The Last Whisper

Conto para Dormir


Elliot então abriu a porta. Seu apartamento estava um total bagunça. Não havia um centímetro do lugar que não foi destruído. E, havia um corpo jogado no sofá, sangue inundando o ser sem vida. Ele rapidamente pegou os gêmeos e levou-os para longe, não era necessário que eles vissem aquela cena.

Mas Olivia entrou, sem que Elliot visse. Arrastou sua cadeira pela sala, analisando-a com seus olhos, vendo um recado na parede. Estava escrito, em letras graúdas, provavelmente de sangue, exatamente assim: "I will be back"

Seu corpo petrificou, assim como sua mente. Mais uma vez, seu pai voltara para assombra-la, e não podia mentir, estava apavorada que tentasse machucar seus filhos novamente. Ela deixou com que lágrimas escorressem por seu rosto.

Sentiu Elliot leva-la para fora de seu apartamento, onde viu seus filhos abraçados, provavelmente imaginando o que aconteceu com seu apartamento "O que aconteceu, mamãe?" perguntou gentilmente uma das crianças.

"Hmm, nós apenas não poderemos voltar para casa hoje..." disse, aproximando-se deles.

Elliot veio por trás dela "Eu chamei CSU, estarão aqui em breve. Embora queira leva-lo para um hotel, onde seria mais confortável, sinto-me mais seguro se forem para a delegacia"

Olivia assentiu com a cabeça, puxando os gêmeos para seu colo, Elliot então levando-os novamente para o carro, indo para a delegacia.

Ao chegarem ao esquadrão, Don rapidamente chamou-a em seu escritório "What's up, captain?"

Ele sentou-se em uma cadeira próximo a ela "Como você esta, Liv?"

"Estou bem, mas você não me chamou aqui só para perguntar isso"

Cragen riu "Estou feliz que você ainda tem seu senso de humor, Benson. De qualquer jeito, eu gostaria de colocar um detalhe em você"

Olivia assentiu com a cabeça "Ok.."

Cragen levantou uma sobrancelha "Você vai aceitar sem ao menos uma discussão?"

"Eu não quero, realmente não. Mas estou em uma posição que não posso pensar apenas em mim. Eu tenho filhos que passaram pelo inferno porque meu pai queria me ver sofrer, e eu não posso permitir que eles se machuquem novamente" disse ela.

Cragen balançou sua cabeça "Ok, mas mesmo assim, quero que vocês passem a noite aqui, até que um detalhe esteja disponível"

Ela assentiu com a cabeça e saiu para ver Munch conversando com seus filhos. Aproximou-se, apenas para ouvi-lo falar sobre uma conspiração de JFK "Por favor, John, não encha suas cabeças com essa ladainha"

"O que? Só estou lhes dizendo sobre um fato" John constatou.

Olivia ignorou-o completamente e voltou sua atenção para os gêmeos "Estão cansados?" ambos balançaram positivamente suas cabeças "Ok, então vamos para cima para que possam dormir um pouco. John, pode me levar para cima?"

Assim que Olivia juntou duas daquelas pequenas camas, os gêmeos deitaram-se e Emily pediu: "Mamãe, conte-nos uma história!"

Esse era um velho hábito que as criancås tinham desde de pequeninas. Elas não dormiam sem que Olivia lhes contassem uma. E mesmo que geralmente ambos dormiam antes do final do conto, Olivia fielmente só saia após seu termino. "E qual história vocês querem ouvir?"

"Branca de Neve!" gritou Emily.

"Pinóquio!" gritou August.

Olivia sorriu. Assim como toda noite pelos ultimos quatro anos, os gêmeos discutiam sobre qual história ouvir. Ela nunca interferia, deixava que as crianças resouvessem entre si. Até antes de serem sequestrados, geralmente um escolhia dos dias impares, e o outro dos dias pares, e sabia que não demoraria até que um deles se lembrassem deste fato.

Dito e feito, dois segundos depois, Emily perguntou "Mamãe que dia é hoje?"

