#Hermione

Ouvi a campainha e desci correndo as escadas.

— Tchau papai, tchau mamãe - falei dando um beijo em cada um.

— Cuidado heim - falou minha mãe e eu assenti.

— Volto mais tarde - falei e abri a porta - Oi Ron - falei vendo ele parado mexendo no celular.

Ele guardou o aparelho no bolso e sorriu para mim.

— Olha se não é a pessoa mais linda desse mundo - falou me dando um selinho me fazendo corar - vamos? - perguntou estendendo a mão pra mim que logo peguei.

— Quais nossos planos pra hoje? - perguntei.

— Eu vi um filme essa semana e a família fazia um piquenique, pensei em fazer um também - falou abrindo a porta do carro pra mim.

— Aí, jura? Eu adoro piqueniques! - falei animada quando ele sentou no banco do motorista.

— Que bom, eu que preparei as coisas, menos uma, mas você adora! - falou ligando o carro e partindo, ele parecia um pouco nervoso, mas não questionei.

— O que? – perguntei, mas ele apenas olhou pra mim sorrindo antes de responder:

— Vai descobrir depois!

Fomos conversando até um parque bem arborizado, tinham várias famílias por ali, caminhando, crianças brincando e pessoas fazendo esportes e piqueniques também.

Ron desceu com uma grande cesta do carro, fomos até uma parte embaixo de uma árvore e ele estendeu uma toalha azul e colocou a cesta em cima.

— A vontade, senhorita - falou apontando para o local em seu lado.

— O que tem de bom aqui? - perguntei depois de sentar e tentar abrir a cesta.

— Depois o esformeado sou eu - falou me fazendo rir - eu fiz alguns sanduíches de pasta de amendoim e geleira - falou tirando um recipiente para fora - trouxe suco de laranja e alguns morangos também - falou tirando eles de dentro da cesta - mas como eu sei que você ama doce, eu pensei em algo legal, e lembrei que você diz amar o brownie da mamãe, então eu pedi pra ela fazer pra gente - disse e tirou um outro pote de dentro da cesta me entregando.

— Meu Deus! Eu amo muito isso! - falei abrindo o pote e pegando um pedaço - isso... é... divino! - falei ainda enquanto comia o fazendo rir.

— Era só pra depois, mas com essa sua carinha de satisfação eu não consigo falar não - falou me fazendo ficar vermelha.

Peguei o resto do pedaço que havia sobrado em minha mão e ofereci pra ele que aceitou, e acenou positivamente.

— Realmente, é muito bom! - falou.

— Ela já me passou a receita, mas nunca fica igual ao dela - falei.

— Então esse é o seu doce preferido da sua sogra? - perguntou e eu me assustei, por um momento eu não sabia o que responder.

Não estávamos namorando de verdade, pelo menos não que eu soubesse, estávamos apenas juntos.

— Eu não sei, ela não é minha sogra ainda - falei meio sem jeito.

— Você quer que seja? - perguntou aproximando seu rosto um pouco mais do meu.

Eu facilmente poderia me perder em seus olhos extremamente azuis ou em suas infinitas sardas, mas no momento minha cabeça apenas tentava processar a informação que havia saído pelos seus lábios.

— Você... Isso...? - por uma das primeiras vezes na minha vida eu não consegui formular uma frase.

— Quer namorar comigo, Mi? - perguntou e logo suas orelhas ganharam um tom avermelhado, o que o deixava muito fofo.

Eu nem pensei na resposta, minha boca falou antes mesmo que eu pudesse pensar em fazê-lo.

— Sim! - falei e ele sorriu puxando meu rosto para um beijo.

Depois de um tempo nos afastamos e ele pegou uma caixinha do bolso.

— Eu achei que alianças de compromisso não combinavam muito com a gente, mas isso aqui foi da minha mãe, ela me deu a um tempo atrás, falando que era para ser de uma garota especial e eu tenho certeza que ela estava falando de você - falou e abriu a caixinha revelando uma pulseira de prata bem fina e delicada, que tinga um coração como fecho.

— Meu Deus, Ron, é linda! - falei tocando nela - mas eu não sei se posso aceitar.

— Oxi, mas é claro que pode - falou pegando ela da caixinha - ela me deu um tempo depois que você partiu para o intercâmbio e viu que eu estava meio pra baixo, falou que era pra ser de alguém especial para mim, eu tenho certeza que essa pessoa é você. Agora me dá esse braço - falou estendendo a mão.

