Com o passar dos minutos, que logo se estenderam a horas, a batalha ficava cada vez mais violenta. Pilhas de corpos estavam jogados no chão e a grama sempre verde Hogwarts estava manchada de vermelho. Os que não estavam mortos, ou estavam duelando ou jaziam inconscientes ou gravemente feridos no chão.

Depois de conseguir expulsar todos os inimigos do Castelo, Mickey ordenou a alguns estudantes que trouxessem todos os que estivessem incapacitados de continuar a batalha para dentro da escola.

Elena havia acabado de colocar Aladdin em uma maca no Salão Principal do castelo quando Elsa entrou carregando um extremamente machucado Norman com a ajuda de Astrid.

A morena imediatamente correu até onde a irmã estava colocando Norman em uma maca. Astrid logo saiu dali, retornando à batalha, deixando apenas as gêmeas Gryffindor na presença de um Norman ainda acordado ali.

Elena chegou perto o suficiente para ver o quanto Elsa estava mal. Uma bochecha estava rocha e levemente inchada e um corte se estendia sangrento em sua testa. Os cabelos estavam livres da habitual trança, estando totalmente desorganizados enquanto caiam lisos pelas costas da loira. Os braços estavam completamente cobertos de hematomas e cortes, bem como as pernas e as roupas da loira estavam sujas e rasgadas. A mais velha chegou perto dela e segurou seu rosto com as mãos, obrigando a loira a olhá-la.

– Elsa, quem fez isso com você? – A morena perguntou com um ódio escondido na voz.

– Estamos no meio de uma guerra. – Elsa sorriu, sendo que o sorriso se misturava a uma careta de dor. – Muitas pessoas fizeram.

Elena não respondeu, apenas abraçou a irmã com força, a qual Elsa imediatamente retribuiu o abraço.

– E você? – A loira perguntou quando finalmente Elena a soltou. Elena realmente não estava em melhor estado que ela. Praticamente metade do rosto da morena estava coberto de sangue, que ainda escorria por um corte que parecia profundo na testa dela e um dos olhos estava ligeiramente violeta. As luvas escarlates estavam em farrapos e não cobriam mais as cicatrizes nos braços da morena, que pareciam que em breve ganhariam novas, já que mais cortes escorriam sangue ali, como acontecia nos braços e no pescoço.

– Já estive pior. – Elena deu de ombros, fazendo pouco caso do estado em que se encontrava. – O que está acontecendo lá fora?

– Alguns alunos disseram que encontraram Comensais da Morte. – Elsa respondeu em um tom temeroso e preocupado. – Black os soltou de Azkaban.

– Eu sei. – Elena concordou com um gesto da cabeça. – Encontrei Dolores Umbridge na beira do Lago Negro.

– E onde ela está? – Elsa arregalou os olhos.

– Eu a petrifiquei e ela caiu no Lago Negro. – Elena deu de ombros mais uma vez. – Agora ela é problema da Lula Gigante. – Assumiu uma expressão mais séria. – Mas eu encontrei o Andersen e ele falou que ele e Kristoff deram de cara com os Lestrange e Dolohov.

– Sim. – Elsa concordou com um gesto mínimo da cabeça. – Mas depois discutimos sobre isso. Temos que ir. – Apontou para as portas que as levariam de volta aos campos e à batalha e já ia correr para lá quando Elena a segurou.

– Espere por mim. – A morena sorriu de leve e seguiu correndo com Elsa até as portas. – Você não vai sair da minha vista. E nós temos que achar a Anna. – Lembrou.

– No meio desse tumulto, vai ser bem difícil. – Elsa abriu as portas e correu para fora com a irmã ao seu lado.

Merida e Mirana haviam se encontrado com Alice e Anna e as quatro estavam lutando contra os inimigos. Nenhuma delas estava em bom estado.

Merida estava com praticamente o rosto inteiro roxo e hematomas percorriam cada centímetro de seus braços, suas roupas estavam sujas de sangue e terra, além de estarem rasgadas.

Os cabelos antes brancos de Mirana estavam sujos de sangue e terra, bem como suas roupas, que também estavam rasgadas. A pele pálida deixava-a com uma aparência pior do que as amigas, visto que não era muito difícil que seus machucados aparecessem e ela estava completamente acabada.

Anna não estava muito diferente. Um pouco de sangue escorria do canto de seu lábio e de um corte na bochecha esquerda. Um dos braços estava rígido perto do corpo e lhe doía mexê-lo, visto que estava quebrado, e o outro estava coberto de hematomas enquanto ela lançava feitiços em qualquer um que lhe parecesse inimigo.

