The Leon's Degeneration

Prólogo - O começo de tudo


Eram por volta das duas da madrugada, a brisa suave soprava por entre as cortinas do gélido apartamento de Leon, uma estrutura um tanto quanto grande para apenas uma pessoa. Fazia poucas semanas que o agente havia retornado de uma missão quase bem-sucedida na Rússia, Leon havia saído gravemente ferido, se não fosse pela rapidez dos paramédicos, poderia ter perdido uma das pernas. Por conta do ocorrido, a D.S.O optou por suspendê-lo por mais ou menos um mês, afinal o agente precisava estar em perfeito estado antes de ser enviado novamente para o campo.

O celular tocou despertando Leon, que até então permanecia dormindo no sofá, havia capotado ali, após tomar alguns analgésicos para aliviar a dor na perna. Alguns dos paramédicos haviam lhe recomendado que se utilizasse muletas ou até mesmo uma bengala, porém o agente recusou ambas as opções alegando que parecia um velho andando de um lado para o outro com isso. Ainda “anestesiado” pelo sono Leon coçou os olhos e esperou alguns segundos antes de atender o celular. —

— Leon Kennedy falando, com quem gostaria de falar? — Sua voz estava rouca, indicando para quem estivesse do outro lado da linha que ele havia acabado de acordar.

— Nossa, sua voz está péssima. — Disse a voz feminina do outro lado da linha entre uma risada, Leon reconheceu de imediato era sua irmã, Mia.

— Sério que você me ligou às duas da manhã, apenas para reclamar da minha voz? — Ele disse enquanto ajeitava-se no sofá.

— Claro que não, queria saber como você estava. A Hunnigan me disse que você quase perdeu a perna. — Seu tom de voz era preocupado. — Por que não ligou para avisar que estava bem? Leon, ainda somos uma família.

— Eu sei, sinto muito, mas não queria te preocupar. — Ele fez uma breve pausa. — E mais, eu estou bem, foi apenas um susto.

— Ah claro, e você acha que indo para uma missão e depois sumindo, não iria nos preocupar?!

— Tudo bem! Eu agi de forma errada! Não bata em mim, por favor! — Disse ele rindo.

— Ela me disse também que você recusou o uso de muletas ou bengalas! Leon, você tem noção da gravidade do que aconteceu em sua perna?! — O tom de voz da mulher, demonstrava um misto de raiva e preocupação.

— Eu ia ficar parecendo um velho! — Leon exclamou.

— Você está forçando sua perna! Pode ser que ela fique incapacitada para sempre!

— Claro que não, está tudo bem, em poucas semanas volto a trabalhar.

— Ah mais você não vai mesmo! Fiz um pedido especial para os diretores da D.S.O. Você só irá trabalhar quando estiver completamente recuperado.

— Mia! Não acredito que você fez isso. — Leon agitou-se no sofá, logo sentiu uma dor aguda e intensa o que lhe fez resmungar de dor.

— Viu! Você não está em condições para trabalhar. E mais... — Ela fez uma breve pausa. — A Eveline quer passar as férias com você. Ethan disse que é uma péssima ideia por conta do seu estado, mas ela disse que quer cuidar de você.

— Por que não disse antes? — Leon conteve-se para não mexer a perna novamente. — A última vez que a vi, ela ainda tinha nove anos.

— Tem certeza?

— Tenho! Pode deixar que cuido dela. — Ele disse entre um sorriso.

— Tudo bem, amanhã iremos verificar os documentos dela e ela estará chegando aí em poucos dias.

— Certo, me mantenha informado. Eu vou busca-la no aeroporto.

— Ok. — Mia fez uma breve pausa. — Vou te deixar descansar! Espero que você melhore logo.

Leon apenas sorriu e então esperou que ela desligasse, e então pôs o celular de lado, logo apoiando-se em um dos braços do sofá para ficar em pé, ao firmar o pé no chão, o agente sentiu novamente a dor aguda percorrer sua perna em uma intensidade maior que da primeira vez, o que lhe fez gemer de dor e perder o equilíbrio por um breve momento. Suportando a dor, ele caminhou até o canto esquerdo da sala sem apoiar o pé no chão e pegou seus analgésicos que estavam na estante. Sem perda de tempo, Leon caminhou em direção ao quarto, onde deitou-se na cama e ligou a tv.

No noticiário, a repórter falava sobre os 13 anos da tragédia em Raccoon City, o agente soltou um leve suspirou enquanto engolia as pílulas e logo em seguida sussurrou.

— Treze anos... E ainda sinto que foi ontem que tudo isso aconteceu...