The Last Whisper

Acusações Falsas


"Os copos pertencem a Sarah e Gabriel, desaparecidos desde dois meses atrás"

"Abusados sexualmente?" perguntou Fin.

"Constantemente" lamentou Melinda "Além disso, possuem queimaduras e diversas contusões e cortes"

"Ao menos não teremos que dizer a Olivia para preparar o funeral de seus filhos" gratificou Elliot.

"Isso não é tudo" interrompeu Melinda "Parece que nosso criminoso deixou-nos um bilhete"

Ela mostrou as costas do garoto. Estava escrito exatamente assim: "Caros detetives,

Olivia esta se culpando por estas mortes? Pois saiba que se ela não desse a vida àquelas duas pestes, nada disso teria acontecido

Atenciosamente

..."

Eles suspiraram, Não poderia deixar que Olivia visse esse recado, se não provavelmente se sentiria pior ainda. Agradeceram então a Melinda e voltaram à delegacia.

Olivia ainda estava dormindo e ninguém poderia culpá-la. Sua vida virou de cabeça para baixo em menos de 48 horas. Elliot estava com medo de que ela regrediria e voltaria a agir como quando foi estuprada, se não conseguissem resgatar August e Emily.

"Elliot olhe isso" chamou John, quando Elliot descia as escadas após checar se Olivia já havia acordado. "Nós grampeamos o celular de Porter e veja o número que ele esta ligando: Rikers"

Ele ergueu uma sobrancelha "Não é na Rikers que os estupradores de Liv estão?"

"Foi isso mesmo que eu pensei, então ouvi uma conversa entre eles: Eu e meus filhos sairemos em condicional logo, e nós queremos conhecer os meus netos, ou meus filhos, que sabe?" eles escutarão a voz doente de Jeremy.

"Eu posso arranjá-los para você. O que eu ganho com isso?"

"Você pode aproveitar deles, e se não for suficiente, tenho uma boa quantia para você”

“Certo. Encontre-me no ponto X assim que você sair em condicional” e assim, Porter acabou com a ligação.

“Condicional? Eles não pegaram prisão perpétua?” indagou Elliot, horrorizado ao pensamento de que viessem aterrorizar Olivia novamente.

“Era o que parecia. Fin foi ver qual o motivo da liberdade condicional, mas ainda não temos ideia de onde o ponto X seja” lamentou John.

“Algum sinal de Porter?” questionou Elliot.

“Estamos tentando rastreá-lo, mas nada ainda”

Elliot suspirou. Os gêmeos estavam desaparecidos há mais de 48 horas e não tinham ideia onde estavam. Decidiu então novamente ir checar Olivia.

Embora não admitiria, vê-la dormir lhe trazia certa paz. Não sabia por que, talvez devido ao jeito que ela parecia bonita quando dormia, ou o jeito que ela abraçava gentilmente um travesseiro, que antes servia como almofada para sua cabeça. Ela havia admitido que pegou esse hábito depois de seu sequestro, disse-lhe uma vez que se sentia menos solitária assim, sentia-se mais segura.

Mas a verdade era que ela parecia menos preocupada dormindo, como se todos os problemas que estava passando desaparecessem.

Ficou observando-a por mais algum tempo. Algumas horas, para ser exato. Viu-a abrir seus olhos e reprimir um bocejo “Quanto tempo eu dormi?” perguntou.

“Algumas horas” respondeu simplesmente.

Ela fez um esforço em vão para levantar-se, ou ao menos sentar-se. Não adiantou. Elliot ainda teve que ajuda-la a sentar-se. Ela se sentia tão ruim tendo que ter ajuda em tudo que faria de agora para frente.

“Como você esta se sentindo?” ele perguntou, olhando diretamente em seus olhos.

“Tirando o fato que estou presa a esta cadeira, com minhas crianças estando com um doente mental, sim, estou perfeitamente bem” respondeu sarcasticamente.

“Liv, você vai passar por isso, todos aqui estão prontos para ajuda-la a qualquer hora, dia ou noite. E nós vamos acha-los, basta ter fé” assegurou Elliot.

“E se for tarde de mais? E se os encontrarmos, porém mortos?” ela disse, prestes a começar a chorar.

Pela primeira vez em anos, ele a viu quebrar. Ele viu como lagrimas escorriam de seus olhos. Pulou para a cama que ela estava e abraçou-a, segurava-a enquanto chorava. “Não seja assim pessimista. Antes que você perceba, os dois estarão de volta”

Ela se acalmou, parando de soluçar, mas ainda algumas lágrimas escorriam por seu rosto. Não tinha a intenção de sair dali, sempre se sentia tão confortável, tão segura nos braços de Elliot.

Porém, foram interrompidos quando Fin veio para chamar Elliot. “Nós trouxemos Porter aqui, El. Presumimos que você queira interroga-lo”

Ele assentiu com a cabeça. “Vá, El. Fin pode me ajudar a descer as escadas” disse Olivia, enquanto enxugava os rastros de lágrimas de sua bochecha.

Assentiu com a cabeça uma outra vez, e finalmente a soltou. Sussurrou novamente em seu ouvido que tudo ficaria bem e foi-se a confrontar um dos homens que agora mais odiava.

“Você quer descer ou ficar mais um pouco aqui em cima?” perguntou Fin, andando para perto dela.

“Acho que vou descer. Ficar aqui parada é muito entediante” ela resmungou, rastejando-se pela cama para tentar chegar a cadeira de rodas.

Fin, vendo com que ela e sua teimosia não pediriam ajuda nem em um milhão de anos, pegou-a e delicadamente a pôs na cadeira de rodas.

