Galbatorix conseguia facilmente lidar com os dois. Parecia apenas brincar com os dois Cavaleiros bloqueando todos os ataques os fazendo parecerem crianças. Os dois dragões tentavam atacar Shruikan, mas o dragão negro era forte, embora lento. Eragon estava tentando bolar alguma coisa, um jeito para derrotar o Rei mas parecia improvável. Era ainda mais difícil por ter que proteger também sua mente. Ele e Arya estavam sendo atacados tanto fisicamente quando mentalmente. Eragon começou a tentar ataques mais complexos e encantamentos difíceis exigindo mais de si, embora nada acontecesse com o Rei.

–Eragon, renda-se. Eu não quero matar nem você nem Saphira, ela é a última fêmea da espécie, ela será a mãe de todos os próximos Cavaleiros.

–Nós nunca seremos teus servos. – ele gritou e atacou.

–Então vamos ver... – Galbatorix olhou para Arya e Eragon sentiu um frio na nuca.

Ele ia usá-la contra o Cavaleiro. Eragon queria que Oromis estivesse ali, para poder ajudá-lo. Eles não tinham chance de vencer.

Não há como vencer. Apenas Glaedr e Oromis podem ter uma chance.

Eragon, precisamos. Eles podem ter a sabedoria, mas Galbatorix controla todos pela força.

Coisa que nem eu nem Arya temos! O Cavaleiro se lamentou.

Não havia saída. Claro que podiam sair vivos. Temeu que Galbatorix fizesse como fez com Murtagh, descobrisse seu verdadeiro nome. Então não poderiam fazer nada. Oromis e Glaedr seriam sua melhor opção.

–Quantas mortes serão precisas para a liberdade? – o Rei perguntou.

–Apenas a sua! – Arya gritou em resposta voltando a atacar o elfo.

A mente de Eragon quase explodiu e congelou ao mesmo tempo enquanto uma ideia se formava.

Não. Saphira disse á ele. Eu não vou fazer isso, eu não vou desistir de lutar! Que humilhação será isso! EU NÃO QUERO!

Mesmo se isso significar a liberdade de todos?

COMO ACHA QUE NOSSAS MORTES VÃO DESTRUIR GALBATORIX?

Ele sabia o quando seu dragão estava assustado. Ele também estava. Morrer dava medo nele.

Se Galbatorix for culpado pela sua morte, sendo que é a última fêmea viva, todo o povo irá ficar aterrorizado com isso. Vão ficar contra ele, e Oromis virá para confrontar Galbatorix. Galbatorix irá cair, por Oromis ou por seu próprio povo.

Mas Eragon... os Cavaleiros de dragão não vão existir...

Eu... Galbatorix não pode ser tão poderoso á ponto de matar todos os dragões e conseguir salvar apenas um ovo com uma fêmea. Deve existir em algum lugar uma fêmea.

Se existisse Oromis e Glaedr já teriam achado. Ela argumentou.

Ou não. Talvez não sejamos os últimos, e em um lugar bem distante existam dragões. Precisamos fazer isso.

Saphira rugiu furiosa, mas Eragon sabia que ela no fim entendia. Eragon concentrou-se na luta. Arya havia sido jogada para um lado e ele lutava sozinho com o Rei. Respirou fundo e se preparou. Descreveu um arco sobre o oponente, que foi bloqueado, mais dois ataques e fez sua guarda ficar exposta. A intenção de Galbatorix era atacar seu flanco de raspão, e Eragon viu a chance de sua morte. Ele bateu de leve na espada e a branca atravessou sua barriga. A dor que sentiu foi horrível. Ele gritou e caiu para trás fazendo a lâmina sair dele. Galbatorix ficou olhando para a espada cheia de sangue horrorizado.

–ERAGON! – ele ouviu o grito de Arya e viu a elfa correndo até ele.

A visão dele ficou turva. Acima dele, era a vez de Saphira. Ela foi em direção á Shruikan com uma velocidade enorme e quase se chocou contra a cabeça do dragão. Ele mordeu suas costas e ela se contorceu para arranhar os olhos dele deixando horríveis marcas de dente no seu dorso. O dragão negro se irritou e a jogou com força contra a parede. Ela se chocou e despencou.

–Não não não não. – Arya estava debruçada por ele com os olhos cheios de lágrimas.

–Arya... – ele tentou parecer calmo. – Tudo vai ficar bem.

Ela começou a recitar um encantamento mas ele segurou sua mão e deu um sorriso pequeno.

Coragem é fazer o que é necessário mesmo com medo. Ele pensou.

Ele ouviu o uivo de lamentação de Fírnen perto de Saphira.

Eragon uniu sua mente á de seu dragão e então tudo ficou preto.