No dia seguinte, voltou para seu lar: o vale Palancar. Tentou negociar comida com o açougueiro Sloan, lhe oferecendo a pedra azul polida, e este quase aceitou, antes de saber de onde viera. O ferreiro Horst o arranjou comida, e Eragon prometeu que lhe pagaria. Voltou para sua fazenda afastada, onde conversara com seu primo Roran e seu tio Garrow. Lhe aconselharam para que vende-se a pedra quando os mercadores chegassem - viriam em alguns dias. Eles chegaram, e um comerciante conhecido pela família, examinou a pedra, que fazia um som diferente, como se fosse oca. Sem meios de vender a pedra, Eragon foi obrigado a ficar com ela. Voltaram ele e seu primo para casa, já que Garrow ficaria mais tempo tentando vender os seus produtos.

-Soube da novidade? - perguntou Roran á Eragon.

-Qual delas?

-Galbatorix e Murtagh estão loucos, e todo o Império também está. O último ovo de dragão fora roubado pelos Varden.

-Sério? Á quanto tempo?

-Quase uma semana, e a notícia está correndo muito veloz pelo reino. Galbatorix está dando recompensas á quem achar o ovo.

-Curioso.

Chegaram em casa quanto era quase noite. Comeram carne e foram se deitar.

(Pg. 36 - Eragon)

A lua brilhava através da janela quando ele acordou de novo. A pedra se encontrava chacoalhando rapidamente na prateleira, batendo contra a parede. Estava banhada pela fria luz do luar, que deixou a superfície esbranquiçada. Eragon pulou da cama, faca na mão. Os movimentos pararam, mas ele continuou tenso. Depois, a pedra começou a chiar e a chacoalhar mais rápido que nunca.

Reclamando, começou a se vestir. Não queria saber o valor que a pedra poderia ter, ele ia leva-la para longe e enterrá-la. A pedra parou de chacoalhar e ficou quieta. Tremulou, depois rolou para a frente e caiu no chão, produzindo um baque seco. Ele afastou-se em direção á porta assustado, pois a pedra rolava em sua direção.

De repente, uma rachadura apareceu na pedra. Mais uma e outra. Petrificado, Eragon inclinou-se para a frente, ainda segurando a faca. No topo da pedra, onde toas as rachaduras se encontravam, um pequeno pedaço se moveu, como se estivesse se equilibrando em cima de alguma coisa, em seguida se ergueu e caiu no chão. Depois de outra séria de chiados, uma pequena cabeça escura saiu pelo buraco, seguida de um estranho corpo distorcido. Eragon agarrou a faca com mais forma, e segurou-a imóvel. Logo, a criatura havia saído completamente da pedra. Ela ficou parada por um momento, depois, agitou-se em direção ao luar.

Eragon recuou, chocado. Em pé, na frente dele, lambendo a membrana que o envolvia, estava um dragão.

A porta foi aberta, e um vulto escuro apareceu. Roran olhou chocado para Eragon, e para o dragão, que chiou em sua direção vacilante.

-E...Eragon, o que... - seu primo gaguejou.

-Não sei, começou a fazer barulho nesta noite, e depois... - Eragon encarou o dragão.

Roran se agachou perto de seu primo, e os dois encararam o bicho á frente deles.

-Ah meu deus... - murmurou Roran. - Não percebe?

-O que?

-Você... você é o que todos procuram. A pedra não era pedra, era o ovo roubado. É você que é o último Cavaleiro.

O espanto dos dois fora enorme. E isso traria muitas consequências para toda a Alagaësia.