Alice ser a pessoa em pior estado ali. A loira parecia em tempo de desmaiar enquanto sangue escorria por seu nariz e por sua perna direita, que estava praticamente esfolada. As roupas estavam rasgadas e ensanguentadas.

– Se continuar assim, vamos morrer. – Alice murmurou enquanto lançava um feitiço não verbal em seu inimigo.

– Ah, que otimista da sua parte. – Merida retrucou em um tom irritado enquanto abatia um inimigo com um feitiço Estupefaça.

– Mas ela tem razão. – Mirana interveio. – Temos que fazer alguma coisa. Eles não param de chegar. Podem não estar mais dentro do castelo, mas se espalharam pelos campos. Glacius!

– E o que você...? – Anna ia perguntar, mas foi interrompida por um grito escandaloso que vinha do castelo.

– GAROTAS! – Era Coraline Jones. Ela realmente era bastante escandalosa. – GAROTAS! – Finalmente chegou perto das quatro, que continuavam a abater inimigos. A garota de cabelos azuis parecia tão acabada quanto elas, além de estar bastante cansada por causa da corrida. – Dementadores. – Declarou.

– O que?! – Anna exclamou em um tom que toda Hogwarts com certeza poderia ouvir.

– O Diretor disse que Black soltou os Prisioneiros de Azkaban. – Coraline declarou, juntando-se às companheiras na batalha. – Os Dementadores estão vindo para cá. Ele disse que eu precisava achar vocês. Que vocês sabem o Feitiço do Patrono.

– Viu por onde eles estão vindo? – Merida questionou, olhando para Coraline pelo canto do olho. – Estupefaça!

– Valentim e Rancis disseram que está ficando bem frio perto do Lago Negro. – Coraline respondeu, olhando na direção do Lago.

– Pode ser apenas a Elsa. – Alice lembrou. – Protego! Deprimo!

– ELSA ESTÁ NO CASTELO COM ELENA! – Astrid passou correndo por ali, gritando a plenos pulmões.

– Eu vou lá. – Anna declarou e saiu correndo o mais rápido que podia em direção ao lago, mesmo escutando os protestos das amigas, que estavam ocupadas demais para segui-la.

A ruiva correu para lá enquanto desviava de feitiços e procurava não tropeçar nos buracos e corpos no chão.

Ao chegar à beira do Lago Negro, viu que Valentim e Rancis estavam certos. Podia-se ver uma imensidão de criaturas encapuzadas com mãos pútridas e sem pés aproximando-se flutuando dali.

Vamos, Anna. Pense em uma lembrança feliz. A ruiva pensou, ficando cada vez mais nervosa enquanto via os milhares de Dementadores se aproximando dali, mas nenhuma lembrança lhe vinha à mente.

– Expecto Patronum! – Anna tentou, mas apenas uma mínima luz prateada escapou de sua varinha, afastando apenas o Dementador que estava mais próximo a ela.

Os Dementadores estavam próximos, quase a rodeando. Uma sensação ruim tomou conta da ruiva, como se tivesse toda sua felicidade sendo arrancada dela e numa mais fosse tê-la de volta. Ela podia saber o feitiço do Patrono, mas nunca havia sequer visto um Dementador verdadeiro.

“Elsa está no castelo com Elena” Lembrou-se do que Astrid disse.

Elsa e Elena.

Batendo seu pé, o chão congelou, formando uma pista de patinação, a qual Anna começou a escorregar. Elena segurou a irmã mais nova e a guiou patinando pelo salão com Elsa, que sabia patinar perfeitamente, seguindo as duas.

Logo depois, Elsa fez um pouco de neve e ali as três criaram um boneco de neve. Elsa e Anna deram algumas gargalhadas com a cabeça meio torta que Elena fez. Ao terminar de dar os toques finais, Elsa virou o boneco para Anna, que estava sentada no colo de Elena, e segurou os gravetos que formavam os braços do boneco, mexendo-os.

– Olá, eu sou Olaf. – Elsa falou, fazendo uma voz diferente como se fosse o boneco. – Eu gosto de abraços quentinhos.

– Eu te amo, Olaf. – Anna falou, correndo até onde a irmã estava e abraçando o boneco.

A memória de antes de suas irmãs de afastarem dela invadiu a mente de Anna. O momento em que as três construíram Olaf com certeza havia sido um dos mais felizes que ela vivera.

– EXPECTO PATRONUM! – A ruiva gritou e uma luz azul-prateada saiu da ponta de sua varinha, logo se transformando em uma majestosa fênix azul-prateada, que emitiu um forte impulso de mesma cor que expulsou os Dementadores dali.

Com um sorriso de canto feliz, Anna se deixou levar pelo cansaço e desmaiou à beira do Lago.