– Irace, você perdeu completamente o juízo?! – Mirana se levantou e parecia completamente alterada.

– Talvez. – Iracebeth sorriu satisfeita. – Eu não faria isso se fosse vocês. – Declarou ao ver Jack, Elsa, Elena e Jacky pegando suas varinhas. – Larguem. Todos vocês.

Relutantemente, Jack, Elsa, Elena, Jacky, Merida, Anna, Soluço e Rapunzel deixaram suas varinhas caírem no chão, mas mantiveram-se atentos. Apenas Mirana continuou segurando a sua, apertando-a tanto que os nós dos dedos protestavam.

– Você também, irmãzinha. – Iracebeth falou a última palavra com sarcasmo, mas Mirana manteve-se do mesmo modo. – Sabe? Eu sou muito boa com o feitiço Diffindo. – Anunciou com um sorriso maníaco e apontou a varinha para o pescoço de Alice. – Posso acabar com ela em um segundo. – Semicerrou os olhos. – Então é melhor fazer o que eu mando. Largue sua varinha agora. – Deixou o sorriso se alargar.

Vencida, Mirana deixou sua varinha cair no chão e Iracebeth sorriu vitoriosa.

– Excelente. – A ruiva declarou. – Parece que a futura Rainha é submissa demais. O que papai e mamãe iriam dizer? – Arqueou uma sobrancelha, desafiando.

– Não se atreva a falar sobre eles. – Mirana respondeu num tom hostil, incomum para ela que era sempre tão calma e delicada. – Fale logo o que você quer.

– Sua morte seria um presente muito bem vindo. – Iracebeth respondeu com um sorriso de canto. – O que acha? Sua vida pela da loirinha? – Gesticulou para Alice, a qual continuava segurando.

– Não faça nada. – Alice pediu, olhando para Mirana.

A garota de cabelos brancos balançou a cabeça e olhou diretamente nos olhos de Iracebeth.

– Fechado. – Respondeu com a voz dura e sem emoção.

– Mirana, não... – Rapunzel se aproximou da amiga, que deu um passo na direção de Iracebeth e Alice.

– Parece que descobri sua fraqueza, Mirana. – Iracebeth falou o nome da irmã com um nojo perceptível. – É boa demais para deixar alguém morrer no seu lugar, principalmente sua melhor amiga, não é?

– Se você vai me matar... – Mirana fechou os olhos por um segundo, mas logo os abriu novamente, olhando para a irmã mais velha sem emoção alguma. – Mate-me.

– Por que eu faria isso agora... – Iracebeth arqueou uma sobrancelha, parecendo se divertir com aquela situação, dando ênfase no ‘agora’. – Quando eu posso fazê-la sofrer? STAYNE! – Gritou e Alice estremeceu por causa do barulho tão perto de seu ouvido.

O Sonserino apareceu trazendo consigo ninguém menos que Hansel. Mirana tremeu ao ver o rapaz, mas manteve-se quieta em seu lugar, visto que não podia fazer nada no momento.

– O que vai fazer? – A mais nova perguntou, tentando evitar que a irmã visse o quanto estava abalada.

– Com ele? – Iracebeth olhou para Hansel pelo canto do olho. – Nada. Mas o que acha do seu querido namoradinho ser o meu rei?

– Iracebeth, você não pode ser Rainha de Wonderland. – Mirana lembrou aflita. – Papai e Mamãe deixaram isso bem claro no testamento deles.

– Mas Wonderland é dividida entre dois reinos, lembra-se? – A ruiva respondeu num tom desafiador.

– O que a faz pensar que a nossa tia deixaria o Reino dela para você? – A garota de cabelos brancos perguntou.

– O fato de que Salazem não tem mais um governante e muito menos um herdeiro. – A mais velha declarou com um sorriso vitorioso.

– Do que você está...? – Mirana ia perguntar, mas Iracebeth a interrompeu.

– Isso mesmo que você ouviu. – Falou. – A Rainha de Copas está morta.

Mirana, assim como Jack, Elsa, Elena, Jacky, Merida, Anna, Rapunzel e Soluço, arregalaram os olhos, surpresos. Mirana pôde perceber pelos olhos da irmã que não foi uma morte natural.

– Ela não só está morta, como você a matou. – Declarou.

– Sempre espertinha, não é? – Iracebeth revirou os olhos. – Mas sim, você está certa. Eu a matei.

– Você será presa em Azkaban por isso. – Jacky se pronunciou, tendo apenas observado tudo até então.

– Não. – Foi Mirana quem respondeu e todos os olhares do lugar se concentraram nela. – Iracebeth mora em Wonderland, que é um Reino separado do restante do Mundo da Magia. Ela não pode ser mandada para Azkaban a menos que seja uma ordem do governante...

– E não existe mais nenhum. – Iracebeth completou. – Mirana não é Rainha e se depender de mim, ela nunca será. – Deixou o sorriso aparecer em seu rosto.

– Foi só para isso que veio?! – Mirana quase gritou, algo que raramente fazia. – Para anunciar que matou sua própria família?

– Na verdade, eu estou até surpresa que você se importe tanto. – Iracebeth revirou os olhos e sorriu. – Você e a titia nunca se deram bem. Mas, honestamente, eu não me importo. E respondendo à sua pergunta, não foi só para isso que eu vim.

– Então por quê? – Mirana arqueou uma sobrancelha, dando mais um passo à frente.

– Eu só queria ver a sua cara quando você perder a sua melhor amiga. – Iracebeth gargalhou, jogando a gigantesca cabeça para trás antes de olhar novamente para a irmã.

– E como você planeja fazer isso? – Malévola questionou depois de se recuperar do choque de suas dúvidas.

– Acho que já adiamos demais. – Pitch respondeu sem tirar o sorriso maníaco do rosto. – Se nós não conseguimos separá-los, vamos destruí-los. Por dentro.

– Como? – Malévola arqueou uma sobrancelha, curiosa.

Pitch não respondeu. Apenas continuou a sorrir e bater os dedos na mesa, como se esperando que algo acontecesse.

– Mas você disse... – A garota de cabelos brancos começou a falar, mas foi interrompida pela irmã.

– Sim, eu sei o que eu disse. – A ruiva falou. – E eu vou matar você... – Parou por um segundo antes de continuar. – Mas primeiramente você deve sofrer. E existem coisas piores que a morte, não concorda? – Voltou a apontar a varinha para a cabeça de Alice. – Tirando os feitiços cortantes, os que eu faço melhor são os da memória.

– Iracebeth, você não... – Mirana começou a falar enquanto seus olhos se enchiam de água.

– Você não vai perder sua amiga. – Iracebeth sorriu vitoriosa com o desespero de Mirana. – Mas ela não se lembrará de você. De nenhum de vocês. – Passou os olhos pelos outros amigos de Mirana, que permaneciam paralisados, atônitos. – Mesmo que você a veja, ela nem chegará a dizer uma palavra a você.

– Iracebeth, não! – Mirana gritou, começando a correr para onde a irmã estava com sua melhor amiga.

OBLIVIATE!