Passaram algum tempo trocando olhares e em silêncio até que fosse Mirana a perguntar:

– A Câmara Secreta?

– Sim. – Jacky assentiu.

– Você tem certeza? – Rapunzel questionou.

– Tenho. – Jacky respondeu. – Já faz um tempo que eu tenho começado a lembrar de algumas coisas. Ontem quando eu vi aquele bruxo, eu lembrei de ter visto dez figuras encapuzadas reunidas na Câmara Secreta...

Foram interrompidos por um barulho vindo de dentro da Ala Hospitalar. Ao que parecia, os médicos estavam tentando sair e levar Jacky de volta para cama.

Assim que perceberam isso, os dez começaram a correr por Hogwarts, indo o mais longe possível dali.

– Para onde vamos? – Elena perguntou enquanto corria com os outros.

– Banheiro da Murta que Geme. – Jacky respondeu. – A entrada da Câmara é lá.

– Banheiro do quê? – Soluço arqueou uma sobrancelha.

– Murta que Geme. – Foi Elsa quem falou. – É um fantasma que fica no Banheiro Feminino. Foi morta lá pelo Basilisco, monstro que habitava a Câmara Secreta.

– Como sabe de tudo isso? – Merida questionou, respirando rapidamente por causa da corrida.

– Livros. – Elsa respondeu. – Há muitos falando sobre isso.

Os dez continuaram seu caminho e foram até o velhíssimo banheiro, entrando lá e trancando a porta logo em seguida.

– É aqui? – Anna perguntou.

– Sim. – Jacky concordou.

– O que fazem aqui? – Ouviram uma voz que não pertencia a nenhum deles.

Ao olharem em volta, viram um fantasma de uma menina de óculos e Marias-chiquinhas saindo de um dos boxes.

– O que fazem aqui? – Perguntou novamente.

– Precisamos ir à Câmara Secreta. – Jack respondeu.

– Vocês não deviam estar aqui. – Murta apontou para Jack e Soluço. – Isso é um Banheiro Feminino.

– Isso não vem ao caso. – Jacky balançou a cabeça. – Só precisamos saber qual é a entrada.

– Não vão conseguir passar. – Murta advertiu. – Apenas um Herdeiro do Fundador de Hogwarts Salazar Slytherin consegue abrir a passagem e entrar na Câmara.

– Não vai ser problema. – Jacky sorriu.

– Como assim? – Murta questionou confusa.

– Muito prazer. Sou Jackeline Slytherin. – Jacky se apresentou.

– Slytherin? – Murta arregalou os olhos por trás dos óculos.

Os dez assentiram. Logo, Murta voou até o conjunto de pias que havia no centro do banheiro. O fantasma aproximou-se de lá e apontou para uma das torneiras, onde havia gravado o desenho de uma serpente.

Os dez amigos se aproximaram e Jacky ficou à frente, mais perto da torneira. Logo ela começou a falar como fizera anteriormente na biblioteca, sibilando.

– O que ela está dizendo? – Jack arqueou uma sobrancelha.

– Como vou saber? – Elsa deu de ombros. – Não sou Ofidioglota.

Jacky se calou e logo a pia começou a afundar no chão, dando lugar a um tubo antigo e empoeirado. Todos se reuniram em volta dali, rodeando a abertura.

– E agora? – Mirana perguntou.

– Pulamos. – Jacky deu de ombros.

Antes que os outros pudessem protestar, a garota se jogou dentro do buraco e desapareceu na escuridão.

Passaram-se alguns segundos de preocupação entre os nove restantes antes de ouvirem uma voz vinda lá de baixo:

– Podem descer! – Jacky gritou de lá.

Elsa e Elena engoliram em seco e se entreolharam, pulando juntas logo em seguida. Assim como Jacky, as duas foram engolidas pela escuridão do túnel.

– Podem vir! – Elena gritou depois de algum tempo em silêncio.

Anna pulou logo em seguida. Depois foram Merida, Rapunzel e Soluço. Em seguida, Alice e Mirana. Jack foi o último a entrar.

O albino escorregou pelo túnel antigo e acabou por cair no chão quando o túnel chegou ao fim. Levantou-se e deu de cara com um lugar empoeirado, cheio de teias de aranhas. O chão tinha vários ossos humanos e animais.

Os dez prosseguiram pelo lugar, logo chegando a uma porta grossa e circular. Tinha oito serpentes atravessando-a, ligando-se à parede como fechaduras.

– E agora? – Alice questionou, olhando para as serpentes na porta.

– Só um minuto. – Jacky pediu e se aproximou da porta.

Novamente, começou a sibilar, falando uma língua que nenhum dos amigos conhecia. Assim que terminou, as serpentes na porta recuaram e uma outra passou pelas fechaduras, abrindo-as. Com as fechaduras abertas, a porta se abriu sozinha.

Não era possível ver muito mais coisas por ali do que o escuro que os aguardava lá dentro. Jacky foi a primeira a entrar e os demais a seguiram.

Lá dentro, havia vários e enormes canos jogando água no lugar, tornando-o úmido. No final, havia uma enorme estátua de um homem que todos ali reconheceram, já tendo o visto em vários livros. Salazar Slytherin.

– Bem-vindos à Câmara Secreta. – Jacky falou.