P.O.V Mel

- Por favor, Jake... – Pedi apertando sua mão. Senti uma lágrima descer pelo meu rosto. Ele me soltou. Sorri fraco, me virei e corri atrás dos homens que carregavam Nick.

...............

Alcancei-os antes de chegarem à enfermaria e os segui silenciosamente até lá.

Quando chegamos lá, eles falaram algo com uma senhora que estava no balcão. Eu sabia o nome dela... Só não me lembrava.

Tanto faz...

Não prestei atenção na conversa. Só esperei nervosa até eles o levarem para um quarto. E, claro, que eu não pude entrar também. Sentei no sofá branco de couro que havia na... Sala de espera? Peguei uma revista qualquer que estava em cima da mesinha de centro e folheei sem prestar atenção. Quando estava quase no fim da revista, um dos homens voltou.

- Srta... Turner certo? – Assenti com a cabeça. – Pode entrar. Quarto 3.

- Obrigada. – Disse. Ele se virou e sumiu de vista.

Segui pelo pequeno corredor até o quarto número 3. A porta estava entre aberta... Deitado na cama estava ele. Quando me viu entrar abriu um largo sorriso, o que fez meu coração vacilar. Sorri também. Fui até ele e peguei sua mão. Olhei nos olhos dele e não disse nada, apenas encarei.

Alguém pigarreou atrás de nós. Foi quando percebi que não estávamos sozinhos. Outro dos três-homens-de-branco que reconheci pela plaquinha como Laurence. Fiquei vermelha e o homem sorriu.

- Desculpem.

- Tudo bem. Como ele está?

- Ele não quebrou nada, nem torceu. Apenas machucou bastante o ombro e o pé esquerdo. – A raiva voltou. Tudo por culpa daquele... Desviei meu olhar. Olhei para a janela. Não queria explodir de novo. – Terá de ficar uns dois dias aqui. – Escutei Nick gemer em protesto.

- Tudo bem. Ele ficará. – Falei me voltando para ele sorrindo falsamente. Ainda estava com raiva.

- Hey... Eu não sou bebê.

- Quieto. – Ele se calou. – Obrigada... Laurence.

- Disponha. – Falou e saiu do quarto.

Respirei fundo e me virei para Nick. – Desculpe. – Falei revirando os olhos.

- Tudo bem. – Ele sorriu. Bateu a mão num espaço livre que tinha a seu lado na cama. Sorri e me sentei a seu lado. – Você tá bem?

- Se eu estou bem... Quem caiu aqui foi você... – Eu realmente estava alterada.

- Hey. Calminha. – Ele disse sorrindo.

- Desc...

- Eu vi o que você fez com o Aston... – De repente meus tênis roxos ficaram mais interessantes que seu rosto. – Foi incrível.

- Ele mereceu. – Falei olhando envergonhada para ele.

- E como... Não sabia que tinha tanta força. – Sorriu.

- Nem eu. – Não pude deixar de rir também. – Você está bem? – Ele deu de ombros.

- Ótimo. Ai. – Rolei meus olhos.

- Não faça movimentos bruscos.

- Sim mamãe. – Falou e eu o belisquei.

- AI!

- E ainda fala que não é bebê.

- Que bebê charmoso eu sou... – Disse empinando o nariz.

- Aham. Sei...

- E sortudo.

- Não entendi. – Franzi o cenho.

- Olha que linda namorada eu tenho... – Corei. – E fica ainda mais linda corada.

- Certo.

Ele se ajeitou na cama, dando espaço para mim. Me deitei ao seu lado, com a cabeça encostada em seu peito. Como eu tinha ficado preocupada com ele...

- Tá tudo bem agora. – Ele falava alisando meus cabelos.

- Eu sei. Ainda bem. – Disse.

...............

E ficamos ali, por horas, minutos, não sei. Apenas calados. Sentindo e ouvindo a respiração do outro.

.............

Entardeceu e ainda estávamos ali. Quietos. Levantei a cabeça e percebi que ele estava dormindo. Parecia um anjinho. Sorri e deitei minha cabeça em seu ombro. Logo senti meus olhos pesados. Estava piscando. Não lutei. Fechei-os e dormi.

.............

