Os dias em Hogwarts foram passando. As aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas eram, sem dúvida, as piores. Elsa sabia que em outras circunstâncias Elena estaria colocando fogo no professor apenas com um olhar, uma vez que, ultimamente a morena andava um pouco alterada.

Era segunda-feira e novamente os Sonserinos e Grifinórios seguiram para a aula de DCAT. Elsa estava tentando fazer com que Elena ficasse um pouco menos furiosa quando o professor entrou na sala.

– Bom dia, classe. – Ele falou com seu habitual desinteresse. – Sem mais delongas, comecemos logo a aula.

– Qual feitiço você irá ensinar hoje? – Jennete levantou a mão.

– Que bom que perguntou, senhorita Slytherin. – Jafar quase sorriu. – Vocês já estão bastante adiantados no quesito Feitiços de Fogo, já tendo aprendido feitiços como Incendio, Fogomaldito e Lacarnum Inflamare. Sendo assim, hoje irei explicar sobre um feitiço mais avançado. O mais poderoso feitiço de fogo existente.

– Qual? – Foi Jacky quem perguntou. Às vezes parecia que ela falava mais na aula do que com os amigos.

– O Feitiço Infernus. – Jafar respondeu.

Elena engoliu em seco e suas mãos começaram a tremer por debaixo da mesa. Elsa olhou aterrorizada para ela.

– Alguém pode me dizer que feitiço é esse? – Jafar perguntou.

Elena permaneceu paralisada em seu lugar e como nenhum dos outros alunos sabia, Elsa levantou a mão.

– É o feitiço de Fogo mais potente de todos os tempos. – Explicou. – As chamas dele não podem ser apagadas por outra pessoa que não seja a que o lançou e pode até mesmo assumir qualquer forma que o lançador queira. É um fogo capaz de queimar qualquer material, até mesmo aqueles que chamas normais não conseguem.

– Excelente explicação. – O professor deu um sorriso maldoso. – Vinte pontos para Grifinória. Agora preciso de alguém para testar o feitiço. Senhorita Gryffindor?

Anna e Elsa levantaram as cabeças e olharam para ele, mas Elena permaneceu de cabeça baixa, esperando que ele não a chamasse.

– Elena. – Ele especificou.

A morena prendeu a respiração quando ele disse seu nome e não o olhou.

– Eu posso fazer, senhor. – Elsa se ofereceu, tentando tirar a irmã daquela situação.

– Não, obrigado. – O professor negou. – Sua irmã tem se mostrado a aluna mais eficaz com feitiços de fogo. Tenho certeza de que ela tem plena capacidade de fazer este também.

Elsa olhou para Elena e falou baixo em seu ouvido.

– Você não precisa fazer isso. – Murmurou.

Elena engoliu em seco mais uma vez e se levantou de sua cadeira, indo até onde o professor lhe esperava.

– Muito bem, senhorita. – Jafar sorriu e com um movimento de sua varinha, uma gigantesca pedra apareceu no meio da sala. – Faça o feitiço.

Elena respirou fundo e apontou a varinha para a rocha. Com a mão tremendo, ela lançou o feitiço:

– Infernus!

Assim que as chamas saídas da varinha atingiram a rocha, esta começou a se desintegrar e em menos de um minuto, restavam apenas cinzas no chão.

Elena sentiu a cabeça queimar e, sem dizer nada, saiu correndo para fora da sala. Sem se importar com o que o professor diria, Elsa a seguiu.

Correndo sem rumo pelo castelo, Elena acabou por ir à Torre de Astronomia, local em que raramente havia alguém. Chegando lá, encostou-se à parede e foi escorregando até encontrar-se sentada no chão. Encolheu-se com a cabeça entre as mãos, tentando suportar sem gritar a dor de cabeça que estava sentindo e que agora se espalhava por todo corpo.

– Elena! – Elsa chamou, chegando perto dela.

Elsa tocou o braço da outra, mas rapidamente se afastou.

– Você está pegando fogo. – A loira se assustou.

– Elsa, saia daqui. – Elena pediu sem olhar para a irmã.

– Mas... – Elsa tentou argumentar, mas foi interrompida.

– VAI! – Elena gritou e foi então que a loira percebeu algumas chamas começando a sair de suas mãos.

A loira assentiu e deixou a Torre de Astronomia. Assim que percebeu que Elsa não estava mais ali, Elena parou de se segurar e deixou as chamas irromperem de dentro de si e se espalharem pelo lugar.

Na sala, todos os alunos ainda estavam atônitos com a saída repentina das gêmeas Gryffindor. Anna queria sair e procurá-las, mas o professor não permitiu.

Jafar ordenou que todos os alunos que lessem em seus livros o capítulo que falava sobre feitiços de Fogo. Para sua sorte, não havia um capítulo sobre o feitiço Infernus.

Isso lhe era bom, pois havia uma coisa que Jafar não havia falado e que Elsa também não havia explicado, uma vez que não sabia. O Feitiço Infernus não deveria poder ser usado por ninguém. É o feitiço de fogo mais poderoso que existe, mas não existiu ninguém em toda a existência que conseguiu usá-lo.

O Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas sorriu e continuou a observar aos alunos. Ajeitou a capa preta arroxeada e sentiu-se satisfeito que seu plano estivesse dando certo.

Já era noite quando Elena saiu da Torre de Astronomia. Sentindo-se o mais normal possível, ela se dirigiu ao Salão Comunal da Grifinória.

Anna e Elsa estavam sentadas nas poltronas que havia em frente à lareira, enquanto Alice e Merida estavam sentadas à mesa que havia ali. As quatro amigas olharam quando o Buraco do Retrato da Mulher Gorda se abriu e Elena entrou no Salão.

Elsa correu até a morena e lhe abraçou, notando o quanto a mais velha agora parecia quente. Um médico diria que a temperatura dela era tão alta que ela já deveria estar morta.

– Tudo bem? – Elsa murmurou.

– Na medida do possível, sim. – Elena suspirou.

Não tardou para que Anna corresse até as irmãs e derrubasse as duas num abraço. Merida e Alice também se aproximaram, ajudando as irmãs Gryffindor a levantarem.

– Onde você estava? – Alice perguntou preocupada.

Elena balançou a cabeça em negação e sem falar nada, seguiu para as escadas que levavam aos dormitórios.

Merida, Alice e Anna imediatamente se viraram para Elsa, uma vez que sabiam que a loira e a morena eram muito próximas.

– Ela não está bem. – Foi só o que Elsa disse antes de seguir a gêmea mais velha até o dormitório.