The Lovely Stranger

Mama, I'm coming home (part I)


(Quinta-feira, 14:01)
Levantei, morrendo. Sim, assim que cheguei daquele inferno, eu fui dormir. Fui até o banheiro, fiz minha higiene e desci pra cozinha. Estavam todos sentados á mesa, almoçando.
– Nossa, achei que tinha morrido- reclamou Miles
– Infelizmente não tenho tanta sorte- respondi enquanto pegava um copo de suco. Todos ficaram em silêncio.
– Vou voltar pra Virginia- dei de ombros
– O QUÊ?- Todos gritaram ao mesmo tempo.
– Isso mesmo o que vocês ouviram. Eu irei voltar pra Virginia e irei ficar na minha antiga casa. Vou embarcar na sexta-feira e irei passar meu final de semana lá, com meus pais.- encostei na pia, enquanto todos me encaravam- Algum problema?
– Não, claro que não- minha avó disse- Só que eu vou ir junto! Imagina que eu vou deixar você ir sozinha pra Virginia.
– Miles vai ir comigo. - respondi seca- Eu gostaria muito de ir sozinha, quero um tempo só pra mim. Miles vai ir porque ele tem que visitar os pais, não é?- sorri pra Miles
– Sim, sim, tenho.- respondeu enquanto terminava de almoçar.
– Vou ir junto.- Andy se levantou da mesa.
– Não.- murmurei
– Sim.- sorriu- Tenho que cuidar de você, Kath
– Claro, tem que cuidar de mim- sorri cinica.
– Tudo bem então, os 3 vão ir pra Virginia.- disse Joanna, por fim.

(...)
– Eu não acredito que aquele infeliz vai ir comigo pra Virginia! Ter que aguentar aquele garoto insuportável me insultando por 3 dias? Isso é pior que tortura!- conversava comigo mesma enquanto andava de um lado pro outro em meu quarto. Sinceramente, eu não mereço isso!
Peguei uma mala pequena e comecei a guardar umas roupas, uns sapatos e etc. Assim que arrumei minha mala, coloquei-a ao lado de minha cama e fui tomar banho. Despi-me e entrei no chuveiro. Tomei um banho rápido e logo fui me trocar. Desci pra cozinha e peguei uns cookies. Me sentei e comecei a comer. Depois que terminei, escovei os dentes e fui pro meu quarto, ler um pouco. Peguei 'Hamlet' e comecei a ler.
O pensamento assim nos acovarda, e assim é que se cobre a tez normal da decisão com o tom pálido e enfermo da melancolia;
E desde que nos prendam tais cogitações, empresas de alto escopo e que bem alto planam eesviam-se de rumo e cessam até mesmo de se chamar ação.

(...)
Sexta-feira, 13:01

Estamos no carro do Sebastian, indo pro aeroporto. Andy não me disse uma palavra até agora. Ninguém disse quase nada, aliás.
Voltar pra Virginia, ver o tumulo dos meus pais. Minha mãe faleceu no Canadá, mas meu pai conseguiu que o corpo fosse levado para o Canadá. É complicado explicar, mas meus pais estão enterrados um ao lado do outro. Romântico, não é? Também acho. Pois bem, acabamos de chegar no aeroporto. Descemos do carro e pegamos as malas. Fizemos check-in e toooodo aquele processo antes de ir embarcar no avião. Me despedi de Sebastian e entrei no avião. Os meninos sentaram ao meu lado. Miles na janela, eu no meio e Andy no corredor. Bufei e me virei para Miles, que já estava dormindo. Fechei os olhos e tentei dormir, sem sucesso. Permaneci com os olhos fechados, assim o Biersack não iria me encher o saco. Provavelmente.

(...)
Descemos do avião e pegamos um taxi. Ele parou em frente a minha antiga casa. Suspirei fundo enquanto pegava minha mala e abria a porta. A casa não parecia tão velha assim. Fui diretamente para meu antigo quarto, onde os movéis permaneciam. Guardei minhas coisas e me troquei.
- Miles, Andrew, to indo no cemitério- falei enquanto pegava uma mochila onde eu havia colocado alguns pertences dos meus pais como fotos, bijouterias, letras de músicas etc.
- Tem certeza de que não quer que nós vamos junto?- perguntou Andy
- Sim, tenho.- dei de ombros e saí da casa. O clima estava o mesmo; úmido, nublado. Fui em direção ao cemitério de Danville, que ficava umas 3 quadras longe da minha casa.
(...)
Abri o portão velho e enferrujado do cemitério, e comecei a caminhar pelos tumulos, até chegar ao dos meus pais. Haviam algumas flores murchas e sem cor sob os túmulos de ambos. Me sentei enquanto abria a mochila. Peguei uma foto nossa e coloquei no meio dos tumulos. Lágrimas surgiram em meu rosto.
- Eu amo vocês- murmurei chorando, enquanto colocava algumas flores em seus tumulos. Limpei as lápides com um pano.
O melhor pai do mundo.
1971 † 2012

A melhor mãe do mundo.
1973 † 2001

(...)
Voltei para casa e encontrei Andy, sentado no sofá, olhando pra parede.
- Cadê Miles?- perguntei
- Foi ver os pais dele.- respondeu, dando um sorriso simpático. Falso.
- Hm- e assim permanecemos em um silêncio constrangedor, até Andy começar a falar.
- Você está bem?- disse em um tom preocupado.
- Para de fingir que se importa, garoto- Respondi seca.
- Não estou fingin...- o interrompi
- SIM, VOCÊ ESTÁ! VOCÊ NÃO QUER SABER SE ESTOU BEM, SÓ QUER UMA BRECHA PRA PODER ME BEIJAR E ENTÃO DIZER O QUANTO EU SOU FÁCIL E IDIOTA, NÃO É ANDY? NÃO É ISSO QUE VOCÊ GOSTA DE FAZER? BRINCAR COM MEUS SENTIMENTOS?- Sim, sou muito calma.
- Eu não gosto de brincar com seus sentimentos- disse calmo.- Eu só....- ele não conseguia terminar a frase.
- Ou seja, você ama brincar com meus sentimentos.- revirei os olhos.
- Sentimentos?- ele olhou pra mim
- Sim.- murmurei irritada
- Sente algo por mim?- ele se levantou, fazendo eu me levantar também.
- Eu... não...- balbuciei- não! Claro que não! É só que.... ah sei lá, tanto faz, você não se importa, tchau- falei rapidamente e corri pro meu quarto.
Eu sinto algo por ele? Será? Eu preciso pensar. Somente pensar.