Acordei e já estava tudo escuro, exceto pelas luzes do corredor. Tentei me mexer, mas percebi que seu braço esquerdo estava por cima de mim. Uma de suas pernas estava cruzada com a minha.

Que situação. Eu sei. Levante. Não quero acordá-lo. Ele não vai. Acredite. Se levante.

Fiz o que ela disse... Oh ÓTIMO. Já é uma mulher. Eu estou ficando doida. Preciso tomar remédios. Sorri.

P.O.V Autora Gente, vai ter uma música nesse capítulo, e como eu sei que é super chato a música ficar carregando enquanto a gente lê, vai adiantado pra vocês! Boa leitura! [Música: http://www.youtube.com/watch?v=DWaB4PXCwFU]

PS: Só botem pra tocar quando eu disser!

Tirei o braço dele levemente de cima de mim. Era o machucado, eu não queria magoar ainda mais. Depois descruzei nossas pernas e me levantei.

- Ai. – Sussurrei. Estava toda dolorida. Não foi uma boa posição pra ficar. Me espreguicei e logo senti minha barriga roncar.- Que horas são? – Olhei pro relógio que tinha na parede em frente. Marcava 19h00min. Já era quase a hora do jantar ser servido. Podia trazer algo pra ele também. Sorri.

Dei um beijo em sua testa e saí.

Quando estava chegando à porta passei por uma portinha estreita. Deve ser o banheiro. Entrei. Liguei a luz e me segurei para não gritar de medo.

Você está horrível. Acha que não percebi?

Me olhei de novo no espelho... Que horror. Meus cabelos estavam assanhados e meus olhos vermelhos de chorar e meio roxos por não ter dormido direito. Eu preciso de um banho.

Saí do quarto, fui para o balcão onde a mesma senhora estava.

- Tem papel e caneta? – Perguntei sorrindo.

- Claro. – Ela disse e procurou algo numa gaveta. – Aqui estão. – Me entregou um caderninho e uma caneta.

- Obrigada. – Disse e voltei ao quarto.

Abri o caderno e comecei a escrever:

Hey dorminhoco. Desculpe não estar aqui... Fui tomar um banho, estou horrível. Aproveitei para pegar comida para você. Espero que tenha tido bons sonhos.

Carinho, Mel.

Deixei o caderno aberto com a caneta em cima e saí.

................

Fui para o meu chalé. Por sorte não havia ninguém no quarto.

Tomei um banho um pouco demorado. Lavei os cabelos, escovei os dentes. Penteei os cabelos e me vesti. Roupa da Mel: http://www.polyvore.com/roupa_mel_enfermaria/set?id=25118214

Arrumei uma pequena mochila que estava no quarto. Pus uma calça de moletom, uma blusa de frio, escova de cabelo, escova de dente e mais algumas coisas.

Saí do quarto com a mochila nas costas e fui para o salão. Cheguei lá e todos estavam em seus devidos lugares. Fui até o balcão que servia as comidas, peguei algumas coisas e fui até a mesa que costumamos ficar e me sentei. Todos se surpreenderam.

- Oi. – Disse sorrindo.

- Como ele está? – Macy.

- Bem. Só machucou o ombro e o pé. Alguns dias de repouso e estará bem. – Falei enquanto tirava a mochila das costas e apoiava no chão.

- E você? – Tyler.

- Estou ótima.

- Estou vendo que está. – Locke. Revirei os olhos para ele. – Tava fazendo o que até agora?

- Estava com o Nick. – Ele estreitou os olhos. – Ele adormeceu.

- Nossa. Você o deixou cansado...

- Talvez. – Ele arregalou os olhos. Eu sorri enquanto mordia alguma coisa.

- Cala a boca Locke. – Tyler disse.

.............

Acabei de comer e me levantei.

- Aonde você vai? – Haiden

- Pegar comida.

- E ele te deixou faminta... – Locke.

- Não é pra mim bobinho. É para o Nick.

- Ah. Então é o contrário... – Ele disse e Macy deu um cutucão. Ele se calou. Eu ri.

Levantei e fui até o balcão de comida. Falei com a moça que cuidava do balcão. Ela ficou assustada e perguntou se ele estava bem. Eu disse que sim, peguei a comida e voltei à mesa.