"15 de dezembro"

"Então hoje é meu dia de escolher!" gritou August.

"Não é não! Você mesmo escolheu os dias impares!" protestava a garota.

"Mamãe, diga para ela parar de mentir!"

Vendo que essa briga ainda poderia ir longe, Olivia disse: "Gustie, eu tenho que concordar com sua irmã que hoje é seu dia. Mas, como há muito tempo desde que não leio uma história, lerei as duas, começando com a Branca de Neve"

Os dois concordaram e Olivia com dificuldade deitou-se entre as duas crianças. Sua perna ainda estava um pouco dolorida depois do tiro, assim como seu braço, que mesmo se fosse contra, estava em uma tipóia, recomendações médicas. "Era uma vez, uma bela princesa que vivia presa com sua madastra, a rainha de todo o reino! Branca de Neve era seu nome, devido sua pele ser branca como a neve, e vivia cantando alegremente com os passarinhos.

A rainha, um dia, perguntou a seu espelho mágico 'Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela de que eu?'

O espelho mágico respondeu: 'Sim, Branca de Neve é o seu nome' e refletiu a imagem da devida princesa.

A rainha, querendo ser a pessoa mais bela de todo o reino chamou seu caçador, e ordenou que levasse Branca de Neve e matasse-a! Mas, o caçador teria que provar que a princesa estava morta, então trazendo seu coração"

"Mommy, você acha que o caçador seria capaz de matar Branca de Neve?" perguntou Emily.

"Claro que ele teria, Emily" disse seu irmão "Mas se ela morresse não teria história para contar"

Emily encarou seu irmão, com os mesmo olhos que Olivia tinha quando estava com raiva de alguém. "Não, August, ele não matou a Branca de Neve porque ele não quis, porque ele era do bem, ao contrário da madastra!"

O menino mostrou sua língua para sua irmã, e Olivia foi logo falando: "Olhe, se vocês forem brigar, eu pararei de contar a história e vocês terão que dormir agora"

As duas crianças se desculparam imediatamente e deitaram-se novamente, permitindo que Olivia continuasse. Mas sem que nenhum dos três soubesse, Elliot havia entrado no berço apenas para ouvir Olivia censurando seus filhos. Ele adorava como ela poderia ser tão rigorosa para educar seus filhos, mas também tão doce com eles. Sentou-se no beliche mais longe possível apenas para assistir Olivia contar-lhes a história da Branca de Neve.

Ao decorrer do conto, as crianças começaram a fechar seus olhos até que caíram em profundo sono. Olivia sorriu ao ver seus dois anjinhos dormindo, sabia que nenhum dos dois aguentaria acordado por muito tempo. Deu um beijo na testa de cada um e com muito esforço, voltou para sua cadeira de rodas, dirigindo-se de volta para o esquadrão.

Parou ao ver Elliot sorrindo para ela ao lado da porta. "Você não tem ideia o quão sortudos seus filhos são por terem-na como mãe"

"O que você quer dizer?"

"Eu nunca contei uma história para meus filhos. Depois do longo dia que temos que passar aqui, tudo que quero é poder dormir. Nunca se quer perguntei se uma das crianças queriam ouvir uma história"

Olivia sorriu ligeiramente "Os gêmeos não conseguem dormir sem que lhes conte uma história"

Elliot tinha um sorriso amplo em seu rosto. Ele ainda não podia acreditar que a mulher a sua frente tinha medo de não ser uma boa mãe, de que seus filhos a odiassem, porque ela era uma mãe perfeita. Qualquer um teria sorte de ser seu filhos. Ele levou-a de volta para o esquadrão.

"Vocês descobriram alguma coisa em meu apartamento?" escutou Olivia perguntar.

"Havia milhares de impressões digitais por todo o lugar, todas pertencentes ou a Jeremy ou a Diego. A mensagem a parede realmente foi escrita com o sangue da mulher morta jogada lá"

"Vocês sabem quem ela é?"

