– Anna! – Elsa chamou ao avistar a ruiva.

Anna olhou para a direção de onde vinha a voz e encontrou Elsa. As duas irmãs correram uma até a outra e se abraçaram.

– Elena... – Anna começou a falar, mas Elsa a interrompeu.

– Eu sei, eu vi. – A loira falou.

As duas se separaram e logo Merida, Rapunzel e Valentim se aproximaram.

– O que faremos agora? – Merida questionou.

– Não sei. – Valentim balançou a cabeça. – Ela claramente está sob o efeito da Maldição Imperius. O único feitiço que conheço é o Finite Incantatem, mas não sei se será o suficiente.

– Podemos tentar. – Elsa sugeriu e os demais assentiram.

– Podem sim. – Ouviram uma voz a mais que não vinha de nenhum dos cinco ali. – Só não garanto que vai funcionar. Aquamenti!

Um jato de água atingiu Rapunzel e logo formou uma enorme bola de água, prendendo a loira lá dentro. Anna tentou segurou seu braço e tentou puxá-la de lá, mas não obteve sucesso algum.

Com o passar de alguns desesperadores minutos, Rapunzel ficou inconsciente e a bola de água se desfez, deixando a loira no chão.

Os outros quatro se aproximaram dela e Elsa notou que a outra loira não estava respirando. Levantou-se e apontou a varinha para a amiga, dizendo logo em seguida:

– Anapneo!

Assim que o feitiço a atingiu, Rapunzel cuspiu uma imensa quantidade de água, mas não acordou. Mesmo assim, Merida percebeu que ela estava respirando novamente. Elsa se abaixou perto da loira desacordada e olhou para a ruiva de cabelos indomáveis.

– Leve a Rapunzel para onde estão os outros. – Elsa pediu.

– Eu também vou. – Anna se ofereceu.

– De jeito nenhum. – Elsa balançou a cabeça. – Você não vai sair da minha vista. – Disse isso e virou-se novamente para Merida. – Pode fazer isso?

– Claro. – Merida concordou e apoiou Rapunzel em si, levantando-a.

Não tardou para que a ruiva desaparecesse com a loira por entre as inúmeras estantes de livros da biblioteca.

– Então, o que fazemos agora? – Anna perguntou.

– Temos que procurá-la. – Valentim alternou olhares entre Elsa e Anna.

As irmãs Gryffindor concordaram e logo os três começaram a percorrer os corredores da biblioteca em busca da herdeira de Salazar Slytherin.

Merida levou Rapunzel até onde os outros incapacitados estavam na entrada da Biblioteca. Imediatamente a ruiva notou pessoas que não estavam ali antes, como Jack, Alice e Mirana, estava última estando em pé, porém paralisada.

Merida colocou Rapunzel sentada e encostada à parede assim como Alice e Jack. Logo se levantou e puxou sua varinha apontando-a para Mirana. Porém antes que pudesse lançar qualquer feitiço e libertar a amiga, outra pessoa foi mais rápida.

– Petrificus Totalus! – Jacky lhe lançou o feitiço.·.

Merida instantaneamente ficou imóvel como uma pedra, incapaz de fazer qualquer movimento.

– Não se deve interferir em assuntos, no caso feitiços, dos outros. – Jacky começou a rodear Merida. – Isso é falta de educação.

Jacky riu com o que ela própria havia dito e se afastou de Merida.

– Vejamos... – Jacky se fingiu analisar, olhando para o grupo que havia ali. – Merida, Mirana, Alice, Jack, Rapunzel, Soluço e Elena não são mais um problema. Sete já foram, faltam três.

Novamente ela se retirou dali, pronta para encarar Elsa, Anna e Valentim.

Elsa, Anna e Valentim andavam pelos corredores da biblioteca até que chegaram a um lugar mais aberto, onde não havia estantes. Pela enorme quantidade de poeira e a falta de qualquer objeto, Elsa deduziu que ninguém ia ali há anos.

– Podemos começar? – Jacky propôs, aparecendo atrás deles e indo para o outro lado do espaço livre.

– Afinal, quem é você? – Valentim questionou. – O feitiço é uma Maldição Imperius, o que significa que você está sendo controlada por alguém. Quem?

– Acha mesmo que vou dizer? – Jacky riu. – Expelliarmus! – Lançou o feitiço em Anna.

– Protego! – Elsa protegeu a irmã. – Ninguém machuca a minha irmã. – A loira irritou-se. – Glacius! – Um raio de gelo saiu de sua varinha.

– Aequora Teggo! – Jacky falou e uma grossa barreira de água se ergueu entre ela e os outros três.

O feitiço de Elsa atingiu a barreira de água, transformando-a completamente em gelo. Pela barreira de gelo, era possível ver e ouvir Jacky rindo do outro lado.

– Bombarda! – Valentim lançou o feitiço e a barreira de gelo se estilhaçou em milhões de pedaços.

– Boa. – Jacky falou com sarcasmo, sorrindo.

– Wingardium Leviosa! – Anna jogou uma das estantes de livros em Jacky.

– Confringo! – Jacky lançou o feitiço na estante e esta explodiu juntamente com os livros em milhares de pedaços. – Draconifors! – Apontou para os pedaços da estante e estes instantaneamente se transformaram em pequenos dragões. – Oppugno!

Dito isso, os pequeninos dragões começaram a avançar em direção a Elsa, Anna e Valentim. O aluno do terceiro ano foi mais rápido e rapidamente lançou um contra feitiço nos pequenos dragões:

– Vera Verto! – Quando o feitiço os atingiu, os pequenos dragões se transformaram em cálices com água, que molharam o chão ao caírem.

Jacky não perdeu tempo em lançar um novo feitiço, mas dessa vez não foi nos outros três ali presentes.