- Tyler. Pode arrumar uma muda de roupa pro Nick e levar pra enfermaria? Quarto 3. – Ele fez uma careta, mas assentiu. – Obrigada. – Pisquei para ele e comecei a me afastar, mas ele segurou meu braço.

- Mel... – Falou sussurrando. – Vocês não... – Eu franzi o cenho. – Você sabe... – Entendi. Levantei uma sobrancelha e olhei horrorizada pra ele.

- Mas é claro que não! Você me conhece... – Rolei os olhos. – Você não devia acreditar em tudo que escuta. Por favor Jake... – Disse e saí.

..............

Cheguei à enfermaria, que percebi ser a casa de recepção e entrei com uma sacola de comida e uma mochila nas costas. A senhora me olhou confusa.

- Pode me arrumar uma bandeja? – Perguntei sorrindo. Ela acenou com a cabeça e eu segui para o quarto. Ele ainda estava dormindo. Deixei a sacola em cima da mesa e a mochila na cama ao lado da que ele estava. Ouvi baterem na porta. Era a senhora... Liyn. Esse era seu nome. Peguei a bandeja e agradeci:

- Obrigada Sra. Liyn. – Sorri. Ela retribuiu e saiu. Voltei para o quarto e comecei a arrumar as comidas na bandeja. Quando já estava tudo pronto, olhei para a folha de caderno. Tinha algo escrito com uma letra diferente:

Hey linda. Desculpe por ter apagado... Aposto como não está. Seria impossível você estar horrível... – Sorri. Oba. Comida. Estou morrendo de fome... Eu tive. Sonhei com uma mulher de cabelos castanhos. Linda...

Amor, Nick.

- Ele acordou só para responder e dormiu de novo. Bebezão. – Sorri comigo. - Mulher de cabelos castanhos? Quem seria?

- Quem mais poderia ser? – Disse. Me assustei e dei um pulo. Me virei.

- Pensei que estivesse dormindo... – Ele sorriu.

- Estou acordado faz um tempo. Mas não quis te atrapalhar no seu trabalho. Estava tão concentrada.

Rolei os olhos.

- Então... O que você me trouxe? – Ele falou olhando para a bandeja.

- Salada.

- QUE?

- Uma vida saudável é sempre boa.

- Qual é. – Eu sorri. Me virei, peguei a bandeja e levei até ele, que já estava sentado. – Hummm. Você é a melhor.

- Eu sei que sou. – Falei empurrando uma mecha de cabelo para trás. Ele olhou para mim, levantou uma sobrancelha e sorriu.

Me sentei no sofá e o assisti comer. Ele estava realmente com fome. Devorou tudo em menos de dez minutos.

- Obrigado.

- Sem problema.

- Vem cá.

- Ah não. Obrigada. Acordei dolorida. – Ele franziu o cenho – Eu também dormi...

- Hummm. – Disse.

- Quieto. Você tava quase me esmagando... – Me lembrei de uma coisa. – A propósito, quem é essa mulher de cabelos castanhos?

- A mesma que dormiu comigo. – Levantei as sobrancelhas. – No bom sentido.

- Eu sei. - Joguei uma almofada nele. – Mulher? Eu tenho 15 anos.

- Não deixa de ser uma...

- Ah. – Revirei os olhos. Ele sorriu e olhou para a cama ao lado.

- E pra quê isso? – Apontou para a mochila.

- Vou ficar aqui.

- Não... Você vai voltar pro seu chalé e participar das provas.

- E quem vai me obrigar?

- Mel... – Falou em tom de aviso.

- Nick, aposto que a Sra. Liyn não vai ficar aqui velando por você...

- E você vai? Por dois dias?

- Bem... Eu... Eu vou. – Disse decidida.

- Bom saber. A gente devia juntar as camas...

- É CLARO QUE NÃO! – Ele riu.

- Assim você poderia cuidar melhor de mim...

- Posso cuidar muito bem dessa distância!

- Ah qual é...

- A não ser que você queira que eu vá embora... – Falei me levantando e pegando a mochila.

- NÃO. – Eu ri. – Pode ficar.

Autora: MÚSICA POR FAVOR!