"Sim, Jennifer Johnson, 34 anos, foi brutalmente estuprada e esfaqueada muitas vezes. Causa da morte foi estrangulação" respondeu Elliot.

"Alguma dúvida de que não foi meu pai que a matou?" perguntou tristemente sua parceira.

Elliot suspirou "Embora não foi encontrado nenhum fluído, temos certeza que foi ele e seu irmão... Eu sinto muito, Liv"

Ela foi até sua mesa, evitando fazer contato visual com ninguém "Eu era tão feliz. Mesmo depois de tudo que eles me fizeram passar, eu finalmente tive a chance de ter a família que sempre quis. Mas eles voltam, eles machucam meus filhos El. Eles passaram o que uma criança jamais deveria passar, aliás, o que nenhum ser deveria passar, apenas porque eles queriam chegar a mim, apenas porque eles queriam me ver sofrer, e às vezes tudo que quero é mata-los para pagarem por tudo que fizeram minha família passar!" ela estava prestes a quebrar, mesmo estando em frente a todo o esquadrão.

Elliot então sentou-se ao seu lado, pondo uma mão e, sua perna, a que não estava machucada "Eu não tenho ideia o que você esta passando agora, Liv, mas tudo vai ficar bem. Eu sei que você provavelmente não acredita, mas ainda há o amanhã. Eu também sei que às vezes nós só temos a vontade de acabar com tudo, mas você não pode fazer isso, apenas pensa em August e Emily. Eu tenho que concordar contigo, eles passaram pelo inferno, mas precisam de sua mamãe agora, e você é a única que pode fornecer isso a eles"

Olivia concordou com a cabeça, permitindo que Elliot limpasse as lágrimas que caíram por sua bochecha. Sabia que ele estava certo, não podia simplesmente abandonar seus filhos neste mundo. Recompôs-se, olhando diretamente para os olhos de seu parceiro, com um simples sorriso em sua boca, mostrando para ele o quão ela era grata por tê-lo em sua vida.

Os dois ficaram em silêncio por mais algum tempo, apenas aproveitando a calmaria da delegacia. Honestamente, Olivia não aguentava mais manter seus olhos abertos, mas também não queria ir dormir. Queria acompanhar os passos de Elliot, Fin e John, para ter esperança de que tudo acabaria logo.

Mas não somente ela como todas as outras pessoas que estavam na sala esquadrão, ouviram gritos vindo do berço, onde seus filhos estariam dormindo. Não eram gritos de duas crianças gritando, eram gritos de puro medo, puro desespero, e Olivia sabia perfeitamente que uma de suas crianças estava tendo um pesadelo. Sem pensar duas vezes, saiu desesperadamente para subir as escadas, embora esqueceu-se que não seria capaz de subi-las por si mesma. Apenas sentiu como alguém, provavelmente Elliot, levou-a até o topo.

Ela então correu para onde suas crianças estavam dormindo. Viu os gêmeos abraçados, consolando um ao outro e logo chegou até eles. Viu os olhos vermelhos de sua menina, sabendo então que era ela quem estava gritando. Depois de Emily esconder seu rostinho no ombro de sua mãe, Olivia abraçou-a fortemente, certificando-a que estava tudo bem, que ela estava lá. Assim como Elliot disse, seus filhos precisavam dela, e prometeu a si mesma que estaria aqui por todo o caminho de sua recuperação.

"Eu não quero dormir mais, mamãe" disse a criança em seus braços.

Olivia suspirou profundamente. Quando ela tinha pesadelos, também achava que não dormir era a melhor solução, mas acontece que não era "Que tal eu dormir com vocês, então sempre que você tiver um sonho ruim, você poderá abraçar-me, pode ser?"

A garota afirmou com a cabeça, e permitiu com que Olivia deita-se entre ela e seu irmão, onde cada um deitou seu corpinho ancorado a sua mãe. Sabia que logo ambos estariam dormindo pacificamente novamente, e achou que também poderia obter um pouco de descanso. Logo, os três dormiam pacificamente.