The New Heroes of Olympus — O Filho Solar

Capítulo 8 - A necessidade de cavá-lo


Coloquei a mão na minha própria testa e comecei a pensar. Olhei para o lado e parecia que Marty estava fazendo o mesmo, só que de um modo um tanto estranho.

— Por que você está pendurado em uma árvore? — Perguntei ao menino com uma expressão confusa no rosto.

— Você vai achar estranho... — Ele começou. — Desde quando eu era menor, eu sempre vivi em uma zona com muitos vampiros. Sempre os admirei e gostei deles. Teve uma vez que decidi me virar de cabeça pra baixo e percebi que eu penso muito melhor quando estou desse jeito. Então... Aqui estou eu, pendurado pelos pés em uma árvore, pensando.

— Já tentou dizer: "Eu sou a noite"? — Dou uma risada curta.

— Claro que já. — Marty revirou os olhos. — Batman é o meu super-herói favorito. — Ele contou com um olhar sério.

— "Why so serious"? — Solto outra risada, mas assim que vi que ele não estava mais prestando atenção, parei para pensar finalmente.

Passaram-se poucos minutos quando Marty resolveu fazer a primeira pergunta.

— Será que tem mais monstros nessa ilha do inferno? Porque se existe uma gaiola, deve existir algo nela, não?

— Não sei... — Coloco a minha mão direita para apoiar meu queixo. — Quer procurar?

— Por onde começamos? — Ele aceitou.

— Por sorte. Quer apostar quem encontra primeiro?

— Claro. Quem encontrar primeiro, lança uma marca no céu. Fechado?

— Fechado. Mas o ganhador tem direito a que? — Tinha que perguntar.

— Se você ganhar, vai ter direito a me pregar uma peça. Se eu ganhar, a mesma coisa, tudo bem?

— Tudo bem. Preparado?

— Sim, estou. Mas como eu tenho mais chance de achar, eu deixo você ir na frente. — Marty quis ser humilde.

Penso um pouco antes de confirmar com a cabeça. Para ser justo, após sair correndo da vista do meu adversário, me escondi atrás de uma árvore para ver quanto tempo ele demoraria para começar sua caça ao tesouro.

Marty se atrasou um pouco, pois quis se pendurar em uma árvore novamente para pensar um pouco. Gostei da ideia e decidi me pendurar também. Enquanto estava pendurado, pensei em voltar ao ponto de partida e ver se achava alguma dica com Uia. Quando Marty saiu em disparada para o caminho oposto ao meu, voltei até o ciclope e procurei em seus bolsos algo que pudesse me ajudar.

Só havia uma coisa em todos os bolsos. Um molho de chaves. Guardei no bolso e segui em direção quase igual à do Marty.

Passei um tempo caminhando até achar algumas árvores diferentes das outras. Olhei para os lado e vi que elas formavam um círculo. Decidi entrar no círculo formado por árvores e avistei de longe uma caverna aproximadamente no meio do círculo.

Corri até a caverna, sem prestar atenção nas árvores as quais eu passava. Quando cheguei perto, percebi que a caverna tinha um formato estranho, longo e parecia ser escura.

Em frente à caverna, a espécie das árvores mudava de novo. Várias pedras estavam marcadas com anotações que eu não compreendia, mas uma me chamou a atenção. Na pedra especial estava escrito: "Su e Hokon Whatson." Havia um espaçamento maior entre 'Su' e 'e', como se o resto da palavra começada com 'Su' tivesse sido apagada.

O que mais me intrigava era: Hokon Whatson era meu avô.

Olhei para os lados confuso, procurando outras pistas sobre aquilo e vi que acima da entrada da caverna estava escrito: "Gaiola." Comecei a rir por ter ganhado a aposta e procurei a maior pedra ao meu redor.

Havia uma pedra grande logo ao meu lado. A peguei e joguei-a para o alto com a maior força que podia. Quando ela estava quase no mais alto possível, dei um assovio tão alto quanto a pedra. Logo após o assovio, houve um ruído de dentro da caverna.

Tomei um susto e entrei para descobrir o que era. Me deparei com um pégaso verde-azulado preso em uma gaiola de ferro, literalmente. Ele pareceu feliz ao me ver. No exato momento em que ele me olhou nos olhos, eu descobri o que fazer.

Peguei o molho de chaves que estava com Uia e procurei a chave certa para abrir a gaiola do pégaso. Quando acertei, o pégaso saiu rapidamente de dentro, acertando a minha barriga com a cabeça com tanta força que me fez voar para fora da caverna.

Quando consegui me recuperar, o pégaso já estava vindo de novo. Ele conseguiu mais uma vez, me acertou de modo que eu ficasse em cima das suas costas. Ele abriu as asas e começou a voar.

Tive que me segurar em sua barriga para não cair. Já estávamos à no mínimo 10 metros de altura. Pude ver Marty de cima, se aproximando da Gaiola. Para chamar a atenção, joguei o molho de chaves, mirando ele. Por milagre, lhe acertou bem na cabeça.

— Aqui em cima, bestão! — Ele me viu sem saber o que fazer e apenas tentou correr para acompanhar o animal maluco que já havia subido mais 20 metros.

O pégaso foi mais rápido e saiu da vista de Marty. Aproveitei o momento para ver como era a visão de cima da ilha. Consegui me ajeitar nas costas do cavalo voador para ver melhor.

A ilha era bem grande, não só tinha a praia e a floresta, mas tinha outras coisas como por exemplo um vila destruída. Aquela visão só estava me dando vontade de ir embora.

— Ei.. — Tentei conversar com o pégaso. — Você não vai descer a gente não?

Ele entendeu o que eu quis dizer e começou a abaixar a altura do vôo até pousar magnificamente perto de onde estava Marty.

— O que exatamente foi isso? — Ele perguntou enquanto eu desmontava.

— Eu estava na Gaiola. — Aponto para a caverna, logo atrás. — E encontrei ele. Ele tava precisando de uma ajudinha para se libertar, então ficou feliz quando eu abri a cela.

O pégaso relinchou, concordando. Aproximou o focinho do meu braço, pedindo carinho. Fiz cafuné em sua cabeça.

— E então ele quis te matar para demonstrar a felicidade? — Marty parecia confuso.

— Mais ou menos isso. — Observei que poderia ser verdade. — Você vem comigo?

— Aonde?

— Acampamento Meio-Sangue, nunca ouviu falar?

Marty ficou com uma expressão séria quando ouviu o nome do acampamento, tentava imaginar o que ele estava pensando naquele momento.

— Sim... — Ele finalmente respondeu. — Eu vou com você. Mas que meio de transporte a gente vai usar?

O pégaso empinou, deixando apenas as patas traseiras no chão, como se dissesse que aguentava levar nós dois.

— Ok. — Marty entendeu o gesto e deu um sorriso. — Vamos lá.

Um rugido é escutado vindo de algum lugar da floresta, balançando as árvores ao redor.

— Parece que o ciclope acordou. — Digo logo, enquanto subia em cima do pégaso. — Suba. Rápido.

Marty subiu e nós levantamos voo rápido, deixando um ciclope enfurecido para trás.