Capítulo 3 - Meu amigo me tira do time

" Ah não... Não mais uma vez... ", pensei. Sophie estava com seu grande corpo em cima de um trono provisório. Na primeira vez eu vi aquele trono eu não consegui não rir. Onde mais eu iria achar um conjunto de garrafas pets amarradas ao mesmo tempo em que alguém chama aquilo de trono?

— Por que você está me olhando desse jeito? — Questionou Sophie para mim. Ela não tirava os olhos castanhos escuro de mim e do Pedro, esperando ataques.

— Nada. — Me apressei a dizer. Olhei para Pedro e parecia que ele também tentava não rir daquele trono ridículo.

Sophie continuou olhando desconfiada. Ela se levantou do trono, apontando para a empousai ao lado dela.

— Já está na hora, filha de Ares? — A empousai perguntou. Sophie lhe entregou um olhar ameaçador como resposta e a empousai entendeu.

Pensei em atacar Sophie enquanto ela estava distraída, mas então percebi que não tinha nenhuma arma em mão para usar. Decidi esperar alguma conversa.

— Por que você insiste em nos atacar? — Parecia que Pedro estava lendo meus pensamentos quando fez a pergunta.

Sophie virou-se para nós novamente.

— Talvez eu saiba, talvez eu não saiba... — Uma expressão pensativa e irônica se formou em seu rosto. — Não vai fazer diferença eu contar para vocês.

Pedro ficou desconfortável e começou a dar passos para trás. Decidi não mostrar que havia percebido.

— Eu já sei o que você vai falar. — Estreitei os olhos ao falar.

— É mesmo? — Sophie virou seu rosto exclusivamente para mim. — Você por acaso prevê o futuro, garoto?

Atrás de Sophie, a empousai fez menção de dizer alguma coisa, mas por fim desistiu.

— Olha... Uma vez eu previ que a minha vó iria bater em cara no meio da rua. — Percebi que Sophie não estava muito empolgada com a história. Ok... Ela não estava nem um pouco interessada. — ... Eu quis dizer que eu sei que você vai explicar que não adianta responder a pergunta, pois você nos matará mesmo. Então não importa.

— Veja só, parece que você tem algum talento. — Sophie fez um comentário e logo depois olhou para algum ponto atrás de mim. — O que você está fazendo aí?

Olhei para trás. Pedro tentava abrir a mala do carro da vovó com apenas a força. Sophie olhou a cena com curiosidade. Ela tirou uma esfera de dentro do casaco que usava e a jogou na direção da mala. No meio do percurso, entendi que aquela esfera era uma bomba.

— Cuidado! — Gritei para Pedro. Ele entendeu o recado. Olhou para o lado e percebeu a esfera vindo em sua direção.

Pedro se jogou para trás a tempo de a esfera explodir a mala do carro. Após a fumaça sair da visão, ele olhou para dentro da mala e deu um pequeno sorriso.

— Vamos acabar com essa enrolação. — Sophie pediu, se virando para a empousai. — Killa, acabe com esses semideuses.

Killa, a empousai, deu um sorriso de entusiasmo e correu em minha direção. Eu fiquei nervoso, pois não sabia o que fazer. A empousai parou no meio do trajeto. Tanto ela quanto Sophie estavam olhando para o meu cabelo. Olhei para ele também e foi então que percebi que ela estava emitindo um brilho fraco.

Killa desistiu de olhar para o meu cabelo e continuou sua trajetória, porém uma espada se meteu no meio de nós dois. Pedro a estava segurando, a mesma espada que ele tinha conseguido de manhã. Sophie revirou os olhos ao ver sua antiga espada.

— Como você conseguiu recuperá-la? — Perguntei para Pedro, apontando para a espada.

Logo após a bronca que o diretor Fosc nos deu no colégio, ele decidiu que era melhor aquela espada ficar na sala dele até um responsável por armas chegar na escola. Pedro ficou muito abatido com a situação, por ter perdido a espada.

