No caminho até em casa, pensei no que estava acontecendo comigo, porque eu não a tirava da minha cabeça. Mas que droga porque eu ainda estava pensando nisso.

_ seu idiota! – encostei na porta, fechei os olhos, estava irritado com os pensamentos que vinham na minha cabeça, tudo envolvia Victória

_ pai! – Sofia veio até a mim, e me abraçou

_ oi.

_ você saiu cedo hoje porque?

_ compromisso

_ com quem?

_ Sofia... shiu – sorri, ela me deu um beijo no rosto e sentou no sofá de novo

_ você saiu com aquela moça bonita né? – ela estava emburrada, ciumes

_ que ciumes é esse agora?

_ ela vai roubar você de mim – Maria que escutava, deu uma risada baixa

_ tira essa idéia da cabeça, ninguém vai me tirar de você

_ promete? – ela disse baixo com a voz chorosa

_ prometo – peguei no rosto dela –olha, tive uma idéia, que tal hoje almoçarmos fora, só eu e você, hm?

_ vou me arrumar – ela levantou e saiu correndo para o quarto

_ boa idéia pra ela esquecer do assunto – Maria apareceu na sala

_ que assunto Maria?

_ você acha que me engana... você ta gostando dessa tal “moça bonita”

_ está com ciumes também?

_ eu com ciumes... não... só preocupada, quem é ela?

_ Maria não está acontecendo nada... fica tranqüila... - sorri e abracei ela -já disse que seu eu fosse mais velho eu te pegava – eu ri

_ para garoto – ela me deu um tapa e saiu rindo. Depois sai com Sofia, almoçamos, fomos no cinema, fizemos um programa de pai e filha que anos eu não fazia isso. Sofia chegou em casa exausta e foi direto pro quarto falando que ia dormir, ficamos o dia todo fora e só voltamos de noite, eu também estava cansado, ela tinha me cansado fazendo eu andar o shopping inteiro várias vezes, eu ri lembrando de quando ela era pequena e queria ir em todos os brinquedos que tinha dentro do shopping, Sofia sempre foi ligada no 220 o dia todo. Subi pro meu quarto, tomei um banho e dormi. Tive um sonho estranho...

_ Alice? – Vi uma pessoa ruiva parada de costas, quando a chamei pelo nome ela saiu correndo, eu a segui – espera... Alice! – ela corria mais rápido do que eu entre as arvore, a floresta era de mata fechada e tinha um pouco de neblina dificultando a visão – ALICE! – ela sumiu, parei e fiquei procurando ela com o olhar, ela estava num canto não muito afastado de mim, fui andar até lá

_ não cuidado! – ela gritou, pisei em falso e cai num penhasco

_ AH! - acordei com o meu celular tocando, passei a mão no rosto e atendi – alô? - disse ofegante

_ está tudo bem? – era Victória

_ oi... eu acho que sim – respirei fundo, aquilo tinha me assustado

_ sua voz parece de assustado com alguma coisa

_ um pouco... haaam, que houve dessa vez?

_ não consigo dormir – ela ficou em silêncio – ué, não vai me xingar de todos os palavrões possíveis?

_ não... foi até foi bom você me acordar... estava tendo um sonho horrível

_ quer me contar?

_ eu não lembro muito bem o que eu estava sonhando

_ isso explica sua voz de assustado

_ é, eu acho que eu não vou conseguir dormir outra vez!

_ nossa, Gerard Way com medo? Isso é inédito – ela riu

_ isso, ri da desgraça alheia e eu não estou com medo, só estou... assustado

_ muita diferença... bem, eu estou com insônia, é horrível, e você não quer dormir... vamos conversar!

_ boa idéia – começamos a conversar pelo resto da madrugada, ela falava de tudo, da família dela em Londres, eu falei um pouco de mim também. Estava já ficando com sono – você está com sono? – perguntei a ela

_ nenhum pouco, eu odeio insônia

_ como se alguém gostasse – sorri – bem... eu estou ficando com sono agora... mas não vai adiantar nada eu dormir agora

_ bem... são 5:00 da manhã... – ela ficou um pouco em silêncio - quer fazer uma coisa diferente?

_ você não parecia ter esses pensamentos, como você está vestida? – comecei a ri

_ Não! Ah! Para de pensar com a sua cabeça de baixo uma vez na sua vida, que nojo – rimos – não é isso que eu estou falando, seu pervertido – eu fui falar mas ela me cortou, odiava isso – estou pensando em ver o sol nascer, estamos perto um do outro, eu acho, é só a gente se encontrar.

_ ê gênio, como você acha que eu vou te achar no meio da cidade as 5:00 da manhã?

_ eu vou falando contigo, imbecil... desculpe foi mais forte do que eu, eu já estou saindo

_ espera um pouco – vesti uma jaqueta, coloquei um chinelo mesmo e sai. Enquanto dirigia ela falava comigo, para me manter acordado

_ está amanhecendo... – ela disse

_ aham... - bocejei – deus que sono

_ acho que eu estou vendo você – ela falou rindo – dá algum sinal, seilá

_ ok – pisquei duas vezes os faróis - pronto

_ é você mesmo – ela encostou, eu também... saímos do carro e fomos no aproximando um do outro – oi – ela ainda estava no celular

_ oi – desligamos o celular juntos

_ que droga, o sol já nasceu!

_ o que... você queria fazer? – eu não conseguia falar sem bocejar

_ queria ver o nascer do sol, inferno.

_ você que é devagar e não conseguiu chegar... aqui

_ você ta quase dormindo em pé... vem vamos tomar um café – fomos pra primeira cafeteria por perto – dois expressos... lembrou do tal sonho horrível?

_ algumas coisas sim... eu caia num penhasco, eu acho..

_ que horror... – ela fez uma pausa, pegou os dois cafés e me entregou um – vem, vamos lá pra fora.

_ está bem – pagamos o café e saímos – acho que depois de ficar horas acordado eu não vou para a gra...vadora hoje – encostei no meu carro, quase dormindo

_ percebi... eu invento alguma coisa – ela deu um gole no café

_ obrigado – ela ficou me olhando e sorriu – que foi?

_ quem diria... depois de nós dois ter tentado um matar o outro, estamos agora... Civilizados

_ verdade... - bocejei outra vez – eu preciso dormir

_ concordo contigo – entrei no carro – cuidado seu louco – ela riu

_ pode deixar – sorri e sai.