Deu-lhe um sorriso franco em agradecimento. Era obvio que Olivia não se sentia confortável sendo carregada de um lado para outro. Odiava como recebeu olhares de todos ao entrar da delegacia pela primeira vez em uma cadeira de rodas. Todos lhe perguntavam o que aconteceu, diziam que sentiam muito e seguiam em frente com suas vidas, sem saber o quão realmente isso a afetava.

Depois de uma longa viagem para de volta ao esquadrão, Olivia procurou alguns arquivos inacabados e pôs-se a termina-los. Mas não conseguia. Sua mente passava por demais no momento.

Lembrou-se de uma vez que pediu o teste de paternidade dos gêmeos para Melinda anos atrás, um pouco depois que ambos nasceram. Porém, nunca tivera coragem de ver os resultados. Sabia que não estava pronta emocionalmente para descobrir, e talvez nunca estivesse.

Abriu a gaveta onde deixava os resultados dos testes. Começou a ficar desesperada ao não os encontrar. Vasculhou outras gavetas e ainda nada.

“O que você está procurando, Baby Girl?” perguntou Fin, ao vê-la procurar desesperadamente por algo.

“Alguns papeis em minha gaveta, e realmente preciso deles” disse Olivia.

“Você fala de dois envelopes brancos deixados no fundo de sua gaveta?” John perguntou, e Olivia assentiu com a cabeça. “Um homem passou aqui e pegou-os, dizendo que você disse para ele pegá-los” afirmou John.

“O que? Quando foi isso?” perguntou Olivia, nervosamente.

“Dois dias atrás, se não me engano, quando você estava no hospital. Passou aqui dizendo que precisava pegar alguns papeis contigo, mas como você não estava aqui, pediu para procura-los em sua gaveta. Parecia ser honesto, por isso deixei que os procurasse. Ele saiu com alguns exames médicos em sua mão” finalizou John.

Olivia enterrou seu rosto em suas mãos “O que tinha de tão importante nesses papeis, Liv?” perguntou Fin.

“Testes de DNA, confirmando quem é o pai dos gêmeos” ela sussurrou “Eu nunca tive coragem de olha-los, e quando finalmente tenho, eles simplesmente desaparecem” olhou então para John “Você se lembra de como ele era?”

“Acho que sim. Vou procurar um desenhista agora mesmo”

Enquanto isso, Elliot tentava obter respostas de Porter “Onde você estava segunda-feira entre três e quatro horas?”

“Trabalhando, onde deveria estar” resmungou Porter.

“Alguém pode confirmar seu paradeiro?” questionou novamente Elliot.

“Creio que sim. Pergunte a qualquer um de meus colegas”

“E nesse mesmo dia entre cinco e seis horas?”

“Eu estava novamente no trabalho” ele murmurou.

“Sério? Porque nós temos fotos que provam que você não estava no trabalho” esparramou então as fotos pela mesa “Mas sequestrando o filho de Olivia”

Não disse mais nada. Sabia que tudo que dissesse o prejudicaria ainda mais. “Ficou sem falas? Pois você esta com grandes problemas, Porter. Então eu sugiro que fale onde e com quem estão os gêmeos. E espere que não estejam machucados, se não coisas ficarão feias” assegurou Elliot.

“Você não entende” disse Porter “Olivia me ligou pedindo para que eu desse um fim a seus filhos” ele argumentou.

Elliot ergueu uma sobrancelha. Saiu da sala de interrogatório “Interrogue Olivia também” disse Cragen “Embora eu não acredite que ela faria mal a uma criança, especialmente as suas, não podemos deixar suspeitas”

Elliot fez como lhe foi dito. Levou Olivia até um quarto vazio ignorando as inúmeras perguntas que ela lhe fazia “Olivia, Porter disse que você armo o sequestro de August e Emily”

Queixo de Olivia caiu “Ele esta mentindo, Elliot.” Ela disse olhando diretamente para seus olhos “Eu nunca osprejudicarias, nunca

“Eu sei que você não, Liv. Mas você me disse as perguntas que lhe fizeram que lhe causaram pesadelos. Você poderia querer ficar livre deles para não sofre mais” argumentou ele.

Olivia sentiu uma lágrima cair por seu rosto “Você acha que eu planejaria ficar paraplégica? Como você é capaz de sequer pensar que eu gostaria de perder meu trabalho, minha família, meus amigos, tudo? Não acreditaria que pensou nisso” mais algumas lagrimas caíram por seu rosto e Olivia saiu em disparada para fora da delegacia.

“What the heel did you do?” questionou John, com raiva, quando Elliot voltou para a sala esquadrão.

“O que você quer dizer, John?” perguntou Elliot, procurando ao redor por Olivia.

“Olivia! Ela saiu daqui sem nenhuma palavra, chorando e para Deus sabe onde!” gritou John.

“Espera, ela saiu pelas ruas de Manhattan sozinha em uma cadeira de rodas?” ficou em choque com a notícia.

“Fin esta tentando alcança-la, Elliot. Mas se você não a tivesse machucado nada disso estaria acontecendo!” argumentou John.

Mas antes que Elliot pudesse revidar, eles escutaram: “Vocês dois, parem agora” resmungou Cragen “Caso vocês se esqueceram, August e Emily, filhos de Olivia, estão perdidos em algum lugar. Embora eu não esteja feliz com Porter afirmando que Olivia armou tudo isso, ainda são seus filhos desaparecidos”

“Nós sabemos que ela não fez isso” latiu Elliot.

“Não se preocupem com ela, Fin a esta seguindo e-“

Elliot o interrompeu “A seguindo? Estamos a tratando como uma criminosa agora!” rangeu Elliot.

“Elliot acalme-se” disse Don “Fin a esta seguindo para garantir seu bem estar”

Elliot finalmente pareceu acreditar nele “Ok, mas o que faremos agora, em relação a Porter?”

“Pressioná-lo até dizer a verdade”