As montanhas Beor eram quase três vezes maiores que A Espinha, proporcionando grade camuflagem á Saphira. Usavam uma passagem no meio da floresta, que daria para uma campina, onde estava a entrada, perto do Rio Dente-de-Urso. E era lá que acontecia tudo. Brom não poderia ter previsto, já que muito menos os Varden o tinham conseguido. Saphira e Eragon estavm vendo, a batalha entre um grande dragão vermelho, e outro verde, um pouco menor. No chão, dezenas de Urgals lutavam contra humanos e anões, que estavam levando a pior. Fogo vermelho e verde eram trocados. Seus Cavaleiros deviam estar em um combate mental – coisa que era extremamente complicada e que poderia matar qualquer um rapidamente.

-Precisamos ajudar. – disse Roran.

-Vocês dois podem ajudar aos Varden, enquanto eu ajudo acabando com aquele Cavaleiro vermelho. – disse Eragon determinado.

-Você é impossível! – reclamou Brom. – Saphira não tem nem 4 meses de vida, você não sabe nada de esgrima, quase nada da língua antiga. Acha mesmo que vai conseguir alguma coisa? Eu conheço Arya, será difícil dela perder. É inútil tentar garoto.

O dragão vermelho rugiu, rasgando as asas do outro e o banhando de fogo.

Eu vou acabar com esse traidor nem que estivesse amarrada ao chão. Eragon. Saphira falou firme para os três, e Eragon não discordou ao subir na sela, e antes de decolar, Brom segurou seu braço.

-Você vai morrer, não está nem de armadura. – ele suspirou. – Tome. – disse lhe passando seu anel. – Esse é Aren, o anel onde eu trago toda a energia que eu preciso. Eu lhe dou para que não caia, e... se cuide.

-Eu irei. Vejo vocês dois vivos depois. – afirmou Eragon pegando o anel.

Saphira ergueu as asas, e subia o mais alto possível. Os dois dragões á sua frente estavam ocupados, enquanto ela adentrava em uma grande nuvem. Os dois pareciam partilhas as mesmas ideias. Eragon retirou seu arco, e armou uma flecha na direção do Cavaleiro, quando Saphira encolheu as asas, deixando a gravidade a levar para o chão. Atirou a flecha, que distraiu o Cavaleiro vermelho, e se levantou em sua sela.

Cuidado.

Você também.

Ela rosnou furiosamente, quase tão alto quanto os dois dragões, anunciando a sua chegada. Quando faltava pouco, saltou de seu dragão azul, indo de encontro ao outro Cavaleiro, que podia reconhecer como sendo Murtagh, o filho do renegado Morzan. Talvez fosse pela surpresa, mas o plano de Eragon funcionou. Zar’roc atravessou o ombro do outro, e os dois caíram. Eragon retirou a sua espada, enquanto tentava parar sua caída. Murtagh foi mais rápido, porém parecia doloroso com o braço sangrando. Enquanto isso, Saphira pousava ruidosamente no dorso do dragão vermelho, que era três vezes maior que ela. Cravou as garras nas juntas das asas vermelhas-vinho, e abocanhou a cabeça dele. O dragão grunhiu, e depois de um tempo conseguiu voltar a cabeça para o dragão azul, mordendo a pata dianteira, a jogando no ar, não sem antes receber uma chicoteada perto do olho. O dragão verde tomou a dianteira, atacando o outro, dando tempo á Saphira se recuperar. No chão, o Cavaleiro vermelho encarou o outro.

-Então é você? Galbatorix ficará feliz ao saber que o último ovo fora chocado.

-Eu não pretendo me entregar tão facilmente.

-Facilmente? – ele zombou. Eragon sentiu uma pressão contra sua mente, e com muito esforço afastou o outro, que só estava brincando com ele. – É tão fraco quanto uma criança. Vamos ver o que consegue fazer. – disse Murtagh avançando.

Os minutos pareciam ser horas para Eragon. Ele só conseguia bloquear – ou tentava bloquear. – os movimentos rápidos do Cavaleiro, e recorreu á força de Saphira para não morrer, já que ela estava “fora” da luta entre os dragões. Recebeu um corte feio na cabeça, e outro na coxa, que ardeu até o momento que caiu de joelhos.

-Eu achei que fosse melhor. Fiquei decepcionado que você é o último de nós, não merecia.

Motivado por algo de dentro dele, assim como Saphira, ele girou Zar’roc de algum jeito, que novamente atravessou o ombro dele, ouvindo um estalo alto. O Cavaleiro gritou, e depois recebeu um golpe na cabeça de uma espada verde brilhante. De pé, estava a outra Cavaleira. Tinha as orelhas pontudas, usava uma armadura verde-escura completa, e tinha os cabelos negros presos em um coque apertado. Olhos tão negros quanto a noite. Acima deles, Saphira deu uma guinada para frente, mordendo novamente a cabeça do dragão vermelho, e o verde aproveitou para cravar as garras na lateral do corpo, fazendo o dragão vermelho despencar e cair no chão com um ruído. Os Urgals começaram a fugir, mas com a ordem de sua Cavaleira, o dragão verde começou a atacar o exército inimigo, com os Varden e os anões com a energia vitalizada. Eragon viu Brom se aproximar dele, aparentemente sem nenhum corte profundo. Eragon viu tudo á sua volta rodar, e teria caído se Brom não o sustentasse. Saphira pousou caindo exausta no solo, e sem nenhuma energia, caiu no sono profundo.