Depois de férias relativamente calmas, mais um ano em Hogwarts acabara de começar. Todos já estavam de volta à famosa Escola de Magia e Bruxaria. Mesmo depois de tudo que foram obrigados a passar, todos saíram ilesos, ou quase todos, e as coisas talvez começassem a melhorar.

Elsa, Merida, Mirana, Alice, Rapunzel, Anna, Soluço, Jack e Jacky já estavam se dirigindo ao Grande Salão para a usual Seleção dos novos alunos quando Soluço chamou Elsa para um lugar mais afastado, indicando para que os outros seguissem sem eles.

– Então? – Elsa perguntou, arqueando uma sobrancelha, realmente questionando-se o motivo pelo qual Soluço queria conversar com ela.

– Passei pela Cabana dos Dragões. – Soluço respondeu, referindo-se ao lugar construído nos terrenos de Hogwarts para abrigar os dragões de alguns estudantes. – Pyro está meio inquieto. Ele não fica assim desde que... – Deixou sua voz morrer, mas logo depois respirou fundo. – Desde que voltamos de Wonderland.

– Então acha que talvez eu devesse ir lá? – Elsa questionou. – Pyro é o dragão da Elena, não meu. – Embora ela não quisesse demonstrar, ainda lhe machucava e trazia um sentimento de saudades sempre que o nome da irmã mais velha era mencionado.

– Só achei que seria melhor você do que eu. – Soluço explicou, passando a mão pelo cabelo castanho liso.

Elsa suspirou pesadamente. Há algum tempo ela andava evitando qualquer coisa que pudesse lhe trazer uma memória da irmã mais velha, uma vez que era doloroso saber que ela não estava mais ali consigo.

– Tudo bem. – A loira assentiu com os olhos fechados. – Eu vou lá. Avise aos outros que talvez eu me atrase.

Soluço concordou e se retirou dali, seguindo para o Grande Salão. Elsa tomou a direção da Cabana dos Dragões e foi andando até lá lentamente, retardando sua chegada o máximo que podia.

Por fim, chegou ao lugar. As paredes eram feitas de madeira e pedra, bem como o chão era feito de rocha. Passou pelos portões de ferro e dirigiu-se até onde estava o enorme dragão Pesadelo Monstruoso vermelho que pertencera a Elena. Colocou a mão sobre a cabeça do dragão, que estava abaixado, acariciando-o. Pyro fez um som suave, quase agradecido.

– Como vai? – Elsa perguntou, quase revirando os olhos por estar falando com um dragão. Pyro fez apenas um som baixo e desanimado, olhando para Elsa como se desejasse que não fosse ela a estar ali. – Também sinto falta dela. – O dragão pareceu assentir a seu modo, mantendo sua cabeça no chão, desanimado. – Você não precisa ficar aqui. Está livre para ir, se quiser, é claro. – Declarou com um sorriso mínimo, quase inexistente. Pyro balançou a cabeça minimamente, negando.

Elsa assentiu e os dois ficaram em silêncio, observando os outros dragões por ali, que no momento estavam adormecidos. Até Banguela parecia dormir tranquilamente, aproveitando o clima frio da noite, que todos sabiam se dever á usual tristeza da loira.

Distraída, Elsa só percebeu que havia algo errado quando viu Pyro ficar alerta, olhando para as janelas do local. A loira não se importou em pegar sua varinha. Não precisava tanto dela para se defender.

Saiu lentamente da Cabana dos Dragões, com Pyro logo atrás, mas tudo continuava quieto do lado de fora. Elsa pensou ter visto um vulto passar por perto das árvores da Floresta Proibida, mas julgou ser apenas paranoia sua.

– Oi, Elsa. – Ouviu uma voz vinda de seu lado e pulou com o susto, mas acabou por ver que era apenas Olaf.

– Você me assustou. – A loira riu baixo. – Como vai, Olaf?

– Quentinho. – Ele sorriu. – O verão é maravilhoso! – Pulou, levantando os braços para o céu.

– Onde você esteve? – Elsa questionou, mantendo um sorriso mínimo no rosto. – Já faz muito tempo que não lhe vejo.

– Passeando pela Floresta Proibida. – Olaf pareceu animado. – É cheio de bichinhos fofos que tentam beijar meu nariz e me abraçar! – Ele sorriu.

– Parecem amorosos. – Elsa brincou, já sabendo que provavelmente o boneco de neve interpretara errado qualquer coisa que tenha visto na floresta.

Despediu-se do boneco de neve e do dragão da irmã e voltou a Hogwarts, logo se sentando em seu lugar à mesa da Grifinória, junto com todos os seus oito amigos.

– Aos novos e antigos alunos, eu dou as boas-vindas a Hogwarts. – Mickey começou seu discurso anual. – Já estou em meu sexto ano como diretor e devo dizer que não podia estar mais orgulhoso dos estudantes desta esplêndida escola. Não estou exagerando quando digo que vocês todos tem tanto ou mais potencial que as gerações anteriores e quero que me provem que isso é verdade, bem como fizeram os alunos que prestaram os N.O.M.s do ano passado, obtendo as melhores médias de todos os tempos. – Riu. – Mas agora, não vamos ficar aqui com a barriga roncando. Podem atacar! – Com um movimento de sua varinha, a comida surgiu nos pratos e todos começaram a comer.

Estava tudo absolutamente comum. Era apenas mais um ano em Hogwarts.

Porém, tudo mudou quando as portas do Grande Salão foram abertas e todos os olhares, tanto de professores como de fantasmas e estudantes, dirigiram-se à pessoa parada à porta.

– Desculpem o atraso.