P.O.V Autora

Gente vai ter uma música nesse capítulo, e como eu sei que é super chato a música ficar carregando enquanto a gente lê, vai adiantado pra vocês! Boa leitura!
[Música: http://www.youtube.com/watch?v=y9u3c65LHIY]

PS: Só quando eu disser hein!

P.O.V Nick

- Tudo bem. – Disse ela. Foi até a cama e se sentou de costas pra mim. Após alguns segundos, se levantou batendo o pé e foi em direção a porta. “Droga Nick!”

- Mel... – Chamei arrependido. Ela fingiu não escutar e saiu batendo a porta atrás de si. – Merda. Porque eu tenho de ser tão estúpido? – Bati na cabeça.

Pensei em ir atrás dela, mas decidi que não era uma boa ideia. Um: Eu não podia andar direito. Dois: Eu estava sem camisa. Bufei e fui me deitar.

.................

Tudo fica muito quieto quando ela não está aqui. O tempo passa lento demais. Não havia conseguido dormir.

Fui até minha bolsa, revirei o que tinha dentro. Pouca coisa. Sorri, o Jake, com certeza, fez com má vontade.

Me lembrei da Mel. O sorriso morreu.

“Ela está com raiva de mim... Droga!”

Sentei de novo na cama, de frente pra bolsa dela. Vi a ponta de um caderno saindo da bolsa. Me levantei mancando e fui até lá, sentei junto de sua bolsa, peguei o caderno e abri na página que estava marcada por uma caneta.

Então era isso que ela estava escrevendo...

Tanto e tão pouco havia se passado até agora.
Essa sensação consumidora ainda está abrigada aqui dentro... Mas com ele...
Com ele tudo fica melhor. Toda a realidade dolorosa se esvai e fica somente seu brilho.
Seu olhar no meu... Suas mãos nas minhas... O se carinho... Seu sorriso me faz perder o foco.
Seu abraço, enlaço, me deixa segura... Me sinto...

Ela não terminou. Sorri ao me lembrar da reação dela quando saí do banheiro. Ela pulou de susto e guardou depressa o caderno para que eu não pudesse ler. Decidi escrever.

Tanto e tão pouco havia se passado até agora.
Aquela garota de olhos azuis por quem me apaixonei desde a primeira vez,
agora está aqui do meu lado... Me fazendo sentir completo... Me ajudando a viver...
Mas agora ela se vai, zangada... E eu sinto tanto... Eu a amo tanto, que machuca vê-la sofrer...
Queria poder vê-la sorrir mais uma vez...

Acabei. Não! Ainda não é o bastante...

Me deu o amor que eu jamais tive.
Tornou tudo melhor quando estava me sentindo triste.

Me fez sentir bem quando estava muito machucado.
Eu sou tão agradecido por ter te encontrado.
Eu amo estar perto de você.

Você facilita tudo.
Tão fácil quanto 1, 2, 3, 4

Era uma de minhas músicas preferidas. Dizia tudo melhor que as que eu sempre pensei pra ela. Fechei o carderno e deixei em cima da bolsa, para que ela pudesse ver.

De repente me veio uma ideia na cabeça. Fui – o mais depressa que pude – até minha mochila e cheguei se meu celular estava lá dentro. Estava. Ótimo.

Procurei na bolsa por uma camisa, e por ironia ao que eu estava pensando achei uma com estampa de paletó. Coloquei-a e chequei o que eu queria no meu celular. Tudo certo.

Afastei as camas o máximo que pude, deixando um grande espaço no meio. Ela com certeza me mataria por esse esforço. Sorri.

Arrumei minha mochila e deixei num cantinho, escondida. “Agora só resta esperar...” Olhei no relógio, marcava 01h00min...

Sentei-me na cama e esperei. Não sei por quanto tempo, mas me assustei quando ouvi sua voz no corredor, conversando com a Sra. Lyin. Levantei e me escondi no banheiro.

Ouvi a porta abrir e ela entrar.

- Onde ele está? – Falou baixinho, de costas pra mim. Ela viu o caderno aberto – que eu decidi deixar – em cima de sua bolsa. Foi até ele e começou a ler. – Ah Nick... – Falou depois de ter terminado. – Cadê você? – Decidi aparecer.

- Achei que um pedido de desculpas silencioso seria melhor. – Falei esperando uma reação negativa por parte dela. Ela continuou séria. – Mas acho que não foi uma boa escolha... Me desculpe Mel... Eu fui... Grosso. Eu... Só... Desculpe. – Abaixei a cabeça envergonhado. Vi seus tênis verde limão se aproximando de mim e senti suas mãos delicadas levantando meu rosto.

- Tudo bem... Eu fui imatura... – Eu abri a boca pra me pronunciar, mas ela tapou colocando um dedo. Sorri.

Peguei suas mãos e coloquei-as entre nossos corpos, da altura do peito. Puxei suas mãos para o centro vazio que eu havia deixado no quarto. Ela sorriu confusa. Botei a mão no bolso, onde estava o celular e apertei o play na música que já estava no ponto.