Sentei ao seu lado. Ele pegou minha mão e me puxou de leve para mais junto. Foi ficando cada vez mais próximo de mim. Eu podia sentir sua respiração regular, seu hálito quente... Seus lábios me chamavam para mais perto dele. Olhei em seus olhos e percebi que ele também estava perdido. Aquela mesma sensação da velocidade desacelerando pareceu se repetir.

Eu vi seus lábios chegarem lentos aos meus. Senti cada ponto da minha boca se ligando com a dele. Senti nossas línguas entrarem em contato e começar uma batalha de formas estranhas. Senti meu braço esquerdo se descolando do meu corpo e ir de encontro com seu rosto. Senti também meu corpo se mover espontaneamente para mais próximo dele. Tudo com calma...

A velocidade voltou ao normal. Percebi que havia me enganado. Não era calma que prevalecia ali...

Seu outro braço estava agora em minhas costas. Só ali. Ele estava calmo. Mas eu não...

Você não é a Mel que conheço. Nem eu me conheço agora.

Meus lábios estavam ávidos nos seus. Nossos corpos cada vez mais próximos... Confesso que estava quase debruçada sobre ele... Mas eu não sei o que está acontecendo...

Minhas mãos agora acompanhavam as linhas dos músculos de seus braços até suas mãos. Perfeitos. Agora elas subiam, por vontade própria, para seus ombros, deixando ali pequenos círculos e algumas marcas de unha...

Não percebi que arfávamos até ele separar nossos lábios e juntá-los mais uma vez.

Agora ele que está perdendo a cabeça...

Continuei com o beijo, ficando cada vez mais próxima dele quando...

- Mel tá aqui o que vo... MAS QUE MERDA É ESSA? – Ouvi gritarem da porta. Levei um susto. Me separei de supetão do Nick e olhei pra porta. Jake. “QUE ÓTIMO!”

-Jake, não é o que você tá pensando... – Falei.

- AH CLARO QUE NÃO É... – Ele largou a mochila no chão. – VOCÊS ASSIM... E AINDA ME DIZ QUE NÃO É NADA. – Virou-se e saiu batendo o pé.

- Droga Jake... – Falei e corri atrás dele.

..................

Só consegui alcançá-lo quando estava no jardim. Ele bufava.

- Jake! – Falei. Ele não parou. Apressei o passo e parei na frente dele. – Jake, por favor... – Ele se virou, me ignorando. Eu me irritei. – AH QUAL É? LEMBRA DO QUE EU TE DISSE? LÁ NO SALÃO... Você me conhece. Sabe que eu não faria uma coisa dessas... Sabe o que eu penso sobre isso... Pura irresponsabilidade! – Ele relaxou. – Tenho cara de garota que quer ser mãe adolescente. Faça-me o favor! Você sabe da minha meta... – Abaixei a voz. – Depois do casamento...

- E-eu sei. Mas... Vocês dois ali... Daquele jeito... – Disse se virando.

- É. Eu sei. Passamos dos limites... Mas vai me dizer que você também não passa com a Kia? – Disse brincando.

- Mas é diferente... – Seu tom pareceu ter raiva.

- Como diferente?

- É... Sei lá. Eu te conheço desde a barriga das nossas mães. Você sempre foi uma irmã mais nova pra mim... Eu sempre te vi como a garotinha indefesa que caia toda vez que andava de bicicleta e voltava chorando pra casa... Aquela que eu sempre consolei... Enrolei...

- Eu sei Jake. Mas olha... Eu não sou mais ela... Eu cresci... Estou crescendo... – Disse pegando suas mãos. – Não precisa ficar com ciúmes da sua irmãzinha... Eu tô bem.

- Me desculpa Mel... – Disse e me abraçou. Daqueles abraços de urso que sufocam...

- Ja-Jake. Não... Consigo... Respirar... – Ele não soltou. – Jake. AR! - Ele me soltou rindo. – Muito... Engraçado. – Disse tentando recuperar o ar.

Ele gargalhou alto demais. Eu pude vê-lo pondo a mão na barriga de tanto rir, mas de repente ele ficou sério. Normalizei minha respiração e o encarei na mesma seriedade com que ele me encarava.

- Melanie... – Ele sorriu fraco. – Cuidado... – Revirei os olhos. Ele sorriu. – E não esqueça dos amigos ok?