– Serpensortia! – Uma cobra saiu da ponta de sua varinha e fitou os outros três.

Jacky começou a dizer algo, mas era estranho, arrastado e parecia que ela sibilava.

– O que ela está dizendo? – Anna perguntou confusa.

– Ela é descendente de Salazar Slytherin. – Elsa explicou, alternando olhares preocupados entre Jacky e a cobra. – Então é ofidioglota. Pode falar com cobras.

Assim que Elsa terminou de falar isso, Jacky se calou e cobra fitou os outros três, começando a se aproximar.

– Vipera Evanesca! – Valentim tentou destruir a cobra, mas esta desviou de seu feitiço e continuou a rastejar até eles.

Tão rapidamente que eles nem perceberam, a cobra pulou por cima de Valentim e o jogou no chão. Com dificuldade, ele a segurava para que não o mordesse, uma vez que não sabia se a cobra era venenosa.

Aproveitando a distração de Jacky, que olhava sorrindo para Valentim no chão, Elsa apontou a varinha para ela.

– Finite Incantatem! – Lançou o feitiço.

Assim que o feitiço a atingiu, Jacky colocou a mão na cabeça e se apoiou na parede atrás de si, respirando rapidamente.

– O que aconteceu? – Perguntou sem olhar para os outros três.

– Alguém me ajuda aqui! – Valentim pediu.

– Vipera Evanesca! – Anna lançou o mesmo feitiço que o garoto usara antes, desta vez acertando a cobra e destruindo-a.

– Nós explicamos depois. – Elsa se dirigiu a Jacky. – Precisamos desfazer os feitiços dos outros. Principalmente o da Elena.

– Que feitiço foi usado nela? – Jacky perguntou, ainda com a mão na cabeça e sem olhar para ninguém.

– Quando você lançou, você disse “Deprimo”. – Anna respondeu enquanto ajudava Valentim a levantar.

– Deprimo?! – Jacky e Valentim exclamaram e logo começaram a correr até a entrada da biblioteca, puxando também as irmãs Gryffindor.

– Qual é o problema? – Elsa perguntou preocupada.

– Quanto tempo faz que o feitiço foi lançado? – Jacky perguntou, ainda confusa pelo usuário ter sido ela.

– Quase uma hora. – Anna respondeu com preocupação.

– Isso não é bom. – Valentim apavorou-se e ele e Jacky começaram a correr ainda mais rápido, quase arrastando Elsa e Anna.

– Por quê? – Elsa questionou.

– A pressão que aquele feitiço causa é muito grande. – Jacky explicou. – Teria destruído o chão se não houvesse nada para obstruir. Se não agirmos rápido, vai acabar quebrando todos os ossos dela.

Não tardou muito para que chegassem até onde os outros sete estavam.

– Anna, acorde Soluço e Jack com o feitiço Ennervate. – Jacky começou a dar ordens. – Elsa, liberte Merida e Mirana. Valentim, dê um jeito de acordar Alice e Rapunzel.

Os outros três assentiram e foram fazer o que ela mandara enquanto ela se dirigia a Elena, que já estava inconsciente no chão.

– Finite Incantatem. – Lançou o feitiço e viu o corpo da morena relaxar com a falta do peso esmagador sobre si.

Jacky começou a examiná-la para ver o que estava quebrado. Provavelmente três costelas, uma perna e um braço.

– Braquium Emendo. – Apontou a varinha para a morena, consertando os ossos quebrados. – Elena. – Chamou e balançou seu braço um pouco, fazendo-a acordar.

– Espero que não esteja mais sob a Maldição Imperius. – Elena sorriu sem se levantar do chão.

– Pode apostar. – Jacky estendeu o braço e a ajudou a levantar.

Já acordados e livres de seus respectivos feitiços todos se reuniram ainda na entrada da biblioteca.

– Estão todos bem? – Jacky perguntou, passando o olhar por todos os presentes.

Todos assentiram, apesar de Rapunzel estar encharcada, Alice estar cheia de cicatrizes e Elena ainda precisar ir à enfermaria para checar se os ossos que quebrara estavam realmente bem.

– Jacky, sabe quem fez isso? – Foi Elsa quem perguntou.

– Eu não lembro bem. – Ela balançou a cabeça. – É tudo um enorme borrão.

– As memórias vão voltar lentamente. – Valentim explicou. – Com o tempo, você terá todas de volta.

– Bom saber. – Jacky sorriu. – É realmente estranho ter perdido um ano da minha vida.

Os demais sorriram e olharam para porta, que ainda estava fechada e trancada.

– Você trancou a porta. – Anna lembrou, olhando para Jacky.

– Feitiço ou Chave? – A garota perguntou.

– Feitiço. – Foi Soluço quem respondeu.

Jacky foi até as enormes portas da biblioteca e apontou a varinha, dizendo o feitiço logo em seguida:

– Cistem Aperio!

As portas rapidamente se abriram e Elena, Elsa e Anna foram até a enfermaria, Rapunzel voltou com Mirana para o Salão Comunal da Lufa-Lufa, Jack partiu rumo ao Campo de Quadribol, Soluço foi até o Salão Comunal da Corvinal e Alice seguiu para o Salão comunal da Grifinória com Merida.

– Obrigada. – Jacky sorriu para Valentim. Só haviam sobrado os dois na biblioteca.

– Sei que sou um Sonserino, mas não sou insensível a ponto de não agir sabendo que há algo errado. – Ele deu de ombros, mas sorriu também.

Jacky também sorriu para ele e saiu da biblioteca, rumando para o Salão Comunal da Sonserina. Valentim deu uma última olhada e sorriso para ela antes de também sair da biblioteca.