MÚSICA AGORA!

Botei uma das mãos em sua cintura e peguei a outra como se fazia para uma dança em par. Ela compreendeu e pôs graciosamente sua outra mão em meu ombro. Sorríamos.

A música tocava e nós acompanhávamos numa dança lenta. Ela sorria. Eu não podia deixar de sorrir também. Girávamos em pequenos círculos nos movimentando ao redor de nós mesmos.

.................

Diminuí a distância entre nós e botei meu queixo próximo a seu ombro. No meu ouvido direito eu ouvia sua respiração normalizada e no esquerdo eu ouvia a mesma música que eu havia escrito pra ela em seu caderno. O rítimo continuava o mesmo, os movimentos os mesmos.

Eu estava próximo de seu ouvido e começei a cantarolar junto com a música pra que ela soubesse que era de verdade. Pude sentí-la sorrir a medida que eu pronunciava as palavras...

Eu a abracei e deixei que pusesse os dois braços em meus ombros como se faziam nos bailes de escola. Eu estava de frente pra ela e olhava em seus olhos. Mais azuis do que o mais limpo céu de primavera. Sua boca avermelhada formava uma linha perfeita em forma de sorriso. Suas bochechas rosadas se contraíam para suprir o sorriso que parecia aumentar cada vez mais. Não me impedi de acompanhá-la. Era tão fácil, assim como a música: Tão fácil como 1,2,3,4.

.................

Não tinha ideia de quanto tempo havia se passado, ou quantas vezes a música havia repetido. Mas eu não me importava nem um pouco com outra coisa naquele momento que não fosse ela. Ainda estávamos na mesma, dançando como bobos, nos encarando e sorrindo. Mais uma vez a música acabou. De verdade agora.

- Acho que a bateria acabou. – Disse e ela gargalhou.

- Tudo bem. Foi bom enquanto durou.

- Não é apenas isso... Você sabe... – Falei e me aproximei para um beijo.

.................

Já era quase 03h00min e nós ainda estávamos acordados, abraçados, dançando sem música.

- Acho que é melhor dormirmos. – Ela falou se afastando e bocejando. – E você não podia ter ficado tanto tempo em pé.

- Foi por uma boa causa. – Disse a abracei-a novamente. – Mas você tem razão. Estou cansado...

- Ótimo. Vou ter que arrumar a bagunça que você fez... – Fez uma careta e se afastou. Antes que ela pudesse ir muito longe, eu me aproximei e dei um beijo estalado em seu ouvido. – AI! Louco! – Jogou uma almofada em mim. Eu ri.

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Depois de o quarto estar re-arrumado, nós nos deitamos e apagamos.

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Acordei quando o sol bateu em minha cama. Fiz uma careta pra claridade que invadia o quarto. Olhei para o lado e ela ainda dormia. Levantei bocejando e me espreguicei. O pé incomodava um pouco. Ela tinha razão. Eu passei muito tempo em pé.

Peguei minha toalha, uma muda de roupa limpa e fui até o banheiro.

...............

Abri a porta e encontrei-a já de pé arrumando as camas. Quando me viu, abriu um largo sorriso.

- Bom dia.

- Bom dia. – Bocejei.

- Também estou com sono... – Sorri.

- Tá livre se quiser... – Comentei apontando pro banheiro.

- Obrigada. – Pegou a bolsa – já arrumada – e entrou no banheiro atrás de mim.

...............

Quando ela já estava pronta – e linda – nós saímos de encontro a “galera”.

PS: Linda desse jeito: http://www.polyvore.com/mel/set?id=25948206

Saímos do quarto e ela insistiu em servir de apoio pra mim. Depois de muito discutir, eu aceitei. Confesso que me aproveitei um pouco da situação. Ter ela tão perto era tão bom. Ela irradiava alegria.

...............

Quando chegamos em frente aos chalés percebemos que eles estavam reunidos em um dos bancos ali perto. Fomos pra lá, Mel ainda me carregando.

Nos aproximamos sem querer fazer muito barulho, pra não atrapalhar a cena. Explicação: TJ estava aos beijos com a Kia e Locke estava escondido atrás da árvore (pensando que não desse pra ver) agarrando a Macy. Eu ri baixinho, Melanie me acompanhou. Assim que ouviram nossos passos, Tyler e Kia se recompuseram e ela se encaixou embaixo do braço dele.

- Tá melhor cara? – Perguntou vindo em minha direção, provavelmente querendo ajudar.

- Tô. Mas ainda dói quando piso. – Disse.

- Você nem devia estar andando. – Melanie disse e revirou os olhos. – Como se eu conseguisse te manter quieto. – Ela me olhou e sorriu. Ah, esse mar límpido... Não pude deixar de acompanhá-la em seu sorriso.

Nos encaramos por um tempo até alguém interromper:

- Vamos? – Locke falou re-aparecendo com Macy corada ao seu lado. Sorri.

- Vamos né? Se todos já tiverem terminado... – Desdenhou Melanie com um sorriso malicioso no rosto. Locke desviou os olhos pro chão e Macy ficou ainda mais vermelha. Tyler soltou uma risada gutural e Kia apenas sorriu.

