Elsa havia saído da Diretoria quase correndo e, mesmo encontrando os outros sete amigos e sua irmã no caminho, não parou, seguindo até onde alguns alunos haviam dito que Elena estava com Pitch.

Lago Negro.

Já sendo seguida por Jack, Anna, Jacky, Merida, Mirana, Alice, Rapunzel e Soluço, Elsa foi o mais rápido que podia ao Lago Negro, encontrando Pitch e Elena frente a frente à beira do Lago.

– VOCÊ! – A loira gritou, visivelmente alterada, ao ver o Professor de História da Magia. – SEU MONSTRO NOJENTO, DESUMANO, ASQUEROSO! – Tirou sua varinha das vestes e apontou para o homem, que sorria divertido.

– Não sei do que você está falando, senhorita Gryffindor. – Pitch respondeu, descarado.

– Elsa, o que você está fazendo? – Jack perguntou assim que chegou até ela com os outros sete. – Ele é um Professor. Você não pode atacá-lo.

– Eu posso! – A loira gritou, ainda olhando para Pitch com puro ódio. – Porque foi ele! Sempre foi ele! Ele fez tudo isso com a gente! ELE É AQUELA FIGURA DE PRETO!

Os outros oito olharam para Pitch com um choque visível no olhar, mas tudo o que o homem fez foi soltar uma gargalhada ruidosa e maligna.

– Demorou muito, não foi? – Ele arqueou uma sobrancelha, mantendo o sorriso sarcástico no rosto. – Cinco anos.

– Então foi você! – Jack iria avançar para ele, mas Soluço e Merida o seguraram, embora ambos também estivessem com profundo ódio do Professor.

– Ah, não me deem todo crédito. – Pitch cruzou os braços, despreocupado. – Tive bastante ajuda, se querem saber.

– Você fez isso com ela! – Elsa declarou, gesticulando para Elena, que até então havia permanecido absolutamente calma e impassível.

– Não tenho culpa se ela se tornou meu brinquedinho preferido. – Pitch segurou o queixo de Elena, forçando-a a olhar para Elsa.

– Não fale como se ela fosse alguma posse sua! – Anna replicou o tom que Elsa vinha usando até aquele momento, também apontando sua varinha para o professor.

– Mas ela é. – Pitch puxou Elena, colocando-a entre ele e os Nove. – Acredito que a Elsinha já tenha visto uma amostra do que ela passou nesse último ano. – Elsa engoliu em seco, mas manteve-se firme. – Agora, minha não tão querida loirinha, imagine tudo aquilo feito centenas de vezes, todos os dias, durante um ano inteiro. Sem contar, é claro, algumas Maldições Cruciatus. E você sabe o por quê? – Elsa permaneceu calada, então ele continuou. – Porque você não estava lá. Você não esteve ao lado dela, mesmo que ela sempre tenha estado ao seu. A culpa é sua...

– Não o escute. – Elena o interrompeu, embora não olhasse diretamente para Elsa.

– Ela tem razão. – Pitch pareceu sorrir ainda mais. – Não me escute. Veja. – Puxou a mão de Elena e arrancou a luva de couro vermelha escarlate e expondo a mão pálida e coberta de cicatrizes.

Mirana e Alice ficaram boquiabertas, Merida ficou com a boca completamente escancarada dado ao seu choque, Rapunzel cobriu a boca com a mão, Soluço esbugalhou os olhos, Jacky cerrou os punhos, Jack deu dois passos à frente e ergueu sua varinha para apontada para Pitch.

– Elena... – Anna falou em um tom baixo que os que estavam presentes quase não ouviram.

– Viu? A ruivinha já percebeu. – Pitch gargalhou alto, fazendo Elena se encolher. – Vamos adicionar mais uma ao conjunto. – Pegou sua varinha e apontou para o braço de Elena que ainda segurava. – Diffindo. – Sussurrou o feitiço e um corte se abriu no braço da morena, começando a sangrar.

– Já chega! – Anna gritou furiosa. – Estupefaça!

– Protego! – Pitch se protegeu por cima do ombro de Elena. – Legilimens! – Apontou a varinha para Anna, que caiu no chão com as mãos na cabeça, gritando.

Aquela foi a gota d’água para a morena. Ela segurou o braço que Pitch mantinha em torno dela para segurá-la e começou a aumentar insanamente a temperatura, tanto que ele foi obrigado a soltá-la, estando com uma queimadura de terceiro grau no braço.

– Lembra-se do que acontece quando você me desobedece, Eleninha? – Pitch perguntou com um sorriso sádico no rosto.

– Lembra-se do que acontece quando eu fico zangada?! – Elena elevou a voz em algumas oitavas e o olhar homicida veio em conjunto com algumas chamas nos dedos. – E EU ESTOU SEM LUVAS! – Ergueu a mão sem luva para ele e uma chama violenta foi lançada ao Professor de Animagia.

– Aequora Teggo! – Pitch ergueu uma densa barreira de água, mas estava evaporou no mesmo segundo em que as chamas lançadas por Elena a atingiram.

O que Elena sentiu naquele momento era o mais puro ódio. Anna já havia se levantado e olhava para a irmã mais velha com um pouco de medo, assim como os outros. Elsa, por outro lado, parecia se ver na morena. Descontrolada, perigosa...

– Elena, não. – Elsa segurou a mão dela que ainda estava calçada com uma luva. – Você não é assim.

– É claro que é! – Pitch gritou de onde estava, embora lutasse para manter as chamas longe de si. – Ela é um monstro! Sempre foi!

– Você está pedindo. – Elena murmurou, semicerrando os olhos e parecendo se concentrar ainda mais no fogo que lançava contra o Professor, que ficou ainda mais forte.

Segurar a mão de Elena, mesmo sob a luva, estava se tornando doloroso para Elsa, quase a queimando.

– Elena. – Elsa chamou mais uma vez e segurou o rosto da irmã com a mão livre, fazendo-a olhá-la. – Ele está dizendo que você é um monstro. Prove que ele está errado. – Sorriu com ternura. – Prove que eu estava certa.

A expressão rígida e assassina de Elena se desfez em um meio sorriso. Não era o que Elsa se lembrava, mas depois de ter visto tudo o que a irmã mais velha passava, a loira sabia que o sorriso dela nunca mais seria o mesmo. A morena abaixou o braço e as chamas se desfizeram.

– Eu já sabia que você tinha um lado mole. – Pitch sorriu e ficou ereto. O homem tinha algumas queimaduras no rosto e nos braços, mas nada muito preocupante. – Se parece tanto com a sua mãe. Ela também era muito ingênua e fraca.

– Como você conhece a mamãe? – Elsa perguntou, colocando-se pouco à frente de Elena, ficando entre a morena e o Professor.

– Como você acha? – Pitch ergueu uma sobrancelha e assumiu um ar irônico. – Fomos casados. Eu a abandonei quando soube que ela estava grávida de gêmeas.

– O que? – As duas Gryffindor sussurraram quase inaudivelmente.

– Finalmente se tocaram? – Pitch sorriu. – Filhinhas?