— Posso contar como a consegui em alguma outra hora? — Ele pediu um pouco antes da empousai se jogar em cima dele.

Agarrei a perna de ferro de Killa para tirá-la de cima de Pedro, mas nesse momento eu recebi um grande e forte impacto nas costas, fazendo eu cair um pouco longe no chão.

— Você É meu! — Sophie exclamou para mim. — Tanto tempo te estudando, vivendo na mesma classe que você... Eu sou quem tem o direito de te matar, Hon Whatson. — Ela pronunciou meu nome como se tivesse nojo de precisar dizê-lo.

Me levantei do chão rapidamente. Abanando a sujeira na minha camisa relativamente grande para o meu tamanho.

— Eu não sou acostumado a ter fãs, mas se você quiser ser a número... — Sophie me impediu de terminar a frase jogando uma outra esfera explosiva na direção da minha cabeça.

Mal deu tempo de eu desviar do objeto semelhante a uma bomba, ela já veio correndo na minha direção com sua nova espada. Eu me abaixei e tentei passar por debaixo de suas pernas, mas a única coisa que consegui foi me agarrar a sua perna esquerda a surpreendendo.

Nesse meio tempo, pude observar a batalha de Pedro contra a Killa. Pedro conseguira levantar e agora estava tendo uma emocionante batalha de espada contra perna de ferro.

— Me largue, verme insolente! — Sophie levantou a espada para me atacar. Eu rapidamente fui para trás dela, fazendo-a acertar a própria calça.

Eu não consegui não soltar uma risada. Agora, a maioria da calça de Sophie caíra no chão e parecia que ela estava apenas com um minúsculo short.

A alguns metros para trás, Killa olhou para Sophie assustada, deixando um momento para Pedro atacá-la. Pedro aproveitou a deixa e atingiu Killa, cortando do ombro esquerdo até a parte direita da cintura dela. A empousai se dissolveu em chamas. Pedro começou uma pequena dança de sucesso.

Sophie já estava em seu auge de guerra, tentando me acertar várias vezes com a espada e eu apenas me desviando.

— Como você evoluiu em luta de hoje de manhã para agora? — Perguntei, curioso. Estava cada vez mais difícil desviar dos ataques.

— De manhã... — Sophie tentou atacar meu braço direito. — ... Eu ainda não tinha... — Mais um ataque, só que na minha coxa esquerda. — ... COMIDO O MEU SAGRADO SANDUÍCHE!!!

Sophie pegou uma de suas bombas e tacou na direção da minha cara. Achei estranho o sorriso dela, pois tinha desviado da bomba facilmente. Olhei para trás e vi que ela ia em direção de Pedro que, ainda estava dançando.

— PEDRO!!! — Gritei.

Antes da bomba acertar Pedro, uma menina de cabelos negros se jogou na frente, contra a bomba. A menina agarrou a esfera e usou o seu corpo para envolvê-la. A bomba explodiu jogando a menina longe.

Pedro ficou assustado. Eu também, nós dois conhecíamos a menina, ela era a Bia, namorada de Pedro. Pedro correu até o corpo jogado de Bia e tentou conversar com ela.

— BIA! O QUE ACONTECEU? — Ele começava a chorar.

— Eu... — Bia começou a dizer. — Eu vejo através da névoa, eu sei de tudo sobre você, tentei te salvar... — Ela fechou os olhos. — Adeus, Pedro. Eu te amo.

Pedro ficou vermelho, e quando quero dizer vermelho não estou querendo dizer com vergonha ou algo assim, o corpo dele realmente adquiriu uma cor de vermelho muito forte. Ficou mais vermelho do que um morango quando está "namorango". Tudo começou a ficar quente.

Até Sophie parou a luta para ver o que estava acontecendo. Uma camada de fogo apareceu de repente em volta do meu amigo. Ele gritava escandalosamente. A camada de fogo crescia cada vez mais e eu previ que ela alcançaria tudo o que estava em volta.

E então tudo ficou escuro.