Começamos a andar e, como sempre, ficamos para trás. Por dois motivos. Um: Privacidade. Dois: Eu estava mancando! Como isso é chato.

- Porque a provocação? – Perguntei sorrindo enquanto andávamos.

- Vingança. – Ela disse e sorriu consigo mesma.

- Han? – Não havia compreendido.

- Ontem ele estava tirando minha paciência. – Franzi o cenho. – Por eu ter me “mudado” pra enfermaria... – E com um estalo, eu entendi o que ela falava...

- Ah. – Disse surpreso e sorri maleficamente comigo mesmo, sem ela perceber.

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Chegamos ao salão todos juntos. No entanto, ainda era cedo demais – ou assim eu pensava.

As mesas ainda estavam sendo limpas... E adivinha quem eu vejo limpando a nossa mesa? Sim. Era Aston James fazendo o trabalho “voluntário” que o TJ havia me dito que ele foi “convidado” a fazer. Eu segurei uma risada.

- Um trabalho digno de uma pessoa como ele. – Mel resmungou ao meu lado. Sorri.

Uma das cozinheiras se aproximou com um olhar de desculpas.

- Sinto muito... Mas houve um problema na limpeza e o café da manhã só será servido às 9h00min.

- Tudo bem. – Eu disse e todos concordaram.

Nos viramos para voltar aos jardins. Quando estávamos perto da porta Mel se virou e gritou.

- Muito bem Aston! Continue assim... E você vai longe! – Virou-se com um sorriso satisfeito no rosto e se juntou a mim. Ouvi James bufar e derrubar alguma coisa. Eu sorri.

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Como o refeitório não iria funcionar agora, fomos até o jardim perto da piscina, onde tinham algumas pessoas sentadas na grama e conversando.

- O que vocês acham? – Kia perguntou.

- Sobre o que? – Macy.

- Qual será a prova de hoje? – Ela continuou.

- Ouvi dizer que seria natação... – Locke se pronunciou.

- Sério? – Perguntei animado. Em nossa aliança, tínhamos uma excelente nadadora, Lilly. Mas Melanie entendeu mal. Me olhou com uma cara feia me repreendendo.

- Você nem pense nisso mocinho. – Falou para que apenas eu ouvisse. Rolei os olhos e dei de ombros.

- Lilly é uma ótima nadadora... – Tyler comentou. Todos concordaram.

- Será ela então... – Macy falou com uma mão no queixo.

Depois de muito argumentar, tomamos a decisão final.

Com a decisão tomada, nós relaxamos e conversamos para passar o tempo.

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Após algum tempo conversando, nos foi avisado que o café da manhã seria servido em breve, então eu e a Mel decidimos ir chamar os que tinham se dispersado. Advinha quem? Locke e Macy, claro. Ninguém podia imaginar o que eles tinham ido fazer. Eu sorri. Melanie me olhou com uma interrogação invisível nos olhos.

- Locke e Macy.

- Ah. – Disse quando entendeu o que eu queria dizer, e depois riu também.

...............

Encontramos os dois sentados no gramado do lado leste de mãos dadas e sorrindo bobamente um pro outro. Parecia mais um daqueles programas de namoro e não uma colônia de férias.

- Ei pombinhos, quando terminarem de se apreciar vão para o salão! – Gritei. Eles nos encararam sérios, depois sorriram.

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- Não quero ir agora. – Ela resmungou.

- Nem eu.

- Mas você não pode ficar passeando por aí. – Revirei os olhos.

- Então vamos sentar. – Ela sorriu e me ajudou a chegar até um dos bancos mais próximos que estava na sombra.

Me sentei e deixei que ela apoiasse sua cabeça em meu ombro. Minha Mel. Rebobinei mentalmente todos os momentos que havíamos passados juntos até agora. Tão pouco e tanto, como ela mesma havia dito. Era simplesmente, maravilhoso estar com ela. Sentir seu calor humano junto de mim, ouvir sua respiração junto de meu ouvido, notar o quão radiante ela fica quando sorri. Eu a amo!

Com um estalo, eu percebi que nunca havia dito isso em voz alta. Em nenhum momento eu tinha me pronunciado sobre isso. Olhei novamente para a garota que quase cochilava recostada em meu ombro direito e sorri.

- Melanie?

- Hum? – Disse abrindo os olhos.

- Eu amo você. Muito, muito mais do que você imagina. – Ela sorriu pra mim. O sorriso mais lindo que já havia me dado.

- Eu também amo você. – Falou e acabou a distância entre nossos lábios com um beijo cheio de ternura e compreensão. Naquele momento tive uma rajada de certeza, de que ela era e sempre seria, a mulher da minha vida. Podia até soar clichê dizer isso assim, mas eu sabia, tinha certeza.

- Minha Mel. – Sussurrei em seu ouvido e abracei-a, agradecendo mentalmente a meus pais, que não faziam ideia do quanto me fizeram feliz esse verão.