha.

– Não desistiu desse truque ainda? – O de capa castanha questionou.

– Uma boa e velha Maldição do Sono pode causar muitos estragos. – Black elogiou. – Qual é o seu alvo?

– Nenhum em especial. – Malfoy deu de ombros. – Mas não me importaria se fosse aquela menina do sétimo, Aurora.

– O que você tem contra essa garota? – Wicked perguntou.

– Para começar, o fato de ela ter nascido. – Malfoy deu de ombros e virou-se para Black. – Quando faremos isso?

– Ainda decidiremos. – Black respondeu e olhou para o de capa rosada. – Sea?

– Não gosto que me tratem pelo sobrenome. – Sea respondeu. – Vamos abrir o jogo. Todos aqui sabem quem é quem, então por que todo esse mistério? – Falou isso e retirou o capuz, mostrando ser Úrsula Sea, chefe do Departamento de Mistérios do Ministério da Magia.

Os demais pareceram sorrir por debaixo dos capuzes e cada um retirou o seu. O de capuz alaranjado era Jack O’Lantern Slytherin, pai de Jennete e Jackeline Slytherin, e dono da fábrica de doces de Halloween. O de capuz cinzento era Malévola Malfoy, professora de Poções de Hogwarts. O de capuz arroxeado era Jafar Snape, professor de Defesa Contra as Artes das Trevas de Hogwarts. O de capuz esverdeado era Theodora Wicked, professora de Voo de Hogwarts. O de capuz avermelhado era a Rainha de Copas de Wonderland, tia de Mirana e Iracebeth Wonderland. O de capuz azulado era o Duque de Weselton, tio-avô de Andersen Ravenclaw. O de capuz castanho era Mor’du, conhecido por ser um dos melhores animagos do Reino Highland, transformando-se em urso. O de capuz amarelado era Mother Gothel, “mãe” de Rapunzel Gothel.

O de capuz preto foi o último a se mostrar. De rosto magro e cinzento, olhos e cabelos pretos. Com a pouca luz do local, mal dava para ver seu rosto. Era este, Pitch Black, professor de História da Magia de Hogwarts.

– Agora podemos parar de nos tratar como se não nos conhecêssemos? – Úrsula propôs.

– Quem sabe? – Pitch brincou. – Velhos hábitos custam muito a morrer.