Coloquei meu pulso ali e ele logo prendeu a pulseira, era muito linda mesmo. Combinava bem com a correntinha fina que tinha meu nome e eu nunca tirava do pescoço.

— Eu nem sei o que falar - falei - hoje você tá me deixando sem palavras.

— A gente não precisa falar pra isso - falou antes de me beijar novamente.

Ficamos ali durante toda a tarde, comemos tudo que tínhamos direito e um pouco mais, conversamos sobre as coisas mais aleatórias do mundo. Quando o sol estava se ponto ele deitou em meu colo e eu fiquei fazendo carinho em seus cabelos.

— Eu queria poder reviver esse dia pra sempre - falou de olhos fechados.

— Eu não, nós temos muitos dias juntos ainda, vamos ter momentos tão bons quanto esse, aposto que até melhores - falei e ele concordou - Cadê o Ron chato e implicante que eu conhecia? - perguntei e ele riu.

— Não se engane, ele ainda está aqui dentro!

Logo mais nós recolhemos as coisas e decidirmos ir embora, no caminho até a minha caso ele havia dito que queria falar de verdade com meus pais, porque por mais que eles o conhecessem era como meu amigo e não meu namorado, concordamos também que deveríamos contar para os pais dele e para nossos amigos.

Ainda no carro ele mandou uma mensagem no grupo, convocando todo mundo em um barzinho para finalmente apresentar a garota que ele estava saindo e agora namorando. Todos, inclusive eu, concordamos em encontra-lo lá.

— Será que agora é uma boa hora? – perguntou de parar na frente de casa.

— É sim, mas não quero que fique desconfortável – falei.

— Mi, eu nunca poderia ficar confortável sendo que vou me apresentar como namorado para os seus pais – falou apertando o volante com força.

— Vem, vamos! – falei descendo do carro.

Ele segurou forte a minha mão e caminhou comigo até a porta, abri ela e vi que meus pais estavam na sala vendo algum filme.

— Mamãe, papai, cheguei! – falei.

— Oi filha – responderam e viraram para me ver, sorriram ao ver que Ron me acompanhava.

— Olá Sr. e Sra. Granger! – falou Ron.

— Eu acho que vocês lembram do Ron, certo? – falei sentando em um outro sofá com ele ao meu lado, ele ainda segurava fortemente a minha mão.

— Claro! Você vivia reclamando dele – falou papai

— Não seja rude, querido! – falou minha mãe dando um tapinha nele – lembramos sim.

— Eu realmente infernizei a vida dela muito tempo – falou Ron e deu uma risadinha sem graça depois – mas agora são outros tempos, pedi Hermione hoje em namoro e ela aceitou! Espero que isso não seja um problema para vocês – falou e me olhou, eu apertei um pouco sua mão e sorri.

— Oh, querido, estamos muito felizes! Sabíamos que era apenas questão de tempo para que percebessem que todo o ódio era amor reprimido – falou mamãe e eu corei.

— Só cuide bem dela – falou papai com os olhos cheios de lágrimas.

— Aí, papai – falei lhe dando um abraço.

— Vou sim, Sr. Granger – falou Ron.

Conversamos por um tempo e então ele foi embora se arrumar, eu também aproveitei, afinal, ainda hoje todos os nossos amigos descobririam sobre isso.

Já no barzinho faltavam apenas os meninos chegarem, nós estávamos estipulando sobre quem poderia ser a tal garota, as meninas até fizeram piadinhas sobre eu estar bem demais sendo que ele estava namorando e eu apenas repetia que não tinha nada a ver.

Eles chegaram pouco tempo depois, e ficaram desde então, zoando o Ron que já estava com as orelhas completamente vermelhas.

— Aí, vocês me cansam – falou Ron.

— Pelo jeito ela que cansou de você, já que ela nem apareceu – falou Sirius.

— É aí que vocês se enganam – falou e todos o olharam confusos – ela estava aqui o tempo todo – falou e foi em minha direção e me abraçou.

— Estamos namorando! – falei e ele me deu um beijinho na bochecha.

— EU SABIA! – gritou Harry – eu tinha certeza, falei para vocês – disse olhando para os meninos.

— Eu tinha minhas desconfianças também – falou Gina e Lily concordou.

— Quer dizer que finalmente vocês aceitaram que todo o ódio reprimido era amor? – perguntou Remus e nos coramos.

— É, acho que sim – falei e eles riram.

James virou em direção a Lily e abriu a boca para falar algo mas minhas amiga foi mais rápida.

— Nem gaste saliva, Potter.

O resto da noite foi muito tranquila, eu realmente estava muito feliz.