- Ah! Sem essa, grandão! – Disse dando um soco de brincadeira nele. Ele sorriu e me abraçou não tão forte como da primeira vez, mas ainda assim foi forte.

- Tô indo. – Falou acima de minha cabeça. (Sim, acho que todos os meninos são mais altos que eu!)

- Obrigada. – Disse e ele começou a se afastar. – Ah Jake... – Ele se virou esperando. - Trouxe tudo? – Ele se virou e fez uma cara de nojo.

- Eca... O que eu pude... – Deu de ombros e saiu gargalhando. Eu sorri e voltei para a “enfermaria”.

................

Entrei no quarto e não havia ninguém lá. Estranhei. Olhei para os lados e percebi que a mochila que Jake trouxera estava aberta, só então percebi o barulho de chuveiro. Corei.

Ah. Ele não vai sair só de toalha de lá Melanie... HAHAHAHAHAHAHAHAHA. Claro, claro.

Fui até onde eu havia deixado a minha mochila, abri e peguei meu caderno e o lápis que estavam aposentados até agora. Sentei no sofá e respirei fundo, pensando no que poderia escrever. Alguma coisa...

Tanto e tão pouco havia se passado até agora. Essa sensação consumidora ainda está abrigada aqui dentro... Mas com ele... Com ele tudo fica melhor. Toda a realidade dolorosa se esvai e fica somente seu brilho. Seu olhar no meu... Suas mãos nas minhas... O se carinho... Seu sorriso me faz perder o foco. Seu abraço, enlaço, me deixa segura... Me sinto...

Levei um susto quando a porta se abriu. Guardei as coisas depressa em minha mochila, que estava do meu lado.

- O que você tava escrevendo? – Ele disse sorrindo, já junto de mim.

- Nada. – Sorri abertamente.

- Não era nada. Me deixe ver... – Disse estirando a mão.

- Não.

- Qual é Mel...

- Não. – Peguei a mochila e saí de junto dele rindo.

- Ah... Tanto faz. – Falou e andou até a sua mochila. Ele estava mancando, eu não tinha percebido.

- Nick. Me diz... Porque você tá em pé?

- Porque eu ainda não sentei...

- Não. Digo... Você não devia se esforçar tanto.

- Ah. Eu precisava tomar um banho. – Levantei uma sobrancelha.

- Podia ter chamado alguém... Não é bom você ficar sozinho.

- EU NÃO SOU UM BEBÊ! – Gritou. Me assustei,

- Mas você não pode...

- Posso muito bem tomar banho sozinho! – Disse grosseiro. Recuei. – Desculpe. – Sua expressão suavizou.

- Tudo bem. – Menti. Fui em direção a cama menor, pus minha mochila em cima dela e sentei de costas pra ele.

Por que mesmo você está com raiva dele? Eu... Estou preocupada. Ele não precisava ter sido tão grosso. Verdade... Mas... Dê um tempo a ele. Eu não devia estar aqui. Saia então.

Levantei da cama e sai meio que batendo o pé.

- Mel... – Disse quando já estava próxima a porta. Ignorei.

Bati com um pouco de força a porta atrás de mim. Saí ignorando qualquer olhar que se dirigisse a mim. Quando cheguei ao jardim, inspirei o máximo de ar puro que pude e tentei me acalmar também. “Ótimo! Agora eu escuto conselhos de mim mesma.” Ri sozinha.

Avistei um banco solitário e me apiedei. Fui até lá e me sentei na madeira fria pela noite. Olhei para o céu. A lua estava linda, cheia e branca. As estrelas ao seu redor deixavam marquinhas dançantes pra uma mente fértil como a minha. Suspirei. Eu amava noites de lua cheia.

Flash de memórias vieram a minha mente.

“... Não esqueça dos amigos” Dissera Jake. Ele sorriu, mas foi um sorriso fraco. Ele sentia minha falta.

Ah Jake... Desde que cheguei aqui eu só penso nele... Ele é meu... Namorado. Mas eu não podia esquecer meus amigos... Respirei fundo e decidi que aproveitaria o resto do tempo no Camp de ambas as maneiras.

Sorrindo, me levantei e fui atrás